terça-feira, junho 12, 2007

800

Este bem podia ser o título de mais um filme de Zack Snyder. Possivelmente uma sequela do filme 300. Infelizmente não é, mas esta história é mais real do que aquela que reza a história a propósito dos 300 de Esparta. São 800 mil, os actuais trabalhadores a recibos verdes. Quais heróis, trabalham dia-após-dia com a corda à volta do pescoço, desconhecendo qual será o dia em que o seu vínculo terminará por mera vontade da entidade contratante.
Trabalham tanto ou mais do que os outros, mas não têm direito a subsídio de Natal, férias, desemprego, têm que efectuar os seus próprios descontos e não há limite de trabalho, em virtude de serem profissionais liberais. Não têm outra hipótese senão aceitarem as condições propostas, dado serem a parte mais fraca no contrato, que precisa de dinheiro e trabalho para viver.
O regime dos recibos verdes é usado e abusado pelas empresas e são uns verdadeiros heróis aqueles que são obrigados a passar por esta situação. Para quê olhar somente para o que se passa na Islândia, na Espanha, ou no Dubai, se temos em pleno território nacional quase 8% da população a ser explorada e escravizada?
No entanto, há uma luz ao fundo do túnel para todos estes profissionais: a esperança que a sua prestação de serviços seja considerada como estando abrangida por um contrato de trabalho.

2 comentários:

Pedro Sá disse...

Chamar exploração e escravização só porque se trabalha mediante um determinado regime é decididamente não ter noção das coisas.

Pinokio disse...

ò pedro Sá, é exploração porque o patrão que escolhe agir assim reiteradamente, fa-lo porque sabe que pode e se está mesmo é a cagar para o empregado.Basicamente retira-lhe direitos que este possuía se estivesse a contrato. É isto e os contratos temporários que as empresas usam agora, quando sabem bem que precisam a tempo inteiro do pessoal e não temporariamente. E depois quando se falam em aumentos são os primeiros a dizer que a empresa deles não aguenta, etc...