É a principal notícia da imprensa de hoje, o facto do Governo ter pedido ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para estudar a viabilidade de construir o aeroporto em Alcochete. Depois de ter apanhado de todos os lados, e ter sido encostado às cordas, uma vez tendo-se apanhado à beira do KO, decidiu pedir um "time out" neste combate que já vai longo, e decidiu ouvir as propostas da oposição e de praticamente Portugal inteiro.
Assim, e com a promessa de dar atenção aos estudos que vão durar seis meses, o Governo ganha algum tempo, tirando alguma pressão de cima e podendo utilizar este estudo a seu favor. Apesar da OTA já ter sido chumbada em 100% dos estudos, não seria a primeira vez que o Governo frisaria o facto de outras opções terem sido declaradas "opções inviáveis", como aconteceu a Rio Frio, por exemplo. Resta saber se este estudo estuda a proposta de Alcochete isoladamente, ou se compara Alcochete com a OTA. Há diferenças grandes nestes dois estudos. Se se optar pelo primeiro, em caso do resultado final ser "não constitui a melhor opção", o Governo atacará a OTA com mais forças do que nunca. Se se comparar a OTA a Alcochete, o Governo será obrigado a ceder caso Alcochete seja a "opção menos má".
Tenho a criticar o Governo por já ter conhecimento deste estudo há três meses e dizer na comunicação social que não conhecia qualquer estudo relativamente a Alcochete. Tenho ainda a criticar que seja a CIP a desempenhar as funções do Estado, sendo esta entidade quem pede estudos a entidades competentes, e quem estuda as melhores soluções para os portugueses, quando o Governo insistia, teimosamente, na OTA, negando-se dar ouvidos a todos os outros que nem sequer davam soluções finais, mas apenas sugestões de estudos. O Governo escolheu tentar atirar areia para os olhos dos portugueses através das declarações alarmistas como "o tempo está a correr contra nós", "já estamos atrasados", "o aeroporto já devia estar em fase de execução", "é o fim do mundo", etc.
Olho com desconfiança para este "time out" do Governo, mas quero acreditar que vão acabar por chegar a um bom acordo a propósito do novo aeroporto. Não têm outra solução, até porque nem sequer há boa demanda. Não percebo nada de aeroportos, nem de engenharia, mas a proposta de se manter a Portela, com a construção de um aeroporto mais pequeno no Montijo, parecia-me exequível e aceitável. No entanto, se se quer transferir o aeroporto de Lisboa para outro local menos populacional, Alcochete é capaz de ser uma boa opção. No entanto, fica já aqui um senão: a Quercus chumbou a OTA (como todas as outras entidades), mas também vetou Alcochete como destino, por causa dos impactes ambientais que esta obra terá. No entanto, devemos optar pela solução que menos danos ambientais venha a provocar. E se já se provou que a OTA provoca danos ambientais, tecnológicos, sociais, etc... Alcochete, para já, parece só provocar danos ambientais e de uma forma mais leve que a OTA.
2 comentários:
Tenho pena que o colega fale sempre sem preocupação de falar verdade.
Existem estudos que defendem a Ota como opção (não são 100% dos estudos que chumbam a Ota),
e, em segundo lugar, a CIP não substituiu o governo, até pk não foi a CIP que apresentou o estudo, mas sim o seu presidente (enquanto pessoa singular e não enquanto CIP).
Atenção para outro problema, precisamos de apresentar o projecto do novo aeoroporto e a sua localização para os fundos europeus até 20 de Julho. Se for posteriormente não sei como será a comparticipação da UE.
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