Foi com pompa e circunstância que há uns dias atrás se assistiu a um espectáculo digno de um Governo socialista: foram entregues aos alunos do programa "Novas Oportunidades" computadores portáteis! Bem, estou impressionado com tamanha dádiva do Governo!
Acontece que nem tudo são rosas, nem mesmo no partido da rosinha, senão vejamos as maravilhas destes portáteis que foram oferecidos pelo Governo: em primeiro lugar os computadores não são oferecidos, são vendidos pela módica quantia de 150 euros. Quem não quer ter um portátil por 150 euros? Até eu.
Mas, se atentarmos às condições contratuais, vamos ver que estes 150 euros rapidamente se transformam rapidamente em mais 180, por existir uma fidelização à TMN durante um ano, com o valor de 15 euros por mês. Ora, um ano de mensalidades (12) a 15 euros por mês, acrescido dos 150 euros que têm que ser pagos "à entrada", vamos ver que chegamos ao valor de 330 euros.
Além de pagar 330 euros, quem tem o portátil e fica fidelizado à TMN, terá como ligação, a velocidade "supersónica" de pouco mais de 300kbps, e o limite de tráfego de 1GB por mês, esse autêntico euromilhões! Ou seja, acabam por não ter nada! Tudo isto com a benção do Governo!
Outro problema se levanta com as publicidades da TMN dos portáteis a 150 euros mas para estudantes do ensino secundário. Ora, aqui, além de manterem as mesmas condições de internet, mudam as contrapartidas financeiras. Desde logo, a fidelização é de 3 anos, e a mensalidade é de 17,50 euros, o que dá ao portátil o valor total de 780 euros.
Ora, começa-se a iniciar os adolescentes a investir no crédito e no pagamento a prestações. Incute-se neles esta filosofia: se não temos dinheiro, tudo é possível através do pagamento em prestações! Hoje, não pagam juros neste portátil, mas quando forem maiores nem vão pensar neles, porque terão em mente que pagar a prestações ou a crédito o que quer que seja, não é um inconveniente, mesmo tendo o seu direito de propriedade limitado como é o caso destes portáteis. Alguns já têm o telemóvel a pagar em prestações. Amanhã será o carro com reserva de propriedade, as viagens, a casa, e até a roupa. Tudo será possível de pagar com recurso ao crédito, criando a ilusão que as coisas pertencem às pessoas, neste caso aos jovens, esses seres dotados de maturidade suficiente para perceber que as coisas não são efectivamente deles, e que é possível ter tudo, quando na realidade as coisas não lhes pertencem por inteiro.
Onde está a DECO a avaliar as "pequenas letras" dos contratos que todos nós sabemos que ninguém lê porque são demasiadas letras e condições, e as pessoas são induzidas a acreditar que estão diante de um negócio vantajoso tendo em conta a publicidade que faz uma autêntica lavagem cerebral e a vendedores que tudo fazem para acelerar o negócio? Por mais que se diga que as cláusulas estão lá, as pessoas não lêem porque já são muitas linhas para ler e o negócio quer-se rápido e eficaz, fazendo com que as pessoas acreditem que o que consta da publicidade é vantajoso, quando não é! Onde está a DECO a proteger estas situações que em muito se assemelham à usura? Existe um aproveitamento da fragilidade e necessidade das pessoas de ter certos tipos de bens e do facto de estarmos numa sociedade consumista, na qual quem não consegue acompanhar as tendências tecnológicas, moda, etc, fica praticamente excluído da sociedade! A DECO tem que tutelar esta tipo de situação e ser mais exigente nas regras de publicidade e de consumo, ainda que isso tenha que passar por propostas legislativas. O consumidor é enganado e levado a consumir coisas ainda que inconscientemente!
Acontece que nem tudo são rosas, nem mesmo no partido da rosinha, senão vejamos as maravilhas destes portáteis que foram oferecidos pelo Governo: em primeiro lugar os computadores não são oferecidos, são vendidos pela módica quantia de 150 euros. Quem não quer ter um portátil por 150 euros? Até eu.
Mas, se atentarmos às condições contratuais, vamos ver que estes 150 euros rapidamente se transformam rapidamente em mais 180, por existir uma fidelização à TMN durante um ano, com o valor de 15 euros por mês. Ora, um ano de mensalidades (12) a 15 euros por mês, acrescido dos 150 euros que têm que ser pagos "à entrada", vamos ver que chegamos ao valor de 330 euros.
Além de pagar 330 euros, quem tem o portátil e fica fidelizado à TMN, terá como ligação, a velocidade "supersónica" de pouco mais de 300kbps, e o limite de tráfego de 1GB por mês, esse autêntico euromilhões! Ou seja, acabam por não ter nada! Tudo isto com a benção do Governo!
Outro problema se levanta com as publicidades da TMN dos portáteis a 150 euros mas para estudantes do ensino secundário. Ora, aqui, além de manterem as mesmas condições de internet, mudam as contrapartidas financeiras. Desde logo, a fidelização é de 3 anos, e a mensalidade é de 17,50 euros, o que dá ao portátil o valor total de 780 euros.
Ora, começa-se a iniciar os adolescentes a investir no crédito e no pagamento a prestações. Incute-se neles esta filosofia: se não temos dinheiro, tudo é possível através do pagamento em prestações! Hoje, não pagam juros neste portátil, mas quando forem maiores nem vão pensar neles, porque terão em mente que pagar a prestações ou a crédito o que quer que seja, não é um inconveniente, mesmo tendo o seu direito de propriedade limitado como é o caso destes portáteis. Alguns já têm o telemóvel a pagar em prestações. Amanhã será o carro com reserva de propriedade, as viagens, a casa, e até a roupa. Tudo será possível de pagar com recurso ao crédito, criando a ilusão que as coisas pertencem às pessoas, neste caso aos jovens, esses seres dotados de maturidade suficiente para perceber que as coisas não são efectivamente deles, e que é possível ter tudo, quando na realidade as coisas não lhes pertencem por inteiro.
Onde está a DECO a avaliar as "pequenas letras" dos contratos que todos nós sabemos que ninguém lê porque são demasiadas letras e condições, e as pessoas são induzidas a acreditar que estão diante de um negócio vantajoso tendo em conta a publicidade que faz uma autêntica lavagem cerebral e a vendedores que tudo fazem para acelerar o negócio? Por mais que se diga que as cláusulas estão lá, as pessoas não lêem porque já são muitas linhas para ler e o negócio quer-se rápido e eficaz, fazendo com que as pessoas acreditem que o que consta da publicidade é vantajoso, quando não é! Onde está a DECO a proteger estas situações que em muito se assemelham à usura? Existe um aproveitamento da fragilidade e necessidade das pessoas de ter certos tipos de bens e do facto de estarmos numa sociedade consumista, na qual quem não consegue acompanhar as tendências tecnológicas, moda, etc, fica praticamente excluído da sociedade! A DECO tem que tutelar esta tipo de situação e ser mais exigente nas regras de publicidade e de consumo, ainda que isso tenha que passar por propostas legislativas. O consumidor é enganado e levado a consumir coisas ainda que inconscientemente!
6 comentários:
É preciso ter uma lata ENORME para vir contra algo que facilita o acesso aos computadores e à internet a preços muito mais favoráveis.
Não há clausula oculta.
Não há almoços grátis.
Não há mais nada para fazer.
Não não é! Qual é o erro em denunciar uma situação em que te "oferecem" um portátil, vulgo de merda, te fidelizam a uma rede que não é propriamente a melhor que temos cá em Portugal, pagando tu, no fim de contas, por isso, mais do que pagarias por um pc razoavel em qualquer centro comercial?
E mesmo consentindo que o serviço pudesse ser algo de jeito - porque não é! - já que até os telemóveis com 3G têm net mais rápida que 300kbps, de que é que serve pagar 17 ou 18 euros por algo que tem os consumos limitadíssimos. Até a Zapp te dá mais margem de manobra...
Sim, são mais favoraveis (os preços), mas em que condições? Qualquer pessoa que já se tenha informado sobre estas acaba um pouco indignado á conta da forma como o Estado e uma operadora telefónica se aproveitam de quem não tem dinheiro.
Isto porque qualquer pessoa que tenha estas quantias e se dê ao trabalho de ler publicidade vai é comprar o pc a outro lado, em vez de se endividar.
Pedro Sá, sabes que até costumo concordar contigo mas tenho de te perguntar se estás a defender aqui o PS cegamente ! A verdade é que isso já me tinha chegado aos ouvidos e concordo que é um abuso. Por acaso não sei quais são as clausulas dos contratos e se estas permitem que se desista quando a tmn começar a falhar o serviço. Sim porque nem em todo o lado consegues ter acesso, a começar dentro de casa!!!
Um portatil a 780€ é mais caro que muitos que se vendem por aí. No entanto acho uma boa medida no tocante a fidelização de 1 ano ao valor de 5 euros ou lá o que é.Porque nesse caso conseguem ter uma net para dizerem que vão à net e tal e conseguiram um pc bem barato.
Pinokio, estás a fazer as contas todas ao contrário.
O problema para muita gente é o acesso ao computador. E tu para poderes fazer um programa destes tinhas que ter a colaboração dos prestadores. Ora, qual o prestador que se iria dispor a arranjar PC's a € 150 sem fidelização que lhe garanta um mínimo de retorno ?
Isto é a dura realidade, meu caro. E isto já é um enorme passo. Não é por acaso que, salvo erro, partido nenhum criticou a medida.
O facto dos outros não criticarem não quer dizer nada. As operadoras não estão a ganhar um minimo de retorno mas sim um lucro que nem sequer deviam procurar. Pcs a 150€ existem, já são dados em algumas comunidades dos EUA e África. Não possuem windows vista nem servem para jogos, mas possuem aquilo para que realmente servem, dá para aprender a mexeres num pc e a usa-lo para o que realmente interessa, trabalhos. Se procurares há portateis a 500 euros no mercado. Com acordos com as marcas conseguias fazer o mesmo.
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