sexta-feira, novembro 11, 2005

Fenómenos Sociais I

Caros amigos,
venho por este meio dar início a mais uma colecção em fascículos, os quais intitulo de "Fenómenos Sociais". Quem quiser fazer colecção dos mesmos, acompanhe o Bar Velho Online com frequência e quiçá um dia destes verão na SIC Mulher uma rubrica minha, assim em género do "Oprah" ou até do novo talk show social "Dr. Phil-Family First."
Vou iniciar o 1º fascículo com um fenómeno social que ontem se me despertou, após o meu regresso a casa num autocarro da TST, por volta das 23 horas e picos, quando voltava da FDL. É com regularidade que faço a carreira 124 da TST (Transportes Sul do Tejo) Costa da Caparica-Cacilhas-Costa da Caparica. E ontem quando apanhava o autocarro para voltar a casa, dou conta de um puto com os seus 13/14 anos ao entrar no autocarro, ficar ali ao lado do motorista, e começar a conversar com ele, sendo que percebi que o motorista (brasileiro, vejam lá) não conhecia o puto de lado nenhum. O autocarro ia quase vazio, logo haviam lugares de sobra. Mas o puto ia ali colado ao motorista (mais um bocado e ficava em cima do volante... já que atrapalhava a visibilidade dos espelhos laterais). A reflexão foi esta: "Porque raio é que o puto ia ali ao lado do motorista?". E agora pergunto-vos: o que é que faz as pessoas gostarem de ir ali ao lado do motorista dos autocarros (TST, Carris e afins), nas vezes em que não os conhecem de lado nenhum? Será que ganham status? Será que ganham popularidade com isso? O respeito social (concelhio ou distrital)? O que é que se passa na cabeça de todos aqueles que assistem a esse fenómeno? Será que pensam "Ena pá... o gajo conhece o motorista!!! Altamente!", "Se vai ali ao lado do motorista é porque é alguém importante", "Ena... vai ali com o gajo à frente", ou ainda "Cromo!"? Nesta reflexão temos 3 partes: o sujeito activo que é o que vai ao lado do motorista, o sujeito passivo que é o próprio condutor, e os que beneficiam (ou não, dependendo do teor da conversa) reflexamente!
Ora, existirá aqui subordinação jurídica do sujeito passivo, face ao activo? Normalmente vejo uma ou outra gaja boa de volta do motorista e o gajo a andar com o autocarro a 10km/h. Porque será? Quando vejo um gajo chato, vejo-o a fazer corridas de fórmula 1 na Estrada! Existe subordinação jurídica ou não?
Esta reflexão já me assolava há anos e decidi imiscuir-me na mente dos sujeitos activos da questão. Como? Decidi fazer o mesmo. Entrar no autocarro, colar-me ao motorista (e às motoristas também, aproveitando que duas delas são boas) e começar a conversar com ele. Tentei sentir algo de diferente, do género "Epá... sou um gajo importante" ou então "Conheço o motorista! Altamente". Achei por bem ver se conseguia ficar com os telemóveis das motoristas, o que aumenta a popularidade e dá um ar de proximidade e/ou intimidade com as mesmas e depois as pessoas do autocarro abordam-nos para saber informações da carreira dos autocarros, ou sobre a vida delas, e isso sem dúvida nos poderia fazer importantes. Mas, pelo contrário! Senti, sim... um vazio grande, por concluir que afinal... um gajo falar com o motorista não é nada por aí além! É só... andar a fazer figura de urso na parte da frente do autocarro, com os motoristas. Eu até pago o passe e nada tenho a ganhar com isso. Se alguém já reflectiu sobre o assunto, por favor indique-me o que é que sente! É que eu estava à espera de sentir um arrepio na espinha, a pele eriçada, ou um espírito do motorista fantasma que faleceu no acidente do Cristo Rei em 1965. Afinal, nada senti! A reflxão mantém-se em stand-by sobre as suas conclusões. Pergunto: o que motiva alguém a ficar na frente de um autocarro a falar com quem não conhece?

2 comentários:

Ghostinhas disse...

pá, pior q ires ao lado do motorista (q raio te passou pela cabeça ??? ) é estares acordado ás 9h de sábado... cheiras a mau vinho, tu.

Filipe de Arede Nunes disse...

Seja lá o que for que andas a fumar, faz um favor a ti próprio e deixa isso que te está a dar a volta ao miolo.