Durante a campanha para as Europeias-2009, a "política da verdade" do PSD defendia como compromisso europeu: "Apoiaremos o objectivo de aumentar o financiamento do Ensino Superior".
O aumento de quase 200% do valor das propinas das Universidades públicas foi uma das medidas do XV Governo Constitucional, liderado por Durão Barroso, antes de desaparecer para o Parlamento Europeu, deixando o PSD e o país ao abandono.
Para o (e)leitor mais incauto, a presença de Maria da Graça Carvalho no terceiro lugar da lista liderada por Paulo Rangel poderá ter passado despercebida, até porque durante as acções de campanha a "professora universitária" aparecia muito discretamente perdida entre cabeça-de-lista e militantes.
Porém, aqueles que estão mais atentos à composição das listas certamente terão dado conta que Maria da Graça Carvalho era candidata ao Parlamento Europeu e aqueles que se recordem minimamente do Governo de Durão Barroso, lembrar-se-ão, certamente, que Maria da Graça Carvalho era Ministra da Ciência e do Ensino Superior do XV Governo Constitucional, tendo substituído Pedro Lynce.
Pergunto-me o que quererá a eurodeputada eleita propor no Parlamenteo Europeu: a subida das propinas e o ensino "tendencialmente gratuito" que defendeu e implementou enquanto Ministra da Ciência e do Ensino Superior?
Curioso é que muitos dos que na altura participaram em acções de protesto contra a Ministra agora tenham votado na lista de Paulo Rangel sem sequer oporem reservas ou confrontarem o cabeça de lista com esta situação, contribuindo para a eleição da polémica Ministra para o Parlamento Europeu e para uma eventual defesa das mesmas medidas que implementou em Portugal. O português tem a memória muito curta: aquele que ontem era besta, em segundos passa a bestial.
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