sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Citadinos?

Sinceramente, acho a expressão "citadinos" quando aplicada a certos automóveis, muito descontextualizada. Pensemos no Smart e noutros modelos semelhantes. O Smart até pode ser um carro citadino, mas de certeza que não é um carro para a cidade de Lisboa. Não me refiro aos peões, nem ao trânsito local, mas sim ao pavimento. Andar em Lisboa é uma verdadeira aventura digna de um todo-o-terreno. Quando dou por mim a entrar em Lisboa, entro num mundo completamente novo, ficando com a sensação que entrei numa autêntica selva urbana. São verdadeiras gincanas aquelas que temos que fazer para fugirmos aos penhascos que se nos deparam nas estradas alfacinhas quando menos esperamos. Entramos em contra-mão, na faixa do lado, nos estacionamentos, nos passeios. Vale tudo, mas não podemos atolar os nossos carros naqueles buracos que competem de igual para igual com os campos de cabras que temos em território nacional.
Insisto, os verdadeiros citadinos são os Pajero, os Rav4, Discovery, etc. Os Smarts, os Corsas, os Minis e companhia foram feitos para o tapete da auto-estrada*, sob pena de se desfazerem nas armadilhas com que a cidade de Lisboa (e outras, pois não me esqueço do caos de Almada) nos privilegia. Mau mau nem é despenharmos a nossa amostra de bólide, porque a Câmara de Lisboa supostamente é responsável pelos prejuízos causados. O verdadeiro problema é a dor de cabeça que tudo aquilo traz para o condutor, o tempo interminável para sermos ressarcidos pelos danos, o tempo que ficamos sem carro que entretanto vai para arranjar, o tempo que o município demora a assumir as culpas sem nos obrigar a ir para tribunal (o mais importante de todos), etc. Não fosse por isso e garanto que o meu carro era sério candidato a cirurgia completa a cargo da CML.

* - Imaginem o quão grave é conduzir em Lisboa para me obrigar a comparar as nossas auto-estradas com tapetes.

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