quinta-feira, junho 11, 2009

A desdita tem mais encanto...

Quando forçada pelo discurso - neste caso, o de 10 de Junho - do Presidente da República.

Depois das eufóricas declarações de Paulo Rangel, em jeito de ultimato, transmitindo na noite eleitoral uma nova interpretação político-constitucional do PSD quanto à legitimidade dos governos em funções e as suas vicissitudes, Manuela Ferreira Leite viu-se obrigada a vir dar o dito por não dito e corrigir o seu líder parlamentar.

De facto, Paulo Rangel, falando não em nome próprio mas enquanto líder parlamentar do PSD, interpelou o PS para que não tome grandes decisões, atento o resultado verificado nas eleições.

Ontem, a presidente do PSD reiterou que o governo terá "a sua capacidade limitada, nalgum tipo de decisões, que não têm a ver com o resultado das eleições, mas com o facto de estar no fim a legislatura".


Manuela Ferreira Leite percebeu que o jogo que Rangel começou era perigoso e ia contra o que o Presidente da República afirmou no 10 de Junho e poderia fazer perigar a aliança estratégica com que a líder sonha...

Com efeito, Cavaco Silva abordou alguns dos princípios problemas de Portugal e responsabilizou os agentes políticos - todos - pela elevada abstenção verificada nas eleições europeias. Mais disse Cavaco que, em termos de futuro, importa "ter uma visão estratégica de médio e longo prazo, alheia a calendários imediatos".

Ora, esta declaração de Cavaco feriu de morte a tentativa do PSD de por o país em coma até Outubro (talvez para depois criticar?), declaração essa do PSD que, se não fosse tão irresponsável, até daria para rir...

Serei eu sisudo? Não sei, mas os meus lábios continuam inamovíveis.

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