terça-feira, julho 15, 2008

A obesidade enquanto problema

Há instantes via um programa a alertar para a obesidade. Há dias li uma reportagem no Público que falava de crianças obesas. Sobre os adultos só posso associar o aumento da quantidade de obesos à propagação das cadeias de fast food, como são disso exemplo McDonalds, KFC, Burger King, Burger Ranch, Joshua Shoarma, entre tantas outras. Estão por todo o lado e, pior, a preços acessíveis. É possível hoje em dia alguém encher-se com quase 1 litro de coca-cola, uma dose considerável de batatas fritas minadas de sal e um belo hamburger que, curiosamente, acaba por ser o elemento da refeição (?) que menos calorias tem. Depois ainda existem os molhos e as belas saladas que só servem para enganar, acabando algumas por conter mais calorias do que o hamburger.
Todos manifestam preocupação, mas ninguém se lembra de actuar. Os portugueses trabalham cada vez mais, têm menos tempo para si próprios e até os espaços para as refeições é cada vez menor. Cozinhar está cada vez mais fora de questão e o "rápido", o que desenrasque, é o mais requisitado. Só assim se explica que vejamos centenas de pessoas de todas as idades nas cadeiras de fast food espalhadas por todo o país! Depois, relativamente aos adultos, temos outra coisa engraçada: o anedótico subsídio de alimentação. Muitos portugueses têm subsídios de alimentação de €2,50 ou até aos luxuosos €5,00. Alguém me consegue dizer um sítio onde se consiga almoçar, num raio de 20km das grandes cidades, por 5 euros? E quem se desloca de transportes públicos e tem pouco tempo de almoço? Tem tempo para se deslocar a um desses locais? Eu faço um exercício de criatividade tremendo para conseguir imaginar como é que alguém almoça com subsídios de €2,50, €3,00... €5,00! E, sinceramente, a única coisa que me vem à ideia são bolachas, bolos e... fast food. Hoje em dia, por €1,00 já se consegue comprar um hamburger. Por mais €0,50€ uma dose de batatas fritas. Por cerca de €0,40 compra-se uma lata de coca-cola (acho eu). Ora, isto tudo junto dá para almoçar dentro do orçamento e de forma rápida.
Depois vêm os "almoços fora", essa loucura! Eu bem vejo nos centros comerciais, aos fins-de-semana, quando lá tenho que ir, as famílias a almoçarem fora... na esplanada do KFC! Eu vejo momentos em família, onde cada elemento tem... um menu do McDonalds diferente! Porquê? Além de ser bom e dos miúdos fazerem birra e os papás não terem autoridade para os contrariar e os meterem a comer comida como deve ser, porque ninguém tem dinheiro e estes são os poucos tipos de refeições que muitas famílias portuguesas conseguem ter em conjunto, sem ser em casa. Não há dinheiro e a melhor oferta são os restaurantes de fast food: tem um sabor agradável, o aumento do colesterol não se vê e é barato! Se a família começa a crescer em largura, em vez de crescer em altura, não interessa. Se está gordo é porque come bem!
Será que ninguém pensa nisto? Os portugueses precisam de mais tempo para si próprios, e precisam de ter acesso a comida saudável em condições comportáveis. Quantos não são aqueles que até gostavam de comer comida saudável mas não o fazem porque não têm tempo ou dinheiro? Até um simples pão custa os olhos da cara...

2 comentários:

Pedro Sá disse...

Bullshit. A diferença de preços entre um McDonald's e os outros restaurantes de um centro comercial é mínima.

Já agora. Eu almoço quase todos os dias num local aqui ao pé do emprego por € 4,30 prato mais garrafa de água :D E por exemplo no Oeiras Parque quase todos os restaurantes têm menu de almoço com prato, café (e alguns até sobremesa) por € 5.

Luís Rocha disse...

Não sabemos o que é um subsídio de refeição?

Tanta critica neste canto sobre os que recebem subsídios e ficam de papo para o ar, mas depois acabamos por confessar que não se sabe o que é "subsídio".

É pena, verborreico, mas pena.