Longe vão os tempos em que D. Sebastião desapareceu em Alcácer Quibir, o Cardeal D. Henrique reinou por 2 anos e logo a seguir, os administradores do Reino apoiaram a nossa união a Espanha, terminando com o curto reinado de D. António (que muitos ainda hoje discutem se teve legitimidade para reinar), dando início ao nosso pior período da história: aquele em que tinhamos como capital do Império, Madrid, e aquele em que tivemos 3 Filipes como Reis de Portugal. Estavamos no longínquo ano de 1580.
Hoje, voltamos a ter administradores do Reino, ou do Estado, que promovem incessantemente a nossa união aos espanhóis. Aos poucos vão passando a ideia de mantermos a nossa identidade como país, mas já começamos a ouvir Ministros a dizerem que seriam favoráveis a essa união e que Portugal só teria a ganhar com isso. As empresas espanholas adquirem, cada vez mais, participações em sociedades portuguesas, os negócios espanhóis são cada vez mais em Portugal, e vemo-nos cada vez mais deparados com símbolos espanhóis em tudo quanto é lugar. Já começa a ser difícil de se ver algo que seja 100% nacional. Hoje em dia tudo tem participação espanhola. E a sua invasão ao nosso território começou pelos mais fracos e ignorantes: pelo interior, que não soube defender-se desta invasão.
O TGV é outro dos negócios que os espanhóis conseguiram impôr em Portugal, fazendo-nos acreditar que somos coitadinhos e pobrezinhos e nada desenvolvidos se não tivermos o TGV e que nos temos que unir aos "nossos vizinhos". Este tipo de vizinhos é engraçado. Faz lembrar aqueles que quando precisam do sal para cozinhar, batem-nos à porta e dizem "Olá querdo vizinho. Tudo bem consigo? Tenho andado muito preocupado com a sua situação. Já agora, empresta-me um pouco de sal, sff?", mas quando chega a nossa vez de fazer o mesmo, batem-nos com a porta na cara e acusam-nos de não fazermos comida com qualidade, logo não precisamos daquele sal tão bom. É o que acontece nos negócios!
Vejo os constantes encontros entre Sócrates e Zapatero a promoverem medidas comuns aos dois países, e agora até já se vai começar a promover a Península Ibérica como destino de turismo, em vez de cada país fazer publicidade a si mesmo. Portugal continua a perder com isto. Portugal como destino turístico tem aumentado ano após ano, e agora que estamos a aumentar as receitas provenientes de Turismo, Sócrates faz um acordo com Zapatero para promover "a Península Ibérica como destino turístico".
Não é novidade nenhuma o que se segue, pois não? Já se seguem os questionários públicos, sobre se os portugueses são favoráveis a unirem-se aos espanhóis. Um dia virá o referendo sobre esta questão. E o pior, é que vai ganhar, porque os portugueses não gostam de ter trabalho. Gostam de se encostar e esperar que alguém faça tudo por eles. Se hoje em dia já existe a mentalidade que os espanhóis nos fazem e nos dão tudo mais barato e melhor, e comparações com IVA, etc, mais dia menos dia vão querer unir-se aos espanhóis. A diferença para 1580 é que a situação era crítica, mas NUNCA nada é tão crítico ao ponto de quererem unir-se a Espanha. Antigamente vivia-se o amor à pátria! Hoje vive-se a ideia do comodismo e da promoção dos interesses pessoais. Querem lá saber se se unem à Europa, a Espanha, ao Brasil ou à China. Se se der aos portugueses algo que lhes facilite a vida, eles unem-se a qualquer um. Mais dia, menos dia, teremos Portugal numa União Ibérica com Espanha, e essa ideia não me agrada propriamente. Não querendo difundir uma ideia nacionalista, ou xenófoba, dado que nada tenho contra os espanhóis (podiam ser espanhóis, ingleses, alemães, ou quem quer que fosse, que a minha opinião era a mesma), cabe-me promover o amor à pátria e impedir que mais "administradores do Reino" continuem a cometer crimes contra a pátria e contra a identidade nacional. Assim, nem pensaria duas vezes em unir-me a alguém que tivesse Portugal em primeiro lugar e que decidisse fazer um 25 de Abril, ou um 28 de Maio, dos tempos modernos. Chega de crimes que atentam contra a nossa identidade, personalidade, e dignidade! Este país precisa de uma reviravolta já! Teremos que esperar mais 60 anos pela Restauração? Ou podemos fazê-la hoje mesmo? Sem querer, o encontro entre Sócrates e Zapatero ocorre perto do dia em que festejamos a nossa independência de Espanha: o dia 1 de Dezembro de 1640.
2 comentários:
Leia Dom Duarte e a Democracia, recomendação do autor
Antes morrer que ver Portugal unido a Espanha.De certeza que muitos não querem e aposto que haveria logo grupos chamados terroristas( um terrorista para uns é um libertador para outros) a reclamarem a independencia do país.Aliás, se um dia houvesse um referendo sobre o assunto acho que teríamos uma nova revolução.Uns querem ser independentes, como os bascos e outros pensam na união.
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