sexta-feira, março 10, 2006

Tristeza


Foi com muita tristeza que registei que não foi comemorado na FDL o aniversário do encerramento da Faculdade há um atrás. Alias, julgo mesmo que apenas neste blog se relembrou o que se passou me Março de 2005, o que deixou desanimado. Tudo o que foi vivido e sentido de forma emocionante e vibrante, caiu pelois vistos no puro esquecimento. Nem um único cartaz, nem uma exposição fotográfica, NADA foi feito para que a Academia relembrasse aqueles dias históricos. Julgo mesmo que as pessoas até se sentiam inibidas de falarem nisso, sempre que o assunto era abordado. Não foi este o espírito que nos uniu nesse passado glorioso. Não foi o esquecimento, o não dar importância às coisas que fizeram com que centenas de alunso da FDL se gritassem em uníssono contra a tirania e a injustiça que reinava na Faculdade. Sinto-me triste por não termos assinalado esta data com a devida consideração que ela merecia. Como é que queremos que os mais jovens saibam o que se passou, se nada lhes é dito? Com que legitimidade lhes pudemos pedir, se for necessário, que se unem e que lutem, se nós não demos valor devido este ano?
Isto não uma crítica a ninguém em particular. É uma crítica a todos os que deveriam lembrar à Academia que a Força da FDL somos nós. Mas este ano, não somos. Este ano voltamos a ser o que fomos durante muitos anos, uns carneirinhos que tudo aceitam.
É pena. Aguardemos dias melhores.

3 comentários:

ATG disse...

Realmente, é mesmo um conjunto de pessoas que se esqueceu de tudo o que foi feito o ano passado. Pior do que isso são aqueles que se lembram, mas que por outros motivos não decidiram recordar o dia. Tenho até conhecimento de pessoas que tentaram fazer alguma coisa, mas foram logo silenciadas. E assim, a FDL caminha a pouco e pouco para o esquecimento. Voltam os bananas a deixarem-se comer pelos professores e pelo sistema, e a deixarem-se enrabar mais uma vez.
Aqui no Bar Velho, e o Agamenon também, todos se lembraram. Conheço outras que se lembraram também, mas como referi, foram silenciadas. Outros valores (?) prevalecem.
Este ano abandonamos a FDL, e se calhar vou preferir nem ouvir falar dela durante uns bons anos. Se no nosso último ano, é a passividade e o enrabanço que é, dado nós, mais uma vez, não termos a iniciativa, então para o ano que vem imagino, e daqui a dois anos idém... e por aí vai.
Talvez daqui a alguns anos surja uma nova geração de ouro que valorize toda a história da FDL. Sim, a FDL não são só professores, são os alunos, e estes também têm e fizeram história.
Quando nos livrarmos da Lista É (ops, esta já foi)... Quando nos livrarmos da Lista R com laivos e traços da Lista É, aí talvez volte a ouvir-se falar em palavras como Revolta! O sistema está montado... o tacho disponível... os interesses pessoais ao de cima. Eu ainda me lembro quando a AAFDL fazia tudo pelos alunos e pela justiça, bem como pela revolta, doesse a quem doesse. Onde anda ela? Procurem-na. Talvez daqui a alguns anos a encontrem.
Poeta Irreverente, Agamenon e restantes membros do blog: depois andam por aí a dizer que somos terroristas, estragamos eleições, quando na verdade somos nós que temos e vivemos a mística da FDL, somos nós que temos a iniciativa e fomos nós que já ganhámos eleições. Querem fazer-nos passar pelos maus da fita e fazerem de nós terroristas, depois de tudo o que já fizemos!
É assim a vida... valha-nos a nossa consciência tranquila! Tudo o que fizemos, foi por amor à camisola e por viver a instituição FDL!

Filipe de Arede Nunes disse...

Continuo de luto, a academia continua a morrer...

Funafunanga disse...

Já se passou um ano e continuo a gritar até me faltar a voz SOMOS NÓS, SOMOS NÓS, A FORÇA DA FDL SOMOS NÓS!
Só que já não somos "nós", pelo menos eu e o Agamenon. Nós já terminámos o curso, e no entanto falando por mim (e sei que falo também pelo meu amigo Aga e por muitos outros que verdadeiramente sentiram as razões do protesto, para quem não foi apenas uma brincadeira pictoresca para faltar às aulas), estariamos dispostos a metermo-nos noutra hoje mesmo, se vocês precisassem de nós.

Não se deixem submeter! Não se deixem enrabar! Não se encolham. No ano passado provámos que unidos somos fortes, mais fortes do que eles, e que conseguimos fazer-lhes frente em defesa da nossa Academia. Um só pode ficar "marcado", mas é impossível "marcar" centenas de estudantes unidos por uma causa comum, e foi esse o grande triunfo da revolta do ano passado: o triunfo da coragem e da justiça contra o MEDO.

E no entanto Roma não se fez num dia. E os ideais pelos quais lutámos ainda não se encontram atingidos. E o medo volta a estender o seu manto sobre a academia após aquela explosão de coragem e alegria.

Perdoem-me a rudeza, mas quero dizer-vos: LEVANTEM A CABEÇA, FODA-SE!
E se precisarem de mais um para gritar, contem comigo.