sábado, julho 12, 2008

A condução portuguesa

Praticamente todos os dias assisto a vários atentados suicidas nas estradas portuguesas. Algumas vezes sou uma potencial vítima deste tipo de gente. As tentativas de suicídio - e homicídio - passam por vezes em simples mudanças de faixa. Sempre que alguém quer mudar de faixa, a primeira coisa que deve fazer é ligar o pisca para o sentido para o qual pretende virar, para que quem vem nessa faixa se aperceba da intenção do condutor do lado e se quiser, ceder-lhe passagem, abrandar para que ele possa fazer o que pretende, ou ignorar. A segunda coisa que o condutor que quer virar deve fazer é olhar pelos espelhos laterais para ver se pode fazer aquela manobra ou se tem que esperar mais um pouco até que a possa fazer em segurança. Por fim, quando é viável, deve entrar para a faixa pretendida. Isto é como devia ser. Todos ficariam bem e muito menos acidentes ocorreriam.
Em Portugal a realidade é diferente daquela que foi em cima apresentada. Em Portugal, quem quer mudar de faixa, a primeira coisa que faz é enfiar logo o carro para a faixa que quer. Depois, uma vez tendo inserido 5% do seu veículo na faixa pretendida, faz o pisca e continua a meter-se, ainda que venha outro a abrir e esteja prestes a bater. Por fim, olha pelo espelho lateral por descargo de consciência. Se ocorrer alguma colisão, o "artista" prontamente se sai com a resposta "eu meti o pisca!", como se meter o pisca fosse sinónimo de imunidade.
Confesso que se eu não conduzisse devagar, já teria batido dezenas de vezes graças a "artistas" destes. Confesso também que se algum dia espetar o meu carro por culpa própria, ou amolgar alguma parte frontal e/ou lateral e estiver a precisar de fazer um investimento, nem penso duas vezes e vou deixar que um destes assassinos faça uma destas manobras e se espete contra a parte que já estava partida ou amolgada. De preferência um desses tipos com um Mercedes ou um Audi e de matrícula recente. Depois, quando baterem, vão perguntar "e agora?!" e eu terei todo o prazer de dizer "e agora? Chamem a polícia! Eu não pago!".

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