Francisco Silva, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Oeiras, declarou ontem que "o BE faz uma clara separação do que é a política e do que é a justiça". Compreende-se a posição do Bloco, afinal o partido mantém a sua confiança em Ana Cristina Pardal Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, a contas com a justiça.
No entanto não deixa de ser grave a observação do candidato em nome do BE, pois parece-me inconcebível a possibilidade de política e justiça não andarem de mãos dadas. É certo que a separação de poderes é de salutar, mas as decisões judiciais não podem deixar de influenciar a política (e os políticos) nacional (nacionais).
A ser como o BE diz, que sentido faz estarmos a discutir no Parlamento uma lei que veta a candidatura de arguidos e condenados a cargos políticos? Se justiça e política devem estar claramente separados, qualquer condenado, seja ele quem for e por que crime for, deverá ter a mesma idoneidade e legitimidade para se candidatar que qualquer outro cidadão e, os casos de justiça, resolvem-se sem que tal prejudique a sua eleição.
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