sábado, novembro 17, 2007

Fecharam a Ginjinha

Já defendi aqui diversas vezes a ASAE. Acho importante que exista uma entidade como a ASAE a intervir de forma activa e competente em áreas que realmente carecem dessa intervenção. O papel da ASAE tem sido brilhante, por exemplo, no combate à pirataria. Apoiei também o encerramento do Galeto e de vários restaurantes chineses que têm a qualidade que todos nós conhecemos.
No entanto, não sei se inspirados pelas centenas de elogios que receberam, os inspectores da ASAE parecem não ter sabido lidar bem com a fama e iniciaram campanhas que parecem não passar de excesso de zelo, colocando como primordial algo que possivelmente seria secundário e a tratar apenas se não houvesse mesmo mais nada para resolver.
Como é que querem que eu me sinta quando vejo a ASAE preocupada com as bolas de berlim que se vendem na praia, com as castanhas que são enroladas em papel de jornal ou lista telefónica, e agora com a Ginjinha. Eu até acredito que seja capaz de existir algum desleixo por parte de quem está à frente destes negócios, mas será que são assim tão graves ao ponto de ter que se terminar com as actividades de imediato? Será que em vez de Ginjinhas, os clientes bebiam laxantes misturados com lixívia? Será que os clientes também comem as cascas das castanhas que contactam com o jornal e com a lista telefónica? Será que aquilo que achamos que é açúcar nas bolas de berlim, não é mais do que areia?
A Ginjinha, uma casa com mais de 150 anos de existência, de repente deixou de ter condições e teve que fechar as portas. Creio que todos os portugueses, e até os turistas, deviam ser informados sobre os motivos do encerramento. Uma simples "falta de condições" não serve. Enquanto não surgir esse esclarecimento, vou acreditar que tudo não passou de excesso de zelo. O mesmo excesso de zelo que colocou em causa a venda das castanhas e das bolas de berlim. Se canalizassem um pouco desse excesso de zelo para a fiscalização das tascas e restaurantes chineses que ainda permanecem abertos, ganhava a Ginjinha, ganhavam os turistas, ganhavam os portugueses, e ganhavam todos aqueles que entram em sítios como o restaurante chinês dos Armazéns do Chiado e na mesma mesa onde almoçam, têm chineses a limpar pratos e a transportar químicos.

3 comentários:

Pedro Sá disse...

Já cá faltava o racismo habitual. E como se as pessoas cá fora fossem perceber os termos técnicos da fundamentação dessas decisões.

Renato disse...

Bom, racismo a dar com pau é o que por aqui não falta. O excesso de zelo da ASAE é só para com as bolas de berlim, castanhas e afins... Os chineses, esses porcalhões de pele amarela que devem trazer doenças agarradas à pele e à roupa, que substituem o porco agridoce por ratazana agridoce, que cospem nos pratos que nos vão servir, esses sim, fechem-nos todos que para com essa corja não há excesso de zelo que seja suficiente... Francamente... A ASAE é uma polícia de estado que cumpre ordens de um certo sector da sociedade portuguesa e tem tido uma acção concertada e coerente no ataque à coisas que esse sector exige. O fecho da Ginjinha (eu costumo ir à Sem Rival, onde vou quase todos os dias e bebo a minha antes de me fazer a casa) é mais uma estultice desses senhores. Tal como as bolas de berlim e as castanhas. E tal como o devido e cirúrgico acompanhar das câmaras de televisão numa rusga a um restaurante chinês, para realmente chocar o público... Basta de ASAE e sobretudo, basta de RACISMO!

zarco disse...

Isto por aqui está pior que o Deus-me-livre.

Puseram-se a elogiar a ASAE e agora ninguém os pára.

Não se trata de racismo. Há dias um proprietário de rebanho na área de Lisboa estava a matar dois borregos para cozinhar no aniversário da neta.

(Por mera bufaria tipo Legião Portuguesa - vocês sabem lá o que isso é ou foi.) veio a ASAE e não só lhe confiscou os borregos como lhe moveu um processo de contraordenação.

IRRA

É que nem o BUFO, nem eles, tinham sido convidados.

Façam o favor de continuar a elogiar a ASAE

Zarco