Depois de um jogo fantástico contra a Nova Zelândia, acabou o gás desta juventude. Se a derrota contra o México foi vista como natural e, ainda assim, Portugal rubricou exibição muito positiva, as derrotas contra a Gâmbia, um punhado de meninos de cor com idades entre os 18 e os 20 anos, mas com corpo de 30 e que só sabiam correr e chutar para a frente, e contra o Chile, foram decepcionantes. Despediram-se com cenas dignas tristes e ainda bem que acabou o nosso martírio de ver um treinador que não tinha outra táctica senão "entrem em campo e façam o que conseguirem". Uma táctica, um treinador e um bando de jogadores que pareciam vindos de outra dimensão, de um qualquer bairro de lata português, onde eles desempenharam o papel de meninos rufias habituados ao futebol de rua. Pobres dos emigrantes que tanto os apoiaram.
Mas passo a fazer a avaliação individual de cada um dos jogadores que actuou neste Mundial:
Rui Patrício - é um dos raros jogadores de classe desta equipa. Tem personalidade, entrega, excelentes reflexos e o grande azar de ter uma defesa que parece uma autoestrada. Fez defesas impossíveis e fiquei espantado com as suas exibições. Um guarda-redes muito completo que, para a idade que tem, fez lembrar um pouco o espírito de 91, quando Portugal tinha um guarda-redes de categoria semelhante, chamado Fernando Brassard. O Sporting tem aqui um grande guarda-redes que se for bem aproveitado pode vir a ser um símbolo do futebol português. Muito completo e muito calmo para a idade que tem.
Bruno Gama - a par de Rui Patrício, é outro dos jogadores de classe da selecção. Avançado do Porto, era o capitão de equipa, e justificava-o. Muita técnica, sentido táctico, bom marcador de livres, circula pelo campo todo e não se recusa a defender. Outro jogador com um futuro auspicioso à sua frente. Peca por ser baixo.
Pelé - é mais trinco que organizador, mas chega a desempenhar ambas as funções, subindo várias vezes no terreno, o que o torna num jogador box-to-box. Tem elevada técnica, calma e muita classe, tendo rubricado três exibições muito positivas. Jogador do Guimarães, a continuar assim, não me parece que o seja por muito mais tempo. Foi dos jogadores mais interessantes de ver neste Mundial. Peca pelo excesso de amarelos e por faltas desnecessárias.
Feliciano Condesso - um jogador interessante. Não se viu muito, mas o que se viu deixou curiosidade. O centrocampista do Villarreal é muito batalhador, rápido, tem bom porte físico e joga simples. Raramente complica.
Antunes - nota-se que é o mais experiente da equipa. Não é um lateral do outro mundo, mas sabe posicionar-se, sobe bastante no terreno e tem um pontapé forte. Para a idade que tem é bom já ter esta experiência toda. No entanto, não me parece ter qualidade suficiente para jogar num clube grande a curto prazo.
Bruno Pereirinha - muita entrega, muito polivalente, muito versátil, muita técnica. Numa posição diferente daquela a que está habituado no Sporting, consegue exibições bastante positivas. A continuar assim, vai dar que falar.
Fábio Coentrão - o típico jogador de rua. Elevada técnica, mas pouca disciplina. Muito exibicionista, prefere dar nas vistas e tentar mais uma finta, do que jogar fácil. Perde-se em corridas desnecessárias e refila mais do que joga. Não dei conta de uma jogada que fosse em que não discutisse com o árbitro, com os colegas ou com os adversários. Só a técnica não basta. Ou muda bastante o seu comportamento, ou o Benfica não passará de um sonho.
Mano - um lateral trapalhão, mas que mesmo assim vai resolvendo os problemas. Achava-o um jogador eficiente e com algum trabalho de futuro poderia ser interessante até ver o que fez ontem contra o Chile. Definitivamente, falta-lhe personalidade e tranquilidade.
Zequinha - mostrou muita técnica, muita entrega, muita garra, mas pouca personalidade. Estava a revelar-se um jogador muito interessante. Quem joga num clube grande como o Porto, já com 20 anos de idade, não pode perder a cabeça daquela forma.
Nuno Coelho, Vítor Gomes e Zezinando - desenrascam no meio-campo. Quando defendem nem sempre é da melhor forma, e quando atacam idém. Pelo menos atrapalham o adversário.
Steven Vitória, Paulo Renato, João Pedro, Pedro Correia - muito contribuíram para a valente auto-estrada que foi a defesa nacional. Marcam mal, não revelam tranquilidade, e são demasiado violentos. Se o futuro da Selecção Nacional passar por eles, simplesmente não teremos futuro.
4 comentários:
Para fazer figuras daquelas como ontem vimos, para além dos anteriores 2 jogos, mais valia nem termos posto lá os pés...
Zero em comportamento para aqueles dois, mas daí até se lhes chamar delinquentes...que eu saiba não praticaram nenhum crime.
Em relação ao Mano nem comento!!!
Vergonhoso, só espero que tenha mais educação na "casa que o acolhe" de momento!
Em relação ao Couceiro, nem sei o k dizer. Foi pó Belém e só fez trapalhada, já para n falar na arrogância dele. Foi a primeira vez que alguém me fez sentir mal no meu próprio clube. Ora ele era treinador e eu sócia. De todos os treinadores que conheci pessoalmente no Belém, o Couceiro foi o único k nunca foi capaz de agarrar os sócios. Lá está. o Carvalhal tem os seus defeitos, mas se havia coisa que tinha boa era a óptima relação que tinha com os sócios e adeptos.
O mal do Couceiro foi ter ido para o Porto depois do Mourinho, já lá p'ras bandas de Belém se dizia: "Couceiro pastelinho, não chegas a Mourinho!"
A Mourinho não chega não, mas pastelinho continua a ser. Que raio de trabalho ele faz???
Mas atenção num fracasso destes, a culpa não é só do treinador, os jogadorzinhos que têm a mania k o futebol é uma passerelle para mostrarem os seus brincos nas orelhas e os seus cortes de cabelo ou rabos de cavalo também têm a sua quota de culpa! Como se diz, a educação parte de casa!
sobre os jogadores acho que foi tudo dito. Sobre Couceiro volto a repetir: Zé Coveiro,por onde passa enterra tudo...nao escapa absolutamente nada.
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