segunda-feira, abril 30, 2007

Open Day da FDL

Depois da barracada com a ausência da Futurália, onde se concentraram as mais populares Faculdades de Direito e aquelas que começam a ser as primeiras opções dos alunos, lá se decidiu criar um Open Day.
É uma ideia relativamente interessante, sobretudo porque hoje em dia a FDL já só tende a ser primeira opção pelos seguintes motivos:
- os pais, os tios ou os avós estudaram na FDL e, passam a mensagem aos respectivos descendentes e/ou colaterais sobre o prestígio da Faculdade antigamente, e eles seguem-lhes as pisadas;
- o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa dá lá aulas, e querem ir para lá na esperança de ouvir a um dia de semana aquilo que o Prof. diz ao Domingo;
- atiram uma moeda ao ar, em que cara é FDL e coroa é a Nova, e lá sai cara;
- têm os olhos abertos e percebem que a história dos acessos à Nova, e das médias de curso da mesma, são tudo fachada, e sabem que a FDL ainda é a melhor solução.

Infelizmente, este último motivo é o motivo de muito poucos. Assim sendo, vejo com algum agrado a existência de um Open Day, que mais não é do que uma forma de tapar buracos criados pela ausência da Futurália.
Esquecem-se de uma coisa: da forma como as coisas estão, não são as pessoas que têm que se deslocar às instituições, mas as instituições que têm que se deslocar às pessoas. Mal por mal, sempre é preferivel ter alguma coisa (como é o Open Day) do que não ter nada.
Já durante o ano lectivo de 2004/05, quando eu era vogal do Departamento Cultural, enviei dezenas de faxes para diversas escolas da área da Grande Lisboa, no sentido de deslocar lá uma equipa da AAFDL para prestar esclarecimentos sobre a Faculdade de Direito de Lisboa. Naturalmente poderiam colocar lá outros cursos como Psicologia, Economia, etc. Já há mais de dois anos isso foi proposto, logo, este Open Day não é inédito.
Só espero que pela altura tardia com que está a ser organizado, e pela filosofia do "nós-não-precisamos-assim-tanto-de-vocês-por-isso-considerem-se-privilegiados-ao-virem-até-nós", o evento não seja um fiasco. Até tem um programa agradável. Mas lembrem-se que não basta uma simples publicidade no site da AAFDL. É preciso contactar com as escolas, contactar com os professores, contactar com os alunos. Não esperem que eles vos procurem. Como as coisas estão, tem que ser a FDL a procurá-los e a fazê-los perceber que é a FDL que eles querem!

quarta-feira, abril 25, 2007

Dias de Liberdade



Enquanto uns gritam pela queda da democracia, outros, como eu, anseiam por dias melhores. Obrigado a todos aqueles que fizeram o 25 de Abril!, obrigado por permitirem que todos tenham direito a ter uma opinião própria e não imposta! Obrigado por lutarem por ideais!

25 de Abril por Sophia de Mello Breyner Andresen

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo"

segunda-feira, abril 23, 2007

Um exemplo PARA Portugal ou um exemplo DE Portugal?

Um exemplo DE Portugal

Confesso que fiquei chocado quando li no Correio da Manhã deste sábado "Senhora Política" e vejo lá a foto e o nome de Marta Rebelo, a assistente da Faculdade de Direito de Lisboa. Fico ainda mais chocado quando, ao fazer uma pequena pesquisa na net, vejo textos como "Marta Rebelo, a imagem feminina do PS de Sócrates". Calma meus senhores! Que isto seja a imagem feminina do PS de Sócrates, não duvido. O PS já nos habituou a maus exemplos. Estou para ver quando é que surgem os textos "um exemplo PARA Portugal". Marta Rebelo não é um exemplo PARA Portugal, mas um exemplo DE Portugal. Representa a mulher e a política portuguesa com todos os seus vícios:
- tenta aproveitar-se do facto de ser mulher para subir na vida;
- muito se comenta sobre o seu percurso académico (e não me refiro ao diploma porque esta tem diploma verdadeiro);
- muito se conta sobre como subiu no partido;
- é a clássica "lambe-botas" para quem os fins justificam todos os meios.

Isto, para mim, não é o que se quer de uma mulher. Uma mulher quer-se justa, competente, responsável, que conquiste as coisas por mérito e não se aproveite da sensibilidade hormonal dos velhadas que por aí andam. Acredito que até seja parcialmente profissional e competente, mas certamente não são esses os seus argumentos para conseguir aquilo que conseguiu e que continua a conseguir.
Recordo sem saudade, dois episódios tristes protagonizados por Marta Rebelo, a "lambe-botas" de serviço do PS e da FDL:
- Janeiro de 2005 e a AAFDL organizou um debate político com a presença, entre outros, de Manuel Alegre. Quando o poeta chega à instalações da Faculdade, eis que surge Marta Rebelo, entre as RP da AAFDL, agarrando-lhe no braço e dizendo "deixem estar que eu é que levo o senhor a partir daqui". Ora, Marta Rebelo, a AAFDL está ao serviço dos alunos, e não ao serviço de terceiros para quem tudo vale para conseguir subir uns degrauzinhos na política. A Marta leva Manuel Alegre para o Bar Velho, sendo que este logo fugiu da sua companhia e refugiou-se no WC. De lá, foi directamente para o local do debate e deixou a Marta sozinha no Bar. Subitamente surge ela a correr atrás dele, mal o vê a entrar no auditório e pergunta-lhe "então não me disse nada?", ao que Manuel Alegre diz "estava com pressa". A lapa não descolava e queria continuar a sua missão de bajulação e sentou-se na fila da frente sempre de olho no poeta. A certa altura, quando saiu, escreveu um bilhetinho a Manuel Alegre e pediu a uma das RP da AAFDL que lho entregasse. A mesma, dirige-se a Manuel Alegre e diz-lhe "A Dr.ª Marta Rebelo pede-lhe que lhe entregue este papel", ao que o mesmo reage com um "quem?!", e a RP diz "aquela ali em baixo", Manuel Alegre recebe-o e pura e simplesmente ignora-o! A Marta sai do auditório a fazer um sinal e um sorriso ao deputado e abandona o espaço com a sensação de missão cumprida.
- Mário Soares foi à FDL no decorrer da campanha para as presidenciais. Quem se via no meio da multidão, sempre atrás do ex-Presidente da República e a chegar-se o mais à frente possível para ser vista no meio dele? A Marta, pois claro. O azar da vida dela é que Mário Soares não lhe ligou nenhuma e preferiu falar com o Presidente e com o vice-Presidente da AAFDL, do que ouvir a conversa a que já devem estar habituados a ouvir os homens fortes do PS: o "engraxa" do costume e a humilhação de uma tipa que só assim chega longe.

Há que não esquecer a campanha de Sócrates nas legislativas, onde se via na televisão Marta Rebelo a fazer poses para a câmara, imediatamente ao lado ou atrás daquele, de uma forma que só me faz recordar um personagem: o famoso emplastro do Porto que faz questão de se colar atrás dos jornalistas. Só mudava a pessoa, porque a pose e a intenção eram as mesmas: aparecer!
Meus caros, se querem ser credíveis, se querem chegar algum dia a algum lado, cheguem pela via mais difícil, mas pela via mais dignificante: a do mérito! A da bajulação, a do "lambe-botas", a essa é um exemplo DE Portugal, mas como todos já vimos homens e mulheres como a Marta Rebelo, não é o que este país precisa.

Porque é que muitos alunos não têm notas muito famosas e/ou chumbam em exames e orais...

O Professor lança a discussão: "Parece que o Porto vai ser campeão este ano".
Aluno: "Discordo professor. Até porque a Académica está a lutar para não descer".

Estes fenómenos acontecem um pouco por todo o lado. Este exemplo é uma simples metáfora do que acontece no dia-a-dia. Depois espantam-se e ainda se sentem ofendidos!

Mas, pior que tudo isto é entrar no aparelhismo e na cegueira e tornar-se aquilo que não se pretende ser: demagogo.

"Pior cego é aquele que não quer ver"

domingo, abril 22, 2007

Mulheres femininas procuram-se!

Uma das pragas que assola o universo feminino português

Já de há uns anos valentes para cá que se começa a tornar uma imagem de marca ver as mulheres portuguesas usarem sapatos de vela como o da figura em cima. É um acessório exclusivo da mulher portuguesa, porque não se vê mais nenhuma mulher, de outra qualquer nacionalidade, usar esta treta de sapatos!
Vulgarmente vistos nos "tios", fica ridiculamente mal na mulher! É um acessório que de feminino não tem rigorosamente nada, e não se compreende porque raio é que só a mulher portuguesa os usa! Fica mal! Muito mal! É feio ver uma mulher com isto calçado! Tira-lhes logo 80% da feminilidade que têm (e algumas já têm muito pouco). Usem sapatos como deve ser! Sapatos de mulher, como as outras mulheres dos outros países usam.
Outro acessório que de feminino tem pouco ou nada são as botas de tacão! Porra! Enxerguem-se! Parece que têm os pés partidos! Isto é uma praga! Por mais cómodo que seja, não é nada feminino. As botas de tacão têm uma particularidade: nem são femininas, nem masculinas! Não são nada! E há tanta mulher que as usa por aí! As botas são ridículas, feias, ficam mal e estragam logo o look da mulher. Uma mulher que anda com botas de tacão, não só parece que tem os pés partidos (como já disse ali em cima), como parece que se anda a arrastar. Dá um ar de desleixo, de mulher que quer andar com um salto e para desenrascar pega naquela mer**! Incompreensivelmente, estas botas também têm uso exclusivo da mulher portuguesa!
Há 3 anos fui passar o ano a Madrid e num dos vários passeios pela cidade com a malta, vi três mulheres na casa dos 20 e alguns anos. Uma tinha sapatos de vela, e as outras duas botas de tacão. Fiquei chocado, porque a minha teoria de só a mulher portuguesa usar estas duas aberrações, acabara de cair por terra. Ao passar por elas, tive que exclamar "porra, nem aqui nos livramos destas aberrações da moda". De imediato tive o feedback: "estás a falar com a gente?", em bom português. Logo suspirei de alívio: reconhece-se logo a mulher portuguesa em qualquer lado, pelos acessórios que usa. Começa neste tipo de calçado triste, e acaba... sabe lá Deus onde!

sábado, abril 21, 2007

Futurália, FDL e AAFDL

Terminou hoje a edição da Futurália realizada na FIL. De destacar a presença de muitas faculdades e associações académicas, todas a pensar no futuro da sua instituição, da classe e das profissões respectivas.
Em Direito viu-se a Católica, a Nova e Coimbra. Mas... e a FDL? E a AAFDL?
Quer-me parecer que o futuro não passa por aqui. Estas instituições começam a perder-se para o futuro, ou então acham-se demasiado especiais para surgirem em eventos desta envergadura. Tão especiais, tão especiais, que tendem a desaparecer. Acho bem que assim seja, ou não, pois talvez um dia possa contar aos meus netos que estudei na Faculdade de Direito de Lisboa e fui dirigente da AAFDL quando estas instituições ainda tinham prestígio nacional e supra-nacional.

Hoje decide-se o futuro da oposição

Hoje é o dia das eleições internas no CDS-PP e, diga-se de passagem, do futuro da oposição em Portugal. A Esquerda com assento parlamentar não faz oposição, faz desconversação, e a Direita não tem sido mais do que assistência. Marques Mendes continua à espera que lhe caia uma oportunidade do céu para poder governar e Ribeiro e Castro não tem sido líder, não tem estado muito presente, activo, combativo e aguerrido.
De Portas já muito se conhece, quer como elemento da oposição, quer como elemento do Governo. Para mim, foi um dos melhores Ministros que Portugal poderia ter, mesmo apesar das críticas que sempre lhe foram feitas. No entanto, nada é perfeito e Portas também não o é.
É por conhecer bem a sua garra, o seu estilo combativo, a sua líderança carismática no partido, a sua determinação e a sua entrega ao partido e à política portuguesa, que Paulo Portas é, para mim, a melhor opção para o CDS e para a oposição a Sócrates.
Portas é um daqueles elementos que custa ver nos bastidores de um partido pequeno e que tem a obrigação de estar presente em cargos governativos. Faz falta um Portas no Governo! Faz falta um Portas na oposição! Faz falta um Portas em tudo o que envolva política!
Portas é competente, veste a camisola e dá a cara. Portas é o tipo de político que admiro: muito interventivo, por vezes polémico, mas sempre responsável e com nexo!
Por saber o que "a casa gasta" e por admirar Paulo Portas em toda a sua pessoa e profissional, que deixo aqui o meu apoio a ele e vejo nele uma luz ao fundo do túnel para a oposição a Sócrates e para o futuro de Portugal!
Um abraço para Paulo Portas e votos de sucesso na sua liderança e oposição, porque sei que hoje vai vencer as directas.

sexta-feira, abril 20, 2007

Descubra as diferenças...

Para quem não sabe, o da esquerda é Cho Seung-Hui e a da direita é a heroína dos jogos de Tomb Raider, Lara Croft.

Ainda dizem que os jogos de computador não fazem mal a muita gente...

Parabéns!!!

PARABÉNS ANINHAS!!!
WE LOVE YOU!!!!

quarta-feira, abril 18, 2007

A conferência bombástica

Ao contrário do que a comunicação social apregoa, eu achei esta conferência bombástica! Ora, como é possível que após um mês de intensivas notícias sobre José Sócrates, a sua licenciatura putativa e o seu título de engenheiro putativo, Lúcio Pimental, o Presidente da SIDES ainda diga "o Sr. Engenheiro José Sócrates"?
É bombástico saber que há gente desligada do mundo, ou então é a cassete do aparelho partidário a funcionar que ele não conseguiu desligar a tempo.

Coincidências...

"A denúncia é feita em carta aberta ao ministro do Ensino Superior pela Universidade Independente. Direcção, reitor e docentes escrevem que «existem muitos interesses que procuram encerrar a nossa instituição de forma a calar a verdade e enterrar o passado. Para que nada se descubra».
As acusações não ficam por aqui e os responsáveis afirmam ser vítimas de pessoas que querem acertar contas usando a independente como arma de arremesso."

10/4/2007

"Para esta tarde está marcada uma conferência de imprensa para a qual foram convidados o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro do Ensino Superior, Mariano Gago. A universidade justifica o convite pelo facto de ir ser revelada matéria, nesse encontro com os jornalistas, que é do interesse de ambos, mas nenhum dos governantes vai estar presente. Os responsáveis pela UnI dizem-se "chocados, revoltados e indignados" por serem apontados como os culpados de tudo e prometem fazer "revelações bombásticas sobre o percurso académico do Primeiro-Ministro". Maria João Barreto chegou a dizer ao JN que a UnI tinha sofrido "pressões para estar calada", mas não quis esclarecer a que pressões se referia."

16/4/2007

"A conferência de imprensa da Universidade Independente (UnI) prevista para esta terça-feira para divulgar as conclusões da investigação interna ao processo académico do ex-aluno José Sócrates foi adiada para amanhã para as 18h00 no estabelecimento de ensino.
A instituição, que ontem anunciou que as averiguações estavam a decorrer desde sábado, após a polémica em torno de diferentes certificados de habilitações do actual primeiro-ministro, explica os motivos do cancelamento pela impossibilidade "até à presente hora de cruzar os dados recolhidos" e de "obter novos dados académicos de alunos da UnI", a fim de "averiguar com o maior rigor todas as declarações e certificados a emitir pela solicitação dos alunos" e destaca: "A actual direcção da SIDES não é alheia à urgência e informação pública"."

17/4/2007

"A Universidade Independente adiou para as 20h00, por "motivos de força maior", a conferência de imprensa que tinha agendado para as 18h00, na qual irá avançar com "revelações bombásticas", mas que "não se relacionam com o percurso académico" do primeiro-ministro, José Sócrates.
"Todavia, e como consideramos abusiva a controvérsia gerada pela multiplicação de documentos concernentes à licenciatura do primeiro-ministro na UnI, este será um dos assuntos abordados na conferência, com o objectivo de excluir todas as dúvidas sobre a formação académica deste nosso antigo aluno", tinha já explicado a direcção da universidade em comunicado."

18/4/2007

São só coincidências! Qualquer associação ou articulação de todos estes factos entre si contribuem para a "campanha negra" de que o pobre Primeiro-Ministro está a ser vítima.

Paga... não paga... paga... não paga...

"A investigação interna ao processo de José Sócrates enquanto aluno da Unversidade Independente terá detectado uma informação que o indica como isento do pagamento de propinas, avança hoje o jornal "Sol" na sua edição online.
Na semana passada, numa entrevista na RTP1, o primeiro-ministro afirmou que pagou todas as propinas do seu curso na Independente e mostrou os comprovativos."

Fonte: Público

"... paguei... não paguei... paguei... não paguei..." - foi este o exercício mental de Sócrates para a entrevista na RTP.

Inspectores do Ministério do Ensino Superior foram à Universidade Independente para se tentarem apossar do processo escolar de José Sócrates

"Uma equipa da Inspecção-geral do Ensino Superior (IGES) esteve ontem, entre as 15 e as 17h30 horas, nas instalações da Universidade Independente (UnI) – antes da universidade ter adiado a conferência de imprensa -, pedindo o acesso ao dossier escolar de José Sócrates.
Segundo uma fonte da UnI, já na véspera os inspectores da IGES se tinham deslocado à universidade com o mesmo objectivo, que acabou por não ser cumprido.
Depois dessa tentativa, a direcção da UnI recebeu um fax, exigindo a marcação de um encontro com os responsáveis da universidade, para as 15h de ontem.
Ainda de acordo com a mesma fonte, a direcção da UnI impediu a saída do processo de Sócrates, alegando que os inspectores já o tinham analisado com detalhe e «não encontraram razões para o levar». O processo escolar do primeiro-ministro mantém-se, por isso, guardado no cofre-forte da universidade.
A universidade não atribui a esta visita da Inspecção-Geral o adiamento da conferência de Imprensa, que deveria ter-se realizado ontem para fazer «revelações bombásticas» sobre o caso da licenciatura do primeiro-ministro.
Segundo fontes próximas da direcção da Sides, o adiamento para hoje à tarde deve-se ao facto de estarem ainda a ser investigados diversos diplomas passados pela universidade.
Quanto ao dossier Sócrates, as mesmas fontes asseguraram ao SOL que o único elemento de avaliação que consta do seu processo escolar é, de facto, o trabalho de Inglês Técnico, com data de 22 de Agosto – que o SOL ontem revelou em primeira mão -, enviado para o reitor da UnI pelo então secretário de Estado adjunto do Ministro do Ambiente, agrafado a um cartão onde está manuscrito: «Meu caro, como combinado aqui vai o texto para a minha cadeira de Inglês».
O resto do processo escolar do PM contém apenas pautas com as notas das outras cadeiras feitas por Sócrates para completar a sua licenciatura em Engenharia Civil, que, em alguns casos, como já revelara o Público, têm valores diferentes.

As investigações internas detectaram ainda uma informação no ficheiro informático relativo a Sócrates, que o indica como estando isento de pagar propinas.
Na entrevista dada à RTP na semana passada, o primeiro-ministro assegurou ter pago todas as propinas, tendo inclusive mostrado as respectivas facturas.
Contactada, a Inspecção-Geral do Ensino Superior remeteu para mais tarde uma informação sobre a ida de ontem à UnI. De qualquer modo, e através do mesmo contactado, foi explicado ao SOL que, enquanto decorrerem as inspecções àquela universidade, não deverão ser prestadas informações sobre a UnI."

Fonte: SOL

Claro! Duas semanas depois de o superior hierárquico do Ministério da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, o Ministro Mariano Gago, ter elogiado o percurso do ex-aluno José Pinto de Sousa, após virem ao de cima mais verdades que comprometem esse mesmo "brilhantismo" do Primeiro-Ministro, surgem os subalternos do Ministro a tentarem apossar-se de todo o processo.
Já se está mesmo a ver o que se segue, não está?

terça-feira, abril 17, 2007

Para que serve um assessor?

"A aprovação de José Sócrates na cadeira de Inglês Técnico na Universidade Independente (UnI) foi obtida com um trabalho feito em casa numa folha A4, enviado ao reitor e acompanhado de um cartão com o timbre do seu gabinete de secretário de Estado, avança hoje o site do jornal "Sol".
De acordo com o site, esta é uma das revelações que a UnI pretendia fazer na conferência de imprensa que tinha marcado para hoje e que adiou para amanhã, às 18h00. A cadeira de Inglês Técnico foi uma das cinco que o primeiro-ministro fez nesta universidade para completar a sua licenciatura em Engenharia Civil.A folha A4, com um pequeno texto em inglês, e o cartão agrafado, foram encontrados no dossier de aluno de José Sócrates, escreve ainda o "Sol", num texto assinado por Graça Rosendo e Felícia Cabrita.
O texto em inglês é o único documento de avaliação que consta do dossier de aluno de Sócrates e, de acordo com o jornal, responde a menos de uma dúzia de alíneas.No cartão de José Sócrates, subscrito enquanto secretário de Estado adjunto do ministro do Ambiente, foi manuscrito: "Meu caro, como combinado aqui vai o texto para a minha cadeira de Inglês".
O "Sol" contactou o gabinete do primeiro-ministro, que disse que qualquer comentário sobre esta notícia ficará para depois da conferência de imprensa anunciada pela Universidade Independente."

Fonte: Público

Agora sim, consegui perceber a utilidade de um assessor.
A propósito da expressão "Meu caro", será ela originária no inglês "my dear" e será que Sócrates trata toda a gente por "meu caro"?

segunda-feira, abril 16, 2007

Os preconceitos...

O preconceito é "florido" (como dizem os brasileiros, em vez de outra palavra que vocês sabem qual). Como este blogue é acompanhado por famílias inteiras e por gente dos 8 aos 80, preferi não escrever directamente a palavra para não ferir susceptibilidades.
O dicionário diz-nos que preconceito é "conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério; superstição; prejuízo; erro". Basicamente designa tudo aquilo que na mente de alguém, antes de o ser, já o era, mesmo que nunca o venha a ser. Os preconceitos chegam a toda a gente. Todos são preconceituosos em qualquer coisa que seja, quem o negar, mente!
No entanto, há preconceitos e preconceitos. Alguns dão um gozo especial de assistir à sua manifestação. São esses aqueles que colocam em causa a capacidade das pessoas em fazerem algo. Ainda as pessoas não o fizeram e já se questiona a capacidade e qualidade naquela tarefa/actividade.
O lixado no preconceito é que, por mais que se demonstre posteriormente que aquele preconceito não passava daquilo que a sua definição diz, um erro, torna-se impossível largá-lo e reconhecê-lo enquanto tal, e continua-se constantemente a bater no tal preconceito e a colocar os outros em causa. É o problema das opiniões pré-formadas... dos preconceitos. São como os vícios: para os agarrar e criar é fácil, para os largar... é "florido"!

domingo, abril 15, 2007

Eleições em França

Le Pen acredita que vai a uma 2.ª volta com Sarkozy

A uma semana das eleições em França, tudo aponta para que haja 2.ª volta dado o equilíbrio entre os quatro candidatos: Sarkozy, Royal, Bayrou e Le Pen. A vantagem continua a ser de Sarkozy, Ségolène Royal continua em queda livre, Bayrou reune indecisos e Le Pen continua a bater recordes relativamente às últimas presidenciais.
Nos últimos dias tem sido um género de "vale tudo", dizendo-se que Sarkozy se associou a Le Pen, atribuíndo privilégios a este último nas próximas eleições legislativas se Le Pen o ajudar nas Presidenciais; fala-se numa "Frente Anti-Sarkozy" a qual consiste no voto unido da Esquerda em Royal ou Beyrou de modo a combater Sarkozy; a "Frente Anti-Sarkozy" já causou algumas baixas na própria organização questionando-se se Bayrou será de Esquerda ou de Direita, chegando alguns a acusarem o candidato do centro de ser uma falsa Esquerda; Le Pen tem mais 5% nas sondagens destas presidenciais do que nas de 2002 e já tem como adquirida a eliminação de Royal por falta de "consistência", acreditando que vai disputar a 2.ª volta com Sarkozy e acusando as sondagens de serem falsas.
Uma vez que Sarkozy parece seguro na 2.ª volta, apesar de todos estarem equilibrados, a grande dúvida paira em saber quem o acompanha: Royal continua a cair apesar de ter apostado numa campanha mais agressiva recentemente; Bayrou está a ter o efeito Manuel Alegre, sendo o "coitadinho" que só tinha 4% e que ninguém queria e de repente ultrapassa os 20%; Le Pen que poderá contrariar pela 2.ª vez todas as sondagens realizadas, e reunir os votos necessários para chegar à 2.ª volta. Naturalmente que a grande surpresa ocorrerá se Le Pen conseguir atingir o seu objectivo. Na minha opinião, apesar da ascensão meteórica de François Bayrou, acredito que a disputa pela segunda vaga na 2.ª volta será entre Le Pen e Ségolène Royal. Entre os dois, confesso que fico a torcer por Le Pen. O meu candidato é Sarkozy, mas gosto sempre quando neste tipo de coisas se faz "Taça", ou seja, quando os pequenos, os mais improváveis, conseguem ir mais além do que o esperado. Naturalmente, se Le Pen chegar à 2.ª volta, continuarei a torcer por Sarkozy. Le Pen é autoritário, como já tive oportunidade de aqui dizer, mas é radical e tudo o que roça o radical peca por excesso.

Pedido de desculpas

Peço desculpa ao Presidente Cavaco Silva por ter colocado as suas declarações em causa e por dele ter duvidado. Onde estava eu com a cabeça?
Realmente o problema mais importante que têm que resolver não é o de Sócrates, porque o deste já está resolvido: ele é considerado licenciado e, com jeitinho, ainda se descobre um recibo de pagamento da inscrição na Ordem dos Engenheiros e também poderá ser apelidado de engenheiro.
O problema dos filhos de Jorge Sampaio também já está resolvido: ambos têm um lugar condigno no Estado.
Mário Soares e os seus também já têm os seus problemas resolvidos: o 25 de Abril encarregou-se disso, apesar do menino João estar neste momento sem nada que fazer. Ora aqui está um problema que ainda têm que resolver.
Brevemente, Durão Barroso estará de volta, e aí está um dos problemas mais importantes a resolver, mas a seu tempo tudo ficará bem.
A namorada do Presidente do Banco Mundial também já teve os seus problemas resolvidos, com a sua promoção, deslocação e aumento salarial cedidos a mandado do namorado.
Mas, se já todos estão orientados, e quase todos têm os seus problemas resolvidos, o que falta?

Indultar empresários condenados a pena de prisão que se encontrem foragidos.
Cavaco Silva tem razão: há problemas mais importantes para melhorar o desenvolvimento do País.

Benefício da dúvida a Cavaco

"“Não acredito que esteja aí o problema mais importante que tenhamos de resolver [...]. Não é com certeza o mais importante para o desenvolvimento do País”, disse Cavaco Silva à margem da conferência ‘Compromisso Cívico para a Inclusão’. O Presidente não esclareceu, porém, se falará mais tarde sobre o assunto e referiu apenas: “Não é o lugar nem o tempo para falar noutras matérias.”"

Fonte: Correio da Manhã

Vou acreditar que Cavaco Silva não se quis pronunciar sobre o caso de José Sócrates naquele momento, preferindo fazê-lo noutra altura mais adequada. Vou acreditar que o Presidente da República vai agir em conformidade perante todo este escândalo.
É que se o mal do País não passa por tudo isto que se tem passado, então não sei pelo que passará. Possivelmente pelos carteiristas, ou por tipos que furtam uma maçã numa mercearia. Talvez seja aí que esteja o grande problema deste País.

sábado, abril 14, 2007

Luís Arouca não era reitor quando autorizou matrícula de José Sócrates!

"Luís Arouca não era reitor da Universidade Independente (UnI) quando autorizou o plano de equivalências e permitiu que José Sócrates terminasse a sua licenciatura em engenharia civil na instituição, garante hoje o jornal "Expresso".
Segundo o semanário, o reitor daquela universidade era, entre 1993 e 1996, Ernesto Jorge Fernandes Costa que é, actualmente, professor catedrático da Universidade de Coimbra.
Escusando-se a adiantar esclarecimentos ao "Expresso" por se encontrar no estrangeiro e não conhecer todo o caso, Ernesto Costa admitiu ter assumido "um compromisso perante a Sides e o Ministério da Educação", tendo sido reitor da Universidade Independente naqueles três anos, o que o, então, vice-reitor, Eurico Calado, confirmou.
O primeiro-ministro, José Sócrates, disse, em entrevista dada esta semana na RTP1, que, entre a correspondência trocada com a reitoria para que fosse fixado um plano de equivalências curriculares, conta-se uma carta recebida em Setembro de 1995 de Luís Arouca e que deu a Sócrates a autorização para se matricular na Universidade."

Fonte: Público

Posto isto, já não desconfio de todas aquelas fotocópias que Sócrates apresentou na RTP, pois agora tenho a certeza da sua falsidade. Tudo não passa de documentos falsos e atestados de estupidez ao povo português! A vergonha continua, o mentiroso continua no poder, ninguém faz nada, nem manda investigar e os aparelhistas/seguidistas continuam hipnotizados e a acenar com a sua cabeça, ao mesmo tempo que dizem "sim, Mestre, tens razão no que dizes e é tudo claro como água".
Posto isto, uma pergunta se coloca: alguém ainda tem dúvidas sobre a falha de carácter de José Sócrates? Eu não tinha e, uma vez já tendo várias provas sobre uma falha no seu carácter, começo a questionar a sua dignidade. Honesto e transparente não é, mas digno ainda esperava que fosse. É o que resta a alguém antes de bater no fundo do poço.

Certificados de Sócrates com notas e datas diferentes

"Um certificado de habilitações de José Sócrates, cujo original está na posse da Câmara Municipal da Covilhã, não coincide com o certificado que consta do seu dossier de aluno na Universidade Independente (UnI) e que foi revelado na RTP, na quarta-feira, pelo próprio primeiro-ministro.
Esse documento, a que o PÚBLICO teve acesso, apresenta seis notas divergentes com as que surgem no certificado que José Sócrates mostrou na Grande Entrevista, e que é igual ao que o PÚBLICO consultou na UnI. Acresce que também as datas não coincidem. No certificado da Covilhã – emitido a 26 de Agosto de 1996 e que teve por objectivo a reclassificação de José Sócrates enquanto funcionário do quadro daquela autarquia – é referido que o então secretário de Estado Adjunto do Ambiente “concluiu” a licenciatura a 8 de Agosto de 1996. Por sua vez, no certificado da UnI, emitido a 17 de Junho de 2003, lê-se que a conclusão do curso ocorreu a 8 de Setembro de 1996 – ou seja um mês depois da data indicada no outro documento.
Na entrevista concedida à RTP, o primeiro-ministro validou esta data como sendo a correcta. Contactado pela TVI, o gabinete de José Sócrates admitiu, contudo, que o primeiro-ministro possa ter sido induzido em erro, tendo por base o último certificado da Independente. E que a data correcta para o termo da licenciatura é mesmo a do certificado que foi enviado para a Covilhã. Há, contudo, neste documento outros dados que não estão de acordo com os certificados dos três estabelecimentos de ensino por onde Sócrates passou: o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), e a UnI. Comparando os três documentos, resulta que o certificado da Covilhã dá como tendo sido feitas na UnI duas cadeiras – Computação Numérica, do 2º ano, e Investigação Operacional, do 3º – que foram sim concluídas no ISEC e no ISEL.
A cadeira de Computação Numérica tem ainda outro problema: ao contrário do que lá está registado, a nota final não foi de 14 valores mas sim de 15 (valor que se mantém correcto no certificado final da licenciatura, inserido no dossier de aluno de Sócrates na UnI).
A discrepância de notas repete-se em mais cinco cadeiras: a Mecânica dos Fluidos surge a nota 13, quando no certificado da UnI a avaliação é de 11; a Análise de Estruturas a nota é 18, sobe um ponto; a Betão Armado e Pré-Esforçado registam-se 17 valores, menos um ponto do que no certificado da UnI; a Geologia Aplicada a nota é 16, mais um ponto; e a Projecto e Dissertação a avaliação é de 17, menos um ponto.
As notas agora reveladas pelo certificado enviado para a Câmara Municipal da Covilhã correspondem às notas inscritas numa folha, apresentada como pauta ao PÚBLICO, que faz parte do dossier de aluno de José Sócrates. Na primeira investigação publicada sobre o caso neste jornal, no dia 22 de Março, já se dava conta das divergências de notas registadas nessa pauta e no certificado de habilitações que também constava do processo."

Fonte: Público

Vou limitar-me a passar a notícia, para não dizerem que sou eu que quero fazer a folha ao homem. Até quero, mas porque tenho motivos para isso e porque se fosse com qualquer um de nós que passam por aqui, já estavamos a ver o sol aos quadradinhos por falsificação de documento, entre outros possíveis crimes. Fica aqui estampada a vergonha que é ter um Primeiro-Ministro assim!

Frase do mês

"Não interessa se José Sócrates comprou ou não o seu diploma. O que interessa é que governe."
Dito por muitos xuxas por esse Portugal fora

sexta-feira, abril 13, 2007

O País que temos

Tive oportunidade de ver ontem, na SIC Notícias, as sondagens feitas a propósito do convencimento de José Sócrates nas suas declarações. Depois de tudo o que já foi dito, feito e falado, e depois do que o Primeiro-Ministro disse, 60% disseram que ficaram convencidos com a versão deste!!! Fiquei chocado! Como é possível?! Tal só tem uma explicação: ou o aparelho Socialista funcionou muito bem nas chamadas feitas para esta sondagem (dado que eram os telesepectadores que contactavam e não as empresas de sondagem, como habitualmente se faz), ou então a ignorância portuguesa continua a sua escalada categórica, atingindo pontos elevados nunca antes atingidos. No século XV era casa para dizer "por mares nunca antes navegados, e no século XXI é mais "por ignorância nunca antes atingida". De referir que as duas hipóteses avançadas têm algumas coisas em comum: a estupidez, a tacanhice, a idiotice, a carneirice, e outras quantas "ice"!
O "português" já não é o estúpido de há 20 anos: em pleno século XXI consegue sê-lo mais ainda! E, tendo isso em conta, e no caso de estarmos perante a 2.ª possibilidade que eu referi, só tenho a dizer uma coisa: Sr. José Pinto de Sousa, governe à vontade, porque perante gente desta, qualquer coisa que se diga, cai por terra. O povo gosta de ser comido e enganado!

quinta-feira, abril 12, 2007

Deplorável? Quem não deve, não teme!

"Falando no final do Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira começou por observar que o primeiro-ministro, José Sócrates, esteve «mais tranquilo» na entrevista que concedeu [à RTP e RDP na quarta- feira à noite] «do que o presidente do PSD na sua declaração» que se seguiu àquela entrevista.
«O primeiro-ministro deu esclarecimentos e respondeu de forma clara e convincente a todas as insinuações lançadas nos últimos dias sobre as suas habilitações académicas. Perante isto, Marques Mendes teve uma reacção deplorável, de quem quer fazer política com base nos julgamentos de carácter e nos insultos pessoais», reagiu o titular da pasta da Presidência.
Pedro Silva Pereira declarou depois que «só os fracos recorrem ao insulto» e que «os portugueses rejeitam esta forma baixa de fazer política, tal como o fizeram nas últimas eleições legislativas, quando foi lançada [contra o actual primeiro-ministro] uma campanha negra de que todos estão recordados».
Segundo o ministro da Presidência, a proposta de abertura de um inquérito feita pelo líder social-democrata «não passa de uma tentativa de fazer ataques pessoais e de alimentar um folhetim para julgamentos de carácter dos seus adversários políticos».
«Essa proposta [do líder do PSD] é muito triste e muito lamentável», acrescentou Pedro Silva Pereira."

Fonte: SOL

Nunca ouvi tantas vezes num espaço tão curto, variadas pessoas, de todos os quadrantes sociais, utilizarem a expressão "quem não deve, não teme". Sou a favor da abertura de um inquérito, mais não seja que nos mostre documentos originais e não fotocópias, e que apure a verdade sobre o "Sócrates Gate".
Pedro Silva Pereira, ao dizer que as explicações de Sócrates tudo esclareceram e já nada é preciso fazer, está a cometer um atentado contra o Processo Penal, em especial a busca da verdade material. Pela ordem de ideias do Ministro, se um arguido disser que não praticou um crime, está dito! Se um arguido der uma explicação esfarrapada e empurrar responsabilidades para terceiros, então já não é preciso fazer mais nada. Arquivamento do processo e pronto. Se se acreditasse em tudo o que os arguidos dizem, sem se fazer uma exaustiva investigação, os nossos estabelecimentos prisionais estariam vazios, porque todos alegariam que eram inocentes e justificavam isso, proferindo qualquer coisa que desenrascasse no momento, ali em cima do joelho e arquivava-se o processo porque se "presumiria que estava tudo bem explicado".
Ao Ministro Pedro Silva Pereira: eu bem sei que até prova em contrário, presume-se a inocência do arguido, mas há limites! Essa presunção deve ser acompanhada de uma realidade factica que comprove essa mesma inocência. Para se concluir pela inocência de alguém, é necessária uma investigação, e é isso que Marques Mendes propõe no caso Sócrates. Uma investigação, como é feito em todos os processos ou com todos aqueles contra quem impende uma queixa-crime. Se o Primeiro-Ministro rejeita a tese de ter tido um tratamento diferenciado relativamente aos restantes, tem aqui uma oportunidade de ouro para provar a toda a gente que não é favorecido relativamente a qualquer outro português e essa oportunidade passa por não se "aborrecer" pelo facto das suas alegações necessitarem ser confirmadas, sob pena de se fazer com ele aquilo que não se faz com mais ninguém neste País.
Repito: Quem não deve, não teme! Só quem teme é que fica assim tão chateado e se sente ofendido com uma investigação que sirva para tirar as dúvidas, de uma vez por todas, sobre o "Sócrates Gate".

Ainda no rescaldo de Sócrates na RTP

Algumas perguntas ficam no ar:
- terei sido eu o único que reparou que Sócrates não apresentou nenhum documento original, mas só fotocópias? Tudo o que Sócrates tem sobre o seu percurso académico são fotocópias? Porque é que não apresenta os originais?
- José Sócrates encontra-se a estudar no ISEL (Instituto Superior muito bem cotado no mercado) e muda para a Independente, com apenas dois anos de existência e sem qualquer prestígio à data, porque fica perto do ISEL e tem pós-laboral? Isto faz sentido?
- Sócrates afirma que não ia tirar uma licenciatura apenas por "ficar bem". Se assim é, e se o próprio afirmou que nunca quis exercer engenharia civil, porque é que insistiu em tirar a licenciatura? (esta última pergunta foi colocada por SimplesmenteMaria e é bastante pertinente)
- Porque é que da primeira vez que o Público lhe colocou a questão sobre quem foram os seus professores, Sócrates não se lembrava e subitamente passou a lembrar-se?
- Alguém consegue mesmo acreditar que o "seu" que endereçou num fax a Luís Arouca, em nada revela intimidade e só foi escrito assim por ser uma expressão descendente do inglês "yours"?
- Se o curso de engenharia só funcionava há dois anos, como é possível que Sócrates tenha feito cadeiras de outros anos? Se era o único a frequentá-las então não houve favores especiais?
- Qualquer aluno que queira um plano de estudos para poder concluir a licenciatura, tem que se dirigir à Secretaria, aguardar pacientemente e ter um tratamento como todos os outros alunos e José Sócrates teve direito a correspondência remetida pelo Reitor, e não por outro funcionário ligado à área. Será que nem aqui houve favorecimento?

quarta-feira, abril 11, 2007

"Lapso"?! (parte II)

"No dia 13 de Fevereiro de 1992, o então deputado José Sócrates entregou no Parlamento um registo biográfico em que coloca «engenheiro» como profissão. No espaço destinado a habilitações preenche «engenharia civil». Estes são dados que constam da ficha biográfica que o agora primeiro-ministro entregou na AR quatro anos antes de ter concluído a licenciatura.
Mas com data do mesmo dia, a AR disponiblizou aos jornalistas uma cópia em que a profissão passou a «engenheiro técnico» e no espaço destinado às habilitações passou a haver «bach.» antes de engenharia civil.

As duas fichas são em tudo semelhantes, quer no tipo de letra, quer nas informações prestadas. Sobrepondo os dois documentos à transparência, as letras coincidem perfeitamente. Conclui-se, pois, que uma é uma cópia do original e que a segunda é o mesmo documento, corrigido.
Questionado pelo SOL sobre por que razão o Parlamento tem dois registos biográficos do mesmo deputado, com a mesma data, o gabinete da secretária-geral responde que não tem «a 15 anos de distância, explicação para este facto, não pretendendo sobre este assunto desenvolver quaisquer especulações»."

Fonte: SOL
Consultar: Documentos

Volto a perguntar: houve mesmo lapso? Querem mesmo que acreditemos nisto? Uma coisa é errar e admitir o erro, a outra é persistir no erro e na mentira e o Primeiro-Ministro mentiu enquanto Deputado e enquanto Primeiro-Ministro e continua a mentir a todos os portugueses! Todos merecemos um Primeiro-Ministro transparente e íntegro e o cidadão José Pinto de Sousa que desempenha o cargo de Primeiro-Ministro José Sócrates, depois de se ter feito passar por Engenheiro José Sócrates só tem uma hipótese: apresentar a demissão do Governo!
Porventura sabiam que no ano de 1995, no 1.º Governo de António Guterres, José Pinto de Sousa também se intitulou "Engenheiro"? Desta vez o lapso foi de quem?

É preciso dizer mais alguma coisa?!

"O procurador-geral da república, Pinto Monteiro, declarou hoje que, até ao momento, não recebeu elementos para investigar qualquer diploma passado pela Universidade Independente, incluindo o do primeiro-ministro, José Sócrates.
"Até ao momento, não há qualquer motivo para investigar nenhum diploma da universidade", uma vez que "não há nenhum indício de qualquer ilícito criminal relacionado com o diploma do senhor primeiro-ministro", disse Pinto Monteiro, à margem de uma visita ao Centro de Estudos Judiciários, em Lisboa."

Fonte: Público

É preciso dizer mais alguma coisa? Está tudo montado para que nada seja feito a José Sócrates. Pelo contrário, ainda ouvimos coisas como "o percurso académico do Primeiro-Ministro é exemplar". É a vergonha nacional!

"Lapso"?!

"Um «lapso». É desta forma que o gabinete do primeiro-ministro comenta o facto da biografia oficial de José Sócrates incluir já em 1993 a licenciatura em Engenharia Civil, que só veio a obter em 1996.
A informação consta da biografia oficial da Assembleia da República, que entretanto já revelou que se limita a reproduzir as informações disponibilizadas pelos deputados.
O gabinete de José Sócrates diz ainda que o «lapso» é atribuível apenas aos serviços do grupo parlamentar ou aos serviços da Assembleia da República.
Por seu turno, estes serviços parlamentares de apoio lembram que se limitam a transcrever os dados que são preenchidos pelos deputados num impresso que existe para esse efeito. O facto é que, em 1993, estávamos a meio da sexta legislatura, Sócrates foi eleito deputado, pela primeira vez, na quinta e os dados relativos a 1990 mencionam o bacharelato em Engenharia Civil pelo Instituto Superior de Coimbra.
Agora, Sócrates rejeita agora qualquer responsabilidade à alteração feita em 1993, afirmando mesmo, através do seu gabinete, desconhecer os dados publicados pela Assembleia da República."

fonte: TSF

Pronto, foi um lapso, estão perdoados, sigam em frente e os portugueses pedem desculpa por terem importunado José Sócrates com tudo isto e por terem "poluído" durante algumas semanas os jornais com esta questão. Se foi um lapso, está tudo explicado.
O que me custa perceber é como é que em 1993 Sócrates comete o "lapso" de dizer que é licenciado, quando só entra para a licenciatura em 1995/96 e quando 3 anos antes se denominava bacharel, tendo sempre as mesmas qualificações.
O que é de referir, no meio disto tudo, é a capacidade de José Sócrates e respectivo gabinete, em passar a culpa para os outros. Em 1.º lugar, sobre a data da licenciatura ao domingo, a culpa é da Independente. Em 2.º lugar, pelo facto de em 1995/96 não se ter licenciado ninguém em engenharia pela Independente, a culpa é desta última e é esta que tem que justificar. Em 3.º lugar, um MBA que Sócrates diz que frequentou mas que nunca existiu em Portugal, a culpa é de qualquer um, menos dele. Em 4.º lugar, ia às aulas mas nunca ninguém o viu lá, nem mesmo o professor, a culpa é de quem nunca o viu e do professor (esta era uma boa desculpa para dar à minha mãe de cada vez que faltasse às aulas, pois tinha-me poupado algumas tareias). Em 5.º lugar, Sócrates ter preenchido os dados para a Assembleia da República e ter dito que era licenciado em engenharia quando nunca o foi, a culpa é da AR e foi um "lapso". Como é possível ser lapso algo que ele SABIA que não tinha? Que lapso é este? Lapso é ele ter escrever que nasceu em 1960, quando nasceu em 1961, por exemplo. Isto são lapsos! Em 6.º lugar, a culpa dos impostos subirem não é do PS, é de quem o antecedeu. Em 7.º lugar, a culpa de tudo o que acontece de mau nunca é de Sócrates! Sócrates é brilhante e competente, mas quem comete erros graves é sempre outra pessoa qualquer que não o próprio Sócrates e os "seus"!
Bem, tudo isto para referir que a capacidade de descartar responsabilidades começa a ser a desgraça de Sócrates. É que uma ou outra coisa, os portugueses ainda engoliam e aceitavam. Mas, empurrar responsabilidades em TUDO... tem limites! Eu peço ao Presidente Cavaco Silva que mostre algum trabalho e que corrija o "lapso" praticado por alguns portugueses nas Legislativas de 2005: Demissão de José Sócrates, JÁ!

terça-feira, abril 10, 2007

Há 5 anos atrás, no Caso Portas/Moderna, as reacções foram estas:

PCP e BE:

"PCP e BE, os quais voltaram a pedir a demissão do ministro. "Paulo Portas não tem condições para continuar”, afirmou o líder parlamentar do PCP, Bernardino Machado, para quem o pedido do tribunal de Monsanto "só confirma a degradação do prestígio e da imagem deste governante".A mesma visão tem o bloquista Teixeira Lopes: "Paulo Portas já devia ter prestado todos os esclarecimentos não só em tribunal, mas também na Assembleia da República". Defendendo que o ministro da Defesa já deveria ter pedido a demissão, o deputado sustentou que “os ministros devem estar acima de qualquer suspeita e o ministro de Estado e da Defesa não está claramente acima de qualquer suspeita”."
PS:
"O PS tem hoje reunião do secretariado nacional, onde um dos temas será Portas e o caso Moderna. Na semana passada o líder da bancada parlamentar socialista, António Costa, enviou uma carta ao procurador-geral da República, Souto Moura, na qual pede que confirme se os factos divulgados pelo PÚBLICO e pelo "Expresso" constam do relatório final da Polícia Judiciária sobre a Universidade Moderna. A carta de António Costa foi decidida numa reunião feita ao mais alto nível socialista, com Ferro Rodrigues, José Sócrates, António José Seguro, Paulo Pedroso e Jorge Coelho, que terá, aí, regressado a este tipo de reuniões."
"O líder do PS, Ferro Rodrigues, pediu a demissão de Paulo Portas do cargo de ministro do Estado e da Defesa, alegando que a recusa em prestar explicações no Parlamento constitui "um desrespeito"."
Registo com agrado a coerência destes partidos "moralizadores" no "Caso Pinto de Sousa".
Assim vai a nossa política.

E se fosse Santana Lopes?



Se sobre Santana Lopes recaíssem as suspeitas de licenciatura fradulenta:
1º De certeza que tinha exercido a sua infulência, política ou monetária, para alguns professores lhe atribuírem as notas nos exames;
2º O seu silêncio era prova suficiente da sua culpa em todo este processo;
3º As palavras do seu Ministro do Ensino Superior de "regozijo pelo seu percurso académico" não deviam ser levadas em conta;
4º As pressões sobre a imprensa era uma grave atentado à democracia, e mereciam ser investigados pelo Ministério Público;
5º O facto de um seu amigo, que já tinha estado envolvido num caso de desaparecimento de dinheiro de uma Fundação Pública,ter tirado o curso na mesma universidade em que PSL tirou, alguns dias antes de ele o ter nomeado apra a instituição bancária nmais importante do país, era também prova relevante que havia compadrio em todo este processo;
6º O principal professor de PSL, ao ter contratado uma ucraniana que trabalhava nas limpezas, a ganhar €1700/mês, para o Instituto Público que o mesmo presidia, era uma sitaução gravosa e que merecia que p PM viesse explicar as ligações a este professor "manhoso".
7º O Presidente da República só tinha um caminho: demitiro PM e convocar eleições antecipadas
Onde andam agora os donos da verdade no processo Sócrates?

Prémio Cobardia Política

Sócrates não está sozinho!

Aqui está mais um licenciado em engenharia que se fazia passar por engenheiro. No site do Sport Lisboa e Benfica a informação já foi mudada, passando Fernando Santos a nem sequer ter direito ao "Licenciado em engenharia" antes do nome. Fernando Santos também cometeu o crime de engenharia ilícita de José Sócrates e por isso foi-lhe retirado o título do site oficial do clube. Concluiu-se que o caso de Fernando Santos é, em tudo, semelhante ao de José Sócrates: um desgraça um clube da mesma forma que o outro desgraça o País; um governa um plantel, da mesma forma que o outro governa o País: de forma miserável!
De referir que o curso de Fernando Santos também vai ser alvo de investigação por suspeita de influências do FC Porto (primeiro grande por onde passou) na possível licenciatura de Fernando Santos. Segundo consta, Reinaldo Teles exerceu funções no FC Porto ao mesmo tempo que era segurança da Associação Académica da Universidade que licenciou Fernando Santos, e foi na mesma instituição que se licenciou o massagista do Porto.
Posto isto... Sócrates, não estás sozinho!

segunda-feira, abril 09, 2007

Factos revelados pela Imprensa sobre Sócrates e a UNI

1º - Sócrates quando pediu transferência do ISEL para a UNI tinha ainda que fazer 11 cadeiras para obter a licenciatura;
2º - Quando entrou na UNI, passou só a ter que fazer 5 cadeiras;
3º - Alguns relatos dizem que Sócrates nunca era visto nas aulas;
4º - Outros dizem que Sócrates nos exames, sentava-se sempre no fundo das salas de exame, sem ninguém por perto;
5º - O exames na UNI, tinha perguntas próprias de alunos de 9º ano e não de ensino superior, na opinião de alguns docentes e foram alteradas notas de alunos para os favorecerem;
6º Alguns docentes foram afastados há pouco tempo, sendo substituídos por outros sem qualificação, tendo seguido uma queixa para o Ministério do Ensino Superior há mais de um ano, que não foi analisada até hoje;
7º - Na biografia de Sócrates no portal do Governo, vinha dito que o mesmo era engenheiro, tendo sido alterado após o estalar da polémica por "licenciado em engenharia civil";
8º - No mesmo portal, Sócrates tirou uma Pós-Graduação em Engenharia Sanitária, que parece que nunca exisitu em Portugal;
9º - Agora dizem que o PM tem um MBA tirado no ISCTE. Mas alguns relatos dizem que Sócrates não acabou o mesmo, nem aparecia nas aulas;
10º - O Observatório do Ensino Superior, relativamente a 1996, conclui que não saiu nenhum licenciado em Engenharia Civil na UNI em 1996, ano da licenciatura de Sócrates;
11º - O suposto Professor que leccionou 4 cadeiras de Sócrates na UNI, António Morais, era o Presidente da Fundação da Prevenção e Segurança, que em 2000 desapareceu com o dinheiro da mesma, além de ter tido um cargo num instituto público já neste Governo, tendo sido demitido por ter nomeado uma brasileira, que trabalhava num café para directora do departamento de Logística do mesmo, por ajuste directo;
12º - o novo Reitor da UNI é subalterno de Armando Vara, na CGD;
13º - O directores dos principais órgãos de comunicação social afirmaram que no decorrer deste caso, O PM e os seus assessores ligaram diversas vezes a ameaçar os jornalistas.
Pergunta-se: será que tudo isto é uma cabala?
Outra pergunta: porque é que o PM não aparece na Tv há 2 semanas, logo ele que gosta tanto de aparecer?

Os fins do Estado

Lembro-me com bastante agrado das aulas de Ciência Política, ministradas pela Prof. Maria João Estorninho. Muito clara, assertiva, e muito profissional. Lembro-me ainda dos manuais recomendados por ela: os livros do Prof. Freitas do Amaral, os do Prof. Jorge Miranda e até o de Introdução do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa davam umas luzes interessantes.
Creio que aprendi bem a lição e retive bem a matéria no tocante aos fins e às funções do Estado. Fiquei a saber que os fins do Estado são a segurança, a justiça e o bem-estar económico, social e cultural. Por segurança, entende-se a segurança interna e externa, a segurança individual e a colectiva. A justiça compreende a "substituição, nas relações entre os homens, do arbítrio por um conjunto de regras capaz de consensualmente estabelecer uma nova ordem e, assim satisfazer uma aspiração por todos sentida", de acordo com a definição de Marcelo Rebelo de Sousa. A justiça poderá ser comutativa (tratar tudo da mesma forma), ou distributiva (tratar igual o que é igual, tratar de forma diferente o que é diferente), devendo o Estado prosseguir a Justiça distributiva. O bem-estar consiste, ainda de acordo com a definição de Marcelo Rebelo de Sousa, "na promoção das condições de vida dos cidadãos em termos de garantir o acesso, em condições sucessivamente aperfeiçoadas, a bens e serviços considerados fundamentais pela colectividade, tais como bens económicos que permitam a elevação do nível de vida de estratos sociais cada vez mais amplos, e serviços essenciais, por exemplo, os que contemplam a educação, a saúde e a segurança social".
Isto foi o que retive das aulas de Ciência Política ministradas na Faculdade de Direito de Lisboa no ano de 2001/02. Mas parece que aprendi coisas que não são úteis para o dia a dia, não por falta de competência de quem mas ensinou, mas porque não vejo todo este conhecimento e este lirismo ser aplicado no dia-a-dia, senão vejamos:
- Segurança interna: querem diminuir as esquadras de polícia. Aumenta de forma significativa o número de crimes violentos e em grupos organizados, os cidadãos cada vez sentem mais medo ao caminhar nas ruas, os criminosos cometem crimes e cumprem penas leves e desproporcionais aos crimes que cometem, vêm cá para fora e tudo continua da mesma forma. Vi ontem nas notícias que o Governo pretende substituir mais casos de prisão preventiva pela vigilância electrónica, porque em vez de custar 46 euros por dia ao Estado por recluso, custará apenas 16 euros. Ou seja, não se tem como finalidade a adequação da pena ou da medida de coacção à situação do arguido/condenado, mas só se tem em conta o facto de ficar mais barato. Brevemente chegaremos à situação em que o Estado vai querer poupar mais do que 16 euros por dia e substituirá a vigilância electrónica pela não aplicação das medidas de coacção, porque há que poupar! A razão para diminuirem as esquadras de polícia, prende-se com o mesmo motivo: poupar. Diminui a segurança dos cidadãos para se poder poupar. Mais uma vez, pretende-se poupar custos e não adequar as medidas às necessidades dos cidadãos.
- Segurança individual e colectiva: cada vez existe menos. Onde estão as normas executadas pelos órgãos do Estado dos direitos e deveres reconhecidos a cada cidadão? Aqui poderemos falar também da justiça que é arbitrária. Funciona para alguns sectores da colectividade, para alguns indivíduos, mas o critério de proporcionalidade com que a justiça se aplica é apenas o facto de uns pertencerem ao Estado e aos órgãos do Governo e da Assembleia da República e a pessoas com eles relacionadas, e para todos os outros funciona de forma diferente. Não me parece que deva ser este o critério de segurança individual, colectiva e de justiça.
- Bem-estar económico: inexistente para a esmagadora maioria dos portugueses e, mais grave, nem se faz um esforço para conseguir lá chegar. Se ao menos existisse um esforço, mas faltassem meios, poderia compreender. Mas nem sequer se fazem esforços. Aumentam impostos, aumentam preços, os salários quando aumentam é sempre numa percentagem inferior ao aumento de tudo o que implique despesa, os portugueses têm cada vez menos poder de compra, endividam-se cada vez mais (não incluo nesta situação os que se endividam visando a satisfação de caprichos), o desemprego atingiu a taxa mais alta dos últimos 20 anos e o despedimento e encerramento de empresas é cada vez mais uma realidade! O que se faz para mudar a situação? Envia-se o Ministro da Economia à China, para dizer que devem investir em Portugal porque aqui praticam-se valores muito baixos de mão-de-obra, dias depois de se dizer precisamente o contrário em Portugal. O poder de compra é cada vez menor por parte dos portugueses e nisso ajudam pessoas como Manuel Pinho que promovem isso mesmo. Prometem-se 150.000 postos de trabalho, mas só se vê emprego para 1000 e alguns, o número de nomeações do Governo. Despedem-se funcionários públicos, e limitam-se as entradas à função pública, quando o verdadeiro problema reside na produtividade de cada funcionário público, no excesso de regalias, e na falta de motivações para o aumento da produtividade.
- Bem-estar social e cultural: encerram-se maternidades, encerram-se urgências, encerram-se escolas, encerram-se tribunais. Tudo isto tem como razão de ser, não uma necessidade do Estado, ou melhor organização e funcionamento do Estado, mas uma diminuição da despesa. Cada vez mais, o Estado é um agente económico. Sempre foi, mas começa a confundir-se com uma empresa, na qual se começam a confundir os fins do Estado com pro-bono, podendo considerar que o pouco ou nada que temos é melhor do que nada. Onde está a saúde como factor privilegiado da nossa sociedade? A educação? O acesso à justiça? Quem tiver dinheiro que se desloque aos tribunais, meta os filhos numa escola privada, ou desloque-se quilómetros para poder ter acesso a estes serviços. De igual modo a saúde e as maternidades. Criam-se leis que promovem, indirectamente, os incêndios das florestas. A criminalidade passa a ser uma solução para todos aqueles que a ela recorrem, porque falta proporcionalidade das penas e aplicação correcta e justa das mesmas!
Tudo isto, para concluir que o Estado não prossegue os fins que lhe estão traçados. O fim do Estado, sobretudo com este Governo, começa a ser outro que não os supra indicados. O fim do Estado começa a ser só um: o lucro e a diminuição de despesa. Para cumprir este fim, vale tudo: os cidadãos que morram vítimas de crimes, doenças, miseráveis, etc. O que importa é diminuir a despesa. Os interesses dos cidadãos (creio que é para isso que existe o Estado) são secundários. Em primeiro satisfazem-se os interesses das empresas e dos representantes do Estado. Depois vem a sociedade, chamada também... povo!
Quando tenho um Estado com estas características e com estes fins, tenho apenas uma solução: demissão de quem o dirige e gere. Já começa a estar na hora do Presidente Cavaco Silva passar à prática e se deixar de conversações com o Governo e com a Assembleia. Está na hora de mudar!

sábado, abril 07, 2007

Stacey Kent em Lisboa

Admirador confesso que sou da cantora de jazz Stacey Kent, aproveito para anunciar a sua vinda a Lisboa, mais propriamente ao CCB, no dia 30 de Maio, pelas 21hrs. Os bilhetes custam entre os 20€ e os 27,50€. Não percam a oportunidade de ouvir esta grande senhora. Eu vou lá estar, de certeza!

sexta-feira, abril 06, 2007

Impensável!

Censuro a mais recente "notícia" (que nem é notícia, dado este ser um assunto já muito batido) que nos adianta que o PSD pretende privatizar a RTP. Das duas uma: ou Marques Mendes acha que a privatização da RTP é mesmo solução, Marques Mendes está num estado de desespero tal que o levou a perder o juízo e a propôr uma coisa destas. Ambas são viáveis e ambas censuráveis!
Todos os países desenvolvidos da União Europeia têm os seus canais de televisão estatais. Portugal não vai ser excepção e nem falem em contenção de custos, que já não suporto que me tirem mais uma coisa por causa dos ditos custos porque estas "contenções" só violam direitos fundamentais aos portugueses. A RTP é pública e é impensável que, num período em que a RTP tem vindo a melhorar a qualidade, se privem os portugueses de um canal público. O PSD devia olhar para os exemplos da TVI e da SIC, para ver se é esse tipo de canal que querem que a RTP se torne. É certo que não devemos ter canais estatais "só por ter", mas não me parece que seja o caso da RTP, ou sequer da RTP2. Ambas têm conteúdos interessantes, boas audiências e excelentes profissionais (apesar de nem tudo ser perfeito e terem os seus funcionários mais fracos). A RTP apresenta uma desvantagem recente: o controlo e manipulação do Governo sobre o conteúdo noticioso do canal. O ser estatal, logo público, não é sinónimo de ser controlável pelos órgãos políticos estatais em áreas que são da competência de órgãos do próprio canal.
Jamais a privatização da RTP! Tenham dignidade e não permitam que se dê de bandeja aos lobos que por aí andam com vontade de tornar a RTP num canal pobre! Proposta triste esta do PSD, que vejo mais como desespero de causa de querer propôr algo novo (e propõem algo que já é velhinho).

quinta-feira, abril 05, 2007

A vergonha continua...

"Um estudo do Ministério do Ensino Superior revela que em 1996 não houve nenhum aluno diplomado em Engenharia Civil, pela Universidade Independente (UnI). Este dado contraria os documentos, apresentados ao PÚBLICO como fazendo prova da licenciatura do primeiro-ministro, que indicavam que José Sócrates havia concluído o curso no dia 8 de Setembro de 1996.
Em declarações ao PÚBLICO, o assessor de imprensa do primeiro-ministro, Luís Bernardo, reafirmou que “o primeiro-ministro acabou a licenciatura em 1996”, remetendo qualquer explicação sobre o resultado do estudo para a UnI. “Isso não é um problema do primeiro-ministro. A questão terá de ser colocada à UnI e ao Ministério do Ensino Superior.”
De acordo com o levantamento estatístico Diplomados (1993/2002), elaborado em 2004 pelo Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES), só se licenciaram na UnI, no ano de 1996, alunos dos cursos de Ciências da Comunicação (67) e de Relações Internacionais (25).
A razão pela qual a maioria dos cursos ainda não tinha qualquer licenciado, nesse período, deve-se ao facto de a UnI ter começado a funcionar em 1994/95.
Em declarações ao PÚBLICO, há três semanas, o primeiro-ministro, o antigo reitor da instituição e o então director do departamento de Engenharia Civil garantiram que, logo em 1996, quando o curso tinha apenas dois anos, houve alunos, transferidos de outras instituições, a frequentar cadeiras dos terceiro e quinto anos da licenciatura em Engenharia Civil, entre os quais estava o próprio José Sócrates.
Esta versão foi contudo contrariada, na mesma altura, pelo director da Faculdade de Engenharia e vice-reitor, Eurico Calado. Este professor afirmou que em 1996 só funcionaram aulas dos primeiro e segundo anos do curso de Engenharia Civil."

fonte: Público

Acho engraçado o facto de só o Público e o Expresso baterem nesta tecla e os outros o pouco que falam, ser tudo muito ao de leve. Acho ainda mais engraçado ainda só ouvir falar da possível "não licenciatura" ou "licenciatura incompleta" do cidadão José Pinto de Sousa e nem sequer ouvir falar em práticas de crimes, como possível corrupção, falsificação de documentos, entre outros. Acho tudo isto engraçado sobretudo porque a pouca vergonha é feita à descarada, e o povo assiste e limita-se a falar, chegando ao cúmulo de muitos dizerem "nem quero saber"!
Isto, num país como deve ser, já teria sido resolvido com a suspensão ou demissão do Primeiro-Ministro e/ou do respectivo Governo e com os devidos processos crime a terem o andamento merecido. Aqui a história é diferente. Com jeitinho Sócrates ainda sai com uma equivalência numa Universidade Pública.
Remeter as responsabilidades para a UnI não basta, como ele faz. Sócrates mente! O Primeiro-Ministro mente após a possível prática de um crime! Isto, por si só é gravíssimo! Empurrar a culpa para os outros não resolve. Sócrates é responsável e se tivesse dignidade esclarecia desde já toda esta situação e assumia as suas culpas. Fazer-se passar por engenheiro, quando nem que fosse licenciado pela UnI o seria, ser supostamente licenciado a um Domingo e descobrir-se que só se licenciou alguém pela UnI em 1997/98 (2 anos depois do ano que Sócrates alega ter-se licenciado) são coisas muito graves. Se fosse qualquer um de nós a usar o título de engenheiro, ou a cometer algum destes actos, de certeza que já estavamos atrás das grades.
Repito: em Portugal o crime ainda compensa. Depende é da posição que se tenha e do que se pode dar de contrapartida. Portugal é um país de vícios, o sistema está todo minado!

IV República, já!

quarta-feira, abril 04, 2007

A Festa do Governo

Estão a decorrer festejos do Governo e dos seus apoiantes porque se cumpriu o objectivo de diminuir o número de funcionários públicos e se cumpriu a regra de 1 entrada por cada 2 saídas. Mais uma vez está em primeiro lugar a diminuição das despesas logo, a diminuição do deficit. Continuo a achar a medida como não sendo a mais correcta. Já se provou, diversas vezes, que a solução não é despedir ou limitar o número de entradas. Prova disso é a Suécia, país no qual mais de 30% dos seus cidadãos são funcionários públicos. Existem outros países da união europeia onde a fasquia anda próxima dos 20%. Portugal está mais próximo dos 10 do que dos 20%. Apesar de tudo isto, continua a haver um despesismo enorme e continuam a querer cortar no número de funcionários. Pergunta: como é possível? Resposta: se se alterarem os vencimentos, regalias e outras condições contratuais e se criarem objectivos para que os funcionários públicos produzam mais, Portugal poderá seguir o exemplo dos restantes países europeus ou até mesmo o da Suécia, conseguindo diminuir a despesa. Mas não. Em Portugal segue-se o exemplo do que se faz nos cargos governativos: salários e regalias milionárias e depois é natural que pague sempre o elo mais fraco da hierarquia.

terça-feira, abril 03, 2007

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto é
No mínimo que fazes
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque a alta vive."
Ricardo Reis

segunda-feira, abril 02, 2007

Há Togas e Togas...

Há quem use a Toga...

... e há quem use outras Togas!

Se eu também tivesse sido assim...

Sócrates era um aluno que se dedicava aos estudos 24 horas por dia, 7 dias por semana. A prova disso foi o facto de se ter licenciado num Domingo, conforme nos adianta o Expresso. A pressa e dedicação ao curso eram tantas, que a UnI nem teve tempo de carimbar e autenticar a documentação correspondente a José Sócrates. Se eu também tivesse sido assim tão "dedicado", possivelmente teria terminado a minha licenciatura em Direito com média de 17 ou 18 valores.
Licenciaturas ao domingo e documentos que são fotocópias sem sequer terem o carimbo da Universidade, quanto mais serem autenticados, para mim, correspondem a documentos inválidos. Como tal, Sócrates nem sequer é o Lic. Sócrates. É apenas um cidadão com o 12.º ano completo e Frequência Universitária que conseguiu uma das 150.000 vagas que criou para si e para os seus amigos, muitos deles também não licenciados (ou querem que eu acredite que o Armando Vara conseguiu licenciar-se em Direito num ano?).

E depois do Adeus

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci

(...)

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei...

domingo, abril 01, 2007

FDL - Fim Da Linha

No decorrer de uma providência cautelar interposta pelo Governo na passada 6.ª feira, é com lamento que o Bar Velho Online comunica a todos os seus leitores que o blogue chegou ao fim depois de mais de 2 anos no activo.
Tal, deve-se ao facto do Governo controlar toda a comunicação social, tendo incluído no conceito de comunicação social os blogues que o critiquem.
Obrigado a todos por nos terem acompanhado. Brevemente será inaugurado um blogue de culto ao Governo.
Como já devem ter percebido, hoje é dia 1 de Abril. Ainda assim, nem tudo neste post é mentira.