sábado, agosto 30, 2008

Sugestões de concertos em Lisboa

Foram anunciados esta semana dois concertos: Cansei de Ser Sexy, dia 28 de Outubro de 2008, no Coliseu dos Recreios, com bilhetes a 25 euros. Nouvelle Vague, dia 7 de Novembro de 2008, no Campo Pequeno, com bilhetes entre os 25 e os 40 euros.
Não sei quanto a vocês, mas eu não vou perder estes dois, sobretudo porque se avizinham dois concertos possivelmente memoráveis, dado que vão querer vingar-se de terem cancelado as respectivas actuações no Optimus Alive!08.

quinta-feira, agosto 28, 2008

A minha contribuição para o problema do aumento da criminalidade violenta...

1- A imediata revisão das leis penais, com o agravamento das penas e das medidas de coacção;
2- Revisão da formação ministrada no CEJ. Os juízes não podem ser simples debitadores de leis, insensíveis aos factos que consubstanciam a prática de um crime;
3- Liberdade para a polícia agir de forma adequada a cada situação. Quando tiver que usar a arma, o polícia não deve hesitar ou ter medo de fazer uso dela. Não se podem continuar a atribuir reformas compulsivas e baixas psicológicas aos agentes de autoridade que recorrem a uma arma quando em serviço. Ou temos polícias, agentes de forças de segurança, ou temos meros vigilantes/seguranças cuja função se resume a ver "se está tudo ok" nas ruas;
4- Reformulação do sistema penal português. O nosso sistema é muito infeliz, dado que se resume tudo a um momento concreto e não ao acto em si, o que burocratiza e impede a celeridade processual e a eficácia na aplicação da justiça;
5- Maior protecção dos polícias. Os polícias devem ser melhor remunerados e devem todos ter acesso a um seguro e a um subsídio de risco dignos da profissão que exercem;
6- Investimento nos meios das forças e serviços de segurança, quer para poder responder eficazmente a uma situação de perigo, quer para agir no âmbito preventivo. O orçamento do MAI não se deve resumir a assessores e a viaturas de serviço para o Gabinete ministerial;
7- Aumento de policiamento nas ruas;
8- Implementação do sistema que lança uma tinta para as notas das caixas MB, em vez de ficar pelo aviso;
9- Embutimento das caixas MB na parede dos edifícios;
10- As carrinhas de transporte de valores devem sempre fazer o seu percurso acompanhadas por agentes da autoridade. É inadmissível que um veículo que transporta elevadas quantias de dinheiro seja lançado à estrada, tendo como única arma a fé para que não venha a acontecer nada pelo caminho;
11- Nenhum banco poderá operar no mercado sem ter um mínimo de regras de segurança que garantam a integridade física de todos os que se encontram no espaço interior do mesmo, nomeadamente: existência de vidros à prova de bala que separem os funcionários dos clientes; obrigatoriedade de ter a presença de um agente da polícia à entrada, cujos custos ficarão a cargo do banco e em condições a serem negociadas com o MAI e com a PSP; permanência desses agentes da polícia num espaço protegido por um vidro à prova de bala; obrigatoriedade de todo aquele que queira entrar no banco de passar por um detector de metais e de ter que deixar todos os metais que tenha consigo à entrada, impedindo que alguém consiga entrar com facas ou armas. Se o banco quiser operar no mercado, tem que suportar estas despesas e garantir as condições mínimas de segurança. Qualquer entidade que lide com significativas somas de dinheiro tem que garantir as condições de segurança aos seus clientes; instalação de um sistema de vigilância que permita o contacto em tempo real com as autoridades;
12- O mesmo se aplica para os postos de abastecimento de combustível, exceptuando a presença do polícia, bastando um segurança/vigilante;
13- Instalação de câmaras de vigilância nas ruas das principais cidades e autoestradas portuguesas;
14- A entrada em vigor de forma imediata para a lei de instalação de chips em todas as viaturas motorizadas;
15- Instalação do sistema que impede que as viaturas motorizadas circulem a mais de 120km/h, exceptuando o carro de viaturas de polícia. Se nas estradas portuguesas o limite máximo de circulação é 120km/h, para que precisam os carros de andar a 200km/h? Desta forma, não só se aumenta a segurança rodoviária, como se limita a movimentação dos criminosos;
16- Planeamento e execução de acções entre a polícia e as Forças Armadas que permita a entrada nos guetos de modo a poder apreender armas, droga, bens roubados, furtados ou falsificados, e a deter todos os suspeitos da prática de crimes;
17- Realização de acções de formação junto de empresários e comerciantes que vise a prevenção e a protecção dos mesmos;
18- Realização de acções de formação nas escolas e universidades que visem a prevenção e protecção de todos os que contactem com estas instituições diariamente, bem como outras acções de carácter pedagógico;
19- Planeamento e execução de medidas que permitam, de facto, integrar os condenados por crimes que tenham sido verdadeiros actos isolados, ou aqueles cujo grau de censura seja menos significativo do que os restantes;
20- Aumento do cumprimento de serviço em favor da comunidade por crimes de menor valor;
21- Revisão da legislação que regula o registo criminal, impedindo que crimes cuja prática tenha resultado no cumprimento de uma pena de prisão igual ou superior a cinco anos possam ser cancelados no registo criminal respectivo;
22- Existência de detectores de metais e de polícias, em todos os tribunais portugueses;
23- Extinção da Ordem dos Advogados e criação do Estatuto do Advogado, com a implementação de medidas adequadas para todos os que atentem contra a justa aplicação do Direito. A Ordem dos Advogados não é mais do que uma associação perita em coleccionar e derreter dinheiro dos seus profissionais através do pagamento de cotas, acções de formação e estágios. Transformou-se num órgão de natureza puramente política, com a existência de várias facções, todas elas procurando eliminar as restantes de forma a conseguir chegar ao poder, negligenciando a defesa da sua própria classe. Funciona cada vez mais à base de interesses pessoais e não da classe em si. Acresce que é uma vergonha aquilo a que se assiste em praticamente todos os tribunais portugueses, com alguns advogados capazes de fazerem tudo a troco de dinheiro ou por mero capricho profissional. É necessário criarem-se mecanismos que impeçam a realização de manobras que obstruam a correcta aplicação da justiça.

Mais responsáveis, porque a culpa não morre solteira

A responsabilidade pelo aumento da criminalidade que temos vindo a assistir não é exclusiva do Governo por ter alterado a lei, ou dos juízes por não a aplicarem. Existem outros dois grandes responsáveis que convém não esquecer: o Presidente da República e o Bastonário da Ordem dos Advogados, duas pessoas por quem tenho bastante apreço.
O PR é responsável na medida em que as suas funções lhe permitem, além de fazer recomendações, colocar um travão nos momentos de alucinação do Governo. É para isso que serve o PR. O PR não se deve deixar arrastar pela onda do Governo. O PR Cavaco Silva promulgou a revisão ao Código Penal e ao Código de Processo Penal e deixou passar o momento de devaneio do Executivo. O PR, no âmbito das suas funções, devia ter vetado os diplomas e recomendado no mínimo alguma calma e bom senso ao Governo PS.
O outro culpado é António Marinho e Pinto. Aprecio muito as suas qualidades e já tive oportunidade de o referir aqui diversas vezes, mas nem toda a gente é perfeita e o Bastonário da Ordem dos Advogados peca grosseiramente quando enche a comunicação social com os seus discursos a defender que em Portugal existem muitos presos preventivos e que isso tem de acabar! Acaba por ser mais um a fazer pressão para que se atribuam pulseiras aos arguidos, em vez de os manter detidos. Resultado: não comparecem aos julgamentos, como é óbvio, e continuam a cometer crimes. Essa velha história de defender a integração do arguido e do condenado na sociedade não serve na maioria dos casos. As pessoas exigem justiça e ela não deve ser feita apenas após a sentença, mas também antes da mesma ser lida. A prisão preventiva é um instrumento útil para a devida aplicação da justiça! E é isso que o povo exige!
Não posso deixar de dar uma palavra ao Conselho Superior de Magistratura que agora se revela a favor da revisão das leis penais: a lei em si já é permissiva, mas não são poucas as vezes em que a mesma se torna ainda mais permissiva por incompetência do Ministério Público e dos juízes, ocorrendo frequentemente que muitos sugiram penas e medidas de coacção completamente absurdas para certos tipos de crime. Não são poucos os tribunais que funcionam assim. O Tribunal de Almada é um deles e é simplesmente impressionante a quantidade de vezes em que os magistrados prestam atestados de incompetência a si próprios.
Para finalizar, uma pergunta: o PR interrompe os telejornais em pleno mês de Agosto para falar dos Açores, mas para falar do aumento da criminalidade violenta fá-lo no final da cerimónia de inauguração do Unidade de Cuidados Continuados de Odemira?! Não percebo...

Não vêem, não ouvem e não falam...


"O PS considerou hoje que as recomendações feitas pelo Procurador-Geral da República (PGR) "são importantes", mas defendeu que as leis actualmente existentes "são adequadas" e permitem "uma firme aplicação"."

Fonte: Público

Que mania esta que os Governos têm de não verem o óbvio, não ouvirem ninguém e não quererem dialogar. Como é que o Governo considera importantes as recomendações do PGR, mas depois recusa colocá-las em prática? Porque é que não avisaram logo Pinto Monteiro que escusava de perder tempo a planear formas de combate ao crime violento, dado que ninguém o ia ouvir? Há uma coisa que me irrita nas pessoas: o autismo. E, infelizmente, quem está no poder padece bastante desta doença. Ouvir os outros, seguir as suas recomendações e ter humildade para reconhecer que se errou (como foi na questão da revisão das leis penais) tem um duplo resultado: resolve o problema em causa e conquista o eleitorado.

Blá, blá, blá...

"PGR cria unidades especiais de combate ao crime e pede ajustamentos na Lei"

Fonte: Público

Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá... É preciso criar, fazer, acontecer, mudar, retomar, adaptar, adequar, agir. Isso já todos nós sabemos. O que os portugueses querem não é ouvir que "é preciso fazer", mas sim ver tudo isso acontecer! Planear e projectar é fácil, fazer também não é muito difícil, mas quando chega a altura de querer é que são elas!

Boicotar a segurança - I

"BE mostra “surpresa” com promulgação de “chip” electrónico para automóveis"

"
"Pensamos que há aspectos relativamente à constitucionalidade que teria sido prudente e avisado verificar", afirmou Bruno Dias, salientando que o PCP mantém as dúvidas relativamente à violação da privacidade dos cidadãos que a instalação deste 'chip' nos automóveis pode configurar."

Fonte: Público 1 e Público 2

Será que os deputados do BE e do PCP acreditam mesmo que as forças de segurança vão andar horas a ver onde é que carros de civis andam e as voltas que dão pelos supermercados, hotéis, etc? As forças de segurança não terão mais nada para fazer do que brincarem ao Big Brother? Afinal temos agentes de forças de segurança que agem de boa fé e no exercício das suas funções, ou afinal estamos todos errados e contratámos gente duvidosa? Se não confiamos nos agentes das forças de segurança que temos, então o melhor é dispensá-los e não criar leis para evitar que revelem o que de pior têm!
Em vez de boicotarem medidas que contribuem para a segurança dos cidadãos, parem, pensem, sejam humildes e reconheçam a utilidade dessas mesmas medidas, em vez de fazerem oposição só por fazer, perdendo tempo com questões da protecção de dados quando o que está em causa é única e exclusivamente a segurança!

Concordo com o diploma que regula os chips nos automóveis e o mesmo só peca por tardio. É uma forma
de poder detectar, entre outros, automóveis obtidos, com recurso ao carjacking, que se poderá revelar bastante útil e eficaz.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Fim do futebol

"O Vitória de Guimarães foi hoje derrotado pelo Basileia (2-1) e falhou a qualificação para a Liga dos Campeões. O jogo fica ainda marcado por um golo mal anulado aos vimaranenses."

Fonte: A Bola

O futebol é um desporto bacoco. Há mais de 60 anos que se joga e é apitado da mesma forma, sem mudança das regras. A única coisa que muda é o mercado de transferências e o capital que movimenta. O futebol é um desporto digno da Idade Média, com regras criadas e inalteradas por gente digna de viver nessa época.
É injustificável o recurso à tecnologia. Os erros são inaceitáveis e prejudicam cada vez mais equipas que se limitam a querer jogar futebol. Praticamente todos os desportos fazem uso da maravilha que é o desenvolvimento tecnológico. Nenhum deles perde a naturalidade e a natureza, mas é habitual recorrerem à tecnologia para corrigir erros humanos, alguns dos quais podem condicionar não só o orçamento para uma época, como o futuro profissional de muitos jogadores.
O futebol já tem vindo a desiludir-me há muito tempo e não é por uma questão clubística, é mesmo porque quem gere o futebol é um grupo de tacanhos que se recusam reconhecer a importância da tecnologia para tornar o jogo em si mais justo. Como é que esta gente consegue dormir sabendo que hoje uma equipa que foi escandalosamente roubada perdeu, pelo menos, 6 milhões de euros, mais o nível de motivação até ao final da época? Quem fala no Guimarães, fala no golo que o Braga marcou a uma equipa de solteiros e casados da Bósnia e que foi outro roubo escandaloso. Quem fala nestes dois jogos, fala em... bem, são tantos, tantos, que não se justifica o recurso a tecnologia. Sinceramente, não seria o futebol um jogo mais bonito se conseguissemos diminuir a estupidez e limitação humana, como acontece praticamente em todos os jogos? Não seria o futebol um desporto mais bonito se realmente as equipas ganhassem porque jogam futebol, ou concretizaram mais vezes do que o adversário, em vez de ganhar a equipa que se aproveita do erro e/ou do roubo de um ser humano cuja vida continuará da mesma forma que era antes do jogo?
Estes erros e/ou roubos são a gota de água para mim. Como disse, o futebol tem vindo a desiludir-me desde há algum tempo. Aos poucos foi morrendo a paixão. Acabou e não resta sequer amor. Não consigo amar ou apaixonar-me por algo que é podre e falso. Assim é o futebol. Apaixonei-me em criança, amei-o em adolescente e parte da idade adulta, e agora acabou. Morreu. Vou abandonar o acompanhamento do futebol e dedicar-me a outras modalidades em que haja um mínimo de igualdade e justiça. Modalidades em que realmente ganhe o melhor e não o que tiver mais sorte com a limitação humana. No entanto não conseguirei deixar de me sensibilizar com lances de génio, fases de emoção e momentos de verdadeira arte. Deixarei de ver futebol como quem via a paixão, mas certamente que não vou querer perder aqueles resumos de jogos com bons golos e bons lances. O futebol morreu e eu cansei-me de desperdiçar vida indignando-me com coisas que não vão mudar nos próximos 100 anos, como é o caso deste desporto cujas regras são as mesmas de há 60 anos atrás, quando ainda mal se sabia o que era uma televisão.

O País está a saque...

O estado em que se encontra o país, é bastante preocupante. Em Portugal, é mais fácil ter acesso a uma arma, do que ter acesso a notas de 5 euros. Todos se aproveitam para enriquecer à custa de um país que vive sem rei, nem roque: a sociedade vive em perfeita anarquia e não há lei, polícia ou tribunal que pare a criminalidade e imponha respeito. O Estado não está a desempenhar a atingir o fim de segurança a que se propõe.
Pior do que tudo isto é vermos que o povo, unanimemente exige que algo se faça além de proteger os direitos, liberdades e garantias do crime e respectivos agentes. A classe política parece teimar em revisões de códigos penais, reformas compulsivas de polícias que agem de acordo com as funções que desempenham, e em manter a couraça que impende sobre os magistrados, a maioria dos quais cada vez mais incompetente, engolindo uma cassete que lhes espetam no CEJ e perdendo toda a autonomia de pensamento e liberdade intelectual, obrigando-se a cumprir as regras para as quais foram formatados.
É certo que o partido vencedor das eleições legislativas deve ter liberdade e autonomia para administrar e gerir o Estado de modo a atingir os seus fins, agindo em nome da maioria dos portugueses, dado que vivemos em democracia e o partido vencedor representa-nos a todos, bem como a nossa vontade, expressa, desde logo nas urnas de voto. É preciso ter-se muito cuidado em quem se vota, analisar o programa dos candidatos e exigir-lhes o cumprimento ou a demissão caso não respeitem as linhas que fizeram com que alguns portugueses votassem neles (desconto aqui o carneirismo de muitos eleitores que votam em nomes de pessoas, nomes de partidos, ou cores, sem saberem o quão irresponsáveis estão a ser). Ainda assim, os Governos não devem agir como se já não precisassem de mais votos e fossem livres de agir como bem querem e lhes apetece, negligenciando bens vitais para a sociedade como é a segurança! Por mais autónomos e independentes que sejam os Governos para agir no âmbito das suas funções, quando o povo pede, unanimemente, que se aja de determina forma, o Governo não se pode achar uma entidade supranatural que nos trate a todos como mentecaptos que não sabem o que dizem ou o que fazem. Se 10 milhões pedem reformas na justiça e medidas drásticas, o Governo não tem outra solução senão agir de acordo com a vontade popular! Não estamos a falar de manobras de oposição para conquistar votos. Não estamos a falar de meia centena de deputados demagógicos que lançam propostas para o ar para ganharem protagonismo. Estamos a falar de 10 milhões de portugueses que exigem que algo se faça, além das conversas, das revisões penais que beneficiam o agente infractor e abrem caminho à criminalidade, e tornam este país um verdadeiro faroeste!
Pior do que tudo isto é ver que quem está no poder tem condições para agir em conformidade, mas revela-se incapaz. Estas manifestações de incapacidade podem ter um resultado drástico: um aumento significativo da popularidade dos partidos mais radicais e extremistas a actuar em Portugal, bem como a médio prazo a realização de actos por parte de grupos de pessoas revoltadas com o fim de atingir o poder e mudá-lo. Se o país continuar a saque, como continua, não deverá demorar muito até que assistamos a movimentos radicais e extremistas na linha da frente em acções reivindicativas dos direitos que são violados, como é o caso da segurança. E com esses agentes na linha da frente, não é fácil de antever que os portugueses passarão a apoiar essas mesmas organizações em vez de se manterem a votar em PS, PSD, PCP e BE. Esses vão ser vistos como anjinhos e demasiado brandos, como já se vê. As pessoas vão querer medidas radicais e para as terem, vão precisar de grupos radicais capazes de impor o respeito e finalmente dar à comunidade a segurança e dignidade devidos.
Estamos em Portugal, um país da União Europeia, e não num qualquer país africano ou sul americano. Já é tempo de passarmos a viver enquanto país desenvolvido que supostamente devíamos ser. Essa história dos direitos humanos do arguido é coisa do passado que sempre que foi posta em prática por outros Estados, a maioria dos quais em vias de desenvolvimento, deu no que deu: o colapso.

terça-feira, agosto 26, 2008

Barack John Luther Obama

"A polícia norte-americana deteve ontem na cidade de Denver, onde decorre a Convenção Democrata, quatro homens suspeitos de quererem assassinar Barack Obama."

Fonte: Público

Uma semana depois das sondagens darem vantagem a John McCain, isto não me surpreende. Apenas porque o "mito Obama" continua e de há algum tempo para cá que querem torná-lo a junção de Martin Luther King com John F. Kennedy, sem saberem bem como. Obama é um flop e a mim estas detenções não enganam: foi tudo show-off para devolverem o protagonismo ao Senador do Illinois! E se não foi show-off, foi provavelmente encomendado por pessoas ligadas à sua campanha. Pasmem-se: Obama vai voltar a subir nas sondagens! Vale tudo. Ninguém quer matar Barack Obama. Aliás, ninguém quer saber de Barack Obama. Ponto.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Histórias de racismo em Portugal...

"Queniano ‘rouba’ recorde a Carlos Lopes"

Fonte: Correio da Manhã

Este país é incrível: não podem ver um africano a correr e acusam-no logo de roubar...

Em Itália: fim da Anatomia de Grey, fim do Dr. House, fim do Calcio...

"Os médicos italianos estão contra a falta de rigor clínico nos guiões das séries de televisão de grande êxito como 'Dr.House', 'Anatomia de Grey', 'Urgências' ou 'Scrubs' e apelaram por isso ao fim da sua transmissão. (...) os médicos transalpinos consideram que aqueles programas reflectem mal as práticas médicas, exigindo por isso aos canais de televisão italianos que se abstenham de os transmitir."

Fonte: Público

Sejamos coerentes: se é para pedir o fim das transmissões do Dr. House e da Anatomia de Grey com o fundamento de que os programas reflectem mal as práticas médicas, então proponho o fim das transmissões de jogos de futebol em Itália. Ainda ninguém me conseguiu explicar como é que o spray dos massagistas, composto por água e álcool, quando aplicado sobre a pele deixa qualquer um como novo, ainda que tenha acabado de partir o pescoço! Ora, isto reflecte mal as práticas médicas, fazendo-nos crer que o spray cura tudo: cegueira, epilepsia, parkinson, cabeças partidas e até males amorosos! Mais importante do que a figura do cardiologista e do endireita, é a do massagista de clube de futebol. Estes tipos fazem milagres, alguns dos quais dignos de um Emmy!

Chiado: 20 anos

Vi 386 vezes na televisão o salto do Nelson Évora que lhe valeu a medalha de ouro. Ouvi 387 vezes o nome de Siza Vieira associado ao incêndio no Chiado há 20 anos atrás, no mesmo período de tempo. Pergunto: onde está a medalha de ouro para o Siza Vieira que bateu o recorde de Nelson Évora por um ponto?

Mulheres feitas...

"Uma rapariga iraquiana de 13 anos que vestia um colete de explosivos foi detida, domingo, sem detonar a carga (...) Nos últimos meses, a província tem sido igualmente palco de uma série de atentados suicidas perpetrados por mulheres."

Fonte: JN

O Iraque, o Iraque... esse país do Médio Oriente onde elas com 13 anos são verdadeiras mulheres feitas, até mesmo para os Ocidentais.

domingo, agosto 24, 2008

Ainda o Benfica...

Durante os vários anos que Carlos Martins esteve no Sporting, sempre lhe faltou "cabecinha". Ironia do destino, no primeiro jogo oficial da época, a cabeça do Carlos fez questão de lhe lembrar que se não a tiver em condições não vai pôr os pés em campo...

Liga nova, mais do mesmo...

Ainda agora começou e já acabou. O campeonato durou 90 minutos. O Benfica perde pontos em jogos infantis, o Sporting reclama das arbitragens e o Porto ganha jogos. E novidades, não há?

Jogos Olímpicos 2008 - XX: Apanham todos, até o árbitro!

"É o caso mais grave de violência envolvendo atletas dos Jogos Olímpicos de Pequim. Um atleta cubano de taekwondo, Ángel Matos, e o seu treinador foram hoje banidos, depois de Matos ter pontapeado o árbitro na cara, na sequência da sua desqualificação no combate para a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim."

Fonte: Público

O acto alucinado do atleta tem que ser punido de forma exemplar. No entanto, não deixa de ser curioso que a justiça popular portuguesa seja implacável e unanimemente decida que o atleta tenha que ser banido para sempre da prática da modalidade, quando há seis anos pedia que a FIFA fosse branda na aplicação de uma sanção a João Pinto pelo soco que deu num árbitro durante o Mundial Coreia/Japão.

Jogos Olímpicos 2008 - XIX: Últimas considerações (2)

Muito se disse, e justamente criticou, a propósito da falta de ambição e derrotismo da esmagadora maioria dos atletas portugueses. Não retiro uma palavra que tenha dito sobre cada um dos que foram visados neste espaço. Porém, vou fazer as vezes de advogado do diabo e fazer referência ao "outro lado da moeda". Praticamente nenhum dos atletas portugueses presentes em Pequim foi exemplo para quem quer que fosse. No entanto, que moral têm os portugueses para exigirem resultados a indivíduos que só passaram a conhecer após o início dos Jogos Olímpicos? Infelizmente, em Portugal só se lembram do remo, da vela, do badminton, entre tantas outras modalidades, de quatro em quatro anos, quando se realizam novos Jogos Olímpicos. Passamos quatro anos inteiros a borrifar-nos para praticamente todas as modalidades e respectivos atletas, mas quando começam as Olimpíadas subitamente renasce a "Olimpidite aguda" e passamos todos a fazer exigências em modalidades que nem sequer sabemos se têm regras, quanto mais as regras em si.
Dou como exemplo o râguebi. Lembram-se da "febre dos Lobos" que atacou Portugal inteiro? Ninguém sabia o que era um ensaio ou uma placagem, mas toda a gente queria ver râguebi. Muitos chegaram mesmo a exigir aos nossos atletas que não perdessem por mais de 100 contra a Nova Zelândia, etc, sem sequer saberem como é que é feita a contagem dos pontos. Subitamente, os portugueses desataram a fazer pesquisas na internet sobre as regras deste desporto, sabiam a equipa portuguesa de trás para a frente, e a equipa caiu no goto dos desportistas de sofá quando cantaram o hino nacional com toda aquela emotividade. Recordo-me que o râguebi chegou a ser tema de discussão no Parlamento, com o CDS/PP a insurgir-se contra a não transmissão dos jogos do mundial em que a selecção nacional participava. O CDS/PP arrastou consigo algumas centenas de milhar de telespectadores que se rebelaram contra o Governo e contra a RTP, desconhecendo que a grelha anual e a definição de prioridades é feita no ano anterior, e que só em 2007 a selecção portuguesa garantiu o apuramento, mesmo quando nada o fazia prever. Recordo-me ainda que na altura as vendas de camisolas de râguebi dispararam, e muitos foram os portugueses que colocaram os seus filhos nas escolas da modalidade, não tendo a oferta conseguido responder a tamanha procura. Agora faço uma pergunta: finda a "febre do râguebi", quantos é que continuaram a acompanhar a carreira dos "Lobos"? Quantos é que sabem as competições e jogos que os "Lobos" fizeram desde então? Quem é que sabe dizer um resultado que seja da nossa selecção nacional, tirando aqueles que de facto sempre acompanharam a modalidade e que se contam pelos dedos de uma mão? A verdade é esta: todos nos estamos a lixar para os "Lobos", a não ser que participem em alguma grande competição como o próximo mundial.
Com os Jogos Olímpicos, a história é a mesma. Ninguém sabe o que é o ippon no Judo, quantas regatas têm a prova de vela, quais são as marcas vistas como minimamente aceitáveis no lançamento do peso, ou quantos pontos tem um set no badminton. Alguém sabe quem são as principais potências no judo, no remo, no salto em comprimento, ou no lançamento do dardo? Alguém alguma vez tinha sequer ouvido falar nos nomes Marco Fortes, Helder Ornelas, Maria do Carmo Tavares, Pedro Póvoa, Diogo Ganchinho ou Débora Nogueira? Praticamente ninguém, garanto. Porém, uma coisa todos exigem: medalhas! Ouro, prata, bronze ou de lata, mas medalhas! É preciso trazer qualquer coisa! Na verdade, as pessoas só passaram a exigir medalhas a Francis Obikwelu, desde que este foi medalha de prata em Atenas. Só exigiram medalhas a Nelson Évora e Naide Gomes, porque estes "ganharam uma medalha de ouro ou de prata lá fora", sem sequer saberem onde! A Vanessa Fernandes foi exigido o ouro porque sabem que ela bateu vários recordes e ganhou várias provas, sem saberem quais. Aliás, poucos eram os que sabiam que Vanessa Fernandes tinha desistido recentemente em Pontevedra e Hamburgo, por cansaço e hipotermia e a sua participação em Pequim podia estar comprometida. Mas que interessa isso? Interessam é as medalhas! E a Vanessa tinha que trazer uma!
Sejamos sinceros: nos próximos quatro anos, só vamos voltar a acompanhar as carreiras de Nelson Évora e Vanessa Fernandes quando estes voltarem a trazer medalhas. Até lá... serão meros atletas que é bom que apresentem resultados em 2012, caso contrário, voltam ao campo de fuzilamento onde todos os outros estiveram este ano. Não foi Tiananmen, mas não andou longe. Castigá-los pelas manifestações públicas de estupidez e derrotismo, não é censurável. Censurável é exigirem-se medalhas e resultados a desconhecidos. Mas o que é verdadeiramente mau é darem a benção aos atletas que até horas antes eram severamente castigados, assim que viram o brilho no ouro de Nelson Évora.

sábado, agosto 23, 2008

Mais uma polémica?

"Obama escolhe Joseph Biden para a vice-presidência"

Fonte: Público

Depois da alegada ligação de Barack Obama ao islamismo e ao mundo das drogas, agora poderá ter surgido nova polémica, esta relacionada com o seu vice-presidente. Joseph Biden tem um apelido que é a junção dos nomes... Bin Laden.

Universal vs Pais

"No ano passado, a norte-americana Stefanie Lenz filmou o seu filho de 13 meses a dançar ao som de Prince e colocou o vídeo no YouTube. Alguns meses depois a Universal entregava um pedido para a remoção do vídeo, com o argumento de que o som de Prince violava os seus direitos. Mas Stefanie Lenz protestou e seis meses depois conseguiu que o seu vídeo fosse recolocado no site de partilha. O argumento utilizado foi o uso razoável, ou fair use no termo original. Um juiz da Califórnia deu agora razão a Stefanie Lenz e deliberou que as empresas devem avaliar o uso razoável das suas obras antes de fazerem um pedido de remoção."

Fonte: Público

Em vez de discutirem se se pode passar a música do Prince, ou a de qualquer outro, discutam o nexo causal existente entre pais que expõem os filhos menores indefesos na internet e a pedofilia. É que no fim de tudo, continuo a achar que, indirectamente, a Universal fez um favor à criança, exibida na internet pelos seus pais babados. Compreendo que os papás do século XXI gostem de expor os seus rebentos, alguns chegando até a ridicularizá-los, mas os mesmos têm que ser mais responsáveis e perceber que ao criarem perfis de hi5, orkut, myspace, entre outros, estão a colocar os seus filhos à mercê de redes de pedofilia e de tráfico de seres humanos. As pessoas têm que se resguardar e proteger aquilo que não só é seu como é indefeso: os filhos. Já repararam quão fútil, e baixo, é os pais preferirem o protagonismo inerente ao aumento do número de visitas ao seu site em vez da segurança e privacidade da criança? A desgraça está ao virar da esquina à nossa espera. Na maior parte dos casos só caímos se quisermos.

Lei anti-tabágica

"A grande maioria dos fumadores concorda com a nova lei do tabaco e a totalidade afirma ter reduzido, em média, 10 por cento do seu consumo diário de cigarros (...) este estudo inquiriu em Abril 400 fumadores e 308 ex-fumadores, e indica que 31 por cento dos que fumam entre 10 e 19 cigarros reduziram o consumo diário."

Fonte: Público

Onde andam todos aqueles que se insurgiram contra a lei do tabaco, alegando que ainda iam sentir mais vontade de fumar porque iam concentrar o vício durante várias horas? E onde é que estão os processos movidos contra António Nunes por fumar num casino e contra a comitiva de José Sócrates que fumou enquanto viajava num avião a caminho da Venezuela? Pior do que continuarmos com exemplos de impunidade, é sabermos que alguns nem sequer têm direito a um processo que atire areia para os olhos da população e lhes permita acreditar, ainda que o mesmo acabe com uma absolvição, que ninguém foge à lei. Estes exemplos, associados ao parecer que afinal exclui as casas de jogo do raio de aplicação da lei do tabaco, só provam que não há vergonha na cara e que tudo se pode fazer quando se é titular do cargo certo. O problema é que, apesar de existirem eleições, o povo insiste em não aprender e continua com a carneirice que já o caracterizava nos tempos de Eça de Queirós e Rafael Bordalo Pinheiro.

Politizando tragédias...

"O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou hoje que o acidente que ocorreu quarta-feira no aeroporto de Barajas, em Madrid, demonstra que "a localização de um aeroporto dentro de uma cidade tem riscos que não deviam ser corridos"

Fonte: Diário Económico

Não é o caminho mais feliz aquele que o Ministro seguiu. Politizar e distorcer um acontecimento trágico de modo a poder defender o seu ponto de vista é das formas mais infelizes e insensíveis de se fazer política. Quando todos choram e lamentam os mortos deste acidente, o Ministro das Obras Públicas deveria ter ido no mesmo sentido, ou então acrescentado algo que realmente contribuísse para a diminuição da lesão provocada pela tragédia. O nível de infelicidade aumenta quando a polémica em torno do aeroporto já acabou em Janeiro com o anúncio oficial da escolha do destino, ainda por cima quando a tragédia nada teve a ver com a proximidade do aeroporto à cidade, dado que o avião se despenhou numa área não residencial, podendo ser essa localização próxima do centro da cidade que permitiu um rápido acesso dos bombeiros ao local.

O clima de insegurança também se deve a estas coisas...

"Golpe rende 2,5 milhões. É o roubo do século."

Fonte: Correio da Manhã

É também graças à comunicação social, especialmente a sensacionalista, com estes títulos de "roubo do século", que o aumento de crimes tem vindo a aumentar. Os indivíduos que realizaram esta operação não ficam imunes ao título: acabaram de entrar para os anais do crime em Portugal. Já imaginaram o quanto não devem os mesmos estar a delirar por saberem que além da quantidade de dinheiro que conseguiram, realizaram um acto histórico e toda a gente fala nisso?
Acresce a isto que qualquer criminoso (ou potencial) que veja um título destes, vai de certeza querer seguir as pisadas destes indivíduos que praticaram um crime que fica na história como "o roubo do século". Até aproveito para deixar aqui um aviso, em tom de profecia: alguém quer apostar em como a partir de agora vamos passar a ouvir falar mais de assaltos a carrinhas de transporte de valores, menos de carjacking e assaltos a bancos, e vamos começar a ouvir falar de roubos nos quais se recorre a explosivos? Não é só a ausência de lei eficaz, a falta de intervenção do poder político ou a negligência dos juízes que contribuem para o aumento da insegurança em Portugal. A comunicação social também tem a sua quota parte e devia haver alguém que colocasse um travão na mesma. Mas, hábeis como são, logo fariam passar a imagem de "fascismo" (comentário barato e fácil utilizado por todos aqueles que querem tornar o nosso país numa anarquia, mas que continua a ter sucesso por cá), e assim não se podem esperar grandes feitos.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - XVII: Nelson saltou mesmo para o infinito!

"Ao quarto salto, Nelson Évora voou dentro do estádio de "Ninho de Pássaro", com um ensaio a 17,67m. O português, campeão do mundo em Osaca, Japão, em 2007, ainda não o sabia, mas tinha acabado de voar para a medalha de ouro olímpica."

De repente, tudo mudou! Nelson Évora fez de advogado do diabo, e conseguiu o perdão para todos os colegas que foram o espelho do derrotismo ao longo destes Jogos Olímpicos. Já ninguém se lembra do que queria ficar na caminha, ou daquela que queria ir de férias porque as africanas eram fortes. Agora todos se lembram do atleta que parou um país e colou mais de 10 milhões aos ecrãs da televisão, vendo-o voar para o infinito. O infinito valeu ouro... para ele e para todos nós! Afinal, "a Portuguesa" vai-se fazer ouvir, e bem alto, em Pequim! É um campeão humilde, sonhador, ambicioso e pleno de desportivismo! Obrigado, Nelson! Parabéns, Nelson!

quarta-feira, agosto 20, 2008

Acidente da Spanair

"Apenas 28 das 175 pessoas que seguiam a bordo do avião da Spanair que hoje se despenhou no aeroporto de Barajas, em Madrid, sobreviveram ao acidente, de acordo com um balanço dos serviços de emergência espanhóis."

Fonte: Público

Uma companhia aérea lowcost, a voar num avião em fim de vida e com problemas técnicos antes do vôo, o que é que se está à espera? Não há responsabilidade! O barato sai (cada vez mais) caro.

terça-feira, agosto 19, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - XVI: Por um ponto se ganha, por um ponto se perde

"O velejador português Gustavo Lima obteve hoje um quinto lugar na "Medal Race", última regata do torneio de vela, classe Laser, falhando por um ponto um lugar no pódio."

"
O velejador português Gustavo Lima anunciou hoje a decisão de abandonar a alta competição, lamentando que as condições de trabalho em Portugal lhe impeçam de estar entre os melhores velejadores do mundo."

Fonte: Público 1 e Público 2

Por um ponto se ganha e por um ponto se perde. Infelizmente, desta vez o azar saiu a Gustavo Lima, não sendo a primeira vez que tal sucede. Ninguém lhe exigiu medalhas, mas exigia-se-lhe ambição. Foi ambicioso, sendo a sua saída em lágrimas a prova disso mesmo, deu o melhor de si, mas infelizmente não foi suficiente. Penso que o Gustavo Lima é dos poucos presentes nos Jogos com legitimidade para recorrer à "desculpa" da falta de apoios. A verdade é que, segundo consta, os apoios para a vela são praticamente nulos e o atleta depende única e exclusivamente do seu amor à modalidade e do companheirismo do número dois português. Isto devia dar que pensar a quem canaliza os fundos para as modalidades: se alguns contam com apoios a mais e profissionalismo a menos, como futebol e judo, outros há que contam com vontade a mais para tão poucos apoios, como é o caso da vela e da ginástica.
Compreendo a frustração que deve ser ter vontade de ir mais além, mas não conseguir. Acima de tudo é demasiado desgastante remar contra a maré. Fica o esforço e a dedicação de um atleta a quem não se pediu nada senão que tivesse vontade de dar tudo o que estivesse ao seu alcance, tendo cumprido o objectivo na íntegra.

Jogos Olímpicos 2008 - XV: Até tu, Naide?!

"Infelizmente não tenho tido sorte com as competições ao ar livre"

Fonte: Público

Que não se atinjam os objectivos, aceito, porque azares acontecem, mesmo aos melhores. Mas aquilo que não posso aceitar é que uma candidata à medalha de ouro acabe em 32.º lugar, com um salto infeliz como aquele que todos vimos (repararam nas hesitações e no medo em saltar?), e dizer que não tem sorte com as competições ao ar livre, quando foi vice-campeã da Europa e quarta classificada nos mundiais, em competições ao ar livre! Que tristeza! Até tu, Naide?!

Jogos Olímpicos 2008 - XIV: A última corrida de Obikwelu

A última corrida...

Foi no passado sábado que Francis Obikwelu se despediu da alta competição, com um 11.º lugar nos Jogos Olímpicos, quatro anos depois de ter conquistado a medalha de prata em Atenas. Dias antes do início dos Jogos de Pequim tinha anunciado que estava no pleno da sua forma. O não apuramento para a final parece contrariar as suas afirmações. Porém, todos os que o criticam parecem esquecer-se que azares todos temos. Obikwelu teve um mau arranque, algo que é fatal numa prova como os 100m e pode acontecer aos melhores e aos grandes campeões. Francis Obikwelu foi e é um campeão! O 11.º lugar é triste, mas não decepcionante. Deu muito a Portugal e ao atletismo nacional e convém não esquecer isso. Pela primeira vez tivemos uma referência nos 100 metros, algo de que mais nenhum país europeu se pode gabar. Haverá alguém que não acredite que Francis tenha dado o seu melhor em Pequim? Poderá alguém criticar Obikwelu por ter sonhado com o ouro? Terá alguém algum dedo a apontar a Francis Obikwelu? E, melhor do que tudo isto, existirá alguém que não se tenha compadecido com o humilde pedido de desculpas que Obikwelu endereçou ao povo português? Todos estivemos com Francis Obikwelu desde que o conhecemos como atleta. Estivemos com ele até ao fim! Quem se lembrará da sua despedida inglória? Ninguém. Pelo menos eu não lembrarei. Faço questão de me lembrar do nigeriano que chegou a Portugal com 16 anos para trabalhar nas obras e que deu muitos títulos a Portugal, tendo conquistado a medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Atenas. Estas são as referências que ficam de Francis Obikwelu. Foi um exemplo para o desporto no tocante a humildade, entrega, dedicação, trabalho e até, pasmem-se, patriotismo! Obikwelu manifestou mais respeito e amor por Portugal do que a esmagadora maioria dos atletas olímpicos. Obrigado por tudo o que deu ao atletismo nacional e que possa contribuir para que no futuro tenhamos outras e melhores referências!

segunda-feira, agosto 18, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - XIII: Branca por fora, preta por dentro

Kirsty Coventry com Robert Mugabe

Não. A mulher presente na fotografia não é refém do regime de Robert Mugabe, nem tão-pouco é mais uma "colonizadora" expulsa do Zimbabwe. A mulher presente na foto é Kirsty Coventry, nadadora de 24 anos, que fez com que o 'Blessed be the Land of Zimbabwe' se fizesse ouvir em Pequim, através da conquista de uma medalha de ouro e três de prata nos Jogos Olímpicos de 2008, quando já em Atenas'2004 havia conseguido uma de ouro, uma de prata e outra de bronze.
Robert Mugabe parece ignorar o facto da nadadora ser de raça branca. Chama-a de 'rapariga de ouro' e recompensou-a com 50.000 dólares por ter elevado o nome do Zimbabwe nos Jogos Olímpicos, sendo já criticada por isso nos EUA, país onde treina. Ironia do destino, foi uma branca que deu a glória a um país onde esta raça é cada vez mais ameaçada. Dupla ironia do destino: foi graças ao treino nos EUA, país crítico do regime de Mugabe, que se conseguiu preparar para dar o título olímpico ao Zimbabwe. Branca por fora, preta por dentro, deve ser assim que o Presidente do Zimbabwe a vê.

Jogos Olímpicos 2008 - XII: Mais duas tiradas para a posteridade

"Hoje mesmo, Arnaldo Abrantes, eliminado nos 200m com um dos piores tempos, e Vânia Silva, eliminada na prova do lançamento do martelo, também fizeram declarações que estão a suscitar reacções diversas. Abrantes justificou a sua fraca prestação com o facto de ter "bloqueado" quando viu o estádio olímpico cheio, enquanto Vânia Silva admitiu que "não é muito dada a este tipo de competições" [os Jogos Olímpicos]."

Fonte: Público

Depois de ler estas coisas, só me apetece dizer uma coisa em tom de desabafo: FODA-SE!!!!!! Como é que deixam esta gente representar Portugal onde quer que seja?! Estes dois são os últimos de um leque de indivíduos que nunca vão ser ninguém na vida! A única coisa que Arnaldo Abrantes vai ganhar são as corridas de Cuba do Alentejo, onde poderá correr ao largo de vastos campos de ovelhas vazios, sem público. Aí, sim, ele sente-se à vontade! Já Vânia Silva vai lançar martelos nas competições com que se identifica: os jogos populares do bairro chinês do Martim Moniz! Vendo bem as coisas, esta gentalha é tão pequena que a única coisa que ganhou na vida foi uma viagem paga à China. Como é que alguém consegue viver sem glória e esforço?!

Jogos Olímpicos 2008 - XI: Finalmente, um cheirinho a glória!

"Vanessa Fernandes, de 22 anos, conquistou a medalha de prata na prova de triatlo dos Jogos Olímpicos de Pequim. "Vale como se fosse ouro. É uma medalha importante e que me sabe muito bem", disse, no fim."

Fonte: Público

Finalmente, uma medalhinha para Portugal! Hoje não foi dia de Santa Vanessa, mas esteve quase. Apesar de saber que alguns se sentem desiludidos por não ter sido com Vanessa Fernandes que se fez ouvir "A Portuguesa" em Pequim, não posso deixar de destacar a sua excelente prestação. Afinal, depois de tudo o que já deu a Portugal ao longo da sua ainda curta carreira, batendo recordes atrás de recordes, nos últimos tempos havia desistido de pelo menos duas provas (Pontevedra e Hamburgo), graças ao cansaço e à hipotermia. Esta medalha de prata tem um grande significado para todos nós: representa o sacrifício, a luta, a entrega, o talento e a humildade!
Temos que dar os parabéns a esta menina, por tudo aquilo que significa: uma valente pedra no charco chamado apatia e derrotismo do desporto português! Desta vez não levou o ouro, mas muitas mais oportunidades surgirão! Parabéns, Vanessa! Obrigado, Vanessa!

sexta-feira, agosto 15, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - X: definitivamente, já acredito em tudo!

"O treinador de João Neto, Fausto Carvalho, apontou hoje "a desconcentração, as circunstâncias do momento e as actividades marginais à modalidade" como razões principais do desempenho menos positivo do judo português nos Jogos Olímpicos de Pequim. "Achei muito estranho que os atletas pudessem estar dois/três meses antes dos Jogos Olímpicos envolvidos em jantares, recepções e campanhas publicitárias. Tudo isto desgasta e tira muitas horas de trabalho à preparação", criticou."

Fonte: Público

Já há algum tempo que as palavras "vergonha" e "dignidade" haviam sido esquecidas. Mas agora, não só foram esquecidas, como foram riscadas do dicionário deste contingente de turistas portugueses presentes em Pequim. Agora a culpa dos maus resultados é das belas jantaradas que o erário público ajudou a suportar! É curioso que quando participavam nelas e tinham vida de lordes ninguém se lembrou do quanto isso poderia prejudicar a preparação dos atletas e provocar-lhes desgaste! Recordo as duas palavras que esta gente parece ter esquecido: vergonha e dignidade! Quando penso que já vi e ouvi de tudo, eis que sempre surge algo novo que me surpreende e a última foi a desculpa dos jantares. E terem vergonha na cara e um pouco de dignidade, não?
Muito sinceramente, depois de tudo o que tem acontecido nestes Jogos Olímpicos, onde o desporto português tem mostrado o quão fraquinho e podre é, acho que o Secretário de Estado do Desporto deveria repensar a ideia de permitir que atletas que gozem de estatuto internacional venham a ter direito à Segurança Social. Dêem acesso à Segurança Social à Vanessa, ao Évora, ao Obikwelu e à Naide! Ainda que percam, estes parecem ser os únicos que levam o desporto verdadeiramente a sério!

Jogos Olímpicos 2008 - IX: Um exemplo para 10.000.000 de portugueses

"A atleta portuguesa Jéssica Augusto anunciou que não vai participar na prova dos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos, dando assim por concluída a sua participação em Pequim com o quinto lugar na segunda série dos 3.000 metros obstáculos. «Agora vou de férias. As africanas são fortes. Não vale a pena lutar contra elas»."

Fonte: A Bola

Para quê lutar se a derrota é certa? Para quê tentar e acreditar que pode ser possível se as outras são tão fortes? Porque não cruzar os braços de uma vez, deixar de treinar e passar a vida a dar pontapés nas latas, se nunca seremos nada na vida mesmo?
Estes atletas "olímpicos" de olímpico têm muito pouco. Em vez de quererem competir, arriscar e tentar ir mais além, um quer ficar na cama a dormir, e a outra quer ir de férias. O dinheiro dos meus impostos serve para patrocinar este tipo de gente? Tsc tsc...

Jogos Olímpicos 2008 - VIII: Eis porque nunca irão longe na vida!

"Menos bem esteve Marco Fortes, que participou no lançamento do peso e foi 38.º entre 45 concorrentes. "De manhã só é bom é na caminha, pelo menos comigo", disse o lançador do Sporting, de 25 anos."

Fonte: Público

Como é que alguém pode querer ser alguém na vida, se aos 25 anos os Jogos Olímpicos não o conseguem motivar, antes preferindo ficar na cama? Não consigo perceber, juro. Estas declarações são do mais degradante e decepcionante que já ouvi de um atleta. Porque é que pagaram uma estadia em Pequim a um indivíduo destes, se já se sabia que a competição era de manhã, altura em que o atleta prefere rebolar no meio dos lençóis? O que é que ele lá foi fazer? Porquê? Porque é que este tipo pratica desporto? Porque é que este tipo foi aos Jogos Olímpicos? Qual é o sentido da vida para este tipo? Faz-me confusão saber que há gente que não se tenta superar uma vez que seja e tem a derrota e a resignação como principais valores.

terça-feira, agosto 12, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - VII: Nota final 9, excluído!

É verdade. Isto de se ser português tem muito que se lhe diga. Que o digam os judocas portugueses que nem uma classificação de jeito conseguem ter! Todos eles foram corridos a notas negativas: 7, mas sobretudo prevaleceu o 9! Estes 9.ºs lugares consecutivos têm um simbolismo: a avaliação vai de 0 a 20, em que o 10 é a primeira das notas positivas. Ter um 9 é morrer na praia. É estar muito perto e ao mesmo tempo tão longe do 10, do mínimo positivo. O 9 é o número do "quase": "foi quase positivo, mas não chega", "esteve quase lá, mas fica para a próxima".
Estes nonos lugares que os judocas portugueses tiveram não foi por acaso. À partida eram praticamente todos candidatos às medalhas. "Quase" que todos conseguiam lá chegar, mas acabaram todos por morrer na praia. A culpa? Na Faculdade é o professor que é mau e injusto, no Judo é o árbitro, o azar, ou a humidade do ginásio. Estiveram "quase" lá! Em 2012 há mais, que é como quem diz "voltem em Setembro"!

Jogos Olímpicos 2008 - VI: Estamos fartos de meninos!

Diz-se que o primeiro milho é para os pardais e assim tem sido: desde nadadores felizes por terem ido de propósito a Pequim bater os recordes... nacionais portugueses, passando por ciclistas que reclamam da poluição, e chegando a judocas sensíveis que choram ou justificam o seu fracasso com a zarolhice do árbitro, esta primeira semana de Jogos Olímpicos teve todos os ingredientes que, juntos, fazem o fracasso português ser uma constante realidade.
Está na hora de vermos atletas a sério! E como bom país africano que somos, está na hora de vermos a única modalidade em que nós, verdadeiros africanos, somos bons: atletismo! É o típico desporto do pobre: basta ter duas pernas e um pedaço de asfalto para correr e estão criadas as condições para atletas de calibre mundial! Mesmo assim são estes "pobres miseráveis" que nos fazem ter algum orgulho no desporto português! Por isso mesmo digo: estamos fartos de meninos! Mandem lá entrar em campo a artilharia pesada como são Vanessa Fernandes, Nelson Évora, Naide Gomes e Francis Obikwelu. Estes são aquele género de atletas para quem o ouro já se tornou algo vulgar e se não forem eles a fazerem estragos, ninguém se lembra que Portugal esteve presente nos Jogos Olímpicos de 2008.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - V: Coming back from the dead

Michael Phelps fez um mau tempo, mas ainda faltavam nadar os outros três. À entrada para os últimos 25 metros de piscina os franceses levavam larga vantagem e pareciam embalados para o ouro olímpico, quando o nadador americano faz a equipa renascer das cinzas com uma cavalgada impressionante retirando a glória aos franceses. Não sei quanto a vocês, mas eu, que até nem ligo a natação, acho este um dos melhores momentos do desporto de todos os tempos!

domingo, agosto 10, 2008

Assalto no BES: pai dele, alho; mãe, cebola. Como pode ele cheirar bem?

Acabo de assistir à vergonhosa entrevista que a irmã do criminoso brasileiro sobrevivente do assalto ao BES deu à SIC. De acordo com Rosiane, irmã do delinquente, a polícia "esteve muito mal", e devia ter pensado que o criminoso "tem pai e mãe", antes de terem atirado. Ora, porque não pensou ele nisso antes de fazer o que fez? Porque não pensou ele na família do funcionário do banco a quem apontou uma arma ao pescoço e que estava disposto a tirar a vida?
Acrescentou ainda que o irmão "não tinha cadastro", o que possivelmente se poderá dever ao facto de nunca ter sido apanhado, caso contrário como é que se explica que tenham sido encontrados 10.000 euros em dinheiro, armas, perucas e outro tipo de objectos? Querem ver que o rapaz fazia shows de travestismo, onde personificava Lara Croft, e não sabíamos? E desde quando não ter registo criminal é condição para não neutralizar alguém que ameaça a vida de terceiros? Temos que esperar que alguém seja condenado para depois se atirar em legítima defesa?
Rosiane fez ainda referência ao facto do irmão ser "gente muito boa" e estar "depressivo, doente". Que 'gente boa' é essa que aponta uma arma ao pescoço de gente inocente? Que 'gente boa' é essa que faz assaltos a bancos? Que 'gente boa' é essa que tenta atirar na polícia? Que 'gente boa' é essa que mesmo sabendo do mal que fez, não demonstra qualquer fundo de arrependimento e tenta, alegadamente, fugir do hospital onde se encontra internado, em vez de aceitar pagar pelo que fez? Foi ainda dito pela mesma que o irmão "trabalha muito" e levava "uma vida digna e honesta". Trabalhar muito é uma metáfora para "roubar muito"? Caso contrário, como se explica que este criminoso tenha pedido ao primo, durante o assalto, para ligar à sua mãe e dizer que tem "trabalhado muito e está tudo bem". Era isto que ele dizia à família? Ou é roubar e matar o que eles entendem por 'trabalhar muito'?
Apesar de tudo isto, Rosiane diz compreender que atirar em pessoas seja "a forma da polícia portuguesa actuar". Esta senhora diz isto, como se a polícia brasileira nunca atirasse em ninguém e o Brasil fosse um exemplo de negociação com criminosos. Ora, isto poderá dar origem a uma campanha sem precedentes: se a mensagem começa a passar, os portugueses ganham fama de atiradores, coisa que não são nem nunca foram, e os portugueses presentes no Brasil, por exemplo, poderão ser alvo de ataques por parte de gente mentecapta que julga que a actuação da polícia foi contra "os brasileiros" e não "contra os criminosos que atentavam contra a vida de gente inocente"! Temos que ter muito cuidado com isto!
Não posso, ainda, deixar de destacar o papel da jornalista da SIC que faz esta entrevista e à direcção da estação que transmite esta peça: como é que alguém ainda dá tempo de antena a gente ignorante como esta senhora? Nestes segundos de entrevista deu logo para perceber que tipo de família é esta. Já diz o provérbio árabe: "pai dele, alho; mãe, cebola. Como pode ele cheirar bem"? Até acredito que ele seja 'gente boa'. Mas 'gente boa' desta estirpe só pode estar em dois sítios possíveis: prisão ou morgue.

Ainda o assalto no BES

"A procuradora do Ministério Público, Cândida Vilar, propôs ao juiz do Tribunal de Instrução Criminal a prisão preventiva para Wellington por tentativa de roubo e sequestro"

Fonte: DN

Não entendo. A confirmar-se esta notícia, temos uma situação grave! O que a polícia faz (justiça), os tribunais desfazem! Onde está a tentativa de roubo? Que se saiba, Portugal inteiro assistiu a um roubo consumado, pois os indivíduos já estavam na posse do saco de dinheiro! Não há tentativa, mas sim um crime de roubo consumado. E no meio daquele espectáculo todo, o MP não consegue descorrer mais nenhum crime? Depois de tudo o que fez, a ser julgado apenas por tentativa de roubo e sequestro, é bem provável que venha a ser condenado em pena de prisão de cinco anos, o que acabará por ser eventualmente reduzido pelo bom comportamento que naturalmente deve apresentar. A ser verdade o que é dito, é uma vergonha! Os tribunais e a lei penal continuam a ser dos principais cancros da sociedade.

Recurso! Recurso!

"Judoca do Benfica ficou em nono lugar em Pequim. Telma Monteiro diz que arbitragem favoreceu adversárias"

Fonte: Público

Querem ver que a Telma Monteiro vai recorrer para a UEFA e vamos ter mais polémica no CJ? A chinesa e a espanhola que a derrotaram podem muito bem não ir à próxima edição dos Jogos Olímpicos!

Ainda a Ossétia do Sul

"“A parte georgiana cometeu uma agressão contra habitantes pacíficos e os soldados russo são responsáveis pela manutenção da paz”, disse Dmitri Medvedev ao seu homólogo norte-americano, segundo um comunicado divulgado esta tarde pelo Kremlin. O chefe de Estado russo denunciou ainda a Bush que “as acções bárbaras planeadas e cumpridas pela administração georgiana provocaram um número elevado de vítimas – é uma questão de milhares –, dezenas de milhares de refugiados, destruições massivas e atacaram o direito à vida de um povo inteiro”."

Fonte: Público

Além da localização geográfica, o que é que distingue a actuação da Geórgia na Ossétia do Sul da invasão russa à Tchétchénia?

Jogos Olímpicos 2008 - IV: a saga continua

"Sinceramente, não consigo explicar o que correu mal. Sinto que houve influência do árbitro." - Telma Monteiro

Esta é a mais antiga desculpa portuguesa: colocar as culpas no "azar", nas condições climatéricas ou na arbitragem. Quando não se sabe dançar, diz-se que a pista está torta.

sábado, agosto 09, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - III

Ana Hormigo em acção

"Ana Hormigo afastada da luta pela medalha de bronze"

Fonte: Público

Ana Hormigo ficou triste por não ter conseguido chegar às medalhas, terminando em sétimo lugar. Deixa lá, rapariga! Pior do que não atingir um sonho é não ter sonho para atingir.

Porquê lá ir?

Começaram os Jogos Olímpicos'2008 e com eles mais uma fase da falta de ambição portuguesa. Se existem alguns que correm pelo ouro e tudo farão nesse sentido, outros há que se limitam a fazer uma viagem a Pequim paga pelo Comité Olímpico. Como é possível termos atletas com discursos como "se ficar nos 30 primeiros, já fico feliz", ou "se chegar aos 1/8 de final já é uma vitória"? Bem sei que devemos ser realistas e sabermos as nossas limitações, mas não deixa de me fazer confusão ver gente que nem sequer acredita, por um segundo que seja, que seja possível dar-se uma surpresa, ou haver um desempenho superior ao normal num dia de sorte. Há gente que não acredita em absolutamente nada, nem sequer em si própria! Porque vão então aos Jogos Olímpicos? Para ajudarem os adversários a terem melhores desempenhos? Porque não ficam em terra? Como é que é possível que alguém diga que vai aos Jogos Olímpicos para evoluir se a participação de muitos se resume, por vezes, a escassos minutos e não mais voltam a competir? Como é que alguém sem ambição consegue evoluir? Acham mesmo que alguém, além deles próprios, se vai lembrar do atleta português que queria participar nos Jogos Olímpicos e acabou no 67º lugar?
Ironia do destino, ou não, é esses mesmos atletas que dizem querer ficar nos 30 primeiros, acabarem por ser, habitualmente, os mais frustrados da competição por nem sequer conseguirem atingir esses fracos objectivos. Há que elevar a fasquia, há que criar auto-pressão, há que acreditar e há que lutar!

sexta-feira, agosto 08, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - II: primeira medalha de ouro para a China

"Chama olímpica já arde no estádio de Pequim"

Fonte: Público

Depois de uma cerimónia de abertura a todos os níveis memorável, primeira medalha de ouro vai, sem dúvida alguma, para a China! Diga-se o que se disser, os chineses não brincam em serviço e são um exemplo de esforço, dedicação, empenho e profissionalismo. Parabéns! É por serem assim em tudo que a China é uma das nações mais poderosas do mundo!

E fez-se justiça...

"Lisboa: polícia confirma morte de um assaltante e ferimentos de outro"

Fonte: Público

A polícia portuguesa fez aquilo que a lei e os tribunais deviam fazer: justiça! Pela primeira vez, em anos, o povo português sente que foi feita justiça! Estão de parabéns! Foram exemplares na forma como conseguiram garantir a integridade física dos reféns e neutralizar os indivíduos! Estamos a falar de criminosos que são, na sua esmagadora maioria, casos perdidos, e que criam o terror na vida de pessoas inocentes, alheias às suas falhas de integração na sociedade. As vítimas são pessoas que durante horas vêem a sua vida a andar para trás e interrogam-se, vezes sem conta, se alguma vez terão a possibilidade de voltar a ver aqueles que lhes são próximos, pois a sua vida pode acabar dentro de segundos. Apontar uma arma à cabeça de gente inocente e brincar com a vida de terceiros, tem muito que se lhe diga! É por isso que não consigo sentir pena destas duas aberrações: um, pelo menos, foi abatido, não gratuitamente, mas porque a polícia não tinha outra solução. Espero que isto sirva de aviso a todos os que andam por aí à solta e à classe política também: está na hora de rever a lei! O crime não pode compensar e os juízes não podem ser meras cassetes que se limitam a debitar aquilo que lhes é ensinado no decorrer da sua formação.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Jogos Olímpicos 2008 - I

Não acham estranho que nos últimos dias se tenha assistido a tantas desistências de atletas que iriam participar nos Jogos Olímpicos? Não acham estranho que o medalha de prata em ciclismo, nos Jogos de 2004, o português Sérgio Paulinho, tenha desistido de participar na competição por ser asmático e "não conseguir respirar em Pequim", por causa dos elevados níveis de poluição da cidade? Não acham estranho que já se soubesse que a organização dos Jogos ia ficar a cargo da capital chinesa, o atleta português soubesse disso quando se preparava para a competição, mas só agora, em cima da hora, se tenha lembrado da irrespirabilidade de Pequim e da sua doença? Não acham estranho que tudo isto aconteça numa altura em que o COI apertou com as medidas antidoping, sendo o ciclismo uma das modalidades onde habitualmente mais se recorre à batota?

China, Jogos Olímpicos e Tibete: "Em Roma, sê romano"

"Mais de 120 atletas que estão nos Jogos Olímpicos de 2008, assinaram hoje uma carta aberta dirigida ao governo chinês, encorajando-o a respeitar os direitos humanos e a liberdade religiosa, em particular no Tibete."

Fonte: Público

1- Estas tentativas de pressão sobre o Governo chinês, são, na minha opinião, absurdas. Já diz o povo, "em Roma, sê romano", e creio que todos se deviam comportar assim onde quer que fossem. Se querem entrar em território chinês, devem respeitar e consentir o modo de actuar da China. Se não concordam, não vão e esperem pelos Jogos Olímpicos de 2012, ou da próxima alterem as regras do jogo de modo a que as candidaturas chinesas não vençam votações para organizar eventos desportivos. Agora, creio que é de uma extrema falta de educação alguém nos convidar para a sua casa, aceitarmos o seu convite e depois ficarmos a criticar a decoração da casa, a forma de cozinhar do anfitrião, etc.
2- Esta novela mexicana, chamada Tibete, continua a ser um dos maiores símbolos de hipocrisia da comunidade internacional. Há décadas que o Tibete é ostracizado pela China, e agora a coisa até está mais calma do que estava, por exemplo, há dez anos, mas como ali para os lados da famosa muralha, o Governo local construiu uma superpotência mundial, de repente lembraram-se que existe algo chamado Tibete e um personagem chamado Dalai Lama que se vitimiza, manipula a informação que corre na comunicação social e proclama teorias que agradam aos ocidentais. Toda esta história chamada "China, direitos humanos e Tibete", faz-me lembrar o caso daqueles homens que têm uma mulher perfeita aos seus pés, mas com medo dela rejeitam-na, dizendo: ela tem um dente do siso muito feio!

O Rapto no BES: a culpa é dos portugueses

"Um grupo de assaltantes está desde as 15h05 no interior da dependência do Banco Espírito Santo (BES) na Rua Marquês de Fronteira, em Lisboa, onde mantêm reféns, informou fonte do Comando Metropolitano da PSP."

Fonte: Público

Como é natural, estamos em Portugal e a primeira coisa a fazer numa situação destas é "compreender os criminosos" e tentar saber o que estará por trás deste acto. Afinal, o criminoso não o é porque quer, mas sim porque as condições à sua volta o obrigam a ser assim, tornando-o louco, porque se fosse são não cometeria crimes. Durante horas a polícia não consegue reagir, nem tão-pouco entrar nas instalações. A polícia não pode, em caso algum, disparar e acabar com esta história de uma vez por todas, dado que logo surgiriam os defensores de direitos humanos a alegar que houve excesso da actuação das autoridades, abusos, torturas, e logo teríamos processos disciplinares contra os polícias, sendo os mesmos condenados a uma reforma compulsiva.
Caso a operação corra bem, os reféns são libertados, como está a acontecer, mas nunca se pode colocar de lado a preocupação sobre a integridade física dos criminosos! Há que os manter vivos e em bom estado de saúde, para que depois possam voltar às ruas em condições físicas suficientes de modo a poderem voltar a fazer o mesmo que os trouxe até aqui. Afinal, precisam de sobreviver de alguma forma!
Por falar em sobrevivência, quando toda esta história terminar, logo teremos discussão na comunicação social para os próximos três meses, onde se falará no quanto os imigrantes são discriminados e têm dificuldades de integração em Portugal e em como nós, portugueses, somos os culpados pela criminalidade violenta e organizada que existe em Portugal, porque tomamos os brasileiros e os indivíduos de leste todos por igual. Pergunto-me: porque será? Com sorte, apanharão um juiz que entende que os infractores devem ficar detidos preventivamente enquanto aguardam por julgamento. Os indivíduos vão acabar por cumprir uma pena curta, onde terão cama, comida, roupa lavada, tv cabo, e formarão um novo grupo de amigos na penitenciária, porque a nossa legislação penal permite que indivíduos destes tenham que se integrar na prisão e na sociedade, podendo assim voltar a repetir a façanha e se calhar até aperfeiçoá-la. Teremos o Ministro da Administração Interna a discursar que a segurança em Portugal não é motivo para preocupação. Está tudo bem em Portugal! Agridem, roubam, raptam e matam cada vez mais vezes e de forma cada vez mais violenta, mas está tudo bem!

quarta-feira, agosto 06, 2008

Pacote de incentivos a estudantes contribui para o aumento da degradação do ensino e para as desigualdades na educação

"Ministério atribui prémio de 500 euros aos melhores alunos do ensino secundário"

Fonte: Público

Não posso concordar com isto e não posso deixar de dizer que o Ministério da Educação voltou a fazer das suas. Não se motivam alunos com dinheiro! Este é um princípio errado! Já consigo ver certos professores inflacionarem as notas de certos alunos, ocorrendo, em caso de empate entre dois alunos com as mesmas notas, mas condições económicas distintas, o aluno mais carenciado vir a ser beneficiado por "pena". Ao mesmo tempo o professor mata mais dois coelhos de uma só cajadada: os seus alunos tiram boas notas, sendo recompensados financeiramente por isso e contribuindo para o prestígio da escola, e o docente apresenta bons resultados podendo assim ter uma boa nota de avaliação.
O Governo tem que entender que o Estado não é uma empresa, na qual se incentivam os funcionários acenando-lhes com dinheiro. Quando é que alguém diz "Basta! O país não se faz de números!"?

sexta-feira, agosto 01, 2008

Olá! Eu sou o Prof. Cavaco e vou dar-vos uma aula de Direito Constitucional

"Estatuto Político-Administrativo dos Açores motiva comunicação ao país de Cavaco Silva"

Fonte: Público

A expectativa era grande: o PR interrompeu as suas férias e queria abrir os telejornais para fazer uma comunicação pública ao país. Dez milhões ficaram colados aos ecrãs, como que a julgar que ia assistir a uma verdadeira "bomba" do Chefe de Estado. No final, Cavaco Silva deu uma curta aula de Direito Constitucional que teve como única palavra perceptível para o comum português, "Açores".
Sinceramente, alguém quer saber da inconstitucionalidade do Estatuto dos Açores? Alguém quer saber dos vetos presidenciais? E, finalmente, alguém pretenderá perder um minuto do seu tempo que seja da próxima vez que o PR quiser falar ao país? Cavaco perde credibilidade e ganha fama de alarmista, e isso não é nada bom para um Chefe de Estado.