35 minutos de atraso, afónica, menos músicas cantadas do que o previsto, a mão direita ligada, um corte no pulso esquerdo que me deixaram a pensar na sua causa, enganos nas letras, quase caiu em palco, estado completamente dopado e sem se conseguir aguentar nas pernas (literalmente). Admitiu que esteve prestes a cancelar a sua actuação por não estar em condições e também chorou. Ainda deu um ar da sua graça em "Rehab", "Me and Mr. Jones" e "Valerie". Foi assim que Amy Winehouse se apresentou ao público.
Alguns estavam ali para ver toda a polémica em volta desta grande artista, como é disso exemplo o caso de uma mulher que estava ao meu lado a dizer ao seu namorado que a única coisa que sabia era "cantar o 'no, no, no' daquela música dela". Houve até quem dissesse que não queria que ela fosse para poder contar aos amigos que Amy Winehouse não apareceu. Outros vibraram e gritaram o seu nome do princípio ao fim. Eu, confesso, inicialmente fiquei perplexo com aquilo a que estava assistir, e comecei a fazer contas à vida: "ora, com 53 euros o que é que eu podia ter feito?". Fui ao RiR por causa dela, como sempre admiti, porque gosto bastante de Amy Winehouse há bastante tempo. Ao fim de muito pouco tempo, a desilusão deu lugar à satisfação. Consegui chegar lá à frente e vê-la de perto. Não vi "Mrs. Amy Winehouse", conforme foi anunciada a sua entrada em palco por um dos elementos da sua banda, mas vi "a Amy", aquele ser humano que expõe as suas fraquezas aos fãs e que demonstra ser tão humano quanto qualquer outro presente ontem no Parque da Bela Vista. Foi com isso que delirei, não de felicidade, mas por ver não um artista que se endeusa, que se plastifica com uma aura de perfeição que não lhe corresponde, antes por ver uma artista que é tão imperfeita quanto qualquer outra pessoa e cuja resistência em palco foi épica! Foi um exemplo de sobrevivência! Não me lixem: Amy Winehouse deu um concerto memorável! Já todos tivemos bastantes provas do seu talento. Ontem, não cantou tanto quanto desejaria, mas deixou em palco uma grande mensagem a todos nós! Dêem o máximo em tudo, até ao limite das vossas forças! Adorei, mas agora que já conheço "a Amy", espero um dia conhecer "Mrs. Amy Winehouse".
Alguns estavam ali para ver toda a polémica em volta desta grande artista, como é disso exemplo o caso de uma mulher que estava ao meu lado a dizer ao seu namorado que a única coisa que sabia era "cantar o 'no, no, no' daquela música dela". Houve até quem dissesse que não queria que ela fosse para poder contar aos amigos que Amy Winehouse não apareceu. Outros vibraram e gritaram o seu nome do princípio ao fim. Eu, confesso, inicialmente fiquei perplexo com aquilo a que estava assistir, e comecei a fazer contas à vida: "ora, com 53 euros o que é que eu podia ter feito?". Fui ao RiR por causa dela, como sempre admiti, porque gosto bastante de Amy Winehouse há bastante tempo. Ao fim de muito pouco tempo, a desilusão deu lugar à satisfação. Consegui chegar lá à frente e vê-la de perto. Não vi "Mrs. Amy Winehouse", conforme foi anunciada a sua entrada em palco por um dos elementos da sua banda, mas vi "a Amy", aquele ser humano que expõe as suas fraquezas aos fãs e que demonstra ser tão humano quanto qualquer outro presente ontem no Parque da Bela Vista. Foi com isso que delirei, não de felicidade, mas por ver não um artista que se endeusa, que se plastifica com uma aura de perfeição que não lhe corresponde, antes por ver uma artista que é tão imperfeita quanto qualquer outra pessoa e cuja resistência em palco foi épica! Foi um exemplo de sobrevivência! Não me lixem: Amy Winehouse deu um concerto memorável! Já todos tivemos bastantes provas do seu talento. Ontem, não cantou tanto quanto desejaria, mas deixou em palco uma grande mensagem a todos nós! Dêem o máximo em tudo, até ao limite das vossas forças! Adorei, mas agora que já conheço "a Amy", espero um dia conhecer "Mrs. Amy Winehouse".
9 comentários:
peço desculpa, mas acho que o lado imperfeito da Amy não é assim tão comum nas pessoas em geral. Tanto é assim que acabaste de escrever um post sobre esse seu lado que todos vêem e comentam.
Quando dizes que ficaste feliz por não ver um artista com personalidade plástica e que se endeusa, espero que estejas a pensar em comparações como Madonna ou Mariah Carey... Porque ainda há dias postaste sobre Feist, e ela é um bom exemplo de uma artista bem humana, bem simples e modesta, e sem este lado imperfeito e estranho que a Amy Winehouse apresenta.
Eu continuo a achar que a Amy está tendencialmente a tornar-se má profissional. As pessoas pagaram bastante para a ver cantar, e se há coisa de que um artista musical vive, é mesmo da demonstração dos seus trabalhos ao público.
No entanto, ela tem, sem dúvida alguma, um talento completamente fora do comum. Tão bom que é adorada apesar do estado emocional/psicologico/mental/ de saúde completamente caótico em que está.
Por favor... "resistência"? Resistência teria para não se meter em drogas e aparecer em condições aos fãs, isso é resistência. O concerto nem vou comentar, não se percebia nada do que cantava, nem força tinha para levantar e baixar o micro... Vergonhoso digo eu!
Pessoas a pagar um dinheirão para ver uma cantora drogada em palco... Digo-te aprecio mto o trabalho dela e na voz nem falo... mas apresentar-se assim em público?!?!
As pessoas têm de ser profissionais... e se não está em condições para actuar, que vá para a "rehab" e antes de dizer "I said no, no, no" que diga "I'll say yes, yes, yes".
Este post sai hoje (domingo) em destaque na secção "blogues em papel do publico".
Começa a ser prática reiterada;))
Acho que o Lenny Kravitz teria sido muito melhor desculpa para justificar os 53 euros deitados à rua.
Aposto que vc não dá esmola a um pobre porque pensa que é para o vinho, mas lá deu a sua quota parte dos 53 euros (vc e 90mil outros macacos, viva a crise!) para não só patrocinar o cavalo da "Mrs Dope Fiend"; mas, mais grave, alimentar a decadência moral que tal criatura propaga, nos dias que correm.
Márcio,
é verdade! Estamos em maré de sorte! Fico muito contente pelo destaque dado ao Bar Velho Online. :)
Abraço!
Não é cavalo. É coca.
É o que houver.
Pensando bem, os 90 mil macacos que foram de propósito ver a "Mrs. Amy Winehouse" e acabaram por ver uma tipa a coçar os chatos e a comer uma sandes, nem mereciam o show que o Lenny Kravitz deu a seguir.
Ah, mas aquilo foi um clássico. Quem é que estava ali que vai esquecer dessa noite? Para os anais da história da música pop ;)
P.S. Eu vi este mesmo texto no forum da Blitz, es o autor certo?
Exactamente.
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