sexta-feira, janeiro 18, 2008

Ao ponto a que isto chegou!

"Família do bebé que morreu em Anadia não aponta falhas ao INEM"

Fonte: Público

Realmente, às vezes parece perseguição. A criança faleceu, mas naquilo em que os jornalistas se concentram é na tentativa de pressionar os pais a dizer que os serviços de emergência falharam ou se atrasaram 10 míseros segundos que fossem. E não se bastando com a explicação do pai, apresentam uma matéria exaustiva onde dão conta das horas todas a que o bebé deixou de respirar, da hora a que foi feita a chamada, da hora a que chegou o INEM, da hora a que foi assistido o bebé, e do trajecto realizado pelo INEM. Pouco faltou para indicarem com pormenor as condições do trânsito àquela hora, e caso a ambulância pudesse ter seguido um percurso que lhe permitisse chegar 20 segundos mais cedo, já estariam o INEM, o Hospital, os médicos e as condições da saúde em Portugal, prestes a sentar-se na cadeira eléctrica, exigindo responsabilidades a todos e mais alguns. Chegámos ao ponto em que é notícia a família não apontar falhas ao INEM.
Menos sensacionalismo resolveria a questão. Foi "só" um bebé que morreu (o que não é pouco e configura uma situação trágica), cujos serviços de socorro chegaram a tempo. Era dispensável esta peça exaustiva sobre se terão chegado a tempo ou não os serviços competentes para prestar a assistência devida. É por causa deste tipo de jornalismo que muitas vezes quando o INEM demora 2 minutos a chegar ao local, mas não consegue evitar aquilo que já estava destinado a acontecer, que as famílias se vêm lamentar para a comunicação social, imputando responsabilidades no Homem por coisas em que só Deus poderia intervir.

2 comentários:

kaka disse...

Deus não existe!

ATG disse...

O "Deus" aqui referido, foi mera força de expressão.