Terá toda a gente reparado que nos primeiros dias de greve em França, a esmagadora maioria do eleitorado voltou-se contra o Presidente francês? Terá toda a gente reparado que a sua astúcia e inteligência permitiram com que agora o eleitorado se volte contra os grevistas, acusando-os de quererem benefícios a mais do que aqueles a que têm direito?
Aqui em Portugal tudo se encontra muito dividido. Gosto de ouvir os comentários dos portugueses sobre os grevistas. Por um lado dizem "se estão a ser prejudicados, acho muito bem". Por outro o discurso é "acho que eles não querem é trabalhar". Quer num, quer noutro, as pessoas não sabem ao certo o que se passa. Ouvem a palavra "greve" e ficam como parte dos três macacos, cegos e surdos. Mudos nunca ficam porque como bons portugueses que são, ainda que não saibam minimamente do que é que se está a falar, têm que dar o seu palpite.
Tenho que dizer ainda que é com alguma piada que vejo a maioria das greves em Portugal. Greves com a duração de um dia, marcada para uma 6.ª feira, para uma 2.ª, ou até marcadas para 5.ª para depois se fazer ponte e poderem ter um fim-de-semana mais alargado, jamais podem ter credibilidade quer junto dos patrões, quer junto dos órgãos governamentais e até quer junto de alguns portugueses mais atentos a estes fenómenos.
Aqui as greves são acordadas entre um determinado número de representantes do Estado, das entidades empregadoras e com os sindicatos (mais um órgão que não serve para rigorosamente nada a não ser arranjar lugares para que alguns estejam bem na vida graças ao dinheiro dos outros).
Por outro lado, greves com duração de um ou dois dias jamais deveriam ser consideradas greves. São dias de férias que os trabalhadores ganham, sem que lhes seja descontado dos dias a que por norma têm direito. Uma greve a sério, como deve ser, é a greve que está a ser feita em França, com duração de semanas. Podem perguntar-se porque é que uma greve está a durar tanto tempo. A resposta é simples: porque ao contrário de como é em Portugal, na França os trabalhadores em causa sentem que estão a perder direitos e não estão a fazer greve já cientes que não vão conquistar nada, aproveitando-a para ter dias de férias. Quem luta como deve ser pelos direitos que acha que tem, não faz greve de um ou dois dias, marcadas para dias estratégicos. Os grevistas franceses até podem nem ter motivos para recorrer à greve, tendo em conta que segundo parece têm direitos a mais do que realmente devem ter, mas o fundamento para a fazerem existe: porventura alguém gosta de perder direitos adquiridos, ainda que injustificados?
Aqui em Portugal tudo se encontra muito dividido. Gosto de ouvir os comentários dos portugueses sobre os grevistas. Por um lado dizem "se estão a ser prejudicados, acho muito bem". Por outro o discurso é "acho que eles não querem é trabalhar". Quer num, quer noutro, as pessoas não sabem ao certo o que se passa. Ouvem a palavra "greve" e ficam como parte dos três macacos, cegos e surdos. Mudos nunca ficam porque como bons portugueses que são, ainda que não saibam minimamente do que é que se está a falar, têm que dar o seu palpite.
Tenho que dizer ainda que é com alguma piada que vejo a maioria das greves em Portugal. Greves com a duração de um dia, marcada para uma 6.ª feira, para uma 2.ª, ou até marcadas para 5.ª para depois se fazer ponte e poderem ter um fim-de-semana mais alargado, jamais podem ter credibilidade quer junto dos patrões, quer junto dos órgãos governamentais e até quer junto de alguns portugueses mais atentos a estes fenómenos.
Aqui as greves são acordadas entre um determinado número de representantes do Estado, das entidades empregadoras e com os sindicatos (mais um órgão que não serve para rigorosamente nada a não ser arranjar lugares para que alguns estejam bem na vida graças ao dinheiro dos outros).
Por outro lado, greves com duração de um ou dois dias jamais deveriam ser consideradas greves. São dias de férias que os trabalhadores ganham, sem que lhes seja descontado dos dias a que por norma têm direito. Uma greve a sério, como deve ser, é a greve que está a ser feita em França, com duração de semanas. Podem perguntar-se porque é que uma greve está a durar tanto tempo. A resposta é simples: porque ao contrário de como é em Portugal, na França os trabalhadores em causa sentem que estão a perder direitos e não estão a fazer greve já cientes que não vão conquistar nada, aproveitando-a para ter dias de férias. Quem luta como deve ser pelos direitos que acha que tem, não faz greve de um ou dois dias, marcadas para dias estratégicos. Os grevistas franceses até podem nem ter motivos para recorrer à greve, tendo em conta que segundo parece têm direitos a mais do que realmente devem ter, mas o fundamento para a fazerem existe: porventura alguém gosta de perder direitos adquiridos, ainda que injustificados?
3 comentários:
Este post padece de algumas incorrecções e lacunas:
1. Estas medidas faziam parte do programa eleitoral de Sárközy (e sim, o nome é húngaro e esta é a grafia correcta, lê-se Xárköz) e como tal parece-me difícil que a esmagadora maioria das pessoas estivessem contra elas.
2. As greves em Portugal raramente têm grande adesão. E são marcadas normalmente pelos sindicatos para a sexta-feira por uma razão puramente táctica e prática, e que é incentivar as pessoas a fazerem greve para aproveitarem o fim-de-semana prolongado. Não se trata de os dirigentes sindicais o irem fazer (aliás, era impraticável), mas apenas uma lógica de maximizar benefícios contabilísticos.
3. As greves não são acordadas. São convocadas pelos sindicatos.
4. Se esses dias não deviam ser considerados greves, aí sim os trabalhadores que as fazem teriam direito à retribuição.
5. E se em França há greves dessa duração é porque há capacidade de mobilização para isso e, principalmente, capacidade financeira dos sindicatos para cobrir as perdas salariais.
6. A existência de direitos adquiridos tem muito que se lhe diga. E discutir o princípio da protecção da confiança não é nada de líquido.
Grande comentário! Coerente, articulado,irrepreensível...
Ok, vamos lá a saber : quem é o Sr e o que fez com o pedro sá ?!
Pedro Sá, o próprio. Aliás, não conheço mais ninguém que faça questão de escrever Sárközy na grafia correcta húngara.
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