O Professor Vital Moreira, candidato do PS às europeias e que merece todo o meu respeito e apreço, lançou o seu outdoor de início de campanha. Confesso que o mesmo provocou-me uma sensação agridoce: para começar, foi uma das primeiras visões que tive assim que saí de casa de manhã cedo; depois pelo seu conteúdo. A frase "Nós, europeus" não me parece que seja a mais feliz para uma primeira impressão de um candidato que, quer se queira quer não, mal se conhece a nível político.
Falar de União Europeia e de eleições ainda é um tema sensível para a maioria dos portugueses: muitos apresentam graves lacunas no que respeita a conhecimento dos assuntos comunitários, outros são patriotas, nacionalistas, conservadores, motivo pelo qual repudiam ou desconfiam de tudo o que venha "de fora". Por estes motivos, é preciso tratar-se destes temas com alguma precaução, sob pena de se arriscar a ferir as sensibilidades do eleitorado.
Para todos estes que supra referi, julgo que a frase "Nós, europeus" cai mal e dá um ar federalista ao candidato, como que a querer promover a ideia de nacionalidade, e não cidadania, europeia, o fim das soberanias nacionais e os franceses, ingleses e espanhóis a "controlar isto tudo como se fosse deles". Não é que não seja, até porque a continuar com este género de "integração europeia" vamos acabar por chegar oficialmente ao ponto em que já nos encontramos oficiosamente, mas os portugueses gostam de sentir que têm algo que lhes pertence e sobre o qual têm uma palavra a dizer. Esse algo é Portugal!
No meu entender, os outdoors de propaganda eleitoral que contribuem para o sucesso de uma campanha são o primeiro, por poder provocar a empatia imediata de alguns eleitores ou o efeito contrário, e o último, por ser aquele que se pretende que transmita uma mensagem decisiva para os eleitores indecisos. Pelo carácter decisivo que ambos assumem, os mesmos pretendem-se que abarquem eleitores dos mais variados quadrantes. E, no meu entender, o outdoor de Vital Moreira não se enquadra naquilo que se espera que seja uma apresentação ao eleitorado, por apenas estar dirigido a todos aqueles que têm uma visão mais liberal e menos conservadora da União Europeia.
Nas eleições ao Parlamento Europeu, os portugueses esperam que se protejam os interesses nacionais, beneficiando-os e, reflexamente, os comunitários, em detrimento de interesses partidários ou de países terceiros que continuam a afirmar todo o seu poderio e a limitar o de países com pouca expressão como o nosso. Se não pensam assim, deviam pensar, porque projectar a ideologia das legislativas, na qual prevalece a lei do partido mais votado sobre quase todas as coisas (ainda tem a possível limitação do Presidente da República), para a União Europeia beneficia todos menos aqueles que se quer que beneficiem: os Estados votantes. Assim sendo, com quem é que "nós, portugueses", poderemos contar: com o eurodeputado Vital Moreira que vai defender os interesses socialistas (recorde-se a polémica em torno de Durão Barroso), o eurodeputado Vital Moreira que vai defender os interesses comunitários (como tal, dos "cabeças-de-série" Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Itália, com a Polónia à espreita) ou o eurodeputado Vital Moreira que vai defender os interesses portugueses?
Falar de União Europeia e de eleições ainda é um tema sensível para a maioria dos portugueses: muitos apresentam graves lacunas no que respeita a conhecimento dos assuntos comunitários, outros são patriotas, nacionalistas, conservadores, motivo pelo qual repudiam ou desconfiam de tudo o que venha "de fora". Por estes motivos, é preciso tratar-se destes temas com alguma precaução, sob pena de se arriscar a ferir as sensibilidades do eleitorado.
Para todos estes que supra referi, julgo que a frase "Nós, europeus" cai mal e dá um ar federalista ao candidato, como que a querer promover a ideia de nacionalidade, e não cidadania, europeia, o fim das soberanias nacionais e os franceses, ingleses e espanhóis a "controlar isto tudo como se fosse deles". Não é que não seja, até porque a continuar com este género de "integração europeia" vamos acabar por chegar oficialmente ao ponto em que já nos encontramos oficiosamente, mas os portugueses gostam de sentir que têm algo que lhes pertence e sobre o qual têm uma palavra a dizer. Esse algo é Portugal!
No meu entender, os outdoors de propaganda eleitoral que contribuem para o sucesso de uma campanha são o primeiro, por poder provocar a empatia imediata de alguns eleitores ou o efeito contrário, e o último, por ser aquele que se pretende que transmita uma mensagem decisiva para os eleitores indecisos. Pelo carácter decisivo que ambos assumem, os mesmos pretendem-se que abarquem eleitores dos mais variados quadrantes. E, no meu entender, o outdoor de Vital Moreira não se enquadra naquilo que se espera que seja uma apresentação ao eleitorado, por apenas estar dirigido a todos aqueles que têm uma visão mais liberal e menos conservadora da União Europeia.
Nas eleições ao Parlamento Europeu, os portugueses esperam que se protejam os interesses nacionais, beneficiando-os e, reflexamente, os comunitários, em detrimento de interesses partidários ou de países terceiros que continuam a afirmar todo o seu poderio e a limitar o de países com pouca expressão como o nosso. Se não pensam assim, deviam pensar, porque projectar a ideologia das legislativas, na qual prevalece a lei do partido mais votado sobre quase todas as coisas (ainda tem a possível limitação do Presidente da República), para a União Europeia beneficia todos menos aqueles que se quer que beneficiem: os Estados votantes. Assim sendo, com quem é que "nós, portugueses", poderemos contar: com o eurodeputado Vital Moreira que vai defender os interesses socialistas (recorde-se a polémica em torno de Durão Barroso), o eurodeputado Vital Moreira que vai defender os interesses comunitários (como tal, dos "cabeças-de-série" Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Itália, com a Polónia à espreita) ou o eurodeputado Vital Moreira que vai defender os interesses portugueses?
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