Durante os tempos em que foi colónia, Angola gozava dos mesmos privilégios da Metrópole, com o acréscimo do clima tropical que tinha e da inúmera flora e fauna como não tínhamos, nem temos, por cá.
Após o 25 de Abril, Angola auto-encaminhou-se para a destruição, para a fome e para a miséria. Ao fim de quase três décadas em que todos lamentavam o cenário "negro" que se vivia em Angola, com tantos recursos por explorar, a ex-província portuguesa começou a caminhar para a recuperação económica. Muitos investimentos externos, um sistema político a caminho da estabilização, o fim da guerra civil, enfim, estavam criadas as condições para que este país lusófono começasse a caminhar para o desenvolvimento.
José Eduardo dos Santos parecia o homem certo para o lugar certo. Aos poucos começou a dar provas do contrário: a aproximação à China e tudo o que isso implicou, o progressivo e lento afastamento de Portugal, a sede de entra de dinheiro nos cofres do Estado, e nos seus também, a todo o custo, os níveis de corrupção existentes até então que passaram a ficar disfarçados, sem nem por isso deixarem de existir, entre tantas outras coisas.
Os últimos sinais que provam que Angola caminha para a perdição final, estão relacionados com o Zimbábue de Mugabe. Angola, enquanto país que preside actualmente à Comissão de Paz e Segurança da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), tem responsabilidades para com a actual situação que se vive no Zimbábue, onde, mais de um mês depois das eleições se terem realizado, a situação política e social se encontra abaixo do calamitoso. Tsvangirai venceu, alegadamente, as eleições presidenciais, e o Governo de Mugabe continua a adiar sucessivamente a revelação dos resultados, bem como uma possível consequente entrega do poder à oposição. Angola podia, e devia, fazer mais do que remeter-se ao silêncio e apelar à calma de todos.
No entanto, a inércia e o silêncio angolanos não vêm por acaso. Dá jeito a José Eduardo dos Santos que Mugabe consiga adiar os resultados das eleições o mais possível. As presidenciais angolanas realizar-se-ão ainda no decorrer deste ano, e o MPLA já fez questão de alterar a lei tendo em vista um adiamento da publicação dos resultados. Os argumentos utilizados foram que tem que se adequar a lei eleitoral à realidade do país, daí que só se afixem os resultados das eleições ao fim de 15 dias. Tudo isto não passa de uma técnica, tão clássica quanto básica, para se poder manipular quer os resultados, quer os cadernos eleitorais, caso estes sejam desfavoráveis a ao MPLA de José Eduardo dos Santos. Assim, não será surpresa para ninguém se vermos que em províncias angolanas mais isoladas se encontrem recenseadas centenas de milhares de eleitores, quando nem metade sequer residem nesses mesmos locais.
José Eduardo dos Santos tem enriquecido sobremaneira com o cargo que ocupa. Aliás, estima-se que José Eduardo dos Santos venha mesmo a ser a curto prazo um dos homens mais ricos do mundo. O petróleo e todo o restante potencial que Angola possui, aumenta os algarismos das suas inúmeras contas bancárias, mas não cria uma estrada em condições para os angolanos, ou dá à maioria deste povo um pão para comer. Quem cumpre essa missão é a China que domina o território, construindo de tudo um pouco, com os seus materiais, com os seus emigrantes, recebendo em troca o petróleo angolano. José Eduardo dos Santos pretende, assim, eternizar-se no poder, colocando um país a alimentá-lo, em vez de ser ele a alimentar e a desenvolver um país.
O segundo episódio infeliz ocorreu recentemente com o navio chinês que foi impedido de atracar em Moçambique e na África do Sul e que carregava armas e milhões de munições tendo como destino o Zimbábue, mas ao qual foi permitido que atracasse e descarregasse o material em Luanda. José Eduardo dos Santos continua a compactuar com os chineses e com a desgraça no Zimbábue. Pelo rumo que as coisas estão a tomar, a África subsariana corre o risco de passar do estatuto de região com bastante potencial e em desenvolvimento, para uma região arrasada, cheia de recursos mas miserável, onde competirá com nações como a Eritreia ou com a Somália.
É com muita pena que assisto diariamente às notícias sobre esta região, sobretudo as que envolvem Angola. É um desperdício de recursos num país que será, a continuar tudo assim, o próximo Zimbábue, onde não interessa a situação do povo, ou dos estrangeiros disponíveis a ajudar e a desenvolver, antes interessando apenas a situação do Chefe de Estado. É triste e vergonhoso. Angola não merece um fim assim.
Após o 25 de Abril, Angola auto-encaminhou-se para a destruição, para a fome e para a miséria. Ao fim de quase três décadas em que todos lamentavam o cenário "negro" que se vivia em Angola, com tantos recursos por explorar, a ex-província portuguesa começou a caminhar para a recuperação económica. Muitos investimentos externos, um sistema político a caminho da estabilização, o fim da guerra civil, enfim, estavam criadas as condições para que este país lusófono começasse a caminhar para o desenvolvimento.
José Eduardo dos Santos parecia o homem certo para o lugar certo. Aos poucos começou a dar provas do contrário: a aproximação à China e tudo o que isso implicou, o progressivo e lento afastamento de Portugal, a sede de entra de dinheiro nos cofres do Estado, e nos seus também, a todo o custo, os níveis de corrupção existentes até então que passaram a ficar disfarçados, sem nem por isso deixarem de existir, entre tantas outras coisas.
Os últimos sinais que provam que Angola caminha para a perdição final, estão relacionados com o Zimbábue de Mugabe. Angola, enquanto país que preside actualmente à Comissão de Paz e Segurança da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), tem responsabilidades para com a actual situação que se vive no Zimbábue, onde, mais de um mês depois das eleições se terem realizado, a situação política e social se encontra abaixo do calamitoso. Tsvangirai venceu, alegadamente, as eleições presidenciais, e o Governo de Mugabe continua a adiar sucessivamente a revelação dos resultados, bem como uma possível consequente entrega do poder à oposição. Angola podia, e devia, fazer mais do que remeter-se ao silêncio e apelar à calma de todos.
No entanto, a inércia e o silêncio angolanos não vêm por acaso. Dá jeito a José Eduardo dos Santos que Mugabe consiga adiar os resultados das eleições o mais possível. As presidenciais angolanas realizar-se-ão ainda no decorrer deste ano, e o MPLA já fez questão de alterar a lei tendo em vista um adiamento da publicação dos resultados. Os argumentos utilizados foram que tem que se adequar a lei eleitoral à realidade do país, daí que só se afixem os resultados das eleições ao fim de 15 dias. Tudo isto não passa de uma técnica, tão clássica quanto básica, para se poder manipular quer os resultados, quer os cadernos eleitorais, caso estes sejam desfavoráveis a ao MPLA de José Eduardo dos Santos. Assim, não será surpresa para ninguém se vermos que em províncias angolanas mais isoladas se encontrem recenseadas centenas de milhares de eleitores, quando nem metade sequer residem nesses mesmos locais.
José Eduardo dos Santos tem enriquecido sobremaneira com o cargo que ocupa. Aliás, estima-se que José Eduardo dos Santos venha mesmo a ser a curto prazo um dos homens mais ricos do mundo. O petróleo e todo o restante potencial que Angola possui, aumenta os algarismos das suas inúmeras contas bancárias, mas não cria uma estrada em condições para os angolanos, ou dá à maioria deste povo um pão para comer. Quem cumpre essa missão é a China que domina o território, construindo de tudo um pouco, com os seus materiais, com os seus emigrantes, recebendo em troca o petróleo angolano. José Eduardo dos Santos pretende, assim, eternizar-se no poder, colocando um país a alimentá-lo, em vez de ser ele a alimentar e a desenvolver um país.
O segundo episódio infeliz ocorreu recentemente com o navio chinês que foi impedido de atracar em Moçambique e na África do Sul e que carregava armas e milhões de munições tendo como destino o Zimbábue, mas ao qual foi permitido que atracasse e descarregasse o material em Luanda. José Eduardo dos Santos continua a compactuar com os chineses e com a desgraça no Zimbábue. Pelo rumo que as coisas estão a tomar, a África subsariana corre o risco de passar do estatuto de região com bastante potencial e em desenvolvimento, para uma região arrasada, cheia de recursos mas miserável, onde competirá com nações como a Eritreia ou com a Somália.
É com muita pena que assisto diariamente às notícias sobre esta região, sobretudo as que envolvem Angola. É um desperdício de recursos num país que será, a continuar tudo assim, o próximo Zimbábue, onde não interessa a situação do povo, ou dos estrangeiros disponíveis a ajudar e a desenvolver, antes interessando apenas a situação do Chefe de Estado. É triste e vergonhoso. Angola não merece um fim assim.
1 comentário:
Para mais com o boom económico o MPLA não precisa de fraude nenhuma para ganhar as eleições.
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