quinta-feira, abril 24, 2008

"Obrigadinho"?!

Vamos analisar os factos, a ver se consigo perceber o que se está aqui a passar. José Saramago foi homenageado através de uma exposição organizada pela Fundação César Manrique, que é espanhola. Até aqui compreendo. Depois de Lanzarote, localidade de onde Saramago já se pode considerar natural, afigurou-se como pertinente a transferência da exposição para Lisboa, para um local com mais espaço. Apenas por isto.
O que não percebo é porque é que o Palácio da Ajuda se disponibilizou tão facilmente para acolher esta exposição, e o que é que o Primeiro-Ministro e outros elementos do Governo faziam na inauguração de uma exposição inteiramente dedicada a um tipo que todas as semanas profere mensagens que atentam contra a soberania e independência nacionais, promovendo a ideia de união com Espanha, sendo Madrid a capital da "Ibéria".
Juro que não percebo porque é que o Governo, enquanto representante do Estado português, se faz representar numa exposição de um indivíduo, no mínimo, traidor da Pátria. Saramago é traidor! Saramago prefere ver Portugal unido a uma Espanha já quase desmembrada, a ver Portugal conservar a sua independência e identidade de quase 900 anos.
Não aceito que o Primeiro-Ministro profira em nome do Estado português, mensagens de "agradecimento e reconhecimento a José Saramago pelo que fez em prol do prestígio da língua portuguesa e do prestígio de Portugal". Mas, o que é que José Saramago fez em prol do prestígio de Portugal?! Rigorosamente nada! Aliás, fez precisamente o contrário! Para José Saramago, Portugal é um pedaço de terra, repleto de provincianos e tesos, que precisa de se unir a Espanha para se encontrar com a actualidade e com o desenvolvimento. E o que é que Saramago fez em prol da língua portuguesa? Profanar os pontos finais, as vírgulas e todas as regras gramaticais é fazer algo de significativo em prol da língua portuguesa?
Depois de tudo o que Saramago já fez contra Portugal e contra a língua portuguesa, diz "obrigadinho" à Fundação que organiza a exposição, mas é o Estado português quem diz um "muitíssimo obrigado" a alguém que, se pudesse, acabava com a nossa independência e identidade. A presença de elementos do Governo em algo que se relacione com este escritor espanhol-que-sabe-falar-português, é no mínimo triste e vergonhosa para a nossa imagem. Não consigo entender isto. Juro que não que consigo....

2 comentários:

jb disse...

Não posso concordar com o que disseste. Talvez por ser fã da obra de Saramago. Talvez porque não estejamos a ver esta exposição e homenagem no mesmo nível.
Esta exposição visou homenagear o escritor Saramago. E o escritor Saramago tem provas dadas da sua qualidade, independentemente do gosto pessoal de cada um quanto ao seu estilo. Eu até posso não gostar de Picasso, que destruiu as regras de pintura do impressionismo, e, no entanto, não retiro valor à sua arte.
O facto é que Saramago foi galardoado com o Nobel. E nesse momento, quer queiramos quer não, Portugal foi dignificado, porque foi na sua língua que a obra foi redigida.
Não se homenageia o homem Saramago, as ideias pró-Iberia, as convicções políticas...
O que se faz é uma separação racional que permite reconhecer o valor literário de um homem que pelo mundo fora é conhecido como português.

Pedro Sá disse...

Traição ? Não. Traições são actos, não opiniões, por imbecis que sejam.