Assisti na passada quarta-feira ao debate de cavalheiros na RTPn, cujo tema era o acordo ortográfico que entrará em vigor em breve. Digo acordo de cavalheiros, porque nas raras vezes em que se interrompiam entre si, quase que pediam perdão de joelhos por o fazerem, mesmo quando as interrupções eram pertinentes. Devem ter ficado com medo que um dos restantes dissesse "porque não te calas?".
Tenho a dizer que sou contra o acordo ortográfico por diversas razões. Antes de mais porque este acordo não é um acordo para simplificar e uniformizar o português. É, sim, um acordo para uniformizar o português abrasileirado. a esmagadora maioria das palavras que será mudada, passará a ser escrita como os brasileiros escrevem e não como os portugueses. "Para simplificar", é o que dizem alguns. Simplificar o quê? Querem simplificar a vida aos brasileiros e complicar a dos portugueses? Estão a consegui-lo! Acho triste e vergonhoso que a língua tenha origem em Portugal e agora tenha que se adaptar ao Brasil, como se fosse lá que a língua tivesse nascido. Pelo contrário, a nossa língua é constantemente profanada neste país da América Latina! A língua nasceu em Portugal e são os restantes países dos CPLP que têm que se adaptar e aprender a escrever como nós, que fomos os criadores da língua, e não o oposto! Mais uma vez os portugueses vendem-se e baixam as calças ao exterior!
Seguidamente, não se pode falar em uniformização e simplificação da ortografia, quando certas palavras continuam a ser diferentes quer em Portugal, quer no Brasil. Por exemplo, "platónico", no Brasil vai continuar a escrever-se "platônico". Ora, que uniformização é esta que não será "platónico" nos dois países? Sónia no Brasil continuará a ser Sônia. Quer dizer, nós vamos deixar de escrever sem h e sem c ou p, quando estes não se lêem, mas depois o Brasil não adapta estas suas imensas palavras com acento circunflexo quando nós temos um simples acento. Não faz sentido. Se querem uniformizar, uniformizem tudo, ou então não uniformizem nada! Já que andam numa de fazer com que sejamos nós a erradamente nos adaptarmos aos outros, ponham-nos a escrever "platônico"! Porque não deixam os brasileiros de escrever "idéia" e passam a escrever "ideia"?
Tenho a acrescentar que antes de quererem adaptar a nossa linguagem para o brasileiro (nunca me vão convencer que aquilo é português), devem ensinar primeiro os portugueses a escrever como deve ser. Atentem à imagem de cima. A imagem não é nenhuma montagem. Quando vi, fiquei chocado! Como é possível que num rodapé de um programa que se quer de cultura, na estação pública, e onde se fala do acordo ortográfico, se escreva "dicionário" com dois "cc"?! Como?! Depois, há que ensinar aos portugueses o básico dos básicos do português, que eu aprendi na 3.ª classe e que muitos não aprendem sequer quando chegam a uma faculdade, e que consiste em coisas como: antes de E ou I, nenhuma palavra leva ç (ça, ce, ci, ço, çu); os pretéritos não levam hífen (fizeste não é o mesmo que fizes-te, e conheceste não é o mesmo que conheces-te); entre duas vogais, um S lê-se Z, e dois SS lê-se S.
Mas a cereja no topo do bolo vem agora. Se querem mesmo mudar isto tudo e por-nos a escrever brasileiro, falando em simplificação e constante mudança dos tempos e consequente adaptação, etc, então além de tudo o que vão mudar, também vão ter que passar a substituir o QU pelo K, e o CH pelo X. Se o argumento para tirar o C e o P de certas palavras, se prende com o facto destas letras não se pronunciarem nessas mesmas palavras, então também temos que expulsar o U de palavras como "que", "quinta", "querer". Como o Q precisa sempre do U e não pode estar directamente ligado a outra vogal, temos que escrever como os miúdos escrevem hoje em dia e temos obrigatoriamente que passar a ter "ke", "kinta", "kerer". Ao CH acontece o mesmo. Se hoje se escreve "xocolate", ou "xorar", para quê escrever duas letras (CH) quando se pode simplificar (não é para isto que dizem que serve o acordo ortográfico?) escrevendo só uma? Passamos a escrever todos como os putos irritantemente escrevem, mas simplificamos e adaptamo-nos às novas tendências!
Por fim, se este acordo ortográfico serve também para aproximar a escrita da forma como as palavras são pronunciadas, então teremos que respeitar a esmagadora maioria dos portugueses e passar a aceitar palavras como "prontos", "portantos" ou "fizestes". A maioria dos portugueses fala assim, e se as palavras devem aproximar-se da forma como se as diz, então temos que adaptar este género de palavras.
Resumindo, este acordo ortográfico é uma miséria (para não dizer outra coisa), e uma desculpa para fazer com que mais uma vez Portugal se rebaixe aos caprichos estrangeiros. Em vez de ensinarem os brasileiros a falar e a escrever, obrigam-nos a nós a desaprender aquilo que por vezes só aprendemos com algumas varadas e reguadas na escola. Eles não sabem escrever, nem falar, mas nós é que temos que nos adaptar. Recuso escrever em brasileiro e recuso submeter-me a caprichos de governantes que nos vendem a todo aquele que nos acena lá de fora seja com dinheiro, seja com autoritarismo, seja até mesmo por mero capricho.
Tenho a dizer que sou contra o acordo ortográfico por diversas razões. Antes de mais porque este acordo não é um acordo para simplificar e uniformizar o português. É, sim, um acordo para uniformizar o português abrasileirado. a esmagadora maioria das palavras que será mudada, passará a ser escrita como os brasileiros escrevem e não como os portugueses. "Para simplificar", é o que dizem alguns. Simplificar o quê? Querem simplificar a vida aos brasileiros e complicar a dos portugueses? Estão a consegui-lo! Acho triste e vergonhoso que a língua tenha origem em Portugal e agora tenha que se adaptar ao Brasil, como se fosse lá que a língua tivesse nascido. Pelo contrário, a nossa língua é constantemente profanada neste país da América Latina! A língua nasceu em Portugal e são os restantes países dos CPLP que têm que se adaptar e aprender a escrever como nós, que fomos os criadores da língua, e não o oposto! Mais uma vez os portugueses vendem-se e baixam as calças ao exterior!
Seguidamente, não se pode falar em uniformização e simplificação da ortografia, quando certas palavras continuam a ser diferentes quer em Portugal, quer no Brasil. Por exemplo, "platónico", no Brasil vai continuar a escrever-se "platônico". Ora, que uniformização é esta que não será "platónico" nos dois países? Sónia no Brasil continuará a ser Sônia. Quer dizer, nós vamos deixar de escrever sem h e sem c ou p, quando estes não se lêem, mas depois o Brasil não adapta estas suas imensas palavras com acento circunflexo quando nós temos um simples acento. Não faz sentido. Se querem uniformizar, uniformizem tudo, ou então não uniformizem nada! Já que andam numa de fazer com que sejamos nós a erradamente nos adaptarmos aos outros, ponham-nos a escrever "platônico"! Porque não deixam os brasileiros de escrever "idéia" e passam a escrever "ideia"?
Tenho a acrescentar que antes de quererem adaptar a nossa linguagem para o brasileiro (nunca me vão convencer que aquilo é português), devem ensinar primeiro os portugueses a escrever como deve ser. Atentem à imagem de cima. A imagem não é nenhuma montagem. Quando vi, fiquei chocado! Como é possível que num rodapé de um programa que se quer de cultura, na estação pública, e onde se fala do acordo ortográfico, se escreva "dicionário" com dois "cc"?! Como?! Depois, há que ensinar aos portugueses o básico dos básicos do português, que eu aprendi na 3.ª classe e que muitos não aprendem sequer quando chegam a uma faculdade, e que consiste em coisas como: antes de E ou I, nenhuma palavra leva ç (ça, ce, ci, ço, çu); os pretéritos não levam hífen (fizeste não é o mesmo que fizes-te, e conheceste não é o mesmo que conheces-te); entre duas vogais, um S lê-se Z, e dois SS lê-se S.
Mas a cereja no topo do bolo vem agora. Se querem mesmo mudar isto tudo e por-nos a escrever brasileiro, falando em simplificação e constante mudança dos tempos e consequente adaptação, etc, então além de tudo o que vão mudar, também vão ter que passar a substituir o QU pelo K, e o CH pelo X. Se o argumento para tirar o C e o P de certas palavras, se prende com o facto destas letras não se pronunciarem nessas mesmas palavras, então também temos que expulsar o U de palavras como "que", "quinta", "querer". Como o Q precisa sempre do U e não pode estar directamente ligado a outra vogal, temos que escrever como os miúdos escrevem hoje em dia e temos obrigatoriamente que passar a ter "ke", "kinta", "kerer". Ao CH acontece o mesmo. Se hoje se escreve "xocolate", ou "xorar", para quê escrever duas letras (CH) quando se pode simplificar (não é para isto que dizem que serve o acordo ortográfico?) escrevendo só uma? Passamos a escrever todos como os putos irritantemente escrevem, mas simplificamos e adaptamo-nos às novas tendências!
Por fim, se este acordo ortográfico serve também para aproximar a escrita da forma como as palavras são pronunciadas, então teremos que respeitar a esmagadora maioria dos portugueses e passar a aceitar palavras como "prontos", "portantos" ou "fizestes". A maioria dos portugueses fala assim, e se as palavras devem aproximar-se da forma como se as diz, então temos que adaptar este género de palavras.
Resumindo, este acordo ortográfico é uma miséria (para não dizer outra coisa), e uma desculpa para fazer com que mais uma vez Portugal se rebaixe aos caprichos estrangeiros. Em vez de ensinarem os brasileiros a falar e a escrever, obrigam-nos a nós a desaprender aquilo que por vezes só aprendemos com algumas varadas e reguadas na escola. Eles não sabem escrever, nem falar, mas nós é que temos que nos adaptar. Recuso escrever em brasileiro e recuso submeter-me a caprichos de governantes que nos vendem a todo aquele que nos acena lá de fora seja com dinheiro, seja com autoritarismo, seja até mesmo por mero capricho.
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