Existem várias razões para votar "Sim" no referendo, assim como existem várias razões para votar "Não".
Independentemente da formação cristã que recebi, e da qual me orgulho, não posso deixar de manifestar a minha intenção de votar "Sim" no referendo do próximo dia 11 de Fevereiro de 2007.
Partilho vários argumentos com ambas as posições. O argumento do "Não" que para mim poderia desequilibrar é sem dúvida a protecção jurídica do feto. Embora vá votar "Sim", realmente não sou capaz de arranjar um argumento que possa superar a vida de um ser humano, ainda que embrionário.
O argumento do "Sim" mais válido, na minha modesta opinião, é a liberdade de escolha da mulher nos casos em que não tenha condições físicas, morais, económicas, educacionais e/ou outras.
Não posso aceitar o argumento de alguns defensores do "Não" de que se devia apostar na formação e educação em vez de se despenalizar o aborto. Porquê? Porque independentemente da despenalização do aborto deveria-se apostar na formação, educação e informação, ou seja, aborto despenalizado/ formação/ educação/ informação. Mais, até este momento vivemos com o aborto penalizado, por acaso o Estado apostou nessas políticas de formação e educação?
Defendo o aborto, desde que seja uma decisão informada, através de consultas pré-aborto e com o acompanhamento de médicos especialistas em várias áreas.
Porquê tanta hipocrisia e querer forçar uma situação de abortos clandestinos? Não vejo a necessidade de mulheres, que até poderiam ser nossas filhas, recorrerem a abortos clandestinos, em locais sem condições, correndo risco de vida.
POR ISSO VOTO “SIM”!
Independentemente da formação cristã que recebi, e da qual me orgulho, não posso deixar de manifestar a minha intenção de votar "Sim" no referendo do próximo dia 11 de Fevereiro de 2007.
Partilho vários argumentos com ambas as posições. O argumento do "Não" que para mim poderia desequilibrar é sem dúvida a protecção jurídica do feto. Embora vá votar "Sim", realmente não sou capaz de arranjar um argumento que possa superar a vida de um ser humano, ainda que embrionário.
O argumento do "Sim" mais válido, na minha modesta opinião, é a liberdade de escolha da mulher nos casos em que não tenha condições físicas, morais, económicas, educacionais e/ou outras.
Não posso aceitar o argumento de alguns defensores do "Não" de que se devia apostar na formação e educação em vez de se despenalizar o aborto. Porquê? Porque independentemente da despenalização do aborto deveria-se apostar na formação, educação e informação, ou seja, aborto despenalizado/ formação/ educação/ informação. Mais, até este momento vivemos com o aborto penalizado, por acaso o Estado apostou nessas políticas de formação e educação?
Defendo o aborto, desde que seja uma decisão informada, através de consultas pré-aborto e com o acompanhamento de médicos especialistas em várias áreas.
Porquê tanta hipocrisia e querer forçar uma situação de abortos clandestinos? Não vejo a necessidade de mulheres, que até poderiam ser nossas filhas, recorrerem a abortos clandestinos, em locais sem condições, correndo risco de vida.
POR ISSO VOTO “SIM”!
18 comentários:
Gostava de referir que não são só aqueles que têm formação cristã que são apoiantes do NÃO. Eu não sou cristão e e sou apoiante do NÃO.
A questão da clandestinidade não me parece suficiente, tal como a questão de ser a mulher a decidir. Mais uma vez volto a dizer que, regra geral, o corpo é da mulher, mas o dinheiro que vai sustentar a criança e muitas vezes pagar um aborto, é o do homem. Se o bebé é dos dois, se o acto é dos dois, os dois devem ser responsáveis. Discordo que só as mulheres sejam punidas. Devem ir os dois, a não ser que não haja consentimento de algum deles para praticar aborto e aí, aquele que pressionou para que acontecesse e tornou esta realidade possível, deverá ser responsável civil e penalmente.
A partir das 5 semanas e meia o bebé já sente dor, já tem um coração que bate e um cérebro que reage, e só por aí há vida humana. Não é um ser humano no seu estado perfeito, mas é como se ainda se tratasse de um deficiente cuja formação física ainda não está completa. Porventura vocês entendem que se deve tirar a vida aos deficientes só porque não são perfeitos (e estes sem possibilidade de serem pessoas normais)?
Acho incrível como é que tanta gente defensora dos valores humanos levanta a bandeira do aborto apenas porque duas pessoas são irresponsáveis, distraídas, "não lhes apetece ter" o ser humano que fizeram, ou querem legalizar um acto que tira vidas! Acho impressionante como é que aceitam com naturalidade o aborto. Os erros, os acidentes, sim, aqueles em que o agente não tem culpa, já estão previstos por lei. Basta saber consultá-la e não anarquizá-la. Se o SIM ganhar, espero daqui a algum tempo não ouvir "se eu soubesse que isto ia ser assim"... ainda por cima em Portugal. Se nos países estrangeiros desenvolvidos o aborto aumentou em mais de 500%(!!), quando se julgava que ia diminuir, em Portugal mais ainda aumentará.
E quanto à treta do método contraceptivo poder falhar. Podem até despenalizar um crime hediondo como o Aborto, mas há uma coisa que nunca vão conseguir despenalizar: a SIDA e as restantes doenças venéreas. Será que é só por causa da gravidez que usavam (?) preservativo? Se era, é bom que o continuem a usar.
Cada um tem a sua opinão e respeito. Eu sou o mais possivel a favor do Não. Para mim é um ilusão pensar que vão deixar de existir abortos clandestinos, porque muitas mulheres ainda têm vergonha de dar a cara, numa situação destas Depois os nossos serviços de saúde são o que são. Existem listas de espera para tudo Será que as mulheres também vão estar em lista de espera? Sera que as outras listas de espera vão aumentar? Depois penso que abortar nunca deverá servir de solução para um erro, um descuido que se cometeu. Todos nós devemos assumir os nossos erros, e não andar a "tapar buracos". Depois penso que se deveria apostar em mais informação. Em pleno século XXI com tantos metodos contraceptivos não se admite tanta parvoíce.Depois e a meu ver, por muito má que seja a vida, ela não deixa de ser uma aprendizagem para todos e na minha filosofia de vida nada acontece por acaso, e ninguém tem o direito de fazer o papel de Deus, do Universo ou lá o que queiram chamar. Depois a meu ver o ser humano sempre precisou e vai precisar que lhe imponham limites. Pela sua natureza o termo liberdade é muito subjectivo.Depois dos exemplos que ja vi na minha vida e mulheres que conheço que praticaram o aborto e algumas com razões para isso uma vez que estava em risco a sua vida e a do filho se a gravidez fosse para a frente nunca mais foram as mesmas nem emocionalmente nem fisicamente. Depois, para mim nós adquirimos vida desde o momento da concepçao e ninguém tem direito a decidir a vida por ninguém muito menos por um ser indefeso. Por muito enebriante que possa ser o sexo há que ter cabeça pensar antes, agir depois nunca o contrário.Depois em todo o lado existem pessoas sem cabeça que se não são orientadas pela lei ou seja pelo que for vão em crescendo.Porque é que se teve de criar leis??? Porque não vivemos todos sem leis? Sera que ia resultar? As questões como estas deveriam ter soluções de fundo, ir ao cerne da questão atraves da educaçao, informação e apoio. Sei de instituições de apoio a jovens mães solteiras onde mulheres nunca se arrependeram de ter os seus filhos e são apoiadas. Não tarda temos uma sociedade velha, porque não existem apoios às mães para terem os seus filhos e educa-los. Isso sim seria louvavel. Não incitar as mulheres a não terem filhos.Já alguns países da Europa se viram obrigados a fazer esse tipo de apoio sob pena de verem a natalidade decrescer de uma forma dramática. Que é essa coisa da defesa dos Direitos Humanos quando se pensa na despenalizaçao do aborto?Enfim... cada um com a sua opinião, com as suas vivências e experiências... o meu trajecto de vida leva-me a tomar esta posição. Poderia mencionar muitas mais razões mas fico me por aqui.
"Um coração bate" é uma maneira romantica e demagógica de dizer que um sistema circulatório funciona. Só!
"Sente dor" e "o cérebro reage" é uma maneira romântica e demagógica de dizer que as ramificações do sistema nervoso periférico e central já funcionam. Só!
Usar o argumento do envelhecimento da população é subjugar o direito à autodeterminação a aspectos demográficos. Só!
Boa demagogia, mas a direita tradicional - aquela que se distingue da direita de algibeira aqui comummente propagada - faz melhor.
Alex, acho que o obejectivo de se fazer um comment a um post, é comentar o mesmo (aliás como o próprio nome indica), não é reiterar mais uma vez a tua opinião, bombardeando as pessoas que a tua opinião sempre que se fala em aborto.
Embora não tenhas feito propriamente um comment ao meu post eu vou responder às tuas inquietações.
Em primeiro lugar, não compreendo que numa altura em que se fala em se despenalizar a conduta da mulher que aborta, venhas falar em punir também o homem. Parece que há pessoas que andam sempre contra a corrente.
No que diz respeito à dor sentida pelo feto, embora a ciência tenha evoluído bastante não é possível dizer com toda a certeza quando é que o bébé começa a sentir dor.É estranho que os médicos não tenham certeza de nada, mas tu venhas afirmar que às 5 semanas e meia já sinta dor. É mais uma faceta que não te conhecia, o dom da omnisciencia. Pela pesquisa que efectuei, a única certeza que existe é que no segundo trimestre o feto começa a sentir, ou seja, muito depois das 10 semanas.
Quanto à analise da lei, se calhar sou só eu, não consegui encontrar alguma situação em que é permitido à mulher abortar por qualquer erro("Os erros, os acidentes, sim, aqueles em que o agente não tem culpa, já estão previstos por lei. Basta saber consultá-la e não anarquizá-la."), no entanto para que me possas elucidar aqui deixo as situações em que é permitido:
a) Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o
corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo
ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida e for realizada nas primeiras 12 semanas
de gravidez;
c) Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de
grave doença ou malformação, e for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez; ou
d) Houver sérios indícios de que a gravidez resultou de crime contra a liberdade e
autodeterminação sexual, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.
(Decreto-Lei n.º 48/95)
Já agora, quanto ao argumento do "NÃO" que "os nossos impostos serão usados para pagar abortos", deixo aqui uma rectificação, a pergunta do referendo nada diz acerca disso. Votar "SIM" não tem esse significado, esse é apenas um projeto ou proposta de lei.
Lanço um repto aos deputados que andam a fazer campanha pelo "NÃO", façam propostas alternativas! Não fiquem à espera que façam o trabalho por vós. Não gostaria que acontecesse como na aprovação da pergunta do referendo que votaram a favor, mas não concordam com essa pergunta.
NÃO = Abortos clandestinos+situação actual
SIM = Aborto em condições+Informação+Formação+ducação
interpelador... penso que sejas do sexo masculino... eu dei a minha opinião e não vou mudar porque além do mais tenho filhos, sei o que é estar gravida, sei o que é ter filhos, e sei um pouco da vida já E fico muito satisfeita por saber tambem que os meus filhos partilham da minha maneira de sentir. Só pretendo um mundo melhor para eles. Hipocrisia é a maneira como as pessoas usam a liberdade de ser, "tapando buracos", com a falta de responsabilidade que existe. Nao me considero dona da verdade mas tenho a minha verdade só isso!So mais uma coisa... o ser humano é muito mais que um coração que bate ou um sistema nervoso! E se o sistema nervoso existe... concerteza sente dor!Talvez leres mais umas coisinhas!E não vejas o meu comentario como algo político... porque não é! Alias esse tem sido um erro nesta abordagem toda para o referendo. Misturam tudo e lá está... as pessoas vão atrás!Falta de esclarecimento
Ao autor do post:
Qual a razão pela qual te orgulhas de teres tido formação cristã ?
Face ao que foi acima dito pela "sucesso", cumpre dizer:
1º Tens filhos, que giro! São filhos indesejados, fruto de uma gravidez acidental? A tua vida ficou virada ao contrário pelo nascimento deles? Perdeste qualidade de vida, interrompeste planos, passaste a viver na merda por causa desses filhos?
Se a resposta for negativa, teres filhos ou não é irrelevante. Aliás, és tu que tens de passar a "ler mais umas coisinhas", como relatórios do IML; pareceres de CPCJs; Relatórios de IRS etc etc etc.
Eu também já tive dores de dentes, mas não é por isso que me tornei dentista.
Pelo raciocínio do interpelador deduzo que aos pobres e carenciados economicamente não caiba o direito a ter filhos. Ou então que não os devem ter porque é "caro" sustentar um filho! Afinal falamos de filhos ou de carros? Desde quando dificuldades financeiras e viver na miséria é sinónimo de não poder ter um filho.
Fico extasiado com as brilhantes conclusões dos pseudo-apoiantes do SIM. Brilhantes mesmo!
Fernando,
eu comentei o teu post. Peço desculpa é pelo que se seguiu ao comentário ao teu post, que decorreu de um empolgamento da minha parte e acabei por fugir aos tópicos por ti invocados. Mas comento o teu post também.
Apesar da tentativa de ironia, não vou responder na mesma moeda, dado não ser esse o tom do meu discurso relativamente a pessoas por quem eu, no mínimo, respeito. Assim sendo:
- a questão das 5 semanas e meia foi levantada ainda ontem num colóquio (creio eu) a cujo resumo tive oportunidade de assistir na RTP ou na Sic Notícias (não me recordo do canal, porque não é o mais relevante). Tal questão foi abordada por uma médica, tal como num debate promovido na semana passada (não sei por quem, mas isso não é relevante) e que teve cobertura televisiva, tendo como participantes por exemplo Bagão Félix, foi feita a referência por um médico à questão do feto sentir dor bem antes das 10 semanas. Não sou eu que estudo estas questões. Oiço a opinião de experts na matéria. Não dou palpites, oiço o que os profissionais do ramo dizem e parto do princípio que se dizem estas coisas enquanto profissionais de medicina e na televisão não será por dizerem disparates. Acho que todos deviamos fazer o mesmo. Ouvir e aprender um pouco com quem percebe das matérias. Eu, por exemplo, recuso pronunciar-me sobre temas dos quais não percebo, ou o meu nível de conhecimentos é baixo para dar palpites. A medicina é um deles. Se um médico me diz que tenho a doença X, eu não vou dizer "desculpe, mas eu acho que é a Y", sem prejuízo do médico poder estar errado. Existe uma presunção (não legal, mas decorrente dos usos) que dá razão ao médico no conhecimento de problemas relacionados com o corpo. Foi com base nisso que acatei as informações prestadas por médicos acerca do sofrimento do feto. Já tive oportunidade de referir que critico juristas que se pronunciam sobre o início da vida e o termo dela, e critico médicos que se pronunciam sobre questões de Direito. Cada macaco no seu galho, já diz o velho ditado. Mas, parto sempre do princípio que o médico é um profissional na sua área e mais do que ninguém sabe quando é que um coração bate, quando um cérebro funciona e quando se começa a sentir dor. Ainda que não existisse essa certeza, existiria uma expectativa, tendo em conta o desenvolvimento dos órgãos dos fetos. Mas ficam todos a saber que às 8 semanas, o feto responde a estímulos. Remeto o estudo dos estímulos para cada um, mas associados aos estímulos podem estar os sentimentos.
- Por erro entendo: falta e vícios da vontade da mulher (exemplo da violação). Dou ainda como exemplo o erro na formação do feto (não está nos planos de alguém que o seu filho venha a ser deficiente (torço a todos os que lêem o blogue que nunca passem por essa experiência). Ao mesmo tempo dou como exemplo de erro, o desconhecimento que certa gravidez poderá constituir perigo para a vida da mulher. Já os transcreveste da Lei para o teu comentário. O último exemplo de erro é aquele que associo à culpa, através da negligência. Condutas negligentes e erróneas por parte do ser humano, devem ser tratadas como tal. Se ninguém tomou as devidas precauções, não se vai matar alguém por isso. Isto é como tudo na vida: pelo erro de um, paga o inocente. Neste caso, pela irresponsabilidade de 2, paga o bebé. Devo referir que analisaste bem a lei, e que o erro (irresponsabilidade e negligência) não se encontra na lei. Ainda bem! Mas se o SIM ganhar, este tipo de actos vai passar a incorporar-se na lei. Bonito serviço, hã?
- Dou-te toda a razão no que toca à pergunta do referendo. É um facto que a pergunta não consta do referendo. Se calhar um grande problema é esse: os portugueses não poderem pronunciar-se, posteriormente, caso o SIM ganhe, quem vai suportar esses abortos e qual será o modelo a seguir caso o SIM ganhe. Já nem digo que isso deveria ser alvo de referendo, mas o Estado teria a obrigação de esclarecer sobre isso. Mas não! O Estado tem-se preocupado em querer despenalizar um crime, sem se preocupar em esclarecer o que se seguirá em caso de vitória do SIM e do NÃO. Creio que esta função de informar e esclarecer cabia ao Estado, e não aos privados, sob pena de se fazer este bate boca. (In)felizmente já ouvimos alguns espalha-brasas (como Manuel Pinho e Correia de Campos) a descaírem-se e informarem que será o Estado a suportar parte desse fardo chamado Aborto, caso o SIM ganhe. E acho importante esclarecer os eleitores sobre tudo isso!
- Sobre quem votou a favor e depois discordou, dou-te toda a razão. Não faz sentido. O tempo de se oporem era antes da votação. Não depois. Tal como censuro todos os que fazem sub-interpretações da pergunta que vai a referendo. A pergunta é clara! Outra coisa diferente é o que se seguirá à votação. São situações diferentes. Mas a pergunta é clara. Não há sub-interpretação possível. Mas já sabemos como é nestas coisas: todos tentam ser uns iluminados nesta sociedade e dar a sua "doutrina" acerca do que já é bastante expressivo.
Caro Tuca,
tenho pena de não ter visto a "Grande Reportagem" a que fazes referência. Gosto de ver todo o género de programas, quer vão de encontro à minha opinião, quer não, porque é importante para a formação de uma opinião em matérias que não conhecemos, obter o máximo de informação possível sobre as partes em causa.
Não duvidando do que o Professor em causa disse, permite-me atribuir preferência para a opinião dos Médicos em detrimento da de Académicos e Biólogos. Na verdade, acho que os médicos são aqueles que lidam com os casos de perto e convivem com as realidades decorrentes da sua profissão. Não desrespeitando a opinião de um Doutorado em Biologia, prefiro jogar pelo seguro e agir preventivamente, indo a minha concordância em favor da opinião dos médicos. Temos um biólogo e alguns médicos com opiniões distintas. Uns dizem que há vida, o outro diz que não, lançando no ar a possibilidade da sua opinião não corresponder totalmente à verdade, por impossibilidade de confirmação. Eu prefiro agir preventivamente e entender que há vida humana. Porque, supondo que existem dúvidas de ambas as partes, podemos fazer uma pergunta que se pode mostrar fatídica para lançar a discussão novamente: "E se...?". Ou seja: e se afinal já sentir dor e existir vida humana, etc? Se existir uma posição fixa da Medicina que garanta que ainda não sente dor, e que não estamos perante vida humana, aí poderei mudar a minha opinião e o meu sentido de voto. Enquanto existirem dúvidas e opiniões divididas, jogo pelo seguro e opto por uma opinião mais preventiva: ser contra o Aborto.
Ainda assim, aguardo a reposição da "Grande Reportagem" para ter oportunidade de o ouvir. Obrigado pela dica.
Um abraço para ti
A parte chata da ginástica é que, sem o prévio aquecimento, pode causar lesões.
O mesmo se passou com a ginástica argumentativa do jovem dj, vejamos:
uma coisa é defender que só os previlegiados podem ter filhos, ou, em extremo, que os pouco abonados não os possam ter. Isso é estúpido.
Outra coisa é obliterar toda e qualquer qualidade de vida e obrigar a sacrificios quem não está preparado para tal, quer num plano económico, quer num plano de amadurecimento.
Mas enfim...pegando na tua ginástica, dou-te os parabéns por considerares que uma miúda de 11 anos, que tenha engravidado de um rapaz de 11 anos, é obrigada a ter o filho.
Ao fim e ao cabo, de quem não distingue "vida" de "vida intra-uterina" já se espera quase tudo...neste assunto, claro está.
Mais uma vez o discurso do interpelador prima pela arrogância e pela ofensa. Gosto sempre de relembrar pessoas assim que a ofensa e a arrogância são o argumento de quem não os tem.
Sobre o restante, deste-me um exemplo pontual e o qual até aceito que integre a lista de excepções que a lei prevê para se fazer aborto: crianças em idade até aos 12 anos.
Quanto ao resto, atenta às tuas palavras e depreenderás delas aquilo que foi referido. Para ti, o pobre, o miserável, o falido, não têm capacidade para criar filhos. Enganas-te! Têm e alguns até dão uma melhor educação que muita gente abonada não dá aos seus. Até te digo que a vida no "bairro", na "barraca", na "favela" dá valores que não se adquirem em mais lado nenhum, sobretudo no tocante a união, amizade, fidelidade e capacidade de luta na vida!
interpelador... se essas são as razões pelas quais estás a favor da despenalização do aborto nem vou comentar! Que coisa mais... ridícula, mesquinha e egoísta Porque não tomar a pílula do dia seguinte?! Eu sei bem em que Mundo vivo! Conheço muitas realidades!Talvez tu devas pensar bem se queres ter filhos porque penso que ainda não os devas ter!Se um dia te descuidares deves ser daqueles que empurram a responsabilidade para a mulher e aconselhas a fazer um aborto. Estuda bem os metodos contraceptivos!Digo te uma coisa... a vida fica sim virada do avesso, perdemos muita "qualidade" de vida sim, interrompi muitos planos sim e ainda interrompo, passei a viver de uma forma diferente sim, tirei pão da minha boca para lhes dar, passei privações,passei por coisas bem graves a nível físico e emocional, sofri... mas se voltasse atras ou tivesse de começar de novo não mudaria nada!Nada no Mundo se compara ao acto de ser mãe e sentir uma vida crescer dentro de si. Mesmo não sendo desejado um filho à medida que ele vai crescendo dentro do ventre aprende-se a ama-lo. Nada se compara na vida ao facto de pegar ao colo um filho pela primeira vez. Mas o que aqui escrevo é a MINHA experiência.
Eu não chamaria a um filho com alguma malformação um ERRO! Hitler achava que os deficientes e os homosexuais eram erros biológicos! Não os via como seres humanos. Se não te conhecesse pensaria que era o teu caso, conhecendo-te sei que foi apenas um ERRO motivado pela ânsia de arranjar um argumento. :) Também não chamaria de ERRO a falta de vontade (violação), aí, se quiseres aplicar a terminologia do C.C., será ausência de vontade e não vício da vontade/erro. Também não vejo ERRO algum no que diz respeito ao perigo de vida para a mulher se levar a gravidez em frente. Se a situação ocorresse como tu a descreves (ignorância da mulher), ela não conhecendo o perigo tambem não poderia abortar.
No último caso que relatas, concordo parcialmente contigo. Sim, é verdade que acho que as pessoas que erram, dolosa ou negligentemente, deveriam ser responsabilizadas pelos seus actos. Mas e se esse for um preço demasiado alto a pagar? Tanto pela Mãe, como pelo futuro filho?
A votação neste referendo é unicamente uma questão de consciência moral. Cada um tem a sua, e não devemos ser obrigados a seguir uma opinião que não é nossa. Por isso o que pretendo para mim não tem que ser o mesmo que pretendo para a Sociedade. Sou contra o Aborto (assim como todos ou quase todos os que leêm este blog). Ser contra o aborto não me impede de votar "SIM", o que não quer dizer que quisesse que uma namorada ou mulher minha o fizesse.
Mas porque é que as mulheres não podem fazer um aborto, se isso não interfere com a minha esfera jurídica?
Porquê impor a minha vontade e moral a quem não partilha a mesma opinião e moral que eu?
Não sou ninguém para isso...
Mais, em relação às propostas de lei e projectos de lei não têm que ser conhecidos antes do referendo. A pergunta do referendo, como tu próprio disseste, é clara, e deverá ser votada isoladamente. A futura/hipotética lei nada influencia a resposta no referendo. O esclarecimento da parte dos órgãos competentes sobre o futuro caso o SIM ganhe deve ser feito após, até porque podem surgir novas propostas.
É incrível como certos defensores do Não têm vindo demagogicamente a defender o não ao aborto com base em hipotéticas leis. Certo que não é o teu caso, referi este caso como desabafo.
interpelador... ainda bem que sabes o que é ter filhos apesar que ser mãe é um pouco diferente. interpelador... sabes concerteza que as mulheres têm ciclos. Umas são mais certas que outras mas quando se tem uma relaçao num periodo que possamos considerar fertil... ha que tentar tomar precauções. Alem do mais hoje em dia ja se fazem analises que são fiaveis se houver duvidas. Já não é como ha uns tempos atras que so desconfiavamos que poderiamos estar gravidas se nao viesse o periodo na altura devida! Hoje felizmente, com o avanço da ciencia ja muita coisa se pode fazer.Eu sei que a pilula do dia seguinte não se pode tomar com muita frequencia porque tem efeitos sobre o organismo muito maus mas sempre é melhor que fazer um aborto.Todas as mulheres têm a noçao se estao mais ou menos em periodos ferteis, se tiveram relaçoes nessa altura, sem tomar precauçoes, vão ver o que se passa.Eu sei que o amor nao alimenta, mas ajuda! Eu sei que os pais querem o melhor para os seus filhos mas realmente o melhor que lhes podem dar é Amor e atençao. Infelizmente isso hoje em dia, nao se vê muito. Os pais preocupam se demais com o lado material e alguns "compram" os filhos pensando dessa forma compesa los com a falta de disponibilidade que têm para eles. Bom mas isso é uma outra historia Felicidades para ti e para a tua familia, que tudo corra pelo melhor. Os meus filhos ja sao bem mais velhinhos. Aproveita essa idade linda que os teus têm. O tempo passa a correr!
Interpelador,
eduque-se e aprenda a trocar ideias e a dialogar como gente grande. Quando aprender a ter modos e alguma educação, aí os seus comentários serão bem-vindos.
Eu não me desloco ao seu blogue inconveniente nos mesmos termos em que você o faz.
Mais uma vez: eduque-se!
Caro Tuca,
a propósito da última observação que fizeste no teu comentário mais recente, tenho a dizer que sou a favor da pílula seguinte e da realização da IVG em período anterior ao momento em que o feto sinta dor, tenha o cérebro em funcionamento (ainda que não de forma plena) ou o coração bata. Aceitaria a IVG até às 4 semanas. Às 5 seria discutível. Às 10 será de rejeitar e censurar.
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