sábado, novembro 11, 2006

Direito à Greve?

Acho curioso que as Greves na Função Pública nunca ocorram às terças e quartas-feiras. E acho um deboche autêntico fazerem Greve à quinta e sexta-feira, aproveitando para ir à "terrinha", ou ao Centro Comercial dar os seus passeios e fazer as suas compras. Será isto uma verdadeira Greve? A Greve consiste na ausência de trabalho, e não na ausência total no local de trabalho. Se este tipo de Greves fossem mesmo sérias, os trabalhadores ficariam à porta do local de trabalho, sem prestar o respectivo trabalho. Não deixariam a área circundante ao local de trabalho às moscas, e esperarem por resultados. Muitos sabem que este tipo de Greves são tempo perdido, porque a Entidade Empregadora Estado não vai voltar atrás, mas mesmo assim fazem-no com um único motivo: faltar ao trabalho e ter as respectivas faltas justificadas. Só assim se justifica marcarem dois dias de Greve na 5.ª e 6.ª feira, e irem passear por aí, ignorando por completo certos actos acessórios aos Grevistas, e que apesar de não serem legalmente exigidos, só lhes ficava bem. Exemplo disso é permanecerem nas imediações do local de trabalho durante o seu tempo de trabalho, mas sem prestar a actividade, ou sequer entrar nas instalações.
Não seria isto uma verdadeira Greve? Não estariam eles a lutar, verdadeiramente, pelos seus direitos desta forma? Para que a Greve seja lícita, é necessário que tenha um fundamento válido e que, além desse fundamento válido, os trabalhadores se comportem como que querendo atingir um determinado objectivo. Depois de tudo isto a que assisti na 5.ª e na 6.ª feira, só posso concluir que estamos perante um caso de fraude à lei, em que os trabalhadores aproveitaram um preceito legal (conforme previsto no Código do Trabalho e na Constituição), para obter um fim diferente daquele que a lei prevê para esse mesmo preceito legal. Que eu saiba, o fim da Greve não é beneficiar de dois dias de férias, ou de justificar faltas. Foi isto que aconteceu. No meu entender, a Greve é ilícita e todos aqueles que lesaram gravemente os interesses do Estado e de todos aqueles que necessitariam recorrer aos serviços que encerraram nestes dois dias, deveriam ser despedidos com mais que justa causa.
Infelizmente, esta é a terra do forrobodó, e toda a gente brinca com o nome do Estado e ninguém faz nada quanto a isso. E, insisto, boa parte dos problemas dos trabalhadores (sejam funcionários públicos, ou não) não começam nas Entidades Empregadoras, mas sim nos respectivos Sindicatos, que incendeiam a mente de qualquer um, muitas vezes sem utilidade alguma.

2 comentários:

Pedro Sá disse...

Não exageres. Que culpa tem o comum trabalhador de quer fazer greve de o sindicato marcá-la para uma sexta ?

Fora isso, devias saber que o trabalhador que faz greve não recebe o salário correspondente a esse dia !

Perdeste uma enorme oportunidade de ficares calado...

Pedro Sá disse...

Entre o post e o comentário do Egitano vai uma distância enorme, por muito que este último não se tenha apercebido...

De tal ponto que o post é um disparate e o que o Egitano diz sobre os sindicalistas portugueses está correctíssimo.