sexta-feira, outubro 31, 2008

Eleições norte-americanas: é possível ter dois pássaros na mão e vê-los a voar

Na próxima terça-feira é eleito o próximo Presidente dos EUA. Muito se fala nas sondagens que dão 7% e 10% de vantagem a Barack Obama, mas essas sondagens valem zero. Quem as anuncia e apregoa esquece-se que no sistema eleitoral norte-americano o Presidente não é nomeado pelo povo, mas sim pelo Congresso composto por grandes eleitores. Na verdade, o importante nas eleições norte-americanas é conquistar os estados estratégicos que dão mais eleitores estaduais, dado que praticamente todos funcionam num género "winner takes all", ou seja, quem conquista um determinado estado, elege todos os grandes eleitores que esse estado representa. O povo elege os grandes eleitores e os grandes eleitores elegem o Presidente, daí que seja importante ganhar um Estado e não o maior número de votos por todo o país. Foi assim que Al Gore perdeu para George W. Bush em 2000: apesar de Al Gore ter tido, de longe, maior número de votos, foi Bush que acabou nomeado pelo Congresso por ter maior número de grandes eleitores, fruto da conquista de estados que lhe atribuíam maior número de representantes estaduais.
Anda por aí muita gente que se ilude com os mágicos 7% de vantagem de Barack Obama sobre John McCain e esquece-se que é este último quem, na prática, parece levar vantagem sobre o primeiro. Daí que as sondagens que se façam sirvam apenas para tentar influenciar os eleitores norte-americanos a votar num determinado concorrente: Barack Obama. Para que seja anunciada uma sondagem séria, esta deverá ser feita por estados federados e não por Estado Federal. Claro que tudo isto deve ser ignorado caso Barack Obama consiga materializar em votos a parceria que alegadamente parece ter com a empresa responsável pela fraude que foi a contagem de votos das eleições de 2000.

2 comentários:

Ivan Abreu disse...

1. Os estados Unidos da América são o unico país do mundo que apresenta um presidencialismo PERFEITO como forma de governo.
Outros exemplos de presidencialismo que dão pena: Mugabe, Fidel...

2.Sendo assim, o presidente nunca poderia ser nomeado pela camara legistiva porque isso tornaria o sistema parlamentar. (era o que acontecia na 1ª republica portuguesa em que o presidente era um corta-fitas)

3. Nos EUA o Presidente é eleito por sufrágio indirecto mas Universal. Na 1ª terça-feira de Novembro ( de 4 em 4 anos) os norte-americanos nomeiam um numero de pessoas ( no seculo XVIII eram chamados de homens-bons) que vai constituir um colegio eleitoral e esse colegio eleitoral é que nomeia o Presidente.
CAda estado tem o numero de homens-bons igual á soma de senadores e deputados que têm direito no congresso.

4. Esta é a unica importancia que o congresso tem para a eleiçao do Presidente.

5. Este sistema praticamente torna o sufragio directo. Só que a matematica tem destas coisas e no 1º mandato de Bush ele teve menos 1 milhao de votos do que Al Gore. Mas as regras sao estas e nunca ninguem se queixou por lá.

6. Mais uma informação. No 1º mandato Bush tinha minoria na duas camaras o que tornou dificil algumas medidas de caracter financeiro.

Pedro Sá disse...

Er...tu ESTÁS a fazer confusão entre grandes eleitores do colégio eleitoral e os senadores...isto é matéria básica do 1º ano a Constitucional 1...