O novo rosto da revolta no Irão, Neda Agha Soltani, tem uma história de martirização involuntária que parece um pouco forçada pela actual conjuntura iraniana e parece ter alguns pormenores que só mesmo quem se opõe ao regime de Ahmadinejad é capaz de focar.
De acordo com a mensagem pregada pelo Ocidente, por quadrantes anti-Ahmadinejad e reforçada pelo seu namorado, Neda estava numa fila de trânsito e decidiu sair do carro para apanhar ar quando uma bala alegadamente disparada pela milícia Basij (pró-regime) lhe tirou a vida.
Algumas dúvidas me assistem no meio desta história. Para começar, se quem estava no carro eram Neda e o seu professor de música, como é que o seu namorado presta testemunho dos acontecimentos?
De acordo com as palavras do namorado, Neda Soltani era presença habitual em manifestações anti-regime e tinha intenções de continuar o seu activismo. No entanto, no dia em que morreu estava pacificamente dentro de um carro e decidiu sair do veículo para apanhar ar quando uma bala disparada pela milícia Basij a atingiu. Ora, no meio de uma manifestação, uma activista deste calibre está dentro de um carro e decide pacificamente apanhar ar?
Por último, tendo em consideração o modo de actuação tendencialmente discreto desta milícia como é que se pode ter a certeza que o tiro foi disparado por um dos seus elementos e não por manifestantes ainda que involuntariamente?
Permitam-me uma última questão: terá mesmo existido fraude no Irão, ou algumas irregularidades incapazes de alterar os resultados finais as quais estão a ser aproveitadas por países críticos do regime iraniano?
2 comentários:
Mitos, meu caro. Isso e a Catarina Eufémia estar grávida quando morreu.
Uma coisa é certa: no Irão, todos estão satisfeitos. Morre-se de excesso de liberdade.
Para lá caminhamos também.
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