terça-feira, fevereiro 13, 2007

16 mil milhões de euros: custo anual das SCUTS

10% do PIB é quanto custa aos contribuintes portugueses esta brincadeira das SCUTS. Milhões e milhões de euros, que muita falta fazem noutras áreas, mas que todos os anos é delapidado dos cofres do Estado para se pagar aos agentes privados as concessões das auto-estradas sem portagens.
Estradas essas que eu possivelmente não irei passar na minha vida, mas que as tenho que pagar para outros utilizarem à vontade. Porque razão não pagam eles a CREL ou a A1, que tanto jeito me daria? Ou as Pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, a auto-estrada do Algarve, entre outras?
Assim vai o nosso país, a desperdiçar recursos. Mas não tem problema, se faltar dinheiro aumentam-se os impostos.

17 comentários:

ATG disse...

Aumentam-se os impostos e os salários dos Ministros e restantes subordinados ao Estado!

FFC disse...

Não vou defender a existência das SCUTS, nem sequer vou falar da relação custo/benefício. Lanço apenas a seguinte questão: Em Espanha existem várias auto-estradas não pagas (mais que em Portugal) e tem superavit!
O problema não está nas SCUTS, está em toda a Gestão do País!

DSF disse...

10% do PIB.

Não achas isso censurável?

Não trocarias tu as SCUTS (pelo menos no momento presente) por abaixamento dos impostos, que asfixia as famílias e a economia portuguesa?

Pippa disse...

diogo,
n venho d maneira alguma contrariar o k dizes, apenas mostrar-t como o k é injusto para uns é justo para outros como tudo na vida.
tu moras em lx, ou na sua area, e smp moraste.
eu nao. qd vim para cá, vinha de uma cidadezinha chamada Macedo de Cavaleiros, perto de Bragança. agora, de Castelo Branco. para ir a casa, antes gastava 15euros e passava 6h30 dentro d um autocarro. agora, gasto outros 15euros, e passo 3h30 num comboio. ou isso, ou tem d vir a minha mae cá, para que eu possa estar c a minha familia. antes, ela gastava cerca d 5horas d viagem (pk tem d ir parando por causa da Noa, a minha cadela) e 3/4 do deposito, so na vinda. à ida era outro igual. agora, gasta a volta de duas horas e tal, e quase meio deposito, so na vinda. a isso, soma k entra na A1 em torres novas. ja fizeste as contas em euros? agora diz-m, s achas justo que todas as pessoas k s encontram longe da familia, para estarem c as pessoas d kem gostam, tenham d gastar, sem pagar portagens nas SCUTS, perto de 100 euros. imagina agora com portagens.
mas, apesar disso, entendo bem o teu ponto d vista, acredita, e muito provavelmente, no teu lugar pensava do mm modo. so t quis mostrar outro ponto d vista. :)

beijinho grande, espero k t esteja tudo a correr bem!***

postquesequer disse...

Diogo, o modo como apresentas a questão é, de todo, incorrecta. Em primeiro lugar a percentagem do PIB que apresentas é para o espaço temporal das Scuts (por 30 anos em média). Estar a comparar o custo do investimento em 30 anos com o peso no PIB de um ano é tecnicamente incorrecto, como compreenderás. Aliás basta ver que o orçamento total da saúde em 2006 foi +- 8.000 milhões de euros (5% do PIB) e quem lê o teu post pode pensar que os gastos totais são 10% do PIB anual, o que não é minimamente verdade. Mas a análise económica e financeira (deixando de parte as acessibilidades e melhorias ao nível da mobilidade) estão estudadas. O recente estudo patrocinado pela Ordem dos Economistas (e não feito por qualquer partido político, a favor ou contra), datado de Setembro de 2006, sob coordenação do Professor Alfredo Marvão Pereira, do Department of Economics, Williamburg, é claro:

1 - As scuts afectam positivamente o investimento, o emprego e o produto interno (impacto positivo nos três factores, de 22,2%, 1,3% e 47,7% do PIB)ao longo de todo o projecto.

2 - As scut são justificadas do ponto de vista económico uma vez que os benefícios estimados são claramente superiores aos custos de investimento e encargos financeiros.

3 - O investimento não gera problemas de sustentabilidade uma vez que os encargos projectados são inferiores às receitas estimadas.

4 - Para um encargo total de 7% do PIB, dá-se origem a uma receita fiscal de 8,7% desse mesmo PIB. Para um custo total de 10,5% do PIB (valores que referes no post), o efeito no produto é de 41,5%.

5 -O investimento privado ascende a 23.000 Milhões de Contos (ou seja, 25 vezes o aeroporto da OTA), criam-se 67.000 empregos líquidos permanentes e o impacto no PIB ao longo do projecto é de 47,7% = 49.000 Milhões de Euros.

Para além destes números, que provêm da Ordem dos Economistas e sob coordenação de alguém cuja competência é reconhecida, resta saber se o Estado se poderia substituir aos privados num custo total de 23.000 Milhões de Contos (Obviamente que não) ou, em alternativa, se o interior e outras regiões menos favorecidas ficariam sem ligações rodoviárias aceitáveis aos centros urbanos e entre si.

Abraço,

Carlos Neves

DSF disse...

Cane, entao eu pergunto-me:

porque não acabar com todas as portagens do país?

Os resultados ainda seriam mais brilhantes!


P.S: peço desculpa pelos erros nos números, foi o que li numa reportagem.


Abc,

Diogo

ATG disse...

Acho curioso, no entanto, que quando Santana Lopes implementou o regime das SCUTS, todos lhe tenham caído em cima (sobretudo o PS), e ninguém lhe tenha admirado a coragem por tomar uma medida tão impopular, mesmo colocando a sua (pouca) popularidade em risco. Quando o PS se candidata nas eleições, teve como bandeira nunca implementar SCUTS. Subitamente, mostra-se favorável às mesmas, e retornaram as SCUTS. Ao mesmo tempo, o Secretário de Estado do Tesouro (creio que foi este) teve a coragem de dizer (e ainda bem que existe gente capaz de dizer o que acha do assunto, sem seguir o "aparelho") que as SCUTS são incomportáveis para o Estado!

Mais uma vez, o PS censura, critica, apresenta estudos para abater quem está do outro lado (quer seja na oposição ou no poder), mas de repente... essas medidas que tanto criticaram tornam-se nas suas grandes bandeiras. Afinal, as SCUTS são ou não são boas? Há um pedido de desculpa ao Dr. Santana Lopes e ao seu Governo, ou não? O Secretário de Estado sabe do que está a falar ou não? Se não sabe, o que é que ainda lá está a fazer? Se sabe, o que é que o Governo espera para alterar a situação?

postquesequer disse...

Diogo, não se acaba com todas as portagens pela simples razão que o investimento feito, a criação de emprego, o impacto nas receitas fiscais e no PIB seria zero já que as infra estruturas (auto estradas) já estão feitas, logo não teriam impacto nenhum nas receitas e aí sobrariam só as despesas e os custos .....

It's the economy ... :)

Abraço
Carlos Neves

Phoenix disse...

poeta,corrige-me se eu estiver enganado, mas tu usas a A8 sempre que fazes a viagem de tua casa para lisboa e não te queixas por não pagares portagem,pois não?
abarço

DSF disse...

Eu tenho é pena que para manter as SCUTS, o IVA está em 21%, cada vez que meto 1€0 gasóleo deixo lá €6,5 em impostos (IVA+ISPP), aliás em Janeiro aumentou mais 3 centimos/litro, que não se baixe o IRC para dar mais folga ás empresas para investirem... isso também não gera crescimento económico, baixar impostos? Ao menos todos teríamos direito!

Não vão ser auto-estradas não pagas que vão gerar mais trabalho, mais riqueza, masi emprego. Olham-se para as regiões do interior e estas têm cada vez menos pessoas, com ou sem SCUTS. Aplique-se uma política séria de combate à desertificação, em vez de manter estas medidas populistas.

O mais caricato disto tudo é que agora o PS quer acabar com 3 SCTUS ( e ainda bem!), porque segundo um estudo, as regiões que beneficiam dela já estão desenvolvidas, estudo esse encomendado por uma empresa de um assessor do Secretário de Estado das Obras Públicas...

E José Carlos, estás enganado: pago todos os dias €0,55 para andar na A8, já que a zona onde moro ainda apanha portagens, que começam perto do LoureShopping...

São só €20. És tu quem mos vais pagar, por solidariedade, já que beneficias de uam SCUT? E a CREL, que me dá tanto jeito, também me a pagas? Não merecia eu também medidas de apoio do Governo, visto que nem ordenado recebo e quando receber andará à volta dos €500? A Ponte 25 de Abril, pela qual passo 2x por semana e me custa €1,20, são todos os beneficiários das SCUTS que me vão ajudar a pagar essa despesa, já que devem ter certamente um salário superior ao meu?

Isto é tudo muito bonito, mas quando nos toca directamente o benefício (mesmo que de uma medida injusta) assobiamos todos para o ar e os que não beneficiam têm de compreender...

FFC disse...

É triste que os argumentos usados contra a existência de SCUTS seja o de não beneficiar toda a população portuguesa directamente e no dia-a-dia. As SCUTS só existem, ou só deveriam existir, quando as regiões onde se situam não estão desenvolvidas o suficiente para comportar os custos com as portagens. O princípio das SCUTS também é a não existência de alternativas válidas. Por último, as SCUTS representam, muitas vezes, o princípio da Justiça Redistributiva!
Não sou um especialista em Economia, mas o DR. KN já nos brindou com uma palestra sobre os benefícios directos para toda a população portuguesa da existência das SCUTS.
A verdade é que defendo a existência das SCUTS como factor dinamizante da Região onde foi implementada, como disse acima, não sei qual a relação custo/benefício, mas acredito sinceramente que não é o motivo para a actual situação económica do País!

postquesequer disse...

Diogo, o facto de o interior se ter desertificado tão rapidamente tem a ver com o facto de não terem existido, entre muitas outras coisas, scuts, não achas? Engraçado é todos acharmos que as vias de comunicação são vitais nos dias de hoje para o desenvolvimento global e do interior em particular, mas depois os do interior que as paguem se as quiserem ...

Aliás o facto de algumas scuts poderem vir a fechar não é nada de caricato, está até de acordo com o princípio: subsidiar a construção e exploração, não havendo vias alternativas, eliminando esse apoio quando da existência de vias alternativas e logo que a região atinja determinados níveis de desenvolvimento.

Aliás, eu é que financio com os meus impostos as scuts, mesmo delas não usufruindo. Ao contrário de outros. Chama-se a isso a solidariedade nacional e princípio da coesão entre regiões, como bem sabes.

Claro que não é a cobrança de portagens que gera a riqueza e o emprego. É a construção e exploração das vias, no seu todo, independentemente de se pagar portagens pelo utilizador ou por via do orçamento de estado.essas actividades criam riqueza

Carlos Neves

DSF disse...

meto €10 de gasóleo. €6,5 são para impostos. que financiam: SCUTS.

Meto em média €20 por semana. São €80 mensais. Recebo hoje em dia €0. Com sorte hei-de receber €500 daqui a uns tempos.

Quem usufrue das SCUTS de certeza que recebe bem mais do que eu. Quem usa e abusa da via do Infante, para ir para a sua casa em Vale do Lobo, Vilamoura, Quinta do Lago de certeza que não precisa de estes benefícios para viver em condições...

Justiça restributiva? Para quem, para os ricos do Algarve?

E não me venham com a história de que não há alternativas no Algarve, porque durante a semana a N125 tem pouco tráfego, já que o Algarve está deserto nesse período. A minha alternativa à A8 sabem qual é? A Nacional cá do sítio... ou entao a CREL (ah, mas essa paga-se!).

Justiça restributiva? Isso existe, mas com intuitos populistas.

ATG disse...

Se há coisa que mais prejudique a sociedade e a justiça social e política, é o "aparelhismo". E o "Aparelhismo Agudo" anda por aí... É triste e grave!

postquesequer disse...

Alex, tens toda a razão, o aparelhismo é grave e prejudica o país. De Salazar a Soares, passando por Cavaco e Sócrates ...
Mais grave que isso apenas vejo a incultura técnica e o gosto de falar sobre tudo, mesmo não sabendo de quase nada.

Abc

Carlos Neves

ATG disse...

Cané,

Concordo contigo. Falar de coisas que não se percebem ou sabem, como se se percebesse, é também muito grave.
Ainda assim, coloco o aparelhismo no topo, dado que sabem que as coisas não são as certas, mas insistem só para passar uma aparente boa imagem do seu partido. É mais grave a utilização do conhecimento como arma para iludir terceiros, do que a ignorância como tentativa de esclarecimento aos mesmos e a si próprio.

Abraço

Alex

Gioconda disse...

Mas aposto que quando vais passar férias ao Algarve dá-te jeitinho nao apanhares as filinhas na 125... Mas olha que às pessoas que lá vivem o ano todo, também lhes dá jeito.. até porque podem estar a trabalhar em Agosto.