Pós-Roma

A Loba Capitolina com Rómulo e Remo,

o principal símbolo de Roma, a par do Coliseu

Caros amigos, sono ritornato a Portogallo. Dou o conselho de viajarem a Itália por diversos motivos. Se gostam de história e de cultura, como eu, vão fazer a viagem da vossa vida. Se nem por isso ligarem, não vão achar tanta graça a Roma e até a Florença.

Em Roma seria felicíssimo e adorava poder viver lá. Em Florença já duvido que fosse capaz de passar da visita, apesar de ser uma cidade lindíssima.

A Itália dá que pensar, sobretudo se a confrontarmos com Portugal: como é que um país tão pequenino como o nosso, dá tantos problemas quantos dá um país enorme como a Itália? A Itália tem os seus vícios e as suas partes menos boas, mas Portugal tem vícios a mais para tão pouco espaço e para tão pouca gente. Não, não me vou deixar levar pela tese do emigrante/turista que acha que só lá fora é que se está bem, nem pelo bairrismo desmesurado que em Portugal é que é, até porque... não é! Em Portugal poderia ser, mas tudo depende das pessoas. Podemos comparar-nos aos espanhóis em muita coisa, mas relativamente a Roma não percam tempo. Especifico Roma, porque Roma é diferente do resto da Itália e a opinião é partilhada por italianos. Eu só senti a diferença face a Florença.

Não comparem qualquer sítio de Portugal com Roma, porque é incomparável. Roma só perde para nós em duas coisas: taxistas e trânsito. Relativamente aos taxistas, a bandeirada começa com 4,91€ e todos farão de tudo para vos enganar, adicionando suplementos inexistentes e colocando tarifas que a cada 10 metros vos acrescenta 0,11 cêntimos. Todas as vezes que apanhei um táxi, tentaram enganar-me. É certo como eu estar a escrever aqui neste momento. Em quatro delas tiveram o azar de eu me desenrascar no italiano e me ter informado em Portugal. A única vez que não falei nada, foi porque fiquei na dúvida se terá sido um engano assim tão grande, ou não. Resumindo, se acham os nossos taxistas maus e ladrões, conheçam os italianos e achem os nossos santos. Não sou o único a reclamar dos taxistas italianos.

O trânsito fez-me lembrar aqueles mails que por vezes me enviam sobre as estradas iraquianas. Passadeiras existem fisicamente, mas não existem para os condutores. Sinais vermelhos muitas vezes também não existem. Para atravessarmos a rua, temos que nos lançar para a estrada e torcer que o carro/mota/autocarro parem para nos deixarem passar. Quando não vêm rápido, há uma grande esperança de não nos passarem a ferro.

Em tudo o mais, Portugal é demasiadamente pequeno. A vasta rede de autocarros romanos é gratuita para todos, encontramos dezenas de fontes espalhadas pela cidade, com água potável, as ligações a nível de transportes estão perfeitas, apresentando muitas e rápidas soluções para todos, os italianos são simpáticos, agradáveis, acessíveis. Sempre tinha ouvido falar que eram mal educados, impacientes e nervosos. São precisamente o oposto. São "agitados", mas não nervosos. O estilo de vida consegue ser mais barato do que em Portugal, em muitos casos.

Voltarei à carga brevemente, com posts sobre áreas em específico. Mas uma coisa vos digo: façam a viagem da vossa vida, e conheçam Roma.