De acordo com a comunicação social, Maria João Pires pretende renunciar à nacionalidade portuguesa e tornar-se cidadã brasileira.
Perturbam-me aqueles que pensam que a nacionalidade é como um género de roupa da moda que uma vez gasta e explorada é deitada fora e substituída por outra. Maria João Pires nasceu para a música em Portugal e foi também o nosso país que apoiou muitos dos seus projectos, alguns dos quais, segundo consta, sem que a pianista precisasse de justificar. Devia estar grata por isso e retribuir!
É certo que os apoios estatais à cultura deixam muito a desejar e são o calcanhar de Aquiles de qualquer Governo, mas arrepiam-me estes tipos das artes que, apesar das regalias que têm por contribuir activamente para a cultura de um país, de todo o sucesso que fazem e do reconhecimento que têm, se não lhes forem dados subsídios não se fazem à vida e censuram quem não sustenta alguns dos seus devaneios.
Maria João Pires tem uma qualidade de vida que, embora não seja igualmente proporcional, anda bastante perto do talento que tem. Torna-se assim incompreensível que se a pianista não receber apoios do Estado também não demonstra vontade em investir um cêntimo seu que seja pelo seu amor à música.
Abdicar de uma nacionalidade que a catapultou para a fama mundial e muito apoio lhe deu apenas porque o Estado não está em condições de satisfazer todos os seus caprichos só significa uma coisa: ingratidão! Maria João Pires devia provar que merece a nacionalidade que ainda tem dando um pouco de si pela cultura nacional e contribuir para o seu engrandecimento para que um dia artistas como ela possam ser justamente recompensados pelo Estado português em vez de esperar que o Estado a sirva. Por mim pode ficar no Brasil e comer muito acarajé em S. Salvador. Só lamento mesmo o duplo CD que comprei há cerca de três meses, pois foi dinheiro deitado fora.
Perturbam-me aqueles que pensam que a nacionalidade é como um género de roupa da moda que uma vez gasta e explorada é deitada fora e substituída por outra. Maria João Pires nasceu para a música em Portugal e foi também o nosso país que apoiou muitos dos seus projectos, alguns dos quais, segundo consta, sem que a pianista precisasse de justificar. Devia estar grata por isso e retribuir!
É certo que os apoios estatais à cultura deixam muito a desejar e são o calcanhar de Aquiles de qualquer Governo, mas arrepiam-me estes tipos das artes que, apesar das regalias que têm por contribuir activamente para a cultura de um país, de todo o sucesso que fazem e do reconhecimento que têm, se não lhes forem dados subsídios não se fazem à vida e censuram quem não sustenta alguns dos seus devaneios.
Maria João Pires tem uma qualidade de vida que, embora não seja igualmente proporcional, anda bastante perto do talento que tem. Torna-se assim incompreensível que se a pianista não receber apoios do Estado também não demonstra vontade em investir um cêntimo seu que seja pelo seu amor à música.
Abdicar de uma nacionalidade que a catapultou para a fama mundial e muito apoio lhe deu apenas porque o Estado não está em condições de satisfazer todos os seus caprichos só significa uma coisa: ingratidão! Maria João Pires devia provar que merece a nacionalidade que ainda tem dando um pouco de si pela cultura nacional e contribuir para o seu engrandecimento para que um dia artistas como ela possam ser justamente recompensados pelo Estado português em vez de esperar que o Estado a sirva. Por mim pode ficar no Brasil e comer muito acarajé em S. Salvador. Só lamento mesmo o duplo CD que comprei há cerca de três meses, pois foi dinheiro deitado fora.
2 comentários:
os artistas sempre dependeram dos seus mecenas, que em Portugal também sempre se traduziu por apoios do Estado Português.
A música em Portugal tem exactamente o problema de depender demasiado do subsídio. É uma necessidade que reflecte a falta de investimento "privado". No entanto, mais do que esta notícia da MJPires emigrar para o Brasil, acho que as sucessivas mudanças no ensino público e subsidiado de música são mais importantes e só reflectem a falta crescente de investimento do Estado na cultura musical. Afinal de contas, é uma profissão; e se não investirmos e cativarmos em músicos mais jovens, corremos o risco de perder importância num contexto internacional.
E voltaremos a ser um país que tem um bom pianista, um bom humorista, um bom cientista, um bom... etc... (já percebmos a ideia)
Pura e simplesmente não deveriam existir apoios estatais à produção cultural. A concessão de tais apoios implica qualificações que o Estado não pode nem deve assumir.
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