"Exame de matemática A mais fácil do que o do ano passado "
Fonte: Público
Prometo que este exercício será ainda mais fácil que o exame de matemática. Sim, é possível. Vamos pensar em conjunto nos seguintes factos: Maria de Lurdes Rodrigues é a Ministra da Educação mais contestada de sempre; os exames nacionais de matemática e português todos os anos causam polémica; ano após ano aumenta o número de negativas nestas cadeiras; em 2009 temos eleições. Acrescentamos a isto: o exame de matemática mais fácil de sempre, tal como foi o do 9.º ano. Resultado: nunca a disciplina de matemática teve tantas positivas num exame nacional! Toda a gente se esquece que era o exame mais fácil de sempre, pois subitamente surgirão campanhas pró-Governo negando que o exame fosse fácil, antes os nossos alunos são tão brilhantes que acharam a prova fácil. A matemática deixou de ser um pesadelo para os jovens.
Resumindo: tudo se resume a números e o Governo tem que apresentar os seus. Brevemente assistiremos a mais um discurso da Ministra da Educação, anunciando aos portugueses, com regozijo, os fantásticos resultados dos alunos nos exames nacionais! Afinal, tudo se resume aos números mesmo. "It's the numbers, stupid!"
1 comentário:
1. Resta saber se houve determinação política na coisa. O que está longe de ser um dado adquirido. Aliás, esta é daquelas coisas típicas que pode parecer intervenção política e depois não tem nada a ver.
2. Mas admitamos que houve orientação política. O que me garante que a motivação é eleitoral ? (Para mais havendo exames em 2009 antes das eleições).
O que me garante que uma decisão dessas não vem do facto, desconhecido antes de exames e agora endémico, de haver imensa gente com 19 e 20 anos a penar nas escolas secundárias por uma cadeira ou duas quando se não fossem os exames (necessários devido ao acesso ao ensino superior) tinham o secundário acabado ? E que isso atrapalha a constituição de turmas ? (E, já agora, se tal facto não terá sido uma cláusula não escrita no acordo alcançado com os sindicatos em alguns pontos)
O que me garante que tal decisão não terá tido por base o facto de ano após ano uma série de licenciaturas na área científica (onde precisamos de mais e mais quadros) ficar com vagas por preencher ?
3. Ou seja: a ter havido alguma determinação política, o problema está em ser impossível concluir o ensino secundário sem exames. Os exames apenas deveriam contar para o acesso ao ensino superior.
4. O ridículo da coisa é o conteúdo de exames serem notícia. Aliás, pelo menos com esta dimensão os exames nacionais só são notícia em Portugal.
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