quinta-feira, abril 05, 2007

A vergonha continua...

"Um estudo do Ministério do Ensino Superior revela que em 1996 não houve nenhum aluno diplomado em Engenharia Civil, pela Universidade Independente (UnI). Este dado contraria os documentos, apresentados ao PÚBLICO como fazendo prova da licenciatura do primeiro-ministro, que indicavam que José Sócrates havia concluído o curso no dia 8 de Setembro de 1996.
Em declarações ao PÚBLICO, o assessor de imprensa do primeiro-ministro, Luís Bernardo, reafirmou que “o primeiro-ministro acabou a licenciatura em 1996”, remetendo qualquer explicação sobre o resultado do estudo para a UnI. “Isso não é um problema do primeiro-ministro. A questão terá de ser colocada à UnI e ao Ministério do Ensino Superior.”
De acordo com o levantamento estatístico Diplomados (1993/2002), elaborado em 2004 pelo Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES), só se licenciaram na UnI, no ano de 1996, alunos dos cursos de Ciências da Comunicação (67) e de Relações Internacionais (25).
A razão pela qual a maioria dos cursos ainda não tinha qualquer licenciado, nesse período, deve-se ao facto de a UnI ter começado a funcionar em 1994/95.
Em declarações ao PÚBLICO, há três semanas, o primeiro-ministro, o antigo reitor da instituição e o então director do departamento de Engenharia Civil garantiram que, logo em 1996, quando o curso tinha apenas dois anos, houve alunos, transferidos de outras instituições, a frequentar cadeiras dos terceiro e quinto anos da licenciatura em Engenharia Civil, entre os quais estava o próprio José Sócrates.
Esta versão foi contudo contrariada, na mesma altura, pelo director da Faculdade de Engenharia e vice-reitor, Eurico Calado. Este professor afirmou que em 1996 só funcionaram aulas dos primeiro e segundo anos do curso de Engenharia Civil."

fonte: Público

Acho engraçado o facto de só o Público e o Expresso baterem nesta tecla e os outros o pouco que falam, ser tudo muito ao de leve. Acho ainda mais engraçado ainda só ouvir falar da possível "não licenciatura" ou "licenciatura incompleta" do cidadão José Pinto de Sousa e nem sequer ouvir falar em práticas de crimes, como possível corrupção, falsificação de documentos, entre outros. Acho tudo isto engraçado sobretudo porque a pouca vergonha é feita à descarada, e o povo assiste e limita-se a falar, chegando ao cúmulo de muitos dizerem "nem quero saber"!
Isto, num país como deve ser, já teria sido resolvido com a suspensão ou demissão do Primeiro-Ministro e/ou do respectivo Governo e com os devidos processos crime a terem o andamento merecido. Aqui a história é diferente. Com jeitinho Sócrates ainda sai com uma equivalência numa Universidade Pública.
Remeter as responsabilidades para a UnI não basta, como ele faz. Sócrates mente! O Primeiro-Ministro mente após a possível prática de um crime! Isto, por si só é gravíssimo! Empurrar a culpa para os outros não resolve. Sócrates é responsável e se tivesse dignidade esclarecia desde já toda esta situação e assumia as suas culpas. Fazer-se passar por engenheiro, quando nem que fosse licenciado pela UnI o seria, ser supostamente licenciado a um Domingo e descobrir-se que só se licenciou alguém pela UnI em 1997/98 (2 anos depois do ano que Sócrates alega ter-se licenciado) são coisas muito graves. Se fosse qualquer um de nós a usar o título de engenheiro, ou a cometer algum destes actos, de certeza que já estavamos atrás das grades.
Repito: em Portugal o crime ainda compensa. Depende é da posição que se tenha e do que se pode dar de contrapartida. Portugal é um país de vícios, o sistema está todo minado!

IV República, já!

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