Manuela Ferreira Leite abre a primeira (visível) grande fenda na sua "política de verdade" aquando da escolha de António Preto e Helena Lopes da Costa para integrarem a lista de candidatos a deputados pelo PSD.
Não iremos discorrer sobre os feitos do mágico Preto nem exaltar a reacção transversal da classe política (inclusive de destacados militantes do PSD), comentadores e media na condenação de tal escolha.
Iremos, ao invés, centrar-se num momento superveniente e de clássica agonia perante um erro que foi cometido e cujas repercussões se começam a sentir: a chamada "fuga para a frente" - neste caso, acompanhada com flares de diversão.
Com efeito, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite afirmou hoje que as listas do PSD são um problema interno (serão as listas em causa para o Conselho Nacional e ninguém me avisou?), pelo que não gostaria que fossem um pretexto para esquecer os problemas nacionais.
Não iremos discorrer sobre os feitos do mágico Preto nem exaltar a reacção transversal da classe política (inclusive de destacados militantes do PSD), comentadores e media na condenação de tal escolha.
Iremos, ao invés, centrar-se num momento superveniente e de clássica agonia perante um erro que foi cometido e cujas repercussões se começam a sentir: a chamada "fuga para a frente" - neste caso, acompanhada com flares de diversão.
Com efeito, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite afirmou hoje que as listas do PSD são um problema interno (serão as listas em causa para o Conselho Nacional e ninguém me avisou?), pelo que não gostaria que fossem um pretexto para esquecer os problemas nacionais.
E chegamos ao centro nevrálgico da nossa aborrecida introdução. É que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite entende que o grandes problema nacional que deve ser discutido é o Eurojust, que envolve o procurador Lopes da Mota, deixando, assim, sossegado esse assunto “interno” das pessoas que vão representar os portugueses no nosso órgão legislativo máximo, assunto aliás sem qualquer dignidade noticiosa
Num claro acto de guerrilha, Manuela Ferreira Leite abre as hostilidades trazendo para o prime time a discussão inusitada do caso Eurojust e do Procurador Lopes da Mota, que está sobre a alçada de um processo disciplinar: "Os problemas nacionais são os que devem interessar a todos os portugueses, e eu pergunto: Já nos esquecemos que não temos resposta para a questão do Eurojust? Como está essa questão? Como está o facto de termos uma pessoa que está a representar mal Portugal, que está a humilhar as instituições internacionais, que está acusada de uma forma grave de manipular o sistema de Justiça? (...) é isto que vai estar em causa nas próximas eleições".
Já quanto a António Preto, a candidata a Primeira-Ministra afirma ter "apenas que esperar aquilo que legitimamente todos devem esperar que é a decisão da Justiça, eu não tenho o direito de me antecipar dando eu a minha própria sentença", contrariando o que acabara de fazer quanto a Lopes de Mota e, insidiosamente, desrespeitando a honorabilidade da Procuradoria-Geral da República.
Estas afirmações terão o condão de incendiar ainda mais o debate político e abriram, definitivamente, a porta para que tudo se centre nos casos de justiça mediáticos que afectam os maiores partidos políticos portugueses, deturpando e deformando as campanhas que se avizinham.
Destarte, este acto de Manuela Ferreira Leite comporta o que de pior se pode esperar de um político.
Num tempo em que o mar segue crispado e o país luta consigo próprio para ser mais apto, um líder político não pode nunca trazer a frente de batalha, ainda para mais como causa máxima, casos como o do Eurojust sob pena de inviabilizar qualquer discussão séria sobre o futuro do país e as medidas a empreender para nos superarmos.
E assim segue Manuela Ferreira Leite agitando uma bandeira manchada no seu carro alegórico, gritando "Corrupto! Corrupto!", demasiado toldada para perceber que um dos seus tripulantes principais cora de vergonha e baixa a cabeça a cada decibel disparado.
Um estranho caso de mediocridade moral (e política) para quem se arroga portador da verdade.
Um estranho caso de mediocridade moral (e política) para quem se arroga portador da verdade.
5 comentários:
Pergunto ao autor do post: acha que o procurador Lopes da Mota, assim que foi constituído arguido (no âmbito de um processo disciplinar) também devia ter sido substituído pelo Governo das suas funções?
Aguardo resposta.
Caro DSF, parto do princípio que leu o post que decidiu comentar, o que desde já agradeço.
No entanto, decide lançar uma pergunta num espaço destinado a comentários, abstendo-se de utilizar este espaço para o que é destinado por forma a desviar as atenções do texto em análise.
Eu percebo-o bem...comentar o post implicaria entrar numa questão que lhe é particularmente difícil.
Valeu pela tentativa.
A sua não-resposta responde à minha pergunta.
Obrigado.
Nessa lógica, o seu não-comentário significaria o seu assentimento total ao que escrevi.
A política de verdade afinal é, tão somente, um slogan...típico de iniciativas de propaganda.
Pense nisso.
Já todos percebemos que defende o Dr. Lopes da Mota, mas não o Dr. António Preto e a Dra. Helena Lopes da Costa.
Opções.
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