sexta-feira, julho 06, 2007

É esta a educação que os jovens recebem

"A nota média dos alunos internos de Matemática A, leccionada aos alunos da área de ciências, foi de 10,6 valores, o primeiro resultado positivo em dez anos na primeira fase dos exames do ensino secundário. Ao longo da década, o resultado variou entre 7,8 valores em 1999 e 2001 e 9,5 em 2002."

Fonte: Público

São estes os números que o Governo quer. O Governo vive de números, não de qualidade. É preferível ensinar pouco e mal, mas poder ter direito a notícias deste tipo, do que prestar um ensino com qualidade, exigente para preparar os jovens para o mundo universitário e profissional, ainda que a média dos alunos seja negativa e os alunos cada vez menos estudiosos e mais preguiçosos.
Para conseguir apresentar esta média positiva, os alunos do ensino secundário tiveram que resolver aquele que já foi classificado por muitos como o exame mais fácil dos últimos tempos. Basicamente deram um exame nacional de alunos de 4.ª classe para os alunos da 4.ª classe e também para os do secundário. São estes os nossos cérebros.
Regozijem-se e parabenizem-se por estes resultados e continuem a atirar areia para os olhos dos portugueses. Corrijo, continuem a atirar números. É disto que as pessoas gostam: viver de números altos, mas qualidade baixa.

3 comentários:

Titá disse...

Lembro-me de um intercâmbio que fiz com alunos da universidade de Moscovo, em 1990 e das excelentes médias (exigidas) desde o primeiro ciclo.Rio-me sempre quando leio estas noticias e recordo esse país.

Aqui, contentamo-nos com pouco e não passamos de números...que apesar de baixos dão alegrias aos ministros (ainda q sejam para nos enganaram)

É o país que temos...
Um beijo e um resto de bom dia para ti

Paty disse...

É a esse sistema que o povo está habituado há várias gerações. E as reformas educativas, são sempre...de rir para não chorar. O ensino e a saúde sempre foram as matérias pior tratadas, desde sempre, e vão continuar a ser a curto prazo, pelo menos...
Quanto a preparação para o ensino universitário, no geral, a qualidade mantém-se a do secundário.

Pedro Sá disse...

Enfim, um post que passa ao lado do essencial por duas razões:

1. Qualquer Ministro da Educação tem mais que fazer do que estar preocupado se os exames são mais fáceis ou mais difíceis.

2. Realmente não conheço mais país nenhum onde os resultados dos exames e as correcções dos mesmos sejam páginas de jornais...