Carlos Santos Ferreira, o até agora presidente da Caixa Geral de Depósitos, maior banco de Portugal, está em vias de ser o próximo presidente do conselho de admnistração do BCP, maior banco privado português. Juntaram-se alguns accionistas de referência (BPI, Joe Berardo, etc) e decidiram que o nome a levar à próxima assembleia geral do BCP para a presidência seria o presidente da CGD.
Deixando de fora as teorias da conspiração de que o Governo mais uma vez, inspirado na sua veia totalitária e controladora de todas as grandes áreas de influência e poder de Portugal, nomeando para isso pelo menos dois comissários políticos para o BCP (Carlos Santos Ferreira e Armando Vara, este último um conhecido e reputado economista, embora nunca tenha passado de paquete da CGD há uns anos trás, com curso tirado na já defunta Universidade Independente, e quando geriu directamente algum coisa foi o que se viu - vide Fundação da Prevenção e Segurança, em que ainda hoje se está por descobrir o que aconteceu a 800 mil contos à época), outra bem maior deixa pasmado o mundo económico em geral, senão vejamos:
- O BCP é o maior concorrente da CGD. No mundo empresarial e bancário normal, sempre que um administrador que tenha tido funções de altíssima responsabilidade, não costuma entrar num outro concorrente directo pelo menos durante um período mínimo de 3 anos (vulgarmente conhecida por cláusula anti-concorrência), estabelecendo-se indemnizações chorudas se esse acordo é violado. Explica-se facilmente esta situação, já que um administrador nessa situação é portador de conhecimentos demasiado importantes e vitais (estratégia empresarial futura, clientes importantíssimos, etc), e transferindo-se imediatamente para um concorrente directo pode originar perdas significativas para o anterior grupo empresarial. Podemos chegar mesmo ao cúmulo de lhe chamarmos "espionagem industrial".
Mas surpreentemente, não foi isso que se passou agora! O Estado português, ao que parece, vai deixar sair com a maior das facilidades o presidente e um membro de um conselho de administração da sua maior pérola, sme receber sequer qualquer contrapartida! Mais grave ainda é sabermos que em 2005 este conselho de admnistração da CGD pagou uma indemnização no valor de 5 milhões de euros ao presidente de então da CGD e alguns admnistradores, que só tinham ainda um ano de mandato, com resultados no entanto muito positivos, para por lá Carlos Santos Ferreira...
Mas o que vai passar para a opinião pública é que isto é um assunto privado do BCP. No entanto, a mim tudo isto lembra-me um célebre ditado: "piro cego é aquele que não quer ver."
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