segunda-feira, agosto 13, 2007

Uma empresa portuguesa, com certeza

Decido contactar a TMN para saber porque motivo carrego o telemóvel com 7,50 euros e me aparecem apenas 4,07 euros. Devo dizer que ainda tinha saldo suficiente para realizar chamadas. Ligo para o 1696 e logo aparece a máquina com as suas mil opções. Ao pressionar uma, logo surgem mais mil sub-opções. Acabo por desistir, por saber que não era uma máquina que me poderia ajudar nesta questão e desligo. Volto a ligar e espero que a máquina diga as opções iniciais, para que eu pressione a mais conveniente: aquela que me ligará directamente a um operador.
Aguardo dez minutos para que me atendam e quando o fazem, insistem em saber o meu nome, mesmo antes de saberem o que se passa. Digo que me chamo Alexandre e tratam-me por José. Pedem-me o número de telefone e a referência multibanco, mesmo sem saber se eu só estou ali para perguntar como se vê o saldo, ou onde fica a loja TMN mais próxima.
Quando me dão finalmente a possibilidade de expor o problema, desligam-me a chamada, mas fixei o nome da operadora: Cláudia Silva. Volto a contactar o serviço 1696 e volto a aguardar mais dez minutos. Outra vez a mesma história, mas desta vez já me chamam Alexandre. Pergunto como é possível só me desligarem o telefone quando vêem que o problema pode ser complicado e a operadora, Raquel Mendes, diz-me que a chamada deve ter caído. Exponho o problema todo outra vez e quando acabo de o fazer, voltam a desligar-me a chamada.
Volto a ligar 1696, porque sou teimoso e não deixo que me vençam pelo cansaço. Desta vez aguardo pouco mais de sete minutos e sinto que já ganhei alguma coisa com esta chamada. Atende-me um Nuno Vaz. Passo pelo mesmo que passei com as outras duas operadoras, mas desta vez peço para expor a triste situação a um supervisor. Nuno Vaz diz-me que as chamadas devem ter caído. Alerto-o para o facto de ser uma constante as chamadas irem abaixo. Se é coincidência, não sei, mas as únicas chamadas que me caem são as que realizo para a TMN, e mais coincidente ainda será o facto de só caírem quando exponho as situações e as mesmas se revelam aparentemente complicadas.
Pedem-me para aguardar e eu acedo ao pedido. Ao regressar, o operador diz-me que o supervisor vai ficar com o meu contacto e me contactará assim que lhe for possível para resolver todos os problemas que eu tivesse por resolver. Poucos minutos passavam do meio-dia quando isto se sucedeu. São 18h21 neste preciso momento e ainda aguardo que o supervisor tenha 5 minutos livres para que me seja feita a chamada.
Eram 15h02 quando entrei na Loja TMN de Entrecampos, a principal a nível nacional. Tirei a senha e faltavam 14 números para chegar a minha vez. Estavam mais de vinte pessoas à espera. Não, não fiz mal as contas, pois haviam casais, crianças, enfim, um pouco de tudo. Procuro um lugar para me sentar e vejo que a loja principal da maior operadora de telefones móveis, em plena capital, não tem um único banco para os clientes se sentarem enquanto esperam. Vejo idosos sentados em cima dos expositores de produtos e crianças sentadas no chão. Não, não estamos no Sudão, no Congo, ou no Iraque. Estamos em Lisboa e na loja principal da maior operadora de telemóveis em Portugal. Vejo também um deficiente sentado num expositor. Para quem duvida das minhas declarações, basta que se desloque ao referido local e confirme com os seus próprios olhos.
Sou chamado às 15h41, e eu e certamente já a loja tinha mais de trinta pessoas em pé. Ao ser chamado, exponho a situação toda, mais uma vez, e aquilo que oiço é "tem que aguardar um contacto nosso, porque vemos que realmente se passa aqui algo de errado". Pergunto até quando é que tenho que aguardar, dado que sempre que durante estes sete anos enquanto cliente TMN expus um problema, nunca obtive resposta, quer fosse ela favorável, quer desfavorável. É-me dito que não há previsões e não me dão datas limite para dar a resposta. Pergunto se de hoje a um ano tenho que voltar à loja para perguntar "olhe, lembra-se que há um ano carreguei o telemóvel com 7,50 euros? Já têm resposta? Não? Ok, volto cá para o ano e desculpem a maçada". A funcionária Carla Pinheiro diz-me que jamais tal coisa ocorrerá. Peço que a mesma fale com um superior e resolva a situação, porque "não sou a Santa Casa da Misericórdia para distribuir dinheiro por quem quer que seja".
Depois de muitas insistências e de vinte minutos a bater o pé, lá consigo que alguém assuma responsabilidades e me dê o prazo de quinze dias para aguardar a solução do problema. Não me despeço sem pedir o livro de reclamações e expor a vergonha a que tive que assistir naquele local, ao continuar a ver crianças sentadas no chão, e mais idosos sentados nos expositor e outros em pé.
É uma empresa portuguesa, com certeza!

3 comentários:

Pinokio disse...

Um bem haja, alguém que pede livro de reclamações neste país. Por muito que vá ou não servir de alguma coisa é um direito e devemos pedir. À minha conta já o MillenniumBCP (devido aos seus lapsos informáticos...) e a Segurança Social (onde fui "aplaudido" pelas funcionárias após fazer a reclamação)têm lá a minha. Uma coisa é certa, desde que o Sócrates começou a apertar com os despedimentos na função pública que não se vê nenhum funcionário público a atender com aquela cara de enjoado característica. Por acaso a ultima x que tive problemas com a tmn passados dois meses lá se resolveram a dar-me o guito, não sem antes trocar muitos emails e muitos telefonemas.

PP disse...

Também tive problemas com a TMN.
Subcrevo o serviço casa T.
Mediante o pagamento de 7 euros mensais ( salvo erro ) , quando estamos em casa podemos fazer chamadas para TMN e FIXO pagando só o primeiro minuto, independentemente da duração da chamada.

Por várias vezes faço chamadas a partir de casa e ,em vez de me cobrarem só o primeiro minuto cobram-me a chamada toda como se eu não fosse subscritor do serviço.
Isto aconteceu-me várias vezes.
Um escândalo.
Até agora devolveram-me o dinheiro mas anteontem pague a mais 60 centimos e não parecem dispostos a devolver o que foi cobrado indevidamente.
Em sintese : Subscreve-se um serviço em que é suposto o cliente só pagar o primeiro minuto nas chamadas feitas a partir de casa para TMN e Fixo , mas depois é cobrada a totalidade da chamada.
Lindo serviço.

pisadinho disse...
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