Ele foi o Papa...

Antes de mais, gostaria de apresentar as minhas Condoleezas (Rice), ops... Condolências, a todos os Católicos pelo falecimento do seu líder, o Papa João Paulo II. Aos não católicos, fica uma palavra de consolação também, no sentido de... olhem, condolências pelo falecimento de algum dos vossos ídolos que um dia virá a falecer! Aos budistas, como eu, servem as mesmas palavras. Eu nem sei o que é ser budista, e nem sequer o sou, mas entendi dizer que o era, porque ser-se budista é muito "in"... muito "zen"!

Por falar em Budismo, a opinião que trago aqui hoje é sobre os Nirvana! Sim, Nirvana, que no budismo, atingir o Nirvana, significa "atingir a perfeição... o ponto mais alto". Entendi que era "de valor" - ou como diria o Papa, no seu latim,"Ad Valorem est" - fazer uma menção honrosa àquele que para muitos foi visto como o Papa, o Buda, o que quiserem. Ele era Kurt Cobain, o vocalista e líder dos Nirvana.

Completaram-se 11 anos da sua morte, no passado dia 5 de Abril. Faleceu a 5 de Abril de 1994, mas o seu corpo só fora descoberto 3 dias depois, e descoberto quase sem querer, por alguns electricistas que trabalhavam na sua casa na altura. Em Portugal só se soube através de notícias, no dia 9 de Abril, e eu recordo-me perfeitamente desse dia, e nunca mais o esqueci. Gostava MESMO de Nirvana, e numa tarde de sábado (9 de Abril de 94), fui comprar na altura qualquer coisa (deviam ser cromos da bola), e li sem querer a capa de um jornal que dava conta do falecimento de Kurt Cobain. Fiquei tristíssimo, pois o grupo que adorava ouvir e que tinha Atitude, tinha acabado, pelo desaparecimento do seu vocalista/líder.

Tinha Kurt Cobain 27 anos apenas, e havia-se suicidado com um misto de overdose de heroína e um tiro na boca. Sempre teve uma vida difícil. Segundo ele, a sua felicidade acabou aos 9 anos, com o divórcio dos pais. Desde aí, foi uma luta constante. Chegou a morar na rua, e debaixo da ponte (literalmente), a partir dos 15 anos. Depois encontrou uma namorada com quem se juntou aos 18 anos, e aos 19 (1986) fundou o grupo que viria a ter o nome de Nirvana. Fazia sucesso na escola, entre as meninas, e chamavam-lhe maricas por gostar de artes (música e artes plásticas). Era hiperactivo, dizia-se que pela necessidade de querer sempre chamar a si as atenções.

Desde a fundação do grupo, só o baixista Krist Novoselic o acompanhou sempre. Os restantes membros, sempre mudaram. Dos êxitos deste grande grupo, que ainda hoje é recordado, destaco "All Apologies", "About a Girl", "Come as You Are", "Jesus doesn't want me for a subnean", que são os meus preferidos, e os CD's cuja capa bastou para fazerem sucesso, quanto mais as músicas neles inseridos: Nevermind, In Utero.

Tinha aquele seu estilo grungee, e foi o verdadeiro Papa de todos os seguidores daquele movimento. Era uma forma de estar, diferente, com estilo, andar por aí com ténis all star, cabelo por lavar, e uns jeans com ar de muito uso, com uma t-shirt a acompanhar.

A sua felicidade só voltou em 1992, com o nascimento da sua filha, resultante da sua relação com Courtney Love. Porém, não foi suficiente, já que em 5 de Abril de 1994, a música ficou mais pobre.

Para tipos que, como eu, viveram de perto o êxito dos Nirvana, foi uma enorme perda mas... e como na adolescência tudo mexe connosco, naquela altura chocou-nos, mas ficaram as belissimas músicas para poder recordar e ouvir vezes sem conta. Sim, naquela altura eramos adolescentes que andavam pelo 8º, 9º ano e vibravamos com Nirvana e Pearl Jam. Era quase um dueto inseparável da malta daquela época: naquela época, normalmente, quem gostava de Nirvana, gostava de Pearl Jam. Os Pearl Jam para mim morreram pouco depois do falecimento do Kurt Cobain, mas os Nirvana continuaram, e ainda continuam!

RIP Kurt Cobain 20/02/67 - 05/04/94