sábado, julho 07, 2007

Curtas

O Prof. Eduardo Vera-Cruz é o novo Presidente do Conselho Directivo da nossa eterna casa: a Faculdade de Direito de Lisboa.
Depois de vários mandatos como número dois, eis que lhe é dado um cargo de comando. Espero que seja desta que a casa tome um rumo e se acabem as peripécias que sucedem todos os anos, especialmente no que toca a alguns catedráticos que por terem vários anos da casa, se acham no direito de usar a casa em seu proveito.
Ainda de destacar o facto do Prof. Vera-Cruz ser das raras pessoas que procuram estabelecer um verdadeiro entendimento entre alunos, professores e Faculdade. Tem apenas um problema: na sua tentativa de conciliar os vários interesses, diz que sim a todos e quando estão em confronto interesses bastante divergentes, nunca se pode dizer um sim sem se apor quaisquer condições. É que mais tarde ou mais cedo, o sim a um vai ser o não aos outros, e volta tudo ao princípio.

A AAFDL abre o seu site com uma mensagem a propósito dos exames, no qual se destaca o título "vergonha". A intenção é boa, mas não vem a tempo de salvar o que quer que seja. Porque não em final de Julho, quando já muitos reprovaram e outros ainda aguardam o resultado dos exames escritos? Terá ocorrido algo novo na FDL para que subitamente se lembrassem de por um comunicado de algo que acontece todos os anos? O mandato da presente Direcção não se iniciou há alguns meses atrás?
Deixo-lhes uma parábola:
"Um Mestre Oriental viu um escorpião que se estava a afogar, decidiu tirá-lo da água mas quando o fez, o escorpião picou-o. Como reacção à dor, o Mestre soltou-o e o animal caiu à água e de novo estava a afogar-se.
O Mestre tentou tirá-lo outra vez, e novamente o escorpião picou-o.
Alguém que tinha observado tudo, aproximou-se do Mestre e disse:
- Perdão, você é teimoso? Não entende que de cada vez que tentar tirá-lo da água ele o picará??!
O Mestre respondeu:
- A natureza do escorpião é picar e isso não muda a minha natureza, que é ajudar.
Então, com a ajuda de um ramo, o Mestre retirou o escorpião da água e salvou-lhe a vida."

Na Faculdade de Direito de Lisboa temos vários escorpiões que, semestre após semestre, picam. Não houve ainda foi alguém que se lembrasse de usar um ramo. Porventura já terão a presente Direcção e os restantes "iluminados" ouvido falar de algo chamado "prevenção"? O povo bem diz que mais vale prevenir do que remediar, mas há quem ainda duvide que a voz do povo é a voz de Deus.

11 comentários:

Bernardo Rosmaninho disse...

Sobre o teu post, recomendo-te a leitura de dois textos, ambos anteriores ao mesmo, e que versam, pelos menos parte, se não a totalidade, dos assuntos aqui abordados.

Um, proveniente do blogue Vicarious Liability; o outro proveniente do meu próprio blogue, pese embora o facto de se tratar de um comment deixado ao texto que, em primeiro lugar, sugeri.

Aqui ficam os links e os meus cumprimentos.

(http://vicarious-liability.blogspot.com/2007/07/dita-vergonha.html)

(http://oblogdobernas.blogspot.com/2007/07/tudo-por-causa-de-um-grande-post-e-da.html)

Um abraço,
Bernardo Rosmaninho

André disse...

Realmente já tinha este blog em estima, como tal, venho cá retribuir o comentário.
A parábola está muito boa mesmo.Porém , na FDL, os escorpiões são mais que os ramos, aí está o problema.

Unknown disse...

"Terá ocorrido algo novo na FDL para que subitamente se lembrassem de por um comunicado de algo que acontece todos os anos? O mandato da presente Direcção não se iniciou há alguns meses atrás?"
"Porventura já terão a presente Direcção e os restantes "iluminados" ouvido falar de algo chamado "prevenção"?"

Esclareçam-me.. Alexandre, não foste membro de uma recente Direcção da AAFDL? O que fizeste tu?

ATG disse...

Queres dizer por recente o ano de 2004/05 em que a área pedagógica não era da minha competência e em que a vogal desse ano fez um excelente trabalho nesta área, ou será que estás esquecido/a?
Ou referes-te ao Conselho Pedagógico em 2005/06 onde alguns colegas apenas usavam esse órgão para ganhar pontos entre os professores e não deixavam certas coisas serem discutidas?

Unknown disse...

- portanto, como não tinha nada a ver com o Cultural, não tinhas competência na matéria nem tinhas que te preocupar. Mais: ainda que meritório o trabalho da então vogal do Pedagógico, a defesa dos direitos e interesses dos alunos é a base de qualquer AAEE e deve ser a prioridade de toda a Direcção; presumo que os problemas que hoje se levantam também se pusessem na altura, mas como não era a tua área...

- não eras conselheiro pedagógico em 2005/06...? não tinhas voz/opinião própria...?

Pedro Sá disse...

Quem manda as listas cairem sempre no mesmo erro e mandarem estudantes com médias mais altas para o Pedagógico ?

Isso é coisa que se dependesse de mim eu nunca faria. Estudantes com médias superiores a 13 (no máximo dos máximos) é de todo inconveniente estarem nesses órgãos.

ATG disse...

Caro/a na ordem,

- não presumas as coisas que te dão jeito presumir. Preocupava-me com certeza com os problemas do Pedagógico, do Desporto, das Saídas Profissionais, etc. Quando pertencemos a uma Direcção somos um todo e entre-ajudamo-nos.
No entanto, se a colega fazia um excelente trabalho, nem eu, nem os outros, tinhamos a necessidade de nos imiscuirmos no mesmo.
Quando houve coisas que só aquele Departamento não podia lidar sozinho, intervimos todos. Ou já te esqueceste das intervenções de Março e Outubro de 2005?

- Sim, estive no Conselho Pedagógico em 2005/06 mas, infelizmente, o tempo lá passado foi pouco e alguns preferiam perder tempo a bajular professores do que propriamente a intervir em coisas sérias. Ainda assim, se consultares as actas das reuniões em que participei, vais ver que sempre defendi os interesses dos alunos. Recordo-me do caso de uma aluna cujo exame de Direito Administrativo havia sido perdido pelo assistente e a consequência disso seria que sobrasse para ela. Naturalmente foi ajudada. Recordo-te ainda que pertencia à Comissão de queixas pedagógicas, e que se houve coisa pela qual encetei esforços foi pela dura aplicação de sanções a professores e alunos que infringissem as regras. Está nas actas, é só leres.
Apesar de tudo isto, volto a lamentar o facto de alguns alunos gostarem de se ouvir e preferirem repetir o que os outros dizem e bajular professores do que intervir com assertividade e utilidade. Estão bons neste curso: os próximos a bajular serão os patronos e os juízes.

ATG disse...

Sá,

concordo na íntegra contigo. Por acaso, no ano em que fui Conselheiro Pedagógico as coisas estavam equilibradas: haviam alunos com médias altas e outros com médias mais baixas.

Normalmente, uma boa média puxa um outro tipo de forma de estar com professores, mas existem excepções. Conheço bastantes casos de médias boas que nem querem saber dessas coisas, e o caso de alunos com médias não famosas que só não se ajoelham mais porque não podem.

Sejamos sinceros, estas figuras fazem falta à faculdade. Há sempre um que é assim.

Unknown disse...

"Ou já te esqueceste das intervenções de Março e Outubro de 2005?" na televisão? não!

http://www.aafdl.pt/index.php?option=com_zoom&Itemid=31&page=view&catid=3&PageNo=9&key=75&hit=1

ATG disse...

na ordem,

fico triste por saber que, para ti, Março e Outubro de 2005 significam as minhas aparições na televisão.

Pensei que tivesse outro significado.

Unknown disse...

Para mim, não. Para ti, talvez.