Fernanda Câncio baralha-me. A jornalista que há pouco mais de um mês publicou um artigo de opinião relacionado com as alegadas pressões aos magistrados no âmbito do caso Freeport e disseca o conceito "pressão" até chegar a uma conclusão mais próxima da leitura que a própria faz dos factos, muda substancialmente de opinião relativamente ao ocorrido com Vital Moreira no 1.º de Maio.
Na avaliação do episódio que envolveu Vital Moreira e a manifestação da CGTP, Fernanda Câncio é categórica ao afirmar que houve "agressões" fundamentadas em "ódio político". Da mesma forma que a jornalista não esteve presente em nenhum dos episódios de possíveis pressões exercidas sobre magistrados, também ninguém a viu na manifestação da CGTP e muito menos perto de Vital Moreira.
As câmaras de televisão, que o acompanharam desde a sua chegada até à saída do evento, não mostram nenhuma agressão stricto sensu ao candidato socialista às europeias. Mostram um ou dois puxões, algumas gotas de água na sua roupa o que dá a entender que lhe atiraram de facto com garrafas e uns quantos indivíduos apupam o candidato socialista e tentam aproximar-se dele, sendo imediatamente afastados.
Recordo o famoso caso "dá-me já o telemóvel" da escola Carolina Michaelis. Os primeiros títulos dos jornais, especialmente o do Expresso que foi o primeiro que vi com este título e com o vídeo, e alguns telejornais, diziam: "Professora brutalizada por aluna em escola do Porto". Bem, professora brutalizada, imagino-a quase decepada, ou no mínimo com sangue a correr como resultado de actos violentos. Como haviam imagens, acorri para ver a "brutalização". A professora alegadamente brutalizada nem sequer tinha sido agredida, nem a aluna tinha sequer manifestado vontade em fazê-lo, como parte da comunicação social queria fazer crer. Aluna e professora andaram ali agarradas a um telemóvel e a professora acabou desautorizada e envergonhada, sendo a aluna (justamente) expulsa após realização de um processo disciplinar.
Face ao exposto, desafio a jornalista a dissecar o conceito "agressão" da mesma forma que dissecou o conceito "pressão". O que é uma agressão? Será agressão o que as televisões transmitiram ou aquilo que só alguns dizem que aconteceu? A CGTP pediu desculpas pelo sucedido. Mas qual "sucedido"? Os empurrões, puxões e injúrias? Ou aquilo que alguns dizem que aconteceu mas que até ao momento só alguns desses alguns viram (nos quais se inclui alguns jornalistas que noticiaram a existência de ofensas à integridade física porque alguns colegas lhes disseram)?
Se o jornalista deve ser imparcial, os artigos de opinião esperam-se o mais próximos possíveis da realidade. Se "pressão" gera tantas dúvidas em Fernanda Câncio, seria bom que, no mínimo, "agressão" também suscitasse o mesmo género de dúvidas, sobretudo quando a jornalista viu precisamente o que milhões de portugueses viram. No entanto, não deixa de ser curioso que tenha ocorrido tanta agressão e ninguém tivesse apresentado queixa. A jornalista alega que a apresentação de queixa seria interpretado popularmente como "perseguição", "pressão" e "polícia política", mas se esta fosse a visão unânime não teríamos casos de titulares do poder político a apresentarem queixas em tribunal contra jornalistas e opinion makers. Não concordo nem discordo deste género de iniciativa, pois cada um sabe aquilo que deve fazer. Porém a dualidade de critérios por parte da jornalista permite-me concluir uma de duas coisas, senão mesmo as duas: ou Vital Moreira não foi de facto agredido como se diz por aí que foi, ou então não tem confiança suficiente nos tribunais e no sistema judicial português, o que patenteia aquilo que cada português sofre no dia a dia mas que só quando alguém ligado ao poder político passa pelo mesmo é que se decide alertar o país para o statu quo.
Na avaliação do episódio que envolveu Vital Moreira e a manifestação da CGTP, Fernanda Câncio é categórica ao afirmar que houve "agressões" fundamentadas em "ódio político". Da mesma forma que a jornalista não esteve presente em nenhum dos episódios de possíveis pressões exercidas sobre magistrados, também ninguém a viu na manifestação da CGTP e muito menos perto de Vital Moreira.
As câmaras de televisão, que o acompanharam desde a sua chegada até à saída do evento, não mostram nenhuma agressão stricto sensu ao candidato socialista às europeias. Mostram um ou dois puxões, algumas gotas de água na sua roupa o que dá a entender que lhe atiraram de facto com garrafas e uns quantos indivíduos apupam o candidato socialista e tentam aproximar-se dele, sendo imediatamente afastados.
Recordo o famoso caso "dá-me já o telemóvel" da escola Carolina Michaelis. Os primeiros títulos dos jornais, especialmente o do Expresso que foi o primeiro que vi com este título e com o vídeo, e alguns telejornais, diziam: "Professora brutalizada por aluna em escola do Porto". Bem, professora brutalizada, imagino-a quase decepada, ou no mínimo com sangue a correr como resultado de actos violentos. Como haviam imagens, acorri para ver a "brutalização". A professora alegadamente brutalizada nem sequer tinha sido agredida, nem a aluna tinha sequer manifestado vontade em fazê-lo, como parte da comunicação social queria fazer crer. Aluna e professora andaram ali agarradas a um telemóvel e a professora acabou desautorizada e envergonhada, sendo a aluna (justamente) expulsa após realização de um processo disciplinar.
Face ao exposto, desafio a jornalista a dissecar o conceito "agressão" da mesma forma que dissecou o conceito "pressão". O que é uma agressão? Será agressão o que as televisões transmitiram ou aquilo que só alguns dizem que aconteceu? A CGTP pediu desculpas pelo sucedido. Mas qual "sucedido"? Os empurrões, puxões e injúrias? Ou aquilo que alguns dizem que aconteceu mas que até ao momento só alguns desses alguns viram (nos quais se inclui alguns jornalistas que noticiaram a existência de ofensas à integridade física porque alguns colegas lhes disseram)?
Se o jornalista deve ser imparcial, os artigos de opinião esperam-se o mais próximos possíveis da realidade. Se "pressão" gera tantas dúvidas em Fernanda Câncio, seria bom que, no mínimo, "agressão" também suscitasse o mesmo género de dúvidas, sobretudo quando a jornalista viu precisamente o que milhões de portugueses viram. No entanto, não deixa de ser curioso que tenha ocorrido tanta agressão e ninguém tivesse apresentado queixa. A jornalista alega que a apresentação de queixa seria interpretado popularmente como "perseguição", "pressão" e "polícia política", mas se esta fosse a visão unânime não teríamos casos de titulares do poder político a apresentarem queixas em tribunal contra jornalistas e opinion makers. Não concordo nem discordo deste género de iniciativa, pois cada um sabe aquilo que deve fazer. Porém a dualidade de critérios por parte da jornalista permite-me concluir uma de duas coisas, senão mesmo as duas: ou Vital Moreira não foi de facto agredido como se diz por aí que foi, ou então não tem confiança suficiente nos tribunais e no sistema judicial português, o que patenteia aquilo que cada português sofre no dia a dia mas que só quando alguém ligado ao poder político passa pelo mesmo é que se decide alertar o país para o statu quo.
2 comentários:
A última coisa que todos queremos é que fiques com dúvidas.
Por isso mesmo, basta veres este vídeo para comprovares as agressões feitas a Vital Moreira http://desmagnetizado.blogspot.com/2009/05/as-agressoes-e-insultos-vital-moreira.html
Depois, o conceito de agressão está bem estudado e dissecado na doutrina e jurisprudência portuguesas - contrariamente ao conceito de pressão.
Câncio é pertinente quando afirma que a apresentação de queixa poderia ser explorado por parte dos media e pela oposição menos escrupulosa como um tentativa de condicionar e perseguir - basta atentar no que os media escreveram sobre os processos intentados por José Socrates contra alguns jornalistas.
Penso que Vital Moreira fez o que lhe competia. Condenou o acto, condenou aqueles que aspiram a liderar o País e não o condenaram veementemente. Essa mensagem ou omissão dela não deve ser esquecida.
Antes de escrever este artigo procurei todas as imagens disponíveis sobre os acontecimentos e esse acabou por ser o que transmitiu uma visão mais completa dos acontecimentos.
Vendo-o inúmeras vezes como eu vi, não consegui ver socos, pontapés ou empurrões como se diz que aconteceu. Apenas vi o que descrevi no artigo que vi.
Vital Moreira errou ao comparar aquele incidente com o da Marinha Grande. Soares na altura foi agredido por ser candidato presidencial e não pelo seu passado a partidos políticos. É diferente...
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