Mais uma prova em como estamos num país que é utilizado para servir alguns e não todos. A RAVE (Rede Ferroviária de Alta Velocidade) contratou no final do ano de 2006, o ex-director geral de exploração da REFER (Rede Ferroviária Nacional), Manuel Lopes Marques (MLM), para o cargo de assessor do conselho de administração. MLM deixou o cargo a seu pedido, tendo recebido uma indemnização correspondente aos 35 anos de trabalho na REFER, que perfaz o montante de 210 mil euros!!! Três meses depois de deixar o seu anterior posto, é contratado para o dito cargo, auferindo 5050 euros numa empresa do mesmo grupo.
Perguntamos todos: como é possível? Estamos em Portugal, eis a resposta. O mais curioso nisto tudo, é que existem estatutos de empresas públicas que se dão ao luxo de pagar estes "pequenos abonos", e disponibilizam-se a recontratá-los e a pagar um salário chorudo, e depois apresentam prejuízos, como é o caso das duas empresas públicas em causa: a RAVE fechou o ano de 2005 com 22 mil euros negativos, e a REFER encerrou o ano de 2006 com valores negativos acima dos 160 milhões de euros. Importante não é o que se produz e gerar lucro. Importante é ter gente a ganhar muito bem e a receber indemnizações altíssimas.
9 comentários:
És um espalha-brasas!
Deverias ter escrito também que "o porta-voz da REFER revelou que já está em curso um inquérito, por parte do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, às contratações."
Porquê "contratações" e não contratação, é que já tinha sido divugada na semanad passada uma notícia com um caso semelhante também na mesma E.P.! Isso é que é ainda mais grave, ao menos, ao contrário de outras situações, o governo já está a averiguar o que se passou. Até poderão chegar à conclusão que houve uma demissão da REFER por incompatibilidade com a actual administração... e por isso talvez tenha existido um convite posterior por parte da Administração da RAVE... mas quem sabe... pode ser o factor "C" a funcionar
Quem paga?
o tuga-médio...
"Até poderão chegar à conclusão que houve uma demissão da REFER por incompatibilidade com a actual administração... e por isso talvez tenha existido um convite posterior por parte da Administração da RAVE... "
Nem que fosse por um postura de moral pública, estes senhores nunca poderiam voltar a trabalhar na REFER ou em qualquer outro órgão ligado ao Ministério das Obras Públicas.
Não defensamos o indefensável, sim?
LOL
E que tal uma pena disciplinar? Que tal a expulsão da Administração Pública?
Voltámos ao Estado Novo?
... Como advogados estagiários, devemos sempre moderar a nossa opinião... afinal de contas decorre um inquérito para averiguar da bondade das condutas!
"existem estatutos de empresas públicas que se dão ao luxo de pagar estes "pequenos abonos", e disponibilizam-se a recontratá-los e a pagar um salário chorudo"
Já agora corrijam-me se estou enganado, mas o regime de contratação das E.P. é regulado pelo direito privado... assim os estatutos nada têm a ver com a relação laboral...
Estou cá apra ver o resultado do dito inquérito...
Até lá, já se foram alguns milhares de euros provenientes de impostos para pagar aos ditos senhores...
Aguardo com um sorriso nos lábios. é que me apetece fazer, rir bastante, já que o nosso país perdeu toda a crebibilidade. Ao menos podemos todos rir com a palhaçada que impera em Portugal, que este episódio só veio realçar.
Moderação diogo, não deves ser tão extremista! Obrigado pela compreensão.
Abraço,
Fernando Caetano
Vocês não são idóneos...
A indemnização vai ter de ser devolvida. É o que a lei estipula (não me lembro agora do diploma, mas aplica-se a cargos dirigentes, comissões, etc, e sempre que o indivíduo volte a ser contratado dentro dos dois anos seguintes tem de devolver a indemnização). É pena a Comunicação Social não divulgar isto.
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