quinta-feira, maio 31, 2007

A casa da Joana

Estava hoje de manhã a ver os títulos dos jornais, quando vejo a capa de um jornal popularucho que informava que a Floribella foi ao Parlamento falar sobre a violência doméstica e proferiu a brilhante frase: "Fazia chichi pelas pernas abaixo de ver o que a minha mãe sofria".
Esta frase veio no dia a seguir a Floribella ser capa de outro jornal popularucho com a foto da miúda inglesa desaparecida e onde, com o seu ar de... Floribella sofredora, dizia que chora "pela pequena Maddie", que "reza todos os dias com a mãe e pede por ela", e pede "que tragam a Maddie de volta".
Sobre este último facto, alguém no seu perfeito juízo acha que é porque o Cristiano Ronaldo ou a Floribella irem para os jornais pedirem que "devolvam o bem", que o raptor vai sentir a consciência pesada e a vai entregar? Quem consegue ser estúpido ao ponto de acreditar nisto?!
Sobre o primeiro facto só tenho a dizer que o Parlamento é, realmente, a casa da Joana. Cada um vai lá, serve-se e faz e diz o que bem quer. Juro que consigo imaginar a cara da Luciana Abreu a dizer que "fazia chichi pelas pernas abaixo". Isto é... absurdo! Que país é este que temos?! Ou eu sou de outro planeta e estou na sociedade normal, não conseguindo lidar com a normalidade, ou toda a gente anda a brincar com a cara das pessoas, e há gente muito estúpida e idiota por este país! Gostaria de não acreditar na 2.ª, mas depois de ver, de forma permanente, este tipo de coisas, não posso chegar a outra conclusão!
Por favor, respeito pelos portugueses e respeito dentro dos órgãos que os representam! Se isto não é o forrobodó, então façam com que não seja!

quarta-feira, maio 30, 2007

O limite do ridículo

Um pé já passou a fronteira do ridículo, e o outro para lá caminha. Este assunto de Madeleine, Maddie, ou como raio se chama esta miúda que tortura os portugueses diariamente e que já me faz perder a paciência, é um assunto que já está pior que novelas mexicanas, brasileiras ou filmes americanos para ver num domingo à tarde.
O cúmulo passa pela visita dos pais da criança ao Vaticano, para serem recebidos pelo Papa. Mais absurdo e triste do que passar a Missa aos domingos, é termos canais portugueses a transmitirem em directo a recepção do Papa ao casal inglês, como se de uma Missa extraordinária se tratasse, ou se da visita de um Chefe de Estado se tratasse. É ridículo! Não há palavras para todo este mediatismo e para os limites que isto já quebrou! O Papa receber estes pais é demais, a transmissão televisiva idém, um milionário pagar-lhes um avião nem se fala, enfim...
No meio de tudo isto, começo a profetizar os próximos passos deste casal: vão ser recebidos por George Bush, pela Rainha de Inglaterra, vão começar a ser convidados por Al Gore para palestras sobre o aquecimento global, e vão ter um lugar na política inglesa, pela representação que têm do povo, etc. Com jeitinho, daqui a alguns anos, candidatam-se à liderança de um partido e vencem as eleições pelo facto de serem os coitadinhos a quem raptaram uma filha por culpa deles próprios. Ninguém pára os McCann!! E alguém lembrar-se de apresentar a dita queixa pela negligência com que eles cuidaram dos filhos e pela exposição e abandono? Ninguém se lembra, pois ainda são heróis e vítimas no meio disto tudo!
Tudo isto serve para podermos ver até onde vai o poder da comunicação social e a forma como consegue colocar lá em cima quem quer, e colocar lá em baixo os alvos que quer abater. Mais uma vez se prova que a política, por exemplo, é feita dependendo da comunicação social. Não são as campanhas que vencem as eleições, nem as arruadas, são os media.

segunda-feira, maio 28, 2007

Mal empregado dinheiro

Um desperdício de dinheiro

Na falta de melhor, temos Jotas a quererem dar uma de Gato Fedorento. Este cartaz até está muito bem conseguido. Naturalmente que a mensagem do camelo cor-de-rosa a seguir a placa do Ministério das Obras Públicas e com o texto explícito, não enganam ninguém. O presidente da JSD diz que é meramente figurativo aquele camelo.
Por trás da sagacidade e da graça que o outdoor tem, e é muita, tenho que reprovar esta forma de se fazer política. Corrijo-me: tenho que reprovar esta forma de se gastar o dinheiro dos partidos políticos e das respectivas juventudes. Será que o dinheiro dos militantes serve para financiar cartazes que visam chamar camelo ao Ministro? Será esta a forma mais eficaz de se combater as declarações deficientes de um Ministro infeliz? A JSD poderia deixar a parte das ofensas e do humor para o Gato Fedorento, pois cartazes satíricos, por mais piada que tenham, e repito que este tem muita, não são uma boa forma de se fazer política.
Posto isto, o que é que passará na cabeça de um grupo de jovens ansiosos pelo seu belo tacho no partido tão breve quanto possível? Naturalmente o dar nas vistas. Ter graça será a melhor forma de se dar nas vistas na política? Não creio. Meninos, crianças, humoristas, a política não é para brincar! Portugal não é motivo de mais chacota do que já é! Querem brincar, têm muito sítio para o fazer, mas não façam do nosso triste país, e dos nossos tristes ministros, os objectos dos vossos shows de stand-up, tão típicos de quem não só não sabe fazer oposição, como não sabe fazer política no geral! Querem ter cargos sérios no futuro, comecem por se comportar como gente séria! Chamar camelo a um Ministro não é a melhor solução.
Mais uma vez, aqui está um exemplo de como não se deve fazer política. Não é com discursos ofensivos ou a apontar o dedo constantemente aos erros dos outros, que se vai lá. Também passa por esta última, mas mal se aponta um dedo, devem dar-se três ou quatro soluções para o erro de quem está no poder. As declarações tristes do Ministro Mário Lino, têm tanto, tanto, tanto por onde se pegar, que este outdoor era desnecessário. Creio que temos aqui uma resposta flagrante à pergunta "porque é que o PSD continua em queda livre, e Sócrates governa sem oposição?". É simples: falta savoir faire de oposição, e falta muita competência e profissionalismo para levar os assuntos a sério e apontar medidas sérias. Meninos, é disso que Portugal precisa: soluções sérias! De humoristas e comediantes já nós estamos fartos!

O burro teimoso

Três elementos do Governo nos terrenos da OTA: a teimosia continua

Existe a diferença entre teimosia e persistência. O que se passa com o Governo é, desde cedo, teimosia, muita teimosia. Vejam o conteúdo desta notícia:
"O novo relatório da NAV – que o SOL noticiou na edição de ontem – tem duas páginas, é assinado pelo técnico Mário Neto (coordenador da equipa que estuda a navegação aérea na Ota) e foi endereçado na terça-feira passada à administração da NAER, a pedido desta.

Tal como o SOL noticiou, este documento da NAV surge três meses depois de anteriores relatórios (um de Novembro e outro de Fevereiro) e reafirma duas conclusões: não é possível as duas pistas previstas para a Ota operarem de forma autónoma e o número de movimentos máximo é de 70 aviões/hora (30 nas descolagens e 40 nas aterragens).

A importância destes estudos tem a ver com o seguinte facto: cabe à NAV estudar a localização do novo aeroporto da Ota em termos de capacidade de tráfego e de segurança aérea.

A resposta desta semana da NAV surgiu na sequência de um pedido da NAER muito específico: pretendia saber se as circunstâncias e as restrições relatadas anteriormente se tinham alterado. E a resposta foi negativa: nada se tinha modificado.

Os condicionalismos geográficos da Ota assim o impõem e esta é uma posição definitiva da NAV. De tal forma, que a empresa está já a testar os seus trabalhos do ponto de vista da segurança (o que é tecnicamente designado como «safety assessement»).

Segundo o SOL apurou, entretanto, a NAER encomendou à consultora Parsons uma análise e verificação do trabalho da NAV, estando já destacados peritos para esse efeito. O objectivo é ver se há soluções técnicas que a NAV não tenha explorado e resolver o problema de forma a alcançar o mínimo anunciado pelo Governo de 80 aviões/hora na Ota.

Ontem, as administrações da NAER (empresa do novo aeroporto) e da NAV (empresa gestora do tráfego aéreo) emitiram um comunicado em que desmentiram «a existência de qualquer novo relatório aprovado pela NAV com conclusões sobre os trabalhos, em curso, relativos à navegação aérea no Novo Aeroporto de Lisboa na Ota».

E adiantaram que as duas empresas «continuam a trabalhar no sentido de garantir as condições necessárias à operação do Novo Aeroporto».

O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, veio entretanto afirmar que, se se confirmassem as conclusões da NAV, seria pedida a intervenção de peritos estrangeiros, se necessário, até que a Ota fosse viabilizada."

Fonte: SOL

Como já tive oportunidade de aqui dizer há alguns meses, a OTA não passa de um capricho do PS. Gastam milhões em estudos atrás de estudos, quando já sabem muito bem que a OTA não tem condições de abarcar um aeroporto. Todos esses estudos pagos a peso de ouro, são rejeitados e não vinculativos, aguardando o Governo por uma oportunidade de validar um parecer que eventualmente surja a dar-lhe razão. Até hoje não houve nenhum que desse sinal verde a esta construção megalómana e vão continuar a "derreter" dinheiros públicos até que tal aconteça.

No meio disto tudo apenas pergunto: o que é que pode justificar tanta teimosia, quando se sabe que o local não é o ideal? Apesar do desmentido de Mário Soares, só configuro uma resposta possível: interesse nos terrenos da OTA. Se são de Mário Soares ou de outros elementos socialistas, não sei. Agora, que é esta a única possibilidade, até agora, isso é! Não estará aqui mais um caso para a PJ investigar? A teimosia e a forma como se esbanjam os dinheiros públicos com algo que ainda nem sequer foi aprovado, quanto mais construído, parece-me configurar uma situação de responsabilidade civil e criminal por parte de todos os que estão por trás deste fetiche chamado OTA.

Deixo outra pergunta: o Presidente Cavaco Silva espera fazer alguma coisa caso a teimosia do Governo socialista continue, ou vai continuar de braços cruzados a dar recomencações? A passividade tem limites.

domingo, maio 27, 2007

ATÉ MORRER SPORTING ALLEZ!


Crianças portuguesas desaparecidas

Aproveito este meio para divulgar crianças portuguesas desaparecidas. Da esquerda para a direita e de cima para baixo:
-
Cláudia Alexandra Silva e Sousa ("Carricinha"); data de nascimento: 13/03/1987; Natural de Oleiros - Vila Verde; data do desaparecimento: 13/05/1994.
- Ana Patrícia da Conceição Santos; data de nascimento: 25/03/1990; Natural de Sarilhos Grandes, Montijo.
-
João José Gomes Teles; Data de nascimento: 01/03/1982; Natural de Câmara de Lobos; Data do desaparecimento: Dia 06/10/1998, pelas 08H00.
- Sofia Catarina Andrade de Oliveira; Data de nascimento: 08-02-2002; Naturalidade: Câmara de Lobos – Madeira; Data do desaparecimento: 22-02-2004, às 20h45m.
- Jorge Manuel Duarte Lopes Sepúlveda;
Data de nascimento: 21/02/1977; Natural de: Massarelos - Porto; Data do Desaparecimento: 15/08/1991.
- Rui Pedro Teixeira Mendonça; Data de nascimento: 28/01/1987; Natural de: Paredes; Data do Desaparecimento: 04/03/1998.
- Rui Manuel Correia Pereira; Data de nascimento: 25/09/1985; Natural de Vila Nova de Famalicão; Data do Desaparecimento: 02/03/1999; Sinais particulares: Uma pequena cicatriz junto do olho esquerdo, outra entre o lábio superior e a narina direita e um grande sinal de nascença nas costas.

Mais informações: Polícia Judiciária.

sábado, maio 26, 2007

Mais coisas que me descompensam o nervo

Causa-me alguma estranheza o artigo 222.º da Constituição, nomeadamente o número 1, que diz que dez dos treze juízes são designados pela Assembleia da República. Ora, fará sentido ter um partido no poder, ou na oposição, a designar juízes que vão confrontar a legalidade das leis com a Constituição? Naturalmente que os escolhidos serão do agrado dos partidos que os nomearem.
Qual é a vantagem disto tudo? Poder passar as leis a seu bel-prazer. É o mesmo que na Ordem dos Advogados ter um Conselho Superior que pertença à mesma lista do Bastonário. O Conselho Superior, se vai julgar o Bastonário, como é que o poderá fazer correctamente, se foi eleito pela mesma lista que ele?
Na Ordem dos Advogados, deviam haver listas diferentes e independentes, e no Tribunal Constitucional os juízes deveriam ser nomeados pelo Presidente da República ou por outro órgão que não a Assembleia da República/Governo. Tudo bem que o Tribunal Constitucional é um órgão jurídico-político, mas onde está a verdadeira separação de poderes, quando temos juízes que são nomeados por órgãos, tendo como fim, aplicar o direito aos actos desses mesmos órgãos? Não bastando isto, ainda temos que lidar com uma nomeação de um ex-juíz do TC para um órgão do Governo. Alguém acredita que Rui Pereira iria dar algum voto contra a diplomas do PS? Se alguém tinha dúvidas a propósito da integridade e nobreza de alguns juízes, nomeadamente de alguns juízes do TC, devia por os olhos em Rui Pereira e tirar as suas dúvidas: amuou porque não conseguiu a vice-presidência deste Tribunal, perdendo a votação de forma clara, e em menos de dois meses não hesitou em mudar de poleiro, passando para o MAI.
Pergunto: que juízes são alguns destes e que valor têm? O Tribunal Constitucional não passa de mais um órgão puramente político, que é facilmente controlável por quem estiver no poder. Exceptuam-se situações escandalosas, naturalmente. Ainda assim, com o PS no poder, tudo é possível.

sexta-feira, maio 25, 2007

Margem Sul é o deserto

O Bar Velho Online foi ao dicionário de Mário Lino, procurar o significado de "Margem Sul do Tejo" e encontrámos a seguinte definição: "além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas e o aeroporto não é viável". Procurámos, de igual modo, a definição de Alenquer e OTA, e encontrámos o seguinte "além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, mas o novo aeroporto vai requalificar a zona, vai levar mais gente a habitá-la e vai aumentar a taxa de empregabilidade".
Creio que a Margem Sul apresenta alguns dos concelhos com maior população em Portugal. A Margem Sul tem vários hospitais, dos quais posso destacar o de Almada e o do Barreiro. Hotéis, tem os hotéis dos concelhos de Setúbal, Almada e os que ainda vão ser construídos. Desconhecia que um aeroporto tivesse que ter escolas por perto. Sobre o comércio, a Margem Sul tem o Almada Forum, o Forum Montijo, o Freeport, entre outros.
Pergunto: Alenquer e a OTA têm escolas, hotéis, comércio e hospitais?

quinta-feira, maio 24, 2007

Não há almoços, nem prendas grátis...

Hoje foi, e ainda está a ser, o dia do meu aniversário. Adoro esta coisa de receber mensagens, telefonemas, abraços, beijos, enfim... manifestações de carinho por parte das pessoas. É um dia muito importante para mim, e estes gestos não fogem à regra. De entre as várias mensagens que recebi de parabéns, recebi uma da TMN. Li a primeira parte que dizia "Porque o seu aniversário é especial para a TMN, fale grátis para todos os TMN até às 24h de hoje". Pensei "Porreiro. É um gesto bonito da parte deles. Uma lembrança simples e que até fica bem". Porém, li o resto da mensagem que dizia "Adesão 1 Euro. Para aderir responda SIM a este SMS ou ligue 12111. Parabéns!". Ora, o que posso eu pensar disto tudo? Aquilo que se seguiu quando de imediato telefonei para a TMN e fiz uma reclamação: aproveitarem-se do meu aniversário para ganhar dinheiro, e ainda dizerem "o seu aniversário é especial para a TMN", realmente é! Às minhas custas, às custas do esforço da minha mãe durante 9 meses, a TMN quer ganhar dinheiro! Acho isto de um baixo nível tremendo e de uma insensibilidade que nem me atrevo a comentar. Deixo uma pergunta: o que pensaria um aniversariante, se alguém se lhe dirigisse no dia do seu aniversário nestes termos "Olha, tenho aqui uma prenda para ti, mas se a quiseres receber tens que pagar 5 euros, ok?". Naturalmente todos sabem a resposta a esta pergunta. É isto que a TMN faz nos aniversários dos seus clientes!
Não obstante tudo isto, a TMN esquece-se que nos dias de aniversário são as pessoas que ligam ao aniversariante a saudá-lo e não o aniversariante que liga às pessoas. Logo, que vantagens tem este "presente" da TMN? A não ser que esperem que eu aproveite a promoção e ligue a todos os 96 que tenho e diga "Olá, tudo bem? Olha, dá-me os parabéns, sff, que esta chamada é oferecida pela TMN", "Olá, já me deste os parabéns? Ainda não? Dá agora, sff!".
Se fossem oferecidos alguns minutos pela TMN, tudo bem que poderia não dar para grande coisa, mas ficava marcado o gesto simbólico e até lhes ficava bem. Mas fazerem uma coisa destas é muito baixo! Tudo isto para fazer outra pergunta: para que raio vou eu pagar 1 Euro e "beneficiar" deste pelo presente, quando neste dia são as pessoas que me contactam?! É uma empresa portuguesa, com certeza!

Pagar para ter o que é meu?

Fui confrontado com as notícias de ontem que avançavam que, a partir de 2008, as operações efectuadas em ATM's poderiam estar sujeitas ao pagamento das respectivas taxas resultantes da entrada em vigor do sistema único de pagamentos na Europa. Pergunto: será isto justo? Tenho que pagar para usar o meu dinheiro? Alguns serviços só estão disponíveis a partir da rede MB e eu tenho que pagar por isso? Se quiser levantar o meu dinheiro tenho que pagar por isso? Gloriosos tempos aqueles em que os portugueses guardavam o dinheiro debaixo do colchão, ou debaixo do soalho da casa. Quando queriam, bastava levantá-lo sem custos. Hoje, além do perigo de clonagem dos cartões, ainda corremos o risco de pagar para ter o que é nosso. É absurdo! Em pleno século XXI, isto é triste e absurdo. De igual modo absurdo é o facto de os prestadores de serviços terem que pagar uma chamada por cada cliente que paga através de MB ou VISA. O Conselho de Ministros já aprovou a proposta de Decreto-Lei que obriga os prestadores de serviços a aceitarem os pagamentos por MB sejam eles de 100 euros, sejam de 1 cêntimo. Aguarda-se a entrada em vigor da legislação. Até hoje, o prestador de serviços pode recusar pagamentos efectuados por MB até determinado montante. Mas será justo continuar a pagar a dita chamada? Não me parece.
A nossa rede de ATM (Automated Teller Machine) é das mais avançadas do mundo. No entanto, acho curioso que um dos sistemas mais avançados do mundo, não consiga ter uma opção que faça com que, quando pedimos 20 euros, nos seja dada uma nota de 20, e não quatro de 5, ou duas de 10, e depois quando precisamos de 10 euros, a máquina diz que só há notas de 20. O problema era maior quando até há pouco tempo atrás dava para fazer levantamentos de 5 euros e a máquina não as tinha, porque gastava aquelas notas todas nos levantamentos de 10 e 20 euros. São os avanços da tecnologia, que permitem desenvolver tudo... menos aquilo que é básico e aparentemente simples.

quarta-feira, maio 23, 2007

AAUL: em nome de Deus?

Fui contactado por algumas pessoas que me perguntaram porque não dediquei um post à vitória de uma Lista composta por alunos da FDL nas eleições à AAUL. Tenho a tecer algumas considerações a esse respeito, apesar de preferir nem fazer referência a isso.
Acho que não há nada a parabenizar, excepto o facto de alguns alunos com competência e profissionalismo terem sido eleitos, como é o caso do Paulo Pinheiro, do Manuel Carvalho e do Bruno Pereira. Quanto aos restantes, sobre alguns não me posso pronunciar por não ser a pessoa ideal para o fazer. Mas gostaria de ressalvar uma pessoa: o André Pardal. Parece que encontrou o seu Santo Graal. De facto, só conseguiu lá chegar porque a Lista que ele liderou era a única lista. Só assim o André Pardal pode ganhar umas eleições onde quer que seja. Mesmo assim, conseguiu um feito: a concorrer sozinho, o número de votos em branco e nulos quase era igual a metade dos votos que a sua Lista teve.
Não posso parabenizar uma lista liderada por um tipo que, desde que o conheço, não engana ninguém: quer o seu lugar na política e vale tudo para lá chegar. Os fins justificam os meios para ele. É capaz de tudo. Tanto bajulou e tantas botas lambeu que conseguiu fazer de um Gabinete de Política Educativa, um Departamento, só para conseguir ser "Vogal". É um nome bonito e que fica sempre bem num currículo. Ao fim de um ano de mandato, vejam o que aquele Departamento fez: ia a reuniões e fins-de-semana de copos, e teve que colocar no seu relatório de actividades algo que o Departamento Cultural, juntamente com o Gabinete de Relações Públicas, fez, porque não tinha nada para lá colocar. A única coisa de positivo que fez foi dar ao Gonçalo Pereira a possibilidade de ressuscitar a FNED, tarefa que este desempenhou de uma forma muito positiva.
Subiu à Vice-Presidência, por falta de opções e porque conseguiu continuar a lamber mais umas botas, e logo lhe subiu o sangue à cabeça e, misteriosamente, o Departamento de Política Educativa, que era fulcral (segundo o próprio) que fosse Departamento, passou a Gabinete, porque ele assim entendeu. Ou seja, só servia como Departamento da Direcção, quando lhe dava jeito ser dirigente associativo. Após o conseguir, deixou de servir.
Este ano, depois da fita que quis arranjar ao querer suicidar-se sozinho numa lista só para impedir a Lista A de ganhar, lá viu que estava num beco sem saída, rendeu-se e lá conseguiu um lugarzinho jeitoso e o apoio da AAFDL para estas eleições à AAUL. Ora, que interesse poderá ter um aluno de 5.º ano, a escassos dois meses de acabar o curso, de se candidatar às eleições a um órgão como a AAUL? André Pardal diz que está lá "pelo povo". Sejamos sinceros: alguém acredita nisto? Toda a gente sabe que o que o Pardal quer é visibilidade e ficar à frente daquele órgão, para mais tarde conseguir o seu pulinho para a política, algo no qual ele já tem encetado esforços. Não está lá para servir o povo, nunca esteve, nem nunca estará! Não está lá em nome de Deus, como se de uma missão do Senhor se tratasse. O único senhor que André Pardal pretende servir é o do próprio senhor André Pardal. "Pelo povo", ou "em nome dos alunos", seria saber que está prestes a terminar o curso e dar o lugar a alguém com mais disponibilidade, tempo e competência. É saber sacrificar os interesses pessoais, pelos interesses... do povo!
Como devem entender, não posso parabenizar pessoas que usam os órgãos para proveito próprio, com a desculpa de lá estar "pelo povo". Esta atitude, e quem acompanhou as subidas do André Pardal como eu acompanhei sabe do que fala, é tudo aquilo que se reprova em política, em sociedade, enfim... em tudo! Realmente, está bem lançado para a política: segue o caminho dos "jotas" que preferem galgar terreno para serem Assessores, Secretários de Estado ou Ministros, para proveito próprio e estatuto, do que fazer algo pelo povo. É para isso que essas coisas servem. O André Pardal está lançado. Pode continuar assim. Mas... quem nunca vai votar em tipos assim, sou eu. Repito: André Pardal personifica tudo aquilo que há de mau na política e não é uma pessoa capaz de levar os destinos do que quer que seja, para a frente. É capaz de ser um tipo porreiro para beber uns copos e dizer umas asneiradas, mas não passa disso.

terça-feira, maio 22, 2007

A propósito da "Maddie"...



Quem não se lembra deste famoso videoclip dos Soul Asylum, corria o ano de 1994? Era adolescente e lembro-me que me arrepiava com isto. Hoje voltei a ver e arrepiei-me novamente: por não ver este video há já imensos anos e pelo tema que envolve...

A (triste) birra do Benfica

Sou benfiquista. Muito benfiquista. Não obstante isto, não posso deixar de me entristecer face à "birra" do Benfica cujo Presidente afirmou categoricamente que o clube não participará na edição da nova competição da Liga de Clubes: a Taça da Liga. As justificações foram: "Não contem com o Sport Lisboa e Benfica para participar em jogos de enfeite e em operações de cosmética. O Benfica não participará na Taça de um organismo que não está verdadeiramente empenhado em credibilizar o futebol. Querem fazer crer que esta é que vai resolver os problemas do futebol português e credibilizá-lo. Os problemas do futebol português não se resolvem com mais sete jogos da Taça da Liga". Basicamente, Luís Filipe Vieira imputa responsabilidades pelo caso "Apito Dourado", à Liga de Clubes.
Não digo que a Liga não tenha a sua quota de responsabilidade, mas se LFV quisesse mesmo ser coerente e ter razão, além de não participar na Taça da Liga também não participaria na I Liga que é organizada... também pela Liga de Clubes.

domingo, maio 20, 2007

Alguém os avise...

Passei pelo Marquês de Pombal por volta das 20:00, estavam alguns personagens vestidos de verde a fazerem uma rodinha ao coitado do Marquês. Segundo parece ainda andam por lá aos saltos.
Se alguém puder, vá lá avisar os rapazes que podem voltar para casa que hoje já não vai haver festa.

sábado, maio 19, 2007

Não consigo compreender...

... este Estado que é o nosso e que permite que um vereador sem pelouro tenha onze assessores, entre os quais está uma secretária que aufere 2.000 euros e um coordenador do gabinete com o rendimento de 1.730 euros a part-time. Não consigo compreender isto, juro! Como é que tem 9 assessores, dos quais alguns recebem, em regime de part-time, no mínimo 1.530 euros e os restantes entre 2.000 a 2.500 euros. O vereador em causa é José Sá Fernandes, o tal que se propõe a lutar contra o banditismo e contra o crime, o tal das providências cautelares por tudo e por nada, o tal que diz que se deve moralizar a contratação de assessores e que cinco a seis chegam, mesmo para um vereador que não tem pelouro, e pouco mais faz do que assistir a reuniões do executivo e boicotar projectos.
Sá Fernandes tenta, habilidosamente, empurrar as responsabilidades para Carmona Rodrigues e Fontão de Carvalho, ao indicar que lhes perguntou como eram as regras para contratação de assessores e, mediante as regras que lhe foram indicadas, ele viu-se obrigado a cumpri-las e eis que contrata nove assessores, uma secretária e um coordenador do gabinete. Se aceito esta realidade em Sá Fernandes, sou obrigado a aceitar a vergonha que é um vereador "com pasta" ter dezoito assessores, motoristas e secretárias. Ora, se um vereador com pouco ou quase nenhum trabalho tem direito a isto tudo e "se vê obrigado" a contratar esta gente toda, um que tem mais responsabilidades e competências não tem direito a ter o dobro? Pareceria justo que assim fosse, não fosse o facto de Sá Fernandes ter tanto trabalho e precisar de tantos assessores que é visto a passear pelas ruas de Lisboa e a assinar a candidatura de Helena Roseta como candidata à CML.
Não há dignidade, não há regras, não há respeito, não há Estado. Nem tão pouco há dinheiro, mas lá se arranjam formas de poder financiar estes luxos. Pela enésima vez repito: os portugueses têm os políticos que merecem! A mania dos luxos, leva os portugueses a perderem a cabeça e a caírem em créditos que mais não são que uma corda que lhes aperta o pescoço uma vida inteira. Tem que ter o telemóvel topo de gama, tem que ter o carro superior a 25.000 euros, tem que ter o T3 com vista para o mar e tem que ter dinheiro para estoirar em tabaco, café, gasolina, carregamento de telemóvel, tv cabo e futebol. Esquece-se é que só ganha 700 euros... e tem dois filhos para cuidar. Mas quanto a esses não há problema: pãozinho com manteiga ao almoço e ao jantar resolve o assunto e as roupas dos pais quando eram crianças, servem perfeitamente para vestir os filhos.
No Estado há dinheiro para tudo, e até chega a haver dinheiro para mais: as dívidas não responsabilizam quem irresponsável e dolosamente as contrai, e... o último que venha que feche a porta.
Digam lá se os portugueses não têm os políticos que merecem?

O fenómeno da "Fernando Pessoalização"

Li atentamente no Público do passado domingo, dia 13 de Maio, um texto do provedor dos leitores, no qual se fazia referência ao facto de Laurinda Alves, conceituada escritora, ter escrito um texto um mês antes, o qual intitulou como "A Coragem de Pessoa". Desse "texto inspirador", que Laurinda Alves diz ter "lido em voz alta" num "final de tarde inesquecível", consta um poema que a mesma diz ser autor Fernando Pessoa. O poema é:

"Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes mas
não esqueço de que minha vida é a
maior empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos
de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor
da própria história. É atravessar
desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da
sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã
pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios
sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma
crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir
um castelo…"

Confesso que já havia recebido no meu e-mail este "texto inspirador" diversas vezes. Também já recebi mais dois ou três textos de "inspiração" semelhante. Estranhei sempre isto ter origem em Fernando Pessoa e vi que não era o único ao ler a dita coluna do Provedor do Leitor. Fiquei aliviado por que afinal não era inculto. Os motivos para estranhar o texto são simples: em primeiro lugar porque não se fazem traduções de textos em português-português para português-brasileiro. Como tal, se este e os outros textos fossem de Fernando Pessoa, a primeira coisa que se notaria seria o "aportuguesamento" do mesmo. Desconheço-lhe um novo heterónimo do qual nunca ninguém ouviu falar mas que escrevesse desta forma.
O segundo motivo é o conteúdo. É inspirador sim senhor. Tem algumas coisas que se podem aproveitar para a vida e é bonito. Porém, a ser este texto (e os outros que recebi no e-mail, em brasileiro, em que se alegou serem dele também) de Fernando Pessoa, tenho a dizer que é do mais pobre e fraco que ele fez. O conteúdo deste e dos outros textos, não é propriamente algo que nos delicie ou nos ponha a dissecar o poema. Como Laurinda Alves, o máximo que isto nos provoca é uma vontade de o recitar em voz alta, e tenho a dizer que só abriria essa possibilidade com uma tremenda de uma bebedeira em cima.
Acho triste e absurdo que as pessoas escrevam as coisas e a única forma de as difundir seja através do sensacionalismo. Isto é sensacionalismo. Escrever algo e assinar no fim como Fernando Pessoa e passar a mensagem, não é difícil. As pessoas deixam-se levar muitas vezes pelo nome e nem tanto pelo conteúdo e assim começam os "textos inspiradores". Já que optam por fazer isso, poderiam engendrar a tramóia e o ultraje como deve ser. Poderiam começar por "aportuguesar" o texto. Pelo andar da carruagem, um destes dias arrisco-me a receber no meu e-mail qualquer coisa como:

"Fui à praia, apanhei um búzio,
Cheguei a casa, na mesa púzio"

Fernando Pessoa

sexta-feira, maio 18, 2007

Parabéns FDL

Estão de parabéns os alunos da FDL que venceram o mais recente Moot Court nacional, que tinha como matéria Direito Constitucional.
Sob o nome de "Juristas Anónimos", o grupo de alunos da Faculdade de Direito de Lisboa venceu este prestigiado evento jurídico a nível nacional, sempre sob o lema "o Direito é como a cerveja: só depois da primeira bebedeira é que começas a gostar".
Mais uma vez, o Bar Velho Online parabeniza este grupo de juristas em formação! Obrigado por contribuírem para o prestígio da nossa casa: a Faculdade de Direito de Lisboa.

quinta-feira, maio 17, 2007

Qual Queima das Fitas?! Qual Semana Académica?!

Dia 24 de Maio cumpro 26 anos de carreira. Não é um número redondo, mas que se lixe. São os meus anos e festejo-os como bem quero e me apetece. Como admiro os ciganos nas festividades, decidi tomá-los como exemplo (só nisto, claro) e organizei três dias de festa! Aqui vai o programa já oficial:

- Dia 24 de Maio, pelas 13h: almoço com alguns amigos.
- Dia 25 de Maio, pelas 20h: jantar com os outros alguns amigos.
- Dia 26 de Maio, a partir das 20h: noite de homens.

Isto está confirmado. Estou a tentar incluir no programa a apresentação da minha biografia, no dia 24 à tarde, na FNAC Colombo, com festa privada no Lux a partir da meia-noite; dia 25 um jogo de beneficiência no qual todos os fundos reverterão para o fundo de procura da "Maddie" a ver se a acham de uma vez por todas; dia 26 à tarde, um concerto dos Clã na minha sala de estar para que eu e todos os meus amigos possamos disfrutar da grande voz da Manuela Azevedo.

A vida são dois dias, mas os anos do Guerreiro são três!

Os outros...

Já são imensos os que correm para Lisboa. Mas podiam ser outros os nomes que avançam. Especialmente no PSD, que eu creio que tinha outras alternativas a Fernando Negrão. Fernando Negrão é um nome sinónimo de competência e tem um currículo notável, no entanto, falta-lhe algo que em Lisboa não é tão importante como noutras autarquias, mas que dá uns pontinhos extra em quaisquer eleições: capacidade de ganhar votos. Fernando Negrão não é o populista que só o nome atrai votos. Em outras comarcas, como em Setúbal, Negrão perdeu e perderá porque os nomes e os partidos, por si só, ganham eleições. Em Lisboa, o peso dos nomes não é tão grande mas... funciona, um pouco que seja. António Costa não foi escolhido pelo PS ao acaso.
Infelizmente, ninguém se tem demonstrado disponível para avançar no PSD. Creio que isto significa que algo vai realmente mal no interior do partido. Falta alguém com carisma e espírito de liderança. Uma verdadeira referência para pegar no barco e o levar ao lado desejado.
No PSD, creio que aquele nome mais sonante e sinónimo de competência que deveria ser avançar com a candidatura à CML, era o nome de Manuela Ferreira Leite. Alguém duvida que Ferreira Leite venceria as eleições? Eu não duvido. É um nome que atrai votos, competente, mão de ferro, e com um espírito de liderança enorme. Faz falta uma referência como Ferreira Leite na CML.
Outro nome também falado, foi o de Marques Mendes. Pedro Lomba fala nele como uma possível solução para iniciar a revolução no partido e voltar a pô-lo no lugar merecido. Fala que um líder candidatar-se e vencer em Lisboa, seria uma oportunidade de ouro para ser respeitado e temido por Sócrates. Fala ainda que tal poderia ser suicídio caso perdesse as eleições, mas que em política tem que se arriscar tudo e correr o risco de se sair sem nada. Creio, honestamente, que Marques Mendes candidatar-se à CML seria mesmo suicídio. Seria o fim das esperanças do PSD de algum dia voltar ao lugar onde merece. Seria o "KO" final num partido que muito atordoado tem andado e muita pancada tem levado do PS. Entendo a posição do "risco" e do "all in", mas... creio que quando o partido tem salvação, o "all in" tem 99,9% de chances de significar o adeus definitivo e não creio que o PSD mereça isso. A solução, insisto, passa por uma outra liderança. Insisto na ideia de Ferreira Leite para a liderança do PSD. Tem tudo o que é preciso para voltar a erguer o partido e, mais importante ainda, consegue reunir os notáveis que se encontram indisponíveis actualmente. Se com nova liderança, a oposição não surgir e o PS continuar a ganhar pontos, então aí sim, venha o risco total, o "all in", e seja o que Deus quiser.
Ao contrário de Pedro Lomba, acho que é muito cedo para pôr tudo em jogo. O PSD precisa de uma liderança nova que dê vida ao partido. A solução passa por aí. Mas não é uma liderança qualquer. Não é um Luís Filipe Menezes, ou alguém da mesma estirpe. É alguém com espírito de liderança, carisma e competência. É alguém como Manuela Ferreira Leite.

quarta-feira, maio 16, 2007

Nem tudo no PS é mau

João Tiago Silveira, Secretário de Estado da Justiça, e assistente da Faculdade de Direito de Lisboa. Para mim foi um dos quatro melhores assistentes que conheci naquela casa. Dava gosto ir às aulas dele: sabia tudo muito bem, explicava de uma forma claríssima e dinâmica e tinha um trato com os alunos dentro e fora das aulas que era fantástico. Admiro muito o Mestre João Tiago Silveira e é com alguma pena que sei que é do PS e sportinguista (implicava quando se levava o cachecol do Benfica). Tirando estes dois defeitos nada tenho a apontar-lhe e faz-me ver que nem tudo no PS é mau.
No entanto só há um João Tiago e no aparelho socialista são muitos aqueles que corrompem o sistema.
Ainda assim, fica aqui a saudação e a vénia a um grande profissional.

O "Swing" de Sócrates

Barra da Costa precipitou-se ao referir, na RTP, que o casal McCann (os bifes negligentes que puseram a filha menor à mercê de qualquer um) eram praticantes de swing. Mas não teria errado se dissesse que José Sócrates era praticante desta "modalidade". Os factos são muito simples e falam por si: Sócrates troca de parceiros de Governo e de órgãos do Estado, como no swing muitos trocam de parceiros sexuais. Sócrates consegue ir mais além e "rodar" ainda mais gente do que alguns recordistas do swing.
Vejamos os casos mais flagrantes: Campos e Cunha foi trocado por Teixeira dos Santos; Freitas do Amaral foi trocado por Luís Amado, que por sua vez foi trocado por Nuno Severiano Teixeira; António Costa será trocado por Rui Pereira. Rui Pereira, conhecido penalista (grande sebenta a que ele fez e que deu um jeitaço a Penal), já é um pouco diferente. Não é que seja adepto de swings, mas a adolescência está a custar a passar. Basicamente, Rui Pereira não sabe o que quer e decide experimentar tudo. Recorda-me as meninas adolescentes e um pouco "desinibidas" e "dadas" que decidem experimentar vários rapazes para ver qual é que gostam mais. Rui Pereira estava à frente da comissão de revisão do Código Penal e subitamente foi nomeado para o Tribunal Constitucional. Mas o que me causa estranheza é saber como é que Rui Pereira se sentiu desmotivado ao fim de cerca de um mês após a sua nomeação, e decidiu sair dali a sete pés! Trocou o Tribunal Constitucional, onde iria dar muitas vitórias ao PS, tais eram os diplomas que iria deixar passar, pelo Ministério da Administração Interna. Repito: gente desta não me inspira a mínima confiança. Um mês foi o suficiente para virar as costas ao desafio? Um mês?!
Sócrates é muito inteligente na escolha de António Costa para Lisboa, porque é um nome muito forte. De facto, o problema não está em Sócrates e nestas trocas de parceiros que faz. Parte do problema está nos eleitores que votaram nele e vão votar António Costa em Lisboa, e Sócrates em 2009. Mas, o problema principal continua a residir na oposição a Sócrates: continua sem dar sinais. E, diante desta unânimidade, só posso dizer que Sócrates é Rei absoluto, e assim continuará, até porque tem o Presidente da República do seu lado. E, quem não tem oposição, e tem o povo calado, a oposição recolhida e o Presidente do seu lado, tem tudo.
Até que alguém acorde, Sócrates troca de parceiros e Portugal assim anda: de pantanas, sem eficiência de gestão. Acham mesmo que é possível um país ou uma empresa apresentarem resultados eficientes e produtivos, quando se muda constantemente de responsáveis? Já que se gosta muito de futebol neste país, ponham os olhos nos clubes e nos privados e tirem os resultados.

terça-feira, maio 15, 2007

Como podes governar, se nunca soubeste o que é trabalhar?

Um dos maiores problemas desta classe política do pós-25 de Abril é o facto de os políticos que governam, com maior ou menor influência, o nosso país nunca terem trabalhado a sério antes de assumirem tão importantes funções nacionais. Como pode alguém saber o que é melhor para o cidadão médio se nunca teve um patrão, um horário para cumprir, recebeu um salário mínimo, teve de contrair empréstimos para comprar casa com um salário baixo, usa o sistema nacional de saúde nos seus problemas médicos, etc? Enfim, como pode alguém saber o que é melhor para as pessoas se nunca se esforçou para ter o que tem e passou pelas dificuldades da vida como toda a gente passa, só porque teve a sorte de começar logo à entrada a receber €2.000 por ser assessor ou coisa parecida?
Vejam-se 3 situações concretas: José Sócrates, António Guterres e Santana Lopes. O 1º passou toda a vida na política: foi assessor, depois disso deputado, de seguida Secretário de Estado, Ministro da República e por fim Primeiro-Ministro; António Guterres foi deputado desde o 25 de Abril, depois disso Primeiro-Ministro; Santana Lopes foi Chefe de Gabinete de Sá Carneiro, depois deputado, Secretário de Estado, Presidente de Câmara e por fim Primeiro-Ministro.
Ou seja, nunca estas três figuras trabalharam no sector privado, sempre tiveram a sorte de ter salários bastante superiores à média nacional e não terem as preocupações do dia-a-dia.
O estado da política está neste nível de degradação a que todos assistimos porque os polítocos que sucessivamente governam este país têm apenas como objectivo chegar ao poleiro, sem se quererem preocupar em ter uma vida normal e real, porque usam os seus esforços em subirem na máquina partidária para um dia terem um seu tachito.
Como podem estas pessoas saberem o que é melhor ou pior, o que atinge mais ou menos, o que afecta ou não a vida da generalidade dos portugueses? Saberá o político que nunca trabalhou que se aumentar os impostos vai afectar a contabilidade das familias de forma grave? Saberá este político que ao acabar com uma maternidade, uam escola, um serviço de urgência, vai causar danos substanciais na vida das pessoas?
A resposta só pode ser uma: não. Não sabendo o que é a vida real das pessoas, não pode um político que sempre viveu (e bem) à conta do Estado, sem nunca ter feito nada com mérito para ter os importantes cargos que têm, conhecer o alcance das suas decisões.
E não vejo melhoras nos dias que correm. As Juventudes Partidárias estão cada vez mais piores, os seus elementos só têm como objectivo ser assessor um dia, membro de um Instituto Público, etc, em vez de se preocuparem com o seu engradecimento académico e profissional. Tentam ganhar eleições nos movimentos associativos para um dia puderem cobrar dentro das suas Jotas os ganhos que obtiveram para as mesmas.
Assim sendo é natural que todo o sistema político esteja podre e desacreditado, porque os políticos servem-se a si primeiro, e só depois às pessoas, o que o fazem sem conhecimento da realidade que envolve as mesmas.

segunda-feira, maio 14, 2007

Coisinhas que me descompensam o nervo

A primeira é uma certeza, esperam-se os outros dois

Há coisinhas que me descompensam o nervo (não há melhor expressão do que esta que a Super Bock arranjou), e políticos que amuam, ou que abraçam projectos e criam expectativas e depois lhes viram as costas, são algumas dessas coisinhas.

Helena Roseta - gostou do espectáculo de Patinho Feio que Manuel Alegre deu, e como no partido não é bem-vinda há já algum tempo, decidiu pregar para outra freguesia. De salientar que Helena Roseta se tornou "persona non gratta" em virtude de tanto se querer aproximar da linha da frente e querer ter competências para as quais não nasceu. Helena Roseta é um género de Maria José Nogueira Pinto, mas da esquerda, ligeiramente mais inteligente, e com menos classe. Helena Roseta tem que compreender que a CML não é a Ordem dos Arquitectos, na qual ela manda e desmanda e ninguém reclama, mesmo com a barafunda que anda instaurada por aquelas bandas. Alguém tem que explicar à D. Helena que ela não tem competência para ser Primeira-Ministra, Ministra, ou sequer Assessora, quanto mais Vereadora ou Presidente de Câmara (e nem me refiro a Lisboa). Que obras se conhecem a Helena Roseta, além dos estragos que fez na Câmara de Cascais? Absolutamente nenhumas. Ninguém quer dar uma oportunidade à Lena. Então o que decide ela fazer? Amuar, sair do partido e ver se os lisboetas se deixam iludir com ela da mesma forma como se iludiram com Alegre. Descompensam-me o nervo pessoas que não sabem perder e colaboram com a divisão dos partidos em vez de ajudarem quem venceu. Já vejo este filme por todo o lado há alguns anos, um pouco por todo o lado. Mesmo que tenham competência, devem esperar pela oportunidade. Não é a contrariar e a sabotar as operações de quem está no controlo e conseguiu vencer para lá chegar, que se chega a algum lado. Eu não confio em pessoas que têm atitudes destas.

Fernando Seara - Assume a candidatura à Presidência da Câmara de Sintra, vence as eleições e dois anos depois começa a ser tido como candidato à Câmara de Lisboa. Por enquanto não é certeza. E espero bem que não o seja, pois descompensam-me o nervo pessoas que criam expectativas nas outras, vencem as eleições porque os eleitores acreditam nessa pessoa e de repente abandonam as causas, como que dizendo "já consegui o que queria, não preciso mais de vocês, porque algo maior me espera". Ou seja, o típico espírito daquele que não se candidata para estar ao serviço do povo, mas para estar ao serviço do Partido ou dele mesmo. Não é suposto os interesses de qualquer Partido serem servir o povo? Esse povo avalia-se quantitativa e qualitativamente? A Câmara de Lisboa é mais importante que a de Sintra só por ser a maior e a da Capital? Se se confirmar Fernando Seara, para mim será mais um tipo em quem não confio, sobretudo quando não é substituível no projecto que integrou.

António Costa - Não foi promessa eleitoral de Sócrates, mas já todos sabiam que ele integraria o Governo. Abraçou o projecto da Administração Interna no Governo. Descompensa-me o nervo pessoas que integram e lideram projectos e largam-nos porque os interesses partidários ou pessoais assim mandam. Pessoas que largam projectos que lideram não são de confiança, sobretudo quando não se sabe quem vem a seguir. Não é saudável deixar as coisas a meio, com outras por fazer. Aplica-se, em parte, o mesmo que para Fernando Seara.

Como vêem, são este tipo de pessoas que me provocam um "je ne sai quois" de desconfiança e pessoas que não merecem o meu voto. Com gente deste calibre, aos quais se juntará Sá Fernandes e Ruben Carvalho, diria que Lisboa está entregue aos bichos. Tenho pena pela minha cidade...

domingo, maio 13, 2007

Já começa...

Eram publicidades que até tinham uma certa graça. A loirinha da ponta, a Teresinha, foi bem escolhida, e era uma rapariga interessante. As outras duas não são grande espingarda, mas tanta pintura levaram e tanto põem o seu forçado olhar sensual, que muitos lá as acham também interessantes.
A Rita, a Joana e a Teresinha apareciam em várias publicidades e já toda a gente as conhecia. até que subitamente surge esta última publicidade. Vi e ouvi o célebre "Triim Triim" uma vez, e achei engraçado. A partir da segunda, terceira, quarta, etc vez, deixei de achar graça e passei a achar uma tortura! Realmente, começa a ser doloroso estar a assistir a um qualquer programa de TV e ouvir "Triim Triim Triim Triim" vezes sem conta! Já não suporto isto e não há forma de evitar isto a não ser manter a TV apagada, para não ser apanhado de surpresa por esta publicidade irritante!

sábado, maio 12, 2007

A mania do exibicionismo

Vagueio por alguns blogues e desde logo destaco a mania do exibicionismo e da aparência de que vivem as pessoas. As pessoas gostam de se fazer passar por intelectuais, gostam que as pessoas tenham essa ideia acerca deles. Prova disso é o facto de, subitamente, um número elevado de blogues ter algures numa coluna à direita ou à esquerda, um espaço com a expressão "na mesa de cabeceira", ou algo semelhante e depois exibe-se o livro que se anda a ler, se gostaria de ler, ou que supostamente se gostaria de gostar de ler. Qual a utilidade de ilustres desconhecidos gostarem de colocar um qualquer livro num blogue? Certamente sabem que ninguém vai comprar o dito livro só porque eles o aconselham ou lêem. Qual será então a razão? Exibicionismo e vontade de fazer os outros crerem que estamos perante um intelectualóide, que se farta de ler livros. Qual a vantagem disso? Não sei... mas alguns nem com essa publicidade enganam quem quer que seja. Vão ser sempre ilustres desconhecidos e nunca ninguém os vai levar como intelectuais.
Depois, têm uma apetência para escolher os livros que sabem que os vão associar a essa mesma pseudo-intelectualidade: escolhem escritores de esquerda e alguns clássicos.
O que os leva a fazer isto? Não sei. Mas sei que seria bem mais útil e atractivo se em vez de "na mesa de cabeceira", "no bolso", ou "na mesa", colocassem algo como "no WC", "na gaveta das meias", ou "no microondas" e contassem o que consta em cada um desses universos!

sexta-feira, maio 11, 2007

Máfia dos bingos financiou PS no Brasil, queria casino em lisboa e colaborou na campanha de Cavaco

A candidatura de Cavaco Silva às presidenciais de 2005 utilizou, em Oliveira de Azeméis, instalações cedidas por Licínio Bastos, empresário detido no Brasil no âmbito da «Operação Furacão».

Situado em pleno centro da cidade de Oliveira de Azeméis, o espaço que serviu de sede à candidatura de Cavaco Silva foi cedido «a título gratuito» por Aníbal Araújo, responsável pela gestão do imóvel, de acordo com uma declaração do próprio empresário, a que a Lusa teve acesso.

Licínio Bastos está envolvido no processo brasileiro designado por «Máfia das Sentenças», que levou à prisão vários juízes, advogados e empresários, entre os quais outro português, Laurentino dos Santos, por alegadamente negociarem sentenças em benefício do funcionamento de casas de jogo no Brasil.

O empresário foi indigitado para cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio, mas a sua nomeação oficial junto das autoridades brasileiras acabou por ser suspensa.

Segundo revelou o jornal Público, Licínio Bastos tem ligações a vários dirigentes do PS e alegadamente financiou a campanha eleitoral do socialista Aníbal Araújo de candidato a deputado pelo círculo fora da Europa nas legislativas de 2005.

O PSD solicitou quarta-feira a audição urgente do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, em sede de comissão parlamentar por causa da nomeação de Licínio Bastos para cônsul honorário.

Os sociais-democratas querem saber se o secretário de Estado das Comunidades «tinha ou não conhecimento» de que Licínio Bastos já estava a ser investigado quando foi nomeado cônsul honorário.

O empresário da área da comunicação social havia sido meses antes cabeça-de-lista do PS pelo círculo Fora da Europa, não conseguindo, contudo, ser eleito.

António Nogueira Leite, o mandatário distrital da candidatura de Cavaco Silva, inaugurou a sede do Edifício Camões, numa cerimónia em que o próprio Aníbal Araújo marcou presença.

Ao que a Lusa apurou, a localização do imóvel - com uma área de 102 metros quadrados - terá sido «apetecida» em actos eleitorais anteriores às «Presidenciais» de 2005, tanto pelo PS como pelo PSD, mas a sua cedência para fins partidários nunca foi permitida.

De resto, aquele espaço apenas recebeu antes da sede de campanha de Cavaco Silva uma exposição de pintura do artista plástico Fernando Veloso, cartoonista do jornal «A Voz de Azeméis» dirigido por Aníbal Araújo.

Empresário da Comunicação Social, Aníbal Araújo foi condecorado em 10 de Junho de 2006 por Cavaco Silva com a Ordem do Infante D. Henrique.

A Lusa não conseguiu ouvir Aníbal Araújo, que se encontra em Salvador da Baía, Brasil, a participar num congresso de jornalismo.

in diário digital



E agora? Onde está o Pai Cavaco? :P

Norah Jones em Portugal

Dia 22 de Julho, às 21horas, no Relvado do Casino Estoril, vamos ter Norah Jones, integrada no Cool Jazz Fest. É fantástico podermos contar com ela, mais de 2 anos após a sua única passagem pelo nosso país. Eu lá estarei de certeza, pois Norah Jones não dispenso por nada deste mundo!
Aproveito e publico o restante alinhamento do Cool Jazz Fest'2007, que é bastante interessante:
- Dia 30 de Junho, Oeiras: Teresa Salgueiro;
- Dia 2 de Julho, Oeiras: Gothan Project;
- Dia 8 de Julho, Mafra: Mariza e Carlos do Carmo, Tito Paris e Rui Veloso;
- Dia 10 de Julho, Mafra: Buena Vista Social Club;

- Dia 15 de Julho, Oeiras: Nouvelle Vague;

- Dia 22 de Julho, Cascais: Norah Jones.

Como vêem, é um cartaz bastante recheado! Aproveitem!

quinta-feira, maio 10, 2007

Bye Bye Blair!

No dia em que Tony Blair anunciou a sua demissão para 27 de Junho, não posso deixar de referir o dia em que alguém disse que José Sócrates era o Tony Blair português. Não lhes consigo encontrar praticamente nenhuma semelhança, nem física, nem intelectual, senão vejamos: um falsificou os documentos e fez-se passar por licenciado em Engenharia, e por Engenheiro, enquanto o outro é licenciado em Direito, e advogado de renome; a nível físico em nada se assemelham; a nível de política idém.
No entanto, há que referir que os dois têm duas semelhanças: na capacidade de dar, por exemplo. Blair teve a capacidade de dar aos ingleses, enquanto Sócrates tem a capacidade de dar a si mesmo e aos seus amigos. Ambos são astutos como raposas e espertos como ratos: a diferença é que um é o Rato da Cidade e o outro é o Rato do Campo. Infelizmente, para nós, ficámos com o campónio.
God save the Queen... já que os portugueses não têm salvação.

As "lojas jurídicas".

Certamente já todos ouviram falar das novas "lojas jurídicas" que se encontram montadas nos centros comerciais, onde levam os advogados ao povo, a preços muito acessíveis. Tudo isto tem levantado muita celeuma, especialmente no seio da OA, dado que a advocacia é vista como uma profissão que não se quer confundir com as actividades mercantis e cujas regras de publicidade da actividade, etc, são bastante restritivas, já tendo em vista impedir a "mercantilização" (ou comercialização) da profissão. Basicamente, tudo o que se pretende é não cair no erro ou no exagero de colocar os escritórios e sociedades de advogados ao mesmo nível que uma qualquer sociedade que trabalhe em qualquer outra área.
A minha opinião sobre tudo isto, é a de dar razão à OA. As regras do jogo existem, e são para ser respeitadas. Não se pode tomar como justificação "eles lá fora também fazem". Cada país tem as suas regras, as suas tradições, cultura e costumes. E, como todos sabem, na cultura de cada Estado-Membro a UE não se pode imiscuir. É da competência exclusiva de cada EM decidir a propósito da sua cultura. Caso contrário, correríamos o risco de ter a UE a designar uma bandeira para cada EM, por exemplo.
Sendo os costumes e tradições exclusivos de cada EM, não se pode tomar como exemplo os outros países. Nós temos os nossos e no nosso Portugal, a advocacia é uma profissão com regras muito próprias, tendo em vista a tal não mercantilização da profissão. Felizmente, a OA está longe de uma anarquia. Ora... existirá algo mais mercantil do que uma "loja"?! Começa no conceito! Acho que nem estamos aqui a falar de algo que possa estar na fronteira entre o deontológico e o não deontológico. Começa no nome, passa pelos preços e pelas quotas anuais de 50 euros que exigem que os advogados paguem. Todo o conceito e projecto da Loja, é mercantil!
Agora, sempre me ensinaram que se não concordamos com as regras, não devemos jogar o jogo. Ou aceitamo-las e tentamos chegar a uma posição em que possamos ser nós a fazer as regras. Com o devido respeito que tenho pela Ilustre Dr.ª responsável por esta loja, creio que se quiser vingar este tipo de projecto terá que o fazer passar primeiro pela OA. Caso contrário, ou aceita as regras do jogo como elas são, ou então não o jogue. Tudo menos tentar criar as suas próprias regras à margem daquelas que todos os outros estão obrigados a respeitar. Acredito que não sejam poucos aqueles que desejassem fazer uma publicidade num site, ou até em jornais e revistas. Mas por algum motivo não o fazem: porque existem regras para todos cumprirem.
A OA é muito restritiva em matéria de publicidade. Publicidades de advogados em jornais, sites, etc a disponibilizar os seus serviços, são censuráveis. Consigo ver o ponto a que muitos chegariam, se fosse dada esta benesse à "Loja Jurídica". Passaríamos a ter sociedades de advogados a publicitar em jornais, revistas, outdoors, e se calhar até teríamos o Bruno Nogueira a ser contratado pelas maiores sociedades, ou os Gato Fedorento. Como vêem... caíria no ridículo. Não pode ser. A advocacia não é isto!
A propósito de publicidade, atente-se a outra forma absolutamente censurável: alguns advogados criaram o site www.divorcionet.pt no qual se disponibilizam a tratar de divórcios a troco de um determinado valor pré-definido, etc. A justificação deles é "já se faz nos EUA". Como todos nós sabemos, os EUA não são propriamente um modelo de advocacia, jurisprudência, ou sequer de formação jurídica. Não tem quaisquer tradições. Esta justificação, a meu ver, não vinga. E enquanto o site estiver no ar, prejudica gravemente o exercício da profissão por parte de todos os outros que aguentam todos os meses, sem fazer uma publicidade simples que seja, por respeito às regras deontológicas.

segunda-feira, maio 07, 2007

Gloriosa Venusmonti



Belos tempos em que a FDL tinha uma Tuna masculina... :)

O caso do rapto da menina inglesa: só para "inglês ver"!

Crianças e jovens portugueses desaparecem, em vírtude de rapto ou sequestro, e qual é a habitual cobertura que a comunicação social dá a estas desgraças que, infelizmente, nem são tão poucos quanto isso?: um quadradinho de tamanho bem inferior áquele que o Prof. Bambo tem no Correio da Manhã, com uma foto pixelizada, e a dizerem que foi vista pela última vez de t-shirt vermelha e sandálias da Chicco. Estas curtas linhas de fama proporcionadas por um quadrado minúsculo no jornal popular mais sensacionalista, desde logo tiram grande parte da atenção ao anúncio. Esta é a realidade quando crianças e jovens portugueses desaparecem. Muitos ficam apenas na memória dos pais e os portugueses ignoram o drama daqueles, simplesmente porque não lhes chega a informação.
Mas... coberturas televisivas de mais de 20 minutos em todos os jornais, durante pelo menos 4 dias, só prova que isto tudo é para "inglês ver". Uma criança inglesa desaparece em Portugal e desaba o Mundo. Somos torturados com estas notícias apenas por serem ingleses! A grande razão de tudo isto é o facto de serem os bifes quem larga mais dinheiro em Portugal, contribuem para o aumento das receitas decorrentes do turismo. Imagino se tivesse sido um português a ter raptado a criança!
Posto isto... estes ingleses vão aparecer nas TV's e jornais durante mais um bom par de dias, tudo para que os portugueses continuem a ficar bem vistos lá fora e não se choquem com a imagem portuguesa que funciona de forma passiva quando a mesma desgraça toca aos portugueses. Apesar de tudo isto, não parece ser o suficiente, dado a Polícia portuguesa ser críticada. Curioso é que há menos de uma semana a PJ recebeu louvores dos EUA e tem a reputação mundial que tem.
Como vêem, os portugueses continuam a ser cidadãos de segunda, apenas porque não podemos pagar (em dinheiro) aquilo que os estrangeiros aqui podem pagar. É simples meus amigos: as pessoas são vistas conforme o dinheiro que têm. Infelizmente, nós somos vistos como ralé no nosso próprio país e relativamente aos bifes, mais se agrava a situação.
Resumindo, este mediatismo todo que dão a esta situação, só porque são ingleses, é censurável. Não consigo ter pena dos pais desta criança. Tenho pena da criança pelos pais que tem. Uma coisa são catástrofes naturais ou sequestros e raptos no qual os pais tudo fazem para proteger os filhos. Catástrofes naturais ou aquelas em que a actuação dos pais não pudesse ser a melhor, não são actuações dolosas ou negligentes. Mas... os pais deixarem filhos menores, e bem menores, sozinhos num quarto de hotel, enquanto se vão divertir, de zeloso não tem nada. E não só não tem nada de zeloso, como ainda é punido pelo artigo 138.º do Código Penal, constituindo uma situação de abandono (artigo 138.º, número 1, alínea a), sendo agravado pelo facto de serem ascendentes da criança (138.º, número 2), e mais agravado ainda caso a criança seja morta (138.º, número 3, alínea b). Mas alguém fala neste crime praticado pelos pais? Para quê? São ingleses, deixa-os estar!
No fim de tudo, não só os pais são os principais responsáveis por este rapto ou sequestro (e são responsáveis criminalmente), como muito afortunados se podem considerar por terem a Polícia portuguesa a trabalhar como tem trabalhado: de forma exemplar! Não tenho pena nenhuma das lágrimas de crocodilo dos pais, e desconfio que pelo menos a mãe saiba de alguma coisa que não quer contar. Esta história não me cheira nada bem, e está muito mal contada. Uma mãe que diz que de 30 em 30 minutos vai ver se os filhos estão bem e não deixa a porta trancada (o que também pode ser perigoso, tendo em conta as janelas e outros instrumentos perigosos que se pode encontrar num quarto), e ao mesmo tempo diz que os conseguia ver do lado de fora, quando já se provou que tal era falso... dá que pensar. Ainda por cima numa estalagem sem câmaras de segurança... Aqui há gato!

domingo, maio 06, 2007

Uma atleta portuguesa, com certeza!

Venceu há instantes a Etapa Portuguesa da Taça do Mundo, com uma descontracção impressionante. Atletas que chegaram bem depois dela, deitavam-se no chão e chegavam estoiradas, mas a Vanessa não só chegou em primeiro, como ainda continuava ali a correr durante mais algum tempo, tal era a frescura física dela.
Além de ter vencido esta prova, lidera agora o Ranking Mundial. É uma atleta portuguesa, com certeza e um orgulho para Portugal!

sábado, maio 05, 2007

Máfia dos bingos financiou PS no Brasil e queria casino em Lisboa

"O PSD exige que o PS esclareça "com urgência" as ligações dos socialistas aos detidos na operação Furacão, um grupo acusado de, a partir do Brasil, negociar sentenças judiciais e decisões políticas para beneficiar casas de bingo e de máquinas de jogos de azar. Licínio Soares Bastos, um dos empresários portugueses detidos, é dos maiores financiadores do PS no Brasil e suportou grande parte das despesas da campanha do candidato socialista ao círculo fora da Europa nas legislativas de 2005, Aníbal Araújo.
Licínio é também proprietário do imóvel onde está instalada a sede do PS no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. O empresário viria a ser nomeado cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio, um ano depois de José Sócrates chegar ao poder, mas o processo nunca chegou a ser formalizado junto do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A Polícia Federal (PF) brasileira suspeita que o português fosse o intermediário do grupo nas negociações para abrir casinos em Portugal e no Brasil. Numa das escutas anexadas ao processo, outro detido, o advogado e empresário Jaime Garcia Dias, admitia ao vice-presidente da Associação dos Bingos do Rio de Janeiro, José Renato Granado, que estava em Portugal reunido com deputados e que as despesas da estadia estavam a ser suportadas "pelo presidente da câmara". Na transcrição da escuta, o empresário brasileiro nunca revelava o nome ou o partido dos deputados e do autarca."O PS e o Governo têm de clarificar esta situação com urgência, é o nome de Portugal e das comunidades portuguesas que está em risco", sublinhou José Cesário, deputado do PSD e antigo secretário de Estado das Comunidades. Licínio Soares Bastos é natural de Oliveira de Azeméis, de onde é também oriundo o candidato do PS ao círculo de fora da Europa em 2005, Aníbal Araújo. O primeiro é fundador de alguns dos jornais administrados por Aníbal Araújo. "É um benemérito que muito ajuda a comunidade portuguesa, não há qualquer promiscuidade", enfatiza Araújo.Antes das legislativas de 2005, a confusão instalou-se na secção do PS no Rio de Janeiro, sem se saber quem dirigia esta estrutura. Terá sido por essa altura que se tornaram públicas as relações entre Aníbal Araújo e Licínio Bastos - alguns elementos do PS defendem que o empresário brasileiro impôs o nome do futuro candidato. "Foi então que o sr. Licínio [Soares Bastos] disse que foi contactado pela direcção do PS para ajudar o partido. Aí, criou a sede e pagou a campanha de Aníbal Araújo", disse ao PÚBLICO Eduardo Moreira, antigo deputado do PSD para o círculo fora da Europa e residente no Rio de Janeiro. A "ostentação" da campanha motivou uma queixa do PSD à Comissão Nacional de Eleições, apresentada a 20 de Abril de 2005. "Utilizaram aviões, cartazes em autocarros, programas de rádio e televisão aqui no Brasil. É óbvio quem suportou tudo isso", expõe o social-democrata. "Eu desconheço se o sr. Licínio, de quem sou amigo, financiou ou não a minha campanha", contrapôs Aníbal Araújo.O deputado José Lello, antigo secretário de Estado e responsável pela área das Comunidades Portuguesas do PS, também alega desconhecer a origem do financiamento. "Isso é da responsabilidade do candidato. Conheci Licínio Soares Bastos durante essa campanha, foi-me apresentado por Aníbal Araújo. Não sei se foi ele o financiador", afirmou, argumentando também ignorar que a sede do PS no Rio de Janeiro funciona em instalações do empresário agora detido.O actual responsável pelo departamento de Relações Internacionais e Comunidades Portuguesas do PS, Luís Pisco, admite e desvaloriza o facto de a sede do PS no Rio de Janeiro estar instalada numa propriedade de Licínio Bastos. "É normal isso acontecer, ele quis ajudar o partido. Posso é garantir que as reuniões políticas do partido se realizam noutro lugar", frisou. Pisco não soube, no entanto, identificar os actuais dirigentes socialistas no Rio de Janeiro. Cônsul em Cabo FrioColocando a tónica na sede do partido e na "generosidade" do empresário agora detido, o social-democrata Eduardo Moreira recorda conversas antigas. "Eu não sei se há promiscuidade ou não, sei é que o sr. Licínio dizia que o apoio ao PS lhe renderia contrapartidas comerciais em Portugal", sublinhou.Um ano depois de o PS chegar ao poder, Licínio Soares Santos foi nomeado cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio, a 150 quilómetros do Rio de Janeiro. A nomeação, despachada pelo secretário de Estado das Comunidades, António Braga, foi publicada em Diário da República dia 16 de Maio de 2006, mas veio a ser suspensa meses depois quando se constatou que Licínio Bastos estava a ser investigado pelas autoridades brasileiras. A secretaria de Estado justificou a indigitação pela "disponibilidade" manifestada por Licínio Bastos para suportar todas as despesas do posto consular. "O Estado português não teria qualquer despesa com esse consulado, Licínio Bastos ofereceu-se para suportar todo o investimento para ajudar a comunidade portuguesa, ele é um benemérito e até ser condenado merece a presunção de inocência", explicou ao PÚBLICO Eduardo Saraiva, assessor de imprensa do secretário de Estado das Comunidades, António Braga. Um argumento que não colhe, pelo menos junto de Eduardo Moreira, que também já presidiu ao Conselho das Comunidades Portuguesas no Rio de Janeiro."Em Cabo Frio residem no máximo 20 portugueses, não faz sentido abrir aí um consulado e encerrar o de Santos, onde habitam cerca de 15 mil pessoas com ligações a Portugal", disse.António Braga, Eduardo Saraiva e Luís Pisco foram telefonicamente contactados pelo PÚBLICO em Salvador da Bahia, onde participam no congresso da União Portuguesa da Imprensa Regional, estrutura presidida por Aníbal Araújo"

Fonte: Público

Que é que há mais a dizer a não ser que o PS acumula escâncalos atrás de escândalos. Fica no ar uma pergunta: será que para o Presidente Cavaco Silva, continuam a haver problemas mais graves por resolver?
Deixem-me adivinhar: Sócrates não sabe de nada e a culpa é de outra pessoa qualquer. O PS e Sócrates nada têm a ver com isto. Será difícil adivinhar que isto vai ficar, mais uma vez, abafado?

Resultados da Sondagem

Na última sondagem "Tendo em conta o mais recente escândalo de José Sócrates, o Presidente da República deve:", venceu com 71 votos "Demitir o Governo e convocar novas eleições". A maioria dos visitantes do blog partilha da opinião que o Governo devia ser demitido e os eleitores deveriam votar num novo Governo.

sexta-feira, maio 04, 2007

Um homem sério


Marques Mendes pode ser muita coisa: um líder fraco, sem ideias, sem carisma, sem amigos, sem aliados, pouco cativante, pouco empreendedor, etc. Pode até nem sequer chegar ás eleições legislativas de 2009 como candidato do PSD a Primeiro-Ministro ou, mesmo que o consiga, ter um mão resultado e não evitar uma nova maioria absoluta do Sr. José Sócrates. Mas se há coisa que Marques Mendes trouxe á política nestes 2 anos em que é Líder do PSD, foi um pingo de dignidade a esta actividdade.
Acho muito bem que o PSD siga neste momento o princípio de que, caso algum dos seus militantes ou pessoas eleitas nas suas listas para algum cargo político, sejam suspeitas ou arguidas em algum processo judicial, que haja uma obrigatoriedade de suspenderem os seus cargos até que a verdade seja apurada. A decência democrática e política assim o exigem, principalmente nos dias que correm, em que todos os dias conhecemos novos casos de corrupção, abuso de poder, favorecimento de titulares de órgãos políticos a terceiros.
O país está farto de casos Fátima Felgueiras, de Fundação Prevenção e Segurança, de Isaltino Morais, de Valemtim Loureiro, de Pina Mouras e Prisas, de toda a pouca vergonah que se assite diariamente e que só fazem com as pessoas cada vez menos acreditem nesta classe política que usou o 25 de Abril não só para mudar o país, amas também para se servirem do país.
Dou os meus parabéns a Marques Mendes. Pode ser o pior líder político em Portugal, mas ao menos é o único que demonstra decência no exercício do seu cargo.
Nota final: é de salientar as palavras de Jorge Coelho acerca do príncipio que o PS usa neste tipo de situações: só se um seu dirigente político for acusado e condenado é que o PS lhe retira a confiança política. Ou seja, só passados uns 6 anos, na melhor das hipóteses, depois de toda a tramitação processual estar concluída, é que o PS retira ou não a sua confiança política. Nem é preciso por isso referir que entretanto o problema deixou de ter importância e caiu no esquecimento, sob pena de algum desses políticos, se de facto for culpado, continuou a usar e a abusar da sua posição...

Não é de estranhar por isso que hoje em dia seja o PS de Oeiras a sustentar que Isaltino Morais não seja obrigado a renunciar ao seu mandato, tendo feito uma coligação com esse senhor, que Fátima Felgueiras tenha regressado a Portugal depois de ter feito um acordo com o PS para que não fosse presa no seu regresso, que a Fundação da Prevenção e Segurança tenha feito desaparecer 700 mil contos à época, sem que tenham sido encontradas responsabilidades, etc.

Um palavra também para o BE e para o PCP: tenho pena que não sejam tão corajosos a pedir a demissão dos seus autarcas de Salvaterra de Magos e de Setúbal (ambos arguidos em processos relacionados com as suas funções autárquicas), mas para Lisboa sejam tão vigorosos em pedir eleições antecipadas.


É aqui que você quer trabalhar?

Comprei a revista Exame deste mês, que tem como capa "As 28 melhores empresas para trabalhar". Fui investigar estas 28 empresas que a revista aconselha, na esperança de ver ali um possível futuro. Desiludi-me com o que vi. A esmagadora maioria daquelas 28 melhores empresas tem como pontos quentes "Promoção: nem sempre os melhores são os escolhidos" e "Remuneração: as pessoas não são pagas de forma adequada ao seu desempenho". Eu não quero trabalhar num sítio que pratique tais políticas. Mas pelos vistos a Exame aconselha.

Pergunta: serão mesmo estas as 28 melhores? Ou serão aquelas que, apesar dos tais pontos quentes, mesmo assim são as menos más?

quinta-feira, maio 03, 2007

Pequeno demais para algo que nem é muito grande

Um homem que é pequeno demais para
um partido que nem é muito grande actualmente

Desde o início que vi que este caso de eleições intercalares na CML ia dar buraco. Apesar de ser a favor de eleições intercalares, mesmo sendo uma Câmara PSD e achando Carmona Rodrigues um tipo competente, deu para ver que Marques Mendes viu neste caso uma oportunidade de aparecer no pânorama político nacional. Uma vez que não consegue fazer oposição a Sócrates, aproveitou-se de uma crise provocada pelos seus para tentar ganhar alguns pontos e credibilidade junto do eleitorado. Tal foi o seu discurso a propósito de toda esta situação, e tal foi o seu empenho em abater o seu próprio colega de partido, que deu para ver perfeitamente onde queria chegar com tudo isto. Não se lhe era exigido que protegesse Carmona Rodrigues, mas que mostrasse um mínimo de solidariedade por alguém que já foi Ministro e que fez o Partido ganhar a mais importante Câmara do País, quando o Partido mergulhava em crise profunda. Carmona merecia essa solidariedade. Mas não. Marques Mendes fez lembrar aqueles miúdos que querem ser delegados de turma, mas como não conseguem ganhar a confiança de ninguém, decidem aproveitar-se dos erros dos seus amigos para lá chegar. Para mim foi triste ver mais um sinal da incapacidade de Marques Mendes.
Mas não fica por aqui a sua incapacidade. Num partido que hoje nem é tão grande como parece (vejam as sondagens, as intenções de voto e a liderança), Marques Mendes bateu no fundo do poço ao não conseguir manter o respeito e liderança na sua própria casa. Quer ele ser Primeiro-Ministro em 2009? Quer ele gerir Portugal, quando nem consegue manter em sentido um Presidente de Câmara? Marques Mendes provou, mais uma vez, que o PSD é muito grande para ele. No CDS também já se viveu a mesma forma de gestão e liderança, mas alguém se levantou e reclamou as rédeas do cavalo, vencendo, sem espinhas, dentro de casa. No PSD falta alguém com a mesma capacidade. Faltar alguém, não falta. O PSD tem muitas pessoas suficientemente capazes para colocarem o Partido no lugar que merece. Muitos não estão é para se chatear...

quarta-feira, maio 02, 2007

Um novo modelo de retribuição laboral

Em período de revisão do Código do Trabalho, uma das matérias que o Código nada alterou em relação à legislação anterior (Art. 82º e ss da LCT) foi precisamente esta.
A retribuição no Código do Trabalho tem como pedra basilar a retribuição certa, ou seja, aquilo que vulgarmente é conotado como o salário ao fim do mês, recebido em função do tempo de trabalho. No Código, este regime aparece-nos no art. 252º . Mas será esta a forma ideal de retribuição nos tempos que correm?
O art. 253º do CT aflora uma outra forma de retribuição, baseada na produtividade do trabalhador. Sendo uma boa ideia, no entanto as estatísticas demonstram que este modelo é pouco utilizado, já que principalmente da parte dos trabalhadores, há uma enorme resistência a este modelo, por vários motivos.
Julgo que é tempo de se ser mais ambicioso em relação a esta questão. Sendo uma forma secundária de retribuição, é este o momento em a retribuição em função da produtividade deveria ser a principal forma de apuramento da retribuição.
O contrato de trabalho deveria obrigatoriamente, no que respeita a este aspecto, conter uma retribuição fixa relativamente baixa às que são praticadas actualmente, e depois deveria ter diversos prémios de produtividade, previstos objectivamente, consoante a mais valia que o trabalhador traria à sua empresa. Ou seja, o trabalhador deixaria de receber consoante a sua categoria profissional, quer produzisse 100 ou 200, passando a receber pelo o que produzisse. Quanto melhores resultados trouxesse à sua empresa, mais receberia.
Isto seria bom para toda a gente: o empregador teria mais lucros e o trabalhador um salário melhor. No entanto, há que ponderar um outra questão: em tempos de crise económica, em que existe maior dificuldade em escoar os produtos e as empresas passampor mais dificuldades, logo os resultados são menos bons, não ficaria o trabalhador prejudicado?
Nessa altura, o contrato de trabalho deveria prever uma claúsula em que a retribuição fixa do trabalhador, que seria baixa, aumentaria automaticamente para um valor superior (mas ao mesmo tempo o salário real seria inferior, já que não teria o trabalhador tantos prémios de produtividade), que conciliasse a quebra de dos lucros da empresa com um nível mínimo de dignidade do trabalhador, para que este não ficasse com a sua vida pessoal prejudicada.
A reflectir.