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Não foi isto que me levou a escrever este post, mas tinha que fazer uma homenagem digna de uma grande senhora como é a Professora. Fiquei mais satisfeito ainda quando soube que Matilde Sousa Franco é apoiante do NÃO. Já sabia disso quando após Sócrates vencer as eleições se começou a falar no aborto e começaram a questionar os deputados sobre o seu sentido de voto e a sua opinião sobre a matéria. Matilde Sousa Franco respondeu com um discreto NÃO, à pergunta que lhe fora colocada sobre se era a favor ou não.
Mas agora deixou a discrição, para assumir a sua opinião e o seu sentido de voto. E, neste sentido, iniciou a sua campanha enquanto apoiante do NÃO, para choque de alguns socialistas que esperavam contar com o apoio da bancada àquilo que o partido quer. No entanto, tal como a Igreja não deve influenciar a opinião dos eleitores, os partidos não o devem fazer também, e nem sequer devem chegar a um consenso sobre qual será a opinião a defender pelo partido x ou y, porque acho que estas opiniões são "pessoais e intransmissíveis". Cada um deve votar conforme quer e pensa, e não conforme o Partido ou a Instituição X lhe diz. Neste sentido, MSF ganhou mais uns pontos na elevada consideração que tenho por ela, não se vendendo à máquina carneirista que é o PS, e manifestando a SUA opinião, ainda que correndo o risco de ser encostada pelo partido nas próximas eleições. Tal, também não era de admirar. Toda a gente sabe que Matilde Sousa Franco só foi cabeça de Lista por Coimbra, porque o PS viu no falecimento de Sousa Franco uma oportunidade de ouro para ganhar mais uns deputados para a Assembleia da República.
Sobre o aborto, e para todos aqueles que falam de Direitos Humanos que são violados um pouco por todo o mundo, deixo-vos esta frase de Matilde Sousa Franco sobre o aborto:
"Votar NÃO, coloca Portugal pioneiro do humanismo"
2 comentários:
Ou não... pode ser que até o considerem atrasado,...hipócrita,...
Votar Não tem como consequência manter a situação em que vivemos. Há aborto, como sempre houve e como sempre haverá. Essas outras alternativas milagrosas que o Não refere tão convictamente não se invalidam com a despenalização do aborto. Ajudar as mulheres até ao fim, oferecer-lhes alternativas fiáveis que as demovam da eventual interrupção da gravidez, não são alternativas. São DEVERES civicos e humanos. O voto Não faz é com que as mulheres que não quiserem ser demovidas, porque, vá, vamos lá arranjar uma justificação, não é preciso ser muito boa, basta assim assim, NÂO QUEREM simplesmente SER MÃES aqui e AGORA, pelas mais variadas razões (k parvas que elas são, ser mãe é uma coisa tão facil e ainda têm a oportunidade de ir comprar roupinhas giras e pequeninas para os rebentos), sejam condenadas, sejam julgadas e sejam presas. Que mundo maravilhoso este em que vivemos, em que se enchem as prisões de mulheres que fizeram escolhas erradas. Quiseram escolher, responsabilizar-se pelas suas opções, mas como seguiram o caminho que nós, terceiros que não temos nada a ver com isso, não gostamos, pumba! Prisão com elas, sim senhor. Há que ter respeitinho. E não me venham dizer que a lei serve para proteger a mulher de pressões exteriores, e não me atirem à cara que não existem mulheres presas por aborto. Se as leis existem cumpram-nas. Caso contrário apagem-nas. Axo muita piada, os defendores do Não dizerem que não concordam com a penalização das mulheres, mas que a alternativa apresentada é um aborto livre. Eu sou livre de comprar um livro, também seria livre de abortar. Até é a mesma coisa e tudo! Ponderar o novo do Saramago ou Agustina Bessa Luis exige tanta concentração como abortar ou não abortar. Uma lei que despenalize o aborto até às 10 semanas, levará muito mais mulheres a recorrer a essa pártica, ora pois claro. Então se se pode porque é que não se vai aproveitar? Até há a vantagem de não se morrer durante o processo porque há lá medicos e tudo que percebem daquilo. Será "the new place to go". A Baixa que se cuide. A quem achar que estou a ser fria e inconveniente, asseguro que já ouvi pior a Assistentes da nossa casa quando convidados a intervir sobre o tema, a figuras públicas na televisão, enfim uma autêntica festa. Se não os podes combater junta-te a eles. Se a estupidez é argumento no discurso, aqui está a minha, nua e crua. Sejamos todos honestos. O Não além de se afirmar "orgulhosamente só" na luta a favor da protecção das crianças (que giro, sempre pensei que tal ideia fizesse parte do pensamento comum, são mesmo originais estes gajos) o que quer verdadeiramente é ver as mulheres na prisão a pagar pelos erros que na cabeça deles são muito graves. Meus amigos, quem não quer, não aborta. Não há verdade mais simples que esta. Devemos fazer tudo o que pudemos para ajudar as mulheres que em dificuldades se viram para a opção mais dificil, ao contrário do que o Não quer fazer parecer. UM aborto não é ir ao cabeleireiro. Um aborto é uma decisão para a vida. Como já ouvi alguém dizer, a mulher está disposta a morrer por isso. É o SEU filho que está em causa. Não há ânimos leves aqui, não há leviandade. Há desespero, ponderação, responsabilidade e aceitação das marcas que tal acto vai deixar. Querem ajudar as mulheres? Poupem-nas do acréscimo de sofrimento que é sentarem-se no banco dos réus, com a sua intimidade a praça pública, com o seu juizo questionado, com a sua liberdade cortada. Eu voto SIM, sou contra o aborto, mas sou apologista da LIBERDADE. A Mulher DEVE poder escolher e nós temos o DEVER de aceitar.
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